𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Fortaleza de São João Batista de Ajudá: mudanças entre as edições

imported>Cadnero
mSem resumo de edição
 
(106 revisões intermediárias por 53 usuários não estão sendo mostradas)
Linha 1: Linha 1:
A '''Fortaleza de São João Baptista de Ajudá''', também conhecida como '''Feitoria de Ajudá''' ou simplesmente '''Ajudá''', localiza-se na cidade de [[Ouidá]], na costa ocidental [[África|africana]], atual República de [[Benim|Benin]].
{{Info/Prédio
| nome = Fortaleza de São João Batista de Ajudá ou de Fidá
| imagem = Imagem:Fort of São João Baptista de Ajudá (1890).jpg
| imagem-tamanho = 240px
| legenda = Fortaleza de Ajudá em 1890
| coord_título = s
| latd= 06|latm= 21|lats= 33.1|latNS= N
| longd= 2|longm= 5|longs= 25|longEW= E
| cidade = [[Uidá]]
| país = [[Benim]]
|| tipo = Forte
| estilo_arquitetônico = Renascimento
| função_inicial = Militar
| proprietário_atual = [[República de Benim]]
| critérios = (iv)
}}


==História==
A '''Fortaleza de São João Baptista de Ajudá''', também conhecida como '''Feitoria de Ajudá''' ou simplesmente '''Ajudá''', localiza-se na cidade de [[Uidá]], na costa ocidental [[África|africana]], atual República de [[Benim]].
As costas [[São Jorge da Mina|Mina]] e a da [[Guiné]] foram percorridas por navegadores portugueses desde o [[século XV]], que, com o tempo, aí passaram a desenvolver importante comércio, principalmente de escravos africanos. É desse periodo que data a ascensão do antigo reino de [[Daomé]] e a importância de sua capital, Ouidá.


Ao final do [[século XVIII]], o rei [[Pedro II de Portugal|D. Pedro II]] de Portugal (1667-1705) determinou ao Governador de [[São Tomé e Príncipe]], [[Jacinto de Figueiredo Abreu]], erguer uma fortificação na povoação de Ouidá, para proteger os embarques de escravos (1680 ou 1681). Posteriormente abandonado em data incerta, foi sucedido entre 1721 e 1730 por uma nova estrutura, com as obras a cargo do comerciante [[brasil]]eiro de escravos [[José de Torres]]. Sob a invocação de [[São João Baptista]], a construção do forte de Ouidá (Ajudá) foi financiada por capitais levantados pelos comerciantes da [[Bahia]], mediante a cobrança de um imposto sobre os escravos africanos desembarcados na cidade do [[Salvador]].
== História ==
[[Imagem:General History of the Robberies and Murders of the Most Notorious Pyrates - Captain Bartholomew Roberts with two Ships.jpg|thumb|Bartholomew Roberts captura embarcações no porto de Ajudá (1722)]]
[[Imagem:Plan du fort françois de Whidah-1747.jpg|thumb|Planta do forte francês de Ajudá (1747)]]
[[Imagem:Francisco Félix de Souza.jpg|thumb|Francisco Félix de Sousa (antes de 1849)]]


Concluído, funcionou como centro comercial para a região, trocando [[tabaco]], [[búzio]]s e [[aguardente]] brasileiros, e mais tarde, quando o esquema do tráfico se alterou, oferecendo produtos manufaturados europeus, contrabandeados do Brasil, uma vez que a Coroa portuguesa não permitia que tais itens fossem transportados em navios brasileiros.
Construído em 1721, foi o último dos três fortes europeus construídos naquela cidade para explorar o [[tráfico de escravos]] da [[Costa dos Escravos]]. Após a abolição legal do tráfico de escravos no início do século XIX, o forte português permaneceu abandonado a maior parte do tempo até ser definitivamente reocupado em 1865.


No final do [[século XIX]] a costa ocidental africana foi ocupada pelos ingleses, que ali estabeleceram importantes entrepostos, que passaram a ser defendidos pelas guarnições das fortificações antes pertencentes a Portugal, entre as quais a de São João Baptista de Ajudá.
No rescaldo da criação da colônia francesa de [[Dahomey]] na década de 1890, as autoridades francesas reconheceram a soberania portuguesa sobre o forte devido à inflexível insistência de [[Portugal]]. O forte foi guarnecido por um pequeno destacamento de tropas portuguesas de [[São Tomé e Príncipe]] até 1911. Depois disso, apenas o ''residente'' (governador), seu assistente e suas famílias habitaram o forte. A soberania portuguesa foi mantida sobre o minúsculo enclave inteiramente cercado pelo [[Daomé Francês|Daomé francês]] até ser tomado pelas autoridades da recém-independente República do Daomé (agora Bénin) em agosto de 1961. Até então o enclave havia se tornado uma estranheza internacional.<ref>Daniele Santos de Souza, ''Tráfico, escravidão e liberdade na Bahia nos 'anos de ouro' do comércio negreiro (c.1680-c.1790)'', Salvador, 2018, p. 58–61</ref><ref>Luis Felipe de Alencastro, "Continental drift: the independence of Brazil (1822)", in ''From Slave Trade to Empire. Europe and the Colonisation of Black Africa. 1780s–1880s'', edited by Olivier Pétré-Grenouilleau, Routledge, New York and London, 2004, p. 105–106</ref><ref>Robin Law, "Trade and Politics behind the Slave Coast: The Lagoon Traffic and the Rise of Lagos, 1500-1800", ''The Journal of African History'', Vol. 24, No. 3 (1983), p. 344.</ref><ref>Fearing that the Portuguese might stop trading with him and wishing to restore the profitability of the fort, the King began the reconstruction of the fort, and even requested the captain of a Portuguese ship to supply a flag to fly over the ruins. Ryder, p. 171–172.</ref><ref>P. E. Isert (1785) quoted in Alain Sinou, ''Le comptoir de Ouidah. Une ville africaine singulière'', Éditions Karthala, Paris, 1995, p. 91.</ref>


O Daomé tornou-se uma [[colônia]] [[França|francesa]] a partir de [[1892]], obtendo independência em [[1° de agosto]] de [[1960]], quando se transformou em República do Benim. No ano seguinte, tropas do Benim invadiram Ouidá, então uma dependência da [[colónia]] [[Portugal|portuguesa]] de [[São Tomé e Príncipe]]. Sem condições para oferecer resistência, o governo de [[Salazar]] ordenou ao último residente da praça que a incendiasse antes de a abandonar. A anexação foi reconhecida por Portugal em [[1985]].
Hoje, o forte faz parte do Museu de História [[Ouidah]].


O forte português de São João Baptista de Ajudá, foi recentemente reconstruído com recursos da [[Fundação Calouste Gulbenkian]].
A edição de 1958 do ''Guinness World Records'' afirmava: "A menor colônia do mundo é o enclave português no território francês da [[África Ocidental]] de Dahomey, constituído pelo Forte de São João Batista (São João Baptista de Ajudá). ocupado desde 1680 e está guarnecido por um oficial e alguns homens".<ref>{{Citar web|url=https://fortalezas.org/?ct=fortaleza&id_fortaleza=1021|titulo=fortaleza|acessodata=2022-07-02|website=fortalezas.org}}</ref>


==Relação de Governadores da Fortaleza de São João Baptista de Ajudá==
== Bibliografia ==
{| border=1 width="100%"
* LOPES, Edmundo Correia. ''[http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/CadernosColoniais/CadernosColoniais-N58&p=1 S. João Baptista de Ajudá]''. Lisboa : Edições Cosmos, 1939. Cadernos Coloniais, n.º 58.
|- bgcolor="#c0c0c0"
* MENDONÇA, João de. ''Colónias e Possessões Portuguesas''. Lisboa, 1877.
! Início !! Fim !! Nome !! Observações
* TAVARES, António José Chrystêllo. ''Portugal no Golfo da Guiné: Breve Escorço''. Lisboa, 1995.<ref>[http://memoria-africa.ua.pt/Catalog/ShowRecord.aspx?MFN=140098 Tese de mestrado em Estudos Africanos], Universidade Técnica de Lisboa, 1995.</ref>.
|-
* TAVARES, António José Chrystêllo. ''Ensino e Religião em São João Baptista de Ajudá na Costa da Mina''. Ancara, 1996.
| [[1680]] ||  ?    || Jacinto de Figueiredo Abreu || Governador de [[São Tomé e Príncipe]], instruído a erguer um forte na povoação africana de [[Oiudá]].
* TAVARES, António José Chrystêllo. ''África Equatorial Portuguesa : Assunção e Efectivação do Protectorado Daomeano e dos Novos Domínios da Coroa-Zomai''. Ancara, 1996.
|-
* TAVARES, António José Chrystêllo. ''São João Baptista de Ajudá Face ao Conflito Franco-Daomeano de 1892''. Ancara, 1998.
?   ||  ?    ||  || Abandonado por forças portuguesas
* TAVARES, António José Chrystêllo. ''Queda da residência de São João Baptista de Ajudá''. Ancara, 1998.
|-
* TAVARES, António José Chrystêllo. ''Marcos Fundamentais da Presença Portuguesa no Daomé''. Lisboa : Universitária, 1999.<ref>Prefácio de Pedro Soares Martínez.</ref>
| [[1721]] || [[1730]] || Francisco Pereira Mendes || Governador, funda o '''Forte de São João Baptista de Ajudá''', subordinado ao Estado do [[Brasil]]
* TAVARES, António José Chrystêllo. ''Singularidade de São João Baptista de Ajudá e do Protector na Faixa Litorânea do Daomé no Contexto do Ultramar Português''. Lisboa, 2008.<ref> Tese de doutoramento em História Institucional e Política Contemporânea, Universidade Nova de Lisboa, 2008.</ref>
|-
* [http://www.worldstatesmen.org/Benin.html#Ajuda Fortress of Saint John the Baptist of Whydah]
| [[1730]] ||        || || Sob a administração da [[Companhia de Cacheu e Cabo Verde]]
|-
| [[1730]] || [[1732]] || Francisco Pereira Mendes || Governador
|-
|  ?    || [[1736]] || Manuel Correia da Cunha || Governador
|-
|  ?    || [[1743]] || João Basílio || Governador
|-
|  ?    || [[1746]] || Pe. Martinho da Cunha Barbosa || Governador interino
|-
| [[1746]] || [[1746]] || Francisco Nunes Pereira || Usurpou as funções
|-
| [[1746]] || [[1746]] || Frei Francisco do Espírito Santo || Governador interino
|-
| [[1746]] || [[1746]] || Francisco Nunes Pereira  || Usurpou novamente as funçöes
|-
| [[1746]] ||  ?    || Filipe José de Gouveia || Governador
|-
|  ?    || [[1752]] ||  ?  || Governador
|-
| [[1752]] || [[1759]] || Tenente Teodósio Rodrigues da Costa || Governador
|-
| [[1759]] || [[1760]] || Almoxarife António Nunes de Gouveia || Governador interino
|-
| [[1760]] ||  ?    || Capitão Félix José de Gouveia || Governador
|-
|  ?    || [[1790]] ||  ?  || Governador
|-
| [[1790]] || [[1797]] || Francisco António da Fonseca Aragão ||
|-
| abril de [[1797]] ||  ?    || Capitão Manuel Bastos Varela Pinto Pacheco ||
|-
|  ?    || [[1817]] ||  ?  || Governador
|-
| [[1817]] ||  ?    || ''Xáxá'' Francisco Félix de Sousa || Comerciante de escravos do [[Salvador]], na [[Bahia]]
|-
| [[1844]] || [[1845]] || Segundo-Tenente (Alferes) Joaquim José Libânio || Governador
|-
| [[1845]] || [[1848]] || ''Xáxá'' Francisco Félix de Sousa || Segundo período
|-
| [[1849]] ||  ?   || Tenente Quaresma || Governador
|-
| [[1851]] || [[1851]] || Alferes Elerpech || Governador
|-
| [[1851]] || [[8 de Maio]] de [[1858]] || ''Xáxá'' Isidoro Félix de Sousa || Governador subalterno
|-
| [[1852]] || [[1853]] || Segundo-Tenente (Alferes) João Justino da Costa || Governador
|-
| [[1853]] || [[1858]] || Escrivão José Pinheiro de Sousa || O ''Itaparica'', a título pessoal
|-
| [[1858]] || [[1858]] || ''Xáxá'' Francisco Félix de Sousa || Governador, filho de Francisco Félix de Souza
|-
| [[1858]] || [[1861]] ||  || Abandonado por forças portuguesas
|-
| [[1861]] || [[1865]] ||  || Cedido pelo soberano do [[Daomé]] a missionários franceses
|-
| [[23 de Fevereiro]] de [[1865]] ||  ||  || Reclamado por Portugal, através do Governador de São Tomé e Príncipe
|-
| [[1865]] || [[1868]] || Segundo-Tenente (Alferes) José Maria Borges de Sequeira  || Governador, sujeito à autoridade do ''Xáxá'' Francisco Félix de Sousa
|-
| [[1868]] || [[1869]] || Segundo-Tenente (Alferes) Vital de Bettencourt Vasconcelos Côrte Real do Canto || Governador
|-
| [[1869]] || [[1872]] ||  || Abandonado por forças portuguesas
|-
| ? [[1872]] ||  ?    || Alferes António Joaquim || Governador
|-
|  ?    || [[1878]] || Tenente Augusto Fructuoso Figueiredo de Barros || Governador
|-
| [[1878]] || [[1879]] || Alferes Lourenço da Rocha ||
|-
| [[1879]] || [[1881]] || Tenente António José Machado || Governador
|-
| [[1881]] || [[1883]] || ?  || Governador
|-
| [[1883]] || [[1885]] || Tenente Fernando Gonçalves || Governador
|-
| [[1885]] ||      || Tenente Bernardo Francisco Luís da Cruz || Governador, não chegou a tomar posse
|-
| [[1885]] || [[1885]] || Tenente José Gomes de Sousa || Governador
|-
| [[1885]] || [[1886]] || Tenente Francisco Rego || Governador
|-
| [[1886]] || [[1887]] || Major António Domingues Cortez da Silva Curado || Governador
|-
| [[1887]] || [[1888]] || Alferes Manuel Francisco Rodrigues Guimaräes || Governador
|-
| [[1888]] ||      || Capitão Vicente da Rosa Rolim || Governador, não chegou a tomar posse
|-
| [[1888]] || [[1890]] || Alferes Manuel José Ferreira dos Santos || Governador
|-
| [[1890]] || [[1890]] || Alferes Carolino Acácio Cordeiro || Governador
|-
| [[1890]] || [[1893]] || Capitão Vicente da Rosa Rolim ||
|-
| [[1893]] ||      || Alferes Manuel José Ferreira dos Santos || Governador, não chegou a tomar posse
|-
| [[1893]] ||  ?  || Capitão Vicente da Rosa Rolim  || Pela segunda vez
|-
| [[1897]] || [[1898]] || Tenente Campos || Governador
|-
| [[1898]] ||  ?  || Tenente Nunes de Aguiar || Governador
|-
| [[1900]] ||  ?  || Tenente António Mendes da Costa || Governador
|-
|  ?  || [[1905]] || Tenente João de Deus Pires || Governador
|-
| [[1905]] || [[1906]] || Alferes Joaquim Luís de Carvalho  || Governador
|-
| [[1906]] || [[1909]] || ?  || Governador
|-
| [[1909]] || [[1911]] || Tenente Sebastião Lousada || Governador
|-
| [[1911]] ||      || Tenente Cândido João de Barros || Governador
|-
| [[1911]] || [[1912]] || Alferes Guilherme Spínola de Melo || Governador
|-
| [[1912]] ||  ?  || ?  || Governador
|-
|  ?  || [[1928]] || Tenente Viriato Henrique dos Anjos Garcez || Governador
|-
| [[1928]] || [[1931]] || Capitão Joaquim Sinel de Cordes || Governador
|-
| [[1932]] || [[1938]] || Capitão Miguel Maria Pupo Correia || Governador
|-
| [[1938]] || [[1941]] || Capitão José Segurado Pimenta Avelar Machado || Governador
|-
| [[1941]] || [[1942]] || Dr. Jean Louis Bourjac || Governador auto-proclamado (sem o reconhecimento de Portugal)
|-
| [[1942]] || [[1944]] || Segundo Oficial da Curadoria dos Serviçais e Colonos José Vasconcelos e Sá Guerreiro Nuno || Governador interino
|-
| [[1944]] || [[1946]] || Capitão Carlos Alberto de Serpa Soares || Governador
|-
| [[1946]] ||      || Segundo Oficial José Vasconcelos e Sá Guerreiro Nuno || Governador, pela segunda vez
|-
| [[1946]] || [[1951]] || Capitão Miguel Maria Pupo Correia  || Governador, pela segunda vez
|-
| [[1951]] || [[1954]] || Administrador de Circunscrição da 3° Classe António João Teles Pereira de Vasconcelos || Administrador
|-
| [[1954]] || [[1956]] || Administrador de Circunscrição da 1° Classe Ernesto António Pereira Enes || Administrador
|-
| [[1956]] || [[1 de Agosto]] de [[1961]] || Intendente António Agostinho Saraiva Borges ||
|}


=={{Ver também}}==
== Ver também ==
* António José Chrystêllo Tavares. ''São João Baptista de Ajudá face ao conflito Franco-Daomeano de 1892.'' Ancara: s.e., 1998.
* [[Império Português]]
* [[Império Português]]
* [[Lista de governadores de São João Baptista de Ajudá]]


{{Referências}}


{{Império Português}}
{{Império Português}}


 
{{controlo de autoria}}
[[Categoria:Fortalezas|Ajudá]]
{{DEFAULTSORT:Fortaleza Sao Joao Baptista Ajuda}}
[[Categoria:Candomblé]]
[[Categoria:Antigas fortificações de Portugal|Sao Joao Baptista Ajuda]]
[[Categoria:Antigos territórios portugueses]]
[[Categoria:Fortificações do Benim|Sao Joao Baptista Ajuda]]
 
[[Categoria:Uidá]]
{{seminterwiki}}
[[Categoria:Relações entre Benim e Portugal]]
 
[[de:São João Baptista d'Adjuda]]
[[en:Ouidah#São João Baptista de Ajudá]]
[[nl:São João Baptista de Ajudá]]
[[zh:圣约翰堡]]

Edição atual tal como às 17h27min de 2 de julho de 2022

Predefinição:Info/Prédio

A Fortaleza de São João Baptista de Ajudá, também conhecida como Feitoria de Ajudá ou simplesmente Ajudá, localiza-se na cidade de Uidá, na costa ocidental africana, atual República de Benim.

História

Bartholomew Roberts captura embarcações no porto de Ajudá (1722)
Planta do forte francês de Ajudá (1747)
Francisco Félix de Sousa (antes de 1849)

Construído em 1721, foi o último dos três fortes europeus construídos naquela cidade para explorar o tráfico de escravos da Costa dos Escravos. Após a abolição legal do tráfico de escravos no início do século XIX, o forte português permaneceu abandonado a maior parte do tempo até ser definitivamente reocupado em 1865.

No rescaldo da criação da colônia francesa de Dahomey na década de 1890, as autoridades francesas reconheceram a soberania portuguesa sobre o forte devido à inflexível insistência de Portugal. O forte foi guarnecido por um pequeno destacamento de tropas portuguesas de São Tomé e Príncipe até 1911. Depois disso, apenas o residente (governador), seu assistente e suas famílias habitaram o forte. A soberania portuguesa foi mantida sobre o minúsculo enclave inteiramente cercado pelo Daomé francês até ser tomado pelas autoridades da recém-independente República do Daomé (agora Bénin) em agosto de 1961. Até então o enclave havia se tornado uma estranheza internacional.[1][2][3][4][5]

Hoje, o forte faz parte do Museu de História Ouidah.

A edição de 1958 do Guinness World Records afirmava: "A menor colônia do mundo é o enclave português no território francês da África Ocidental de Dahomey, constituído pelo Forte de São João Batista (São João Baptista de Ajudá). ocupado desde 1680 e está guarnecido por um oficial e alguns homens".[6]

Bibliografia

  • LOPES, Edmundo Correia. S. João Baptista de Ajudá. Lisboa : Edições Cosmos, 1939. Cadernos Coloniais, n.º 58.
  • MENDONÇA, João de. Colónias e Possessões Portuguesas. Lisboa, 1877.
  • TAVARES, António José Chrystêllo. Portugal no Golfo da Guiné: Breve Escorço. Lisboa, 1995.[7].
  • TAVARES, António José Chrystêllo. Ensino e Religião em São João Baptista de Ajudá na Costa da Mina. Ancara, 1996.
  • TAVARES, António José Chrystêllo. África Equatorial Portuguesa : Assunção e Efectivação do Protectorado Daomeano e dos Novos Domínios da Coroa-Zomai. Ancara, 1996.
  • TAVARES, António José Chrystêllo. São João Baptista de Ajudá Face ao Conflito Franco-Daomeano de 1892. Ancara, 1998.
  • TAVARES, António José Chrystêllo. Queda da residência de São João Baptista de Ajudá. Ancara, 1998.
  • TAVARES, António José Chrystêllo. Marcos Fundamentais da Presença Portuguesa no Daomé. Lisboa : Universitária, 1999.[8]
  • TAVARES, António José Chrystêllo. Singularidade de São João Baptista de Ajudá e do Protector na Faixa Litorânea do Daomé no Contexto do Ultramar Português. Lisboa, 2008.[9]
  • Fortress of Saint John the Baptist of Whydah

Ver também

Referências

  1. Daniele Santos de Souza, Tráfico, escravidão e liberdade na Bahia nos 'anos de ouro' do comércio negreiro (c.1680-c.1790), Salvador, 2018, p. 58–61
  2. Luis Felipe de Alencastro, "Continental drift: the independence of Brazil (1822)", in From Slave Trade to Empire. Europe and the Colonisation of Black Africa. 1780s–1880s, edited by Olivier Pétré-Grenouilleau, Routledge, New York and London, 2004, p. 105–106
  3. Robin Law, "Trade and Politics behind the Slave Coast: The Lagoon Traffic and the Rise of Lagos, 1500-1800", The Journal of African History, Vol. 24, No. 3 (1983), p. 344.
  4. Fearing that the Portuguese might stop trading with him and wishing to restore the profitability of the fort, the King began the reconstruction of the fort, and even requested the captain of a Portuguese ship to supply a flag to fly over the ruins. Ryder, p. 171–172.
  5. P. E. Isert (1785) quoted in Alain Sinou, Le comptoir de Ouidah. Une ville africaine singulière, Éditions Karthala, Paris, 1995, p. 91.
  6. «fortaleza». fortalezas.org. Consultado em 2 de julho de 2022 
  7. Tese de mestrado em Estudos Africanos, Universidade Técnica de Lisboa, 1995.
  8. Prefácio de Pedro Soares Martínez.
  9. Tese de doutoramento em História Institucional e Política Contemporânea, Universidade Nova de Lisboa, 2008.

Predefinição:Controlo de autoria

talvez você goste