𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Língua grega: mudanças entre as edições

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<!--{{História da Grécia}}-->
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O '''grego''' ({{lang|el|ελληνικά}}, transl. ''Eliniká'', {{IPA2|''eliniˈka''}} ou {{lang|el|ελληνική γλώσσα}}, <small>AFI: </small>[''eliniˈki ˈɣlosa''], lit. "língua helênica") é uma língua de um ramo independente da [[família linguística]] [[Línguas indo-europeias|indo-europeia]]. É a língua oficial da [[Grécia]] e do [[Chipre]], e também uma das [[Línguas da União Europeia|24 línguas oficiais]] da [[União Europeia]]. Natural do sul dos [[Balcãs|Bálcãs]], oeste da [[Anatólia|Ásia Menor]] e a região em torno do [[mar Egeu]], é o idioma indo-europeu com a mais longa e bem documentada história, abrangendo 34 séculos de registros escritos. Seu sistema de escrita foi o [[alfabeto grego]] durante a maior parte de sua história; outros sistemas, como o [[Linear B]] e o [[silabário cipriota]] também foram utilizados. O [[alfabeto grego]] surgiu a partir da [[Alfabeto fenício|escrita fenícia]], e acabou dando origem, por sua vez, aos alfabetos [[Alfabeto latino|latino]], [[alfabeto cirílico|cirílico]], [[Alfabeto copta|copta]], e diversos outros sistemas de escrita.
O '''grego''' ({{lang|el|ελληνικά}}, transl. ''Eliniká'', {{IPA2|''eliniˈka''}} ou {{lang|el|ελληνική γλώσσα}}, <small>AFI:</small>[''eliniˈki ˈɣlosa''], lit. "língua helênica") é uma língua de um ramo independente da [[família linguística]] [[Línguas indo-europeias|indo-europeia]]. É a língua oficial da [[Grécia]] e do [[Chipre]], e também uma das [[Línguas da União Europeia|24 línguas oficiais]] da [[União Europeia]]. Natural do sul dos [[Balcãs|Bálcãs]], oeste da [[Anatólia|Ásia Menor]] e a região em torno do [[mar Egeu]], é o idioma indo-europeu com a mais longa e bem documentada história, abrangendo 34 séculos de registros escritos. Seu sistema de escrita foi o [[alfabeto grego]] durante a maior parte de sua história; outros sistemas, como o [[Linear B]] e o [[silabário cipriota]] também foram utilizados. O alfabeto grego surgiu a partir da [[Alfabeto fenício|escrita fenícia]], e acabou dando origem, por sua vez, aos alfabetos [[Alfabeto latino|latino]], [[alfabeto cirílico|cirílico]], [[Alfabeto copta|copta]], e diversos outros sistemas de escrita.


O idioma grego tem um lugar importante na história da [[Europa]], do [[mundo ocidental]] e do [[cristianismo]]; o [[cânone]] da [[literatura grega]] antiga inclui obras de importância monumental, que influenciaram de maneira decisiva o cânone da [[literatura]] ocidental posterior; entre as obras de destaque estão [[poesia épica|poemas épicos]] como a ''[[Ilíada]]'' e a ''[[Odisseia]]''. O grego também foi a língua na qual diversos dos textos fundamentais da [[filosofia ocidental]], como os [[Diálogos de Platão|diálogos platônicos]] e as obras de [[Aristóteles]], foram escritos; o [[Novo Testamento]] da [[Bíblia]] cristã foi escrito no grego [[koiné]]. Juntamente com os textos [[latim|latinos]] e as tradições do [[mundo romano]], o estudo dos textos gregos e das sociedades da [[Idade Antiga|Antiguidade]] foram a disciplina da [[História]] e [[Arqueologia clássica|Arqueologia Clássica]].
O idioma grego tem um lugar importante na história da [[Europa]], do [[mundo ocidental]] e do [[cristianismo]]; o [[cânone]] da [[literatura grega]] antiga inclui obras de importância monumental, que influenciaram de maneira decisiva o cânone da [[literatura]] ocidental posterior; entre as obras de destaque estão [[poesia épica|poemas épicos]] como a ''[[Ilíada]]'' e a ''[[Odisseia]]''. O grego também foi a língua na qual diversos dos textos fundamentais da [[filosofia ocidental]], como os [[Diálogos de Platão|diálogos platônicos]] e as obras de [[Aristóteles]], foram escritos; o [[Novo Testamento]] da [[Bíblia]] cristã foi escrito no grego [[koiné]]. Juntamente com os textos [[latim|latinos]] e as tradições do [[mundo romano]], o estudo dos textos gregos e das sociedades da [[Idade Antiga|Antiguidade]] foram a disciplina da [[História]] e [[Arqueologia clássica|Arqueologia Clássica]].


O grego foi uma [[língua franca]] amplamente falada no mundo ao redor do [[mar Mediterrâneo]], e até mesmo em outras partes, durante a [[Antiguidade Clássica]], que se estende do século VIII a.C. até a queda do [[Império Romano do Ocidente]], no ano de 476 d.C. e viria a se tornar o idioma oficial do [[Império Bizantino]]. Em sua [[grego moderno|forma atual]], o grego é falado por pelo menos 15 milhões de pessoas atualmente,<ref>{{citar web|url=http://www.ethnologue.org/show_language.asp?code=ell |título = Greek language|publicado = SIL International |ano = 2009}}</ref> na Grécia, no Chipre, em algumas áreas da [[Albânia]] e nas [[Diáspora grega|comunidades de expatriados]] em diversos países ao redor do mundo.
O grego foi uma [[língua franca]] amplamente falada no mundo ao redor do [[mar Mediterrâneo]], e até mesmo em outras partes, durante a [[Antiguidade Clássica]], que se estende do século VIII a.C. até à queda do [[Império Romano do Ocidente]], no ano de 476 d.C. e viria a se tornar o idioma oficial do [[Império Bizantino]]. Em sua [[grego moderno|forma atual]], o grego é falado por pelo menos 15 milhões de pessoas atualmente,<ref name="Não-nomeado-xXNb-1"/> na Grécia, no Chipre, em algumas áreas da [[Albânia]] e nas [[Diáspora grega|comunidades de expatriados]] em diversos países ao redor do mundo.


As [[Radical (linguística)|raízes]] gregas frequentemente são usadas para formar novas palavras em outros idiomas, especialmente nas áreas de Exatas e em [[Medicina]]; o grego e o latim são as fontes predominantes do [[vocabulário científico internacional]]. Mais de cinquenta mil palavras do [[Língua inglesa|inglês]], por exemplo, têm origem no grego, assim como em [[Português brasileiro|português.]]
As [[Radical (linguística)|raízes]] gregas frequentemente são usadas para formar novas palavras em outros idiomas, especialmente nas áreas de Exatas e em [[Medicina]]; o grego e o latim são as fontes predominantes do [[vocabulário científico internacional]]. Mais de cinquenta mil palavras do [[Língua inglesa|inglês]], por exemplo, têm origem no grego, assim como em [[Português brasileiro|português.]]
== Grego antigo ==
{{Artigo principal|[[Língua grega antiga]]}}
[[Imagem:Beginning Iliad.svg|thumb|Excerto da ''[[Ilíada]]'', de [[Homero]]]]
O grego antigo era uma [[Línguas indo-europeias|língua indo-europeia]] falada na [[Grécia]] durante a [[Antiguidade]], possuindo diversos dialetos, sendo os mais conhecidos o ático e o jônico; tendo, posteriormente, evoluído para o [[grego moderno]].<ref>p. 1-3 em RAGON, E. Gramática grega. 1 ed. ed. São Paulo: Odysseus, 2011.
</ref>
A escrita desta língua se encontra presente em diversos substratos, sendo os mais comuns os [[papiro]]s e as [[estela]]s, mas também se encontram pequenos textos em inscrições em objetos cerâmicos, como o [[óstraco]],<ref>p. 12 em Davoli, Paola. Papyri and Ostraca as Archaeological Objects: The Importance of Context. In.: CAPUTO, C.; LOUGOVAYA, J. Using Ostraca in the Ancient World. Leiden: De Gruyter, 2020.
</ref> e ainda em ossos e metais, como no caso das [[lâminas órficas]].


== Grego moderno ==
== Grego moderno ==
{{AP|[[Grego moderno]]}}
{{Artigo principal|[[Grego moderno]]}}
[[Imagem:Beginning Iliad.svg|thumb|Excerto da ''[[Ilíada]]'', de [[Homero]]]]
[[Imagem:Beginning Iliad.svg|thumb|Excerto da ''[[Ilíada]]'', de [[Homero]]]]
O grego moderno, língua oficial da [[Grécia]] e do [[Chipre]], difere em muitas formas do grego antigo e é falado por cerca de 13,1 milhões de pessoas.<ref>{{citar web|url=http://www.ethnologue.org/show_language.asp?code=ell |título=Greek language|publicado=SIL International |ano=2009}}</ref> Na Grécia, é falado por quase toda a população.<ref>{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/gr.html|título=Greece|obra=[[The World Factbook]]|publicado=[[Central Intelligence Agency]]|acessodata=23 de janeiro de 2010}}</ref> Também é, juntamente com o [[língua turca|turco]], a língua oficial de Chipre, embora o uso oficial do turco tenha sido limitado pela República de Chipre desde a [[invasão turca do Chipre|invasão turca]] de 1974.<ref name=GreekCyprus>{{citar web|url=http://www.cyprus.gov.cy/portal/portal.nsf/0/302578ad62e1ea3ac2256fd5003b61d4?OpenDocument&ExpandSection=3&Click= |título=The Constitution of Cyprus, App. D., Part 1, Art. 3}} afirma que ''As línguas oficiais da República são o grego e o turco''. Entretanto, o ''status'' oficial do turco é somente nominal na parte grega da República do Chipre; na prática, fora do território conhecido como [[República Turca do Chipre do Norte]], o turco é pouco usado. Veja A. Arvaniti (2006): Erasure as a a means of maintaining diglossia in Cyprus, ''San Diego Linguistics Papers'' 2: 25-38. página  27.</ref> Devido à adesão da Grécia e de Chipre à [[União Europeia]], o grego é, atualmente, uma de suas [[Línguas da União Europeia|24 línguas oficiais]].<ref name="European Union">{{citar web|título=The EU at a glance - Languages in the EU|url=http://europa.eu/abc/european_countries/languages/index_en.htm|obra=[[Europa (portal web){{!}}Europa]]|publicado=[[União Europeia]]|acessodata=30/07/2010}}</ref> Além disso, o grego é oficialmente reconhecido como uma [[língua minoritária]] em partes da [[Itália]] e [[Albânia]],<ref name=HumanRights>{{citar web|url=http://www.unhchr.ch/udhr/lang/grk.htm |título=Greek |publicado=[[Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos]] |data= |acessodata=2008-12-08|datali=setembro de 2010}}</ref> bem como na [[Armênia]] e [[Ucrânia]],<ref name=CouncilofEurope>{{citar web|url=http://conventions.coe.int/Treaty/Commun/ListeDeclarations.asp?NT=148&CM=8&DF=23/01/05&CL=ENG&VL=1 |título=List of declarations made with respect to treaty No. 148 |publicado=[[Conselho da Europa]] |data= |acessodata=08/12/2008}}</ref> sem falar na diáspora grega em países europeus e americanos, bem como na [[Austrália]]. Essa diáspora é formada não apenas por descendentes de gregos da Grécia, como também de indivíduos nascidos das ondas de emigração que quase extinguiram as antigas comunidades gregas de lugares como [[Egito]], [[Turquia]], [[Bulgária]] etc..
O grego moderno, língua oficial da [[Grécia]] e do [[Chipre]], difere em muitas formas do grego antigo e é falado por cerca de 13,1 milhões de pessoas.<ref>{{citar web|url=http://www.ethnologue.org/show_language.asp?code=ell |título=Greek language|publicado=SIL International |ano=2009}}</ref> Na Grécia, é falado por quase toda a população.<ref>{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/gr.html|título=Greece|obra=[[The World Factbook]]|publicado=[[Central Intelligence Agency]]|acessodata=23 de janeiro de 2010}}</ref> Também é, juntamente com o [[língua turca|turco]], a língua oficial de Chipre, embora o uso oficial do turco tenha sido limitado pela República de Chipre desde a [[invasão turca do Chipre|invasão turca]] de 1974.<ref name=GreekCyprus>{{citar web|url=http://www.cyprus.gov.cy/portal/portal.nsf/0/302578ad62e1ea3ac2256fd5003b61d4?OpenDocument&ExpandSection=3&Click= |título=The Constitution of Cyprus, App. D., Part 1, Art. 3}} afirma que ''As línguas oficiais da República são o grego e o turco''. Entretanto, o ''status'' oficial do turco é somente nominal na parte grega da República do Chipre; na prática, fora do território conhecido como [[República Turca do Chipre do Norte]], o turco é pouco usado. Veja A. Arvaniti (2006): Erasure as a a means of maintaining diglossia in Cyprus, ''San Diego Linguistics Papers'' 2: 25-38. página  27.</ref> Devido à adesão da Grécia e de Chipre à [[União Europeia]], o grego é, atualmente, uma de suas [[Línguas da União Europeia|24 línguas oficiais]].<ref name="European Union">{{citar web|título=The EU at a glance - Languages in the EU|url=http://europa.eu/abc/european_countries/languages/index_en.htm|obra=[[Europa (portal web){{!}}Europa]]|publicado=[[União Europeia]]|acessodata=30-07-2010}}</ref> Além disso, o grego é oficialmente reconhecido como uma [[língua minoritária]] em partes da [[Itália]] e [[Albânia]],<ref name=HumanRights>{{citar web|url=http://www.unhchr.ch/udhr/lang/grk.htm |título=Greek |publicado=[[Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos]] |data= |acessodata=2008-12-08|datali=setembro de 2010}}</ref> bem como na [[Armênia]] e [[Ucrânia]],<ref name=CouncilofEurope>{{citar web|url=http://conventions.coe.int/Treaty/Commun/ListeDeclarations.asp?NT=148&CM=8&DF=23/01/05&CL=ENG&VL=1 |título=List of declarations made with respect to treaty No. 148 |publicado=[[Conselho da Europa]] |data= |acessodata=08-12-2008}}</ref> sem falar na diáspora grega em países europeus e americanos, bem como na [[Austrália]]. Essa diáspora é formada não apenas por descendentes de gregos da Grécia, como também de indivíduos nascidos das ondas de emigração que quase extinguiram as antigas comunidades gregas de lugares como [[Egito]], [[Turquia]], [[Bulgária]] etc..


A língua grega moderna - isto é, o falar inicialmente restrito a um certo estrato das populações da Grécia meridional, acrescido de componentes eruditos e elementos estrangeiros (principalmente [[Língua francesa|franceses]] e [[Língua inglesa|ingleses]]) - só se tornou a língua oficial do país em [[1976]]. Até esta data, a língua oficial era a chamada "[[catarévussa]]", o grego clássico, uma variante livresca decalcada do [[grego bizantino]]. O debate em torno da reforma linguística, que começou ainda em meados do [[século XIX]], teve a cidade de [[Atenas]] por epicentro e o poeta [[Kostís Palamás]] como figura principal.<ref>http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4041432-EI13894,00-Os+classicos+Cavafy+Os+cavalos+de+Aquiles.html</ref>
A língua grega moderna - isto é, o falar inicialmente restrito a um certo estrato das populações da Grécia meridional, acrescido de componentes eruditos e elementos estrangeiros (principalmente [[Língua francesa|franceses]] e [[Língua inglesa|ingleses]]) - só se tornou a língua oficial do país em [[1976]]. Até esta data, a língua oficial era a chamada "[[catarévussa]]", o grego clássico, uma variante livresca decalcada do [[grego bizantino]]. O debate em torno da reforma linguística, que começou ainda em meados do [[século XIX]], teve a cidade de [[Atenas]] por epicentro e o poeta [[Kostís Palamás]] como figura principal.<ref>[http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4041432-EI13894,00-Os+classicos+Cavafy+Os+cavalos+de+Aquiles.html]</ref>


== Dialetos ==
== Dialetos ==
 
Os dialetos mais importantes são os seguintes:
Os dialetos mais importantes eram os seguintes:
* [[Grego macedônio]] – dialeto usado por [[greco-macedônios]] na [[Macedónia (Grécia)|Macedónia]];
*
* [[Grego cipriota]] – dialeto usado por [[greco-cipriotas]] no [[Chipre]];
* Grego-Macedônio – dialeto usado por [[heleno-macedônios]] na [[Macedónia (Grécia)|Macedónia]];
* [[Grego cretense]] – dialeto usado por [[greco-critas|greco-cretenses]] em [[Creta]];
* Grego-Chiprio – dialeto usado por [[greco-cipriotas]] no [[Chipre]];
* [[Grego trácio]] – dialeto usado por [[greco-tráciotas|greco-trácios]] na [[Trácia]].
* Grego-Cretico – dialeto usado por [[greco-critas]] na [[Creta]];
* Grego-Trácico – dialeto usado por [[greco-tráciotas]] na [[Trácia]].


== Sistema de escrita ==
== Sistema de escrita ==
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Anteriormente, o alfabeto grego (''Ελληνικό αλφάβητο'') foi escrito mediante um [[silabário]], utilizado em [[Creta]] e zonas da [[Grécia]] continental como [[Micenas]] ou [[Pilos]] entre os séculos XVI a.C. e XII a.C. e conhecido como [[linear B]]. O Grego que reproduz parece uma versão primitiva dos dialectos [[arcado-cipriota]] e [[Grego jônico|jónico-ático]], dos quais provavelmente é antepassado, e é conhecido habitualmente como [[grego micênico]].
Anteriormente, o alfabeto grego (''Ελληνικό αλφάβητο'') foi escrito mediante um [[silabário]], utilizado em [[Creta]] e zonas da [[Grécia]] continental como [[Micenas]] ou [[Pilos]] entre os séculos XVI a.C. e XII a.C. e conhecido como [[linear B]]. O Grego que reproduz parece uma versão primitiva dos dialectos [[arcado-cipriota]] e [[Grego jônico|jónico-ático]], dos quais provavelmente é antepassado, e é conhecido habitualmente como [[grego micênico]].


Crê-se que o alfabeto grego deriva duma variante do [[Alfabeto semítico|semítico]], introduzido na [[Grécia]] por mercadores fenícios. Dado que o alfabeto semítico não necessita de notar as vogais, ao contrário da língua grega e outras da família indo-europeia, como o [[latim]] e em consequência o [[Língua portuguesa|português]], os gregos adaptaram alguns símbolos fenícios sem valor fonético em grego para representar as vogais. Este facto pode considerar-se fundamental e tornou possível a transcrição fonética satisfatória das línguas Europeias.
Crê-se que o alfabeto grego deriva duma variante do [[Alfabeto semítico|semítico]], introduzido na Grécia por mercadores fenícios. Dado que o alfabeto semítico não necessita de notar as vogais, ao contrário da língua grega e outras da família indo-europeia, como o [[latim]] e em consequência o [[Língua portuguesa|português]], os gregos adaptaram alguns símbolos fenícios sem valor fonético em grego para representar as vogais. Este facto pode considerar-se fundamental e tornou possível a transcrição fonética satisfatória das línguas Europeias.


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As [[Alfabeto grego#Letras obsoletas|letras obsoletas]] desapareceram do alfabeto nos seus primeiros tempos, antes do denominado período clássico. Dado que a aparição das letras minúsculas é bastante posterior, não existem minúsculas medievais das ditas letras.
As [[Alfabeto grego#Letras obsoletas|letras obsoletas]] desapareceram do alfabeto nos seus primeiros tempos, antes do denominado período clássico. Dado que a aparição das letras minúsculas é bastante posterior, não existem minúsculas medievais das ditas letras.


Originariamente existiram variantes do alfabeto grego, sendo as mais importantes a ocidental (Calcídica) e a oriental (Jónica). A variante ocidental originou o alfabeto etrusco e daí o alfabeto romano. [[Atenas]] adoptou no ano 403 a.C. a variante oriental, dando lugar a que pouco depois desaparecessem as demais formas existentes do alfabeto. Já nesta época o grego escrevia-se da esquerda para a direita, enquanto que a princípio a maneira de o escrever era alternadamente da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, de maneira que se começava pelo lado em que se tinha concluído a linha anterior, invertendo todos os caracteres em dito processo.
Originariamente existiram variantes do alfabeto grego, sendo as mais importantes a ocidental (Calcídica) e a oriental (Jónica). A variante ocidental originou o alfabeto etrusco e daí o alfabeto romano. [[Atenas]] adotou no ano 403 a.C. a variante oriental, dando lugar a que pouco depois desaparecessem as demais formas existentes do alfabeto. Já nesta época o grego escrevia-se da esquerda para a direita, enquanto que a princípio a maneira de o escrever era alternadamente da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, de maneira que se começava pelo lado em que se tinha concluído a linha anterior, invertendo todos os caracteres em dito processo.
 
O factor inovador introduzido com o alfabeto grego são as vogais. As primeiras vogais foram [[?|Alfa]], [[Épsilon]], [[Iota]], [[Ómicron]] e [[Upsilon]]. Se se contempla o processo de criação do alfabeto grego como resultado de um processo dinâmico baseado na adoção de vários alfabetos semíticos através do tempo, encontrando inclusive influências do linear-B, poder-se-ia dar uma explicação mais satisfatória da sua origem do que as teorias que postulam uma adaptação única de um alfabeto determinado num momento dado.
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O factor inovador introduzido com o alfabeto grego são as vogais. As primeiras vogais foram [[?|Alfa]], [[Épsilon]], [[Iota]], [[Ómicron]] e [[Upsilon]]. Se se contempla o processo de criação do alfabeto grego como resultado de um processo dinâmico baseado na adopção de vários alfabetos semíticos através do tempo, encontrando inclusive influências do linear-B, poder-se-ia dar uma explicação mais satisfatória da sua origem do que as teorias que postulam uma adaptação única de um alfabeto determinado num momento dado.
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== O Grego do [[Império Bizantino]] ==
== O Grego do [[Império Bizantino]] ==
O Grego bizantino (''do grego: Εκλακβτισ/Eklakbtis'') foi o grego falado durante todos os anos de existência do [[Império Bizantino]]. Foi criado por Δαβι Νηαπτά (Dabí Vhaptá), um escritor da [[Grécia]], na época. Ele dizia que o idioma ''Grego da Grécia'' só poderia ser falado pela própria. Assim, foi criado o Eklakbtis, porém, não possui muitas diferenças. Datam-se que em [[1453]] d.C, o Império Romano do Oriente (ou Império Bizantino) acaba, assim, quase se extinguiu o Grego bizantino.
O Grego bizantino (''do grego: Εκλακβτισ/Eklakbtis'') foi o grego falado durante todos os anos de existência do [[Império Bizantino]]. Foi criado por Δαβι Νηαπτά (Dabí Vhaptá), um escritor da [[Grécia]], na época. Ele dizia que o idioma ''Grego da Grécia'' só poderia ser falado pela própria. Assim, foi criado o Eklakbtis, porém, não possui muitas diferenças. Datam-se que em [[1453]] d.C, o Império Romano do Oriente (ou Império Bizantino) acaba, assim, quase se extinguiu o Grego bizantino.
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Em [[2007]], foi para [[Guinness Book]] (o Livro dos Recordes), por ser a "Língua com menos falantes no mundo", possuindo apenas 4 falantes: 2 são gregos (um deles é descendente de Dabí Vhaptá), 1 brasileiro e 1 turco.
Em [[2007]], foi para [[Guinness Book]] (o Livro dos Recordes), por ser a "Língua com menos falantes no mundo", possuindo apenas 4 falantes: 2 são gregos (um deles é descendente de Dabí Vhaptá), 1 brasileiro e 1 turco.
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== Ligações externas ==
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{{Controle de autoridade}}


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[[Categoria:Línguas da Geórgia|Grego]]

Edição atual tal como às 12h35min de 22 de agosto de 2022

Grego

Ελληνικά

Falado(a) em:  Grécia
 Chipre
Predefinição:Country data Albânia
Total de falantes: 13,4 milhões (2012)[1]
Posição: 74
Família: Indo-europeia
 Helênica
  Ática
   Grego
Escrita: Alfabeto grego
Estatuto oficial
Língua oficial de:  Grécia
 Chipre
Predefinição:EU
Regulado por: Sem regulador oficial
Códigos de língua
ISO 639-1: el
ISO 639-2: gre (B)ell (T)
ISO 639-3: ell

Idioma Griego.PNG

O grego (ελληνικά, transl. Eliniká, Predefinição:IPA2 ou ελληνική γλώσσα, AFI:[eliniˈki ˈɣlosa], lit. "língua helênica") é uma língua de um ramo independente da família linguística indo-europeia. É a língua oficial da Grécia e do Chipre, e também uma das 24 línguas oficiais da União Europeia. Natural do sul dos Bálcãs, oeste da Ásia Menor e a região em torno do mar Egeu, é o idioma indo-europeu com a mais longa e bem documentada história, abrangendo 34 séculos de registros escritos. Seu sistema de escrita foi o alfabeto grego durante a maior parte de sua história; outros sistemas, como o Linear B e o silabário cipriota também foram utilizados. O alfabeto grego surgiu a partir da escrita fenícia, e acabou dando origem, por sua vez, aos alfabetos latino, cirílico, copta, e diversos outros sistemas de escrita.

O idioma grego tem um lugar importante na história da Europa, do mundo ocidental e do cristianismo; o cânone da literatura grega antiga inclui obras de importância monumental, que influenciaram de maneira decisiva o cânone da literatura ocidental posterior; entre as obras de destaque estão poemas épicos como a Ilíada e a Odisseia. O grego também foi a língua na qual diversos dos textos fundamentais da filosofia ocidental, como os diálogos platônicos e as obras de Aristóteles, foram escritos; o Novo Testamento da Bíblia cristã foi escrito no grego koiné. Juntamente com os textos latinos e as tradições do mundo romano, o estudo dos textos gregos e das sociedades da Antiguidade foram a disciplina da História e Arqueologia Clássica.

O grego foi uma língua franca amplamente falada no mundo ao redor do mar Mediterrâneo, e até mesmo em outras partes, durante a Antiguidade Clássica, que se estende do século VIII a.C. até à queda do Império Romano do Ocidente, no ano de 476 d.C. e viria a se tornar o idioma oficial do Império Bizantino. Em sua forma atual, o grego é falado por pelo menos 15 milhões de pessoas atualmente,[1] na Grécia, no Chipre, em algumas áreas da Albânia e nas comunidades de expatriados em diversos países ao redor do mundo.

As raízes gregas frequentemente são usadas para formar novas palavras em outros idiomas, especialmente nas áreas de Exatas e em Medicina; o grego e o latim são as fontes predominantes do vocabulário científico internacional. Mais de cinquenta mil palavras do inglês, por exemplo, têm origem no grego, assim como em português.

Grego antigo

Ver artigo principal: Língua grega antiga
Excerto da Ilíada, de Homero

O grego antigo era uma língua indo-europeia falada na Grécia durante a Antiguidade, possuindo diversos dialetos, sendo os mais conhecidos o ático e o jônico; tendo, posteriormente, evoluído para o grego moderno.[2]

A escrita desta língua se encontra presente em diversos substratos, sendo os mais comuns os papiros e as estelas, mas também se encontram pequenos textos em inscrições em objetos cerâmicos, como o óstraco,[3] e ainda em ossos e metais, como no caso das lâminas órficas.

Grego moderno

Ver artigo principal: Grego moderno
Excerto da Ilíada, de Homero

O grego moderno, língua oficial da Grécia e do Chipre, difere em muitas formas do grego antigo e é falado por cerca de 13,1 milhões de pessoas.[4] Na Grécia, é falado por quase toda a população.[5] Também é, juntamente com o turco, a língua oficial de Chipre, embora o uso oficial do turco tenha sido limitado pela República de Chipre desde a invasão turca de 1974.[6] Devido à adesão da Grécia e de Chipre à União Europeia, o grego é, atualmente, uma de suas 24 línguas oficiais.[7] Além disso, o grego é oficialmente reconhecido como uma língua minoritária em partes da Itália e Albânia,[8] bem como na Armênia e Ucrânia,[9] sem falar na diáspora grega em países europeus e americanos, bem como na Austrália. Essa diáspora é formada não apenas por descendentes de gregos da Grécia, como também de indivíduos nascidos das ondas de emigração que quase extinguiram as antigas comunidades gregas de lugares como Egito, Turquia, Bulgária etc..

A língua grega moderna - isto é, o falar inicialmente restrito a um certo estrato das populações da Grécia meridional, acrescido de componentes eruditos e elementos estrangeiros (principalmente franceses e ingleses) - só se tornou a língua oficial do país em 1976. Até esta data, a língua oficial era a chamada "catarévussa", o grego clássico, uma variante livresca decalcada do grego bizantino. O debate em torno da reforma linguística, que começou ainda em meados do século XIX, teve a cidade de Atenas por epicentro e o poeta Kostís Palamás como figura principal.[10]

Dialetos

Os dialetos mais importantes são os seguintes:

Sistema de escrita

Greek alphabet alpha-omega.svg
Alfabeto grego
Αα Αlfa Νν Ni
Ββ Beta Ξξ Csi
Γγ Gama Οο Ómicron
Δδ Delta Ππ Pi
Εε Épsilon Ρρ
Ζζ Zeta Σσς Sigma
Ηη Eta Ττ Tau
Θθ Teta Υυ Úpsilon
Ιι Iota Φφ Fi
Κκ Capa Χχ Qui
Λλ Lambda Ψψ Psi
Μμ Mi Ωω Ômega
Letras obsoletas
Digamma uc lc.svg Digama San uc lc.svg San
Heta uc lc.svg Hetá Sho uc lc.svg Sho
Letras numéricas
Stigma uc lc.svg Stigma Sampi uc lc.svg Sampi
Qoppa new uc lc.svg Qoppa

O alfabeto utilizado para escrever a língua grega teve o seu desenvolvimento por volta do século IX a.C., utilizando-se até aos nossos dias, tanto no grego moderno como também na Matemática, Astronomia, etc.

Anteriormente, o alfabeto grego (Ελληνικό αλφάβητο) foi escrito mediante um silabário, utilizado em Creta e zonas da Grécia continental como Micenas ou Pilos entre os séculos XVI a.C. e XII a.C. e conhecido como linear B. O Grego que reproduz parece uma versão primitiva dos dialectos arcado-cipriota e jónico-ático, dos quais provavelmente é antepassado, e é conhecido habitualmente como grego micênico.

Crê-se que o alfabeto grego deriva duma variante do semítico, introduzido na Grécia por mercadores fenícios. Dado que o alfabeto semítico não necessita de notar as vogais, ao contrário da língua grega e outras da família indo-europeia, como o latim e em consequência o português, os gregos adaptaram alguns símbolos fenícios sem valor fonético em grego para representar as vogais. Este facto pode considerar-se fundamental e tornou possível a transcrição fonética satisfatória das línguas Europeias.

Letra Nome Som antigo Som moderno Valor Alfabeto semítico HTML
Α α Alfa /a/ /aː/ (a longo ou breve) /ä/ 1 Aleph (') /a/ &alpha;
Β β Beta /b/ /β/ 2 Beth /b/ &beta;
Γ γ Gama /g/ /ɣ/ /ʝ/ /ɡ/ /ŋ/ 3 Gimel /g/ &gamma;
Δ δ Delta /d/ /ð/ 4 Daleth /d/ &delta;
Ε ε Épsilon /e/ (e sempre breve) /e̞/ 5 He (h) /h/ &epsilon;
Ϝ ϝ Digama /w/→(a grafia é de dois gamas) 6 Waw (Vav) /w/
Ϛ ϛ Stigma /st/ 6 De Shin e Taw
Ζ ζ Zeta /dz/ (ds, z italiano) /z/ 7 Zain /dz/ &zeta;
Ͱ ͱ Ηeta /h/ Heth (h*)
Η η Eta /ɛː/ (e sempre longo) /i/ 8 Heth (h*) &eta;
Θ θ Teta /tʰ/ /θ/ 9 Thet (t*) &theta;
Ι ι Iota /i/ /i/ /j/ 10 Yodh (y) /j/ &iota;
Κ κ Capa /k/ /k/ /c/ 20 Kaph /k/ &kappa;
Λ λ Lambda /l/ /l/ 30 Lamed /l/ &lambda;
Μ μ Miu /m/ /m/ 40 Mem /m/ &mu;
Ν ν Niu /n/ /n/ 50 Nun /n/ &nu;
Ξ ξ Csi /ks/ /ks/ 60 Samekh (s) &xi;
Ο ο Ómicron /o/ (o sempre breve) /o̞/ 70 Ain () &omicron;
Π π Pi /p/ /p/ 80 Pe /p/ &pi;
Ϻ ϻ San /ts/ Sade (s*) /ts/
Ϙ ϙ Qoppa /k/ 90 Qoph /q/
Ρ ρ /r/ /r/ 100 Resh /r/ &rho;
Σ σ,ς Sigma /s/ /s/ 200 Shin (sh) /ʃ/, Sin /s/ &sigma;
Τ τ Tau /t/ /t/ 300 Taw /t/ &tau;
Υ υ Upsilon /u/, depois /y/ (u francês ou ü alemão) /i/ 400 De Waw &upsilon;
Φ φ Fi /pʰ/ /f/ 500 origem incerta &phi;
Χ χ Qui /kʰ/ /x/ /ç/ 600 origem incerta &chi;
Ψ ψ Psi /ps/ /ps/ 700 origem incerta &psi;
Ω ω Ómega /ɔː/ (o sempre longo) /o/ 800 origem incerta &omega;
Ͳ ͳ Sampi /sː/ /ks/ 900 origem incerta
Ϸ ϸ Sho /ʃ/ origem incerta

As letras obsoletas desapareceram do alfabeto nos seus primeiros tempos, antes do denominado período clássico. Dado que a aparição das letras minúsculas é bastante posterior, não existem minúsculas medievais das ditas letras.

Originariamente existiram variantes do alfabeto grego, sendo as mais importantes a ocidental (Calcídica) e a oriental (Jónica). A variante ocidental originou o alfabeto etrusco e daí o alfabeto romano. Atenas adotou no ano 403 a.C. a variante oriental, dando lugar a que pouco depois desaparecessem as demais formas existentes do alfabeto. Já nesta época o grego escrevia-se da esquerda para a direita, enquanto que a princípio a maneira de o escrever era alternadamente da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, de maneira que se começava pelo lado em que se tinha concluído a linha anterior, invertendo todos os caracteres em dito processo.

O factor inovador introduzido com o alfabeto grego são as vogais. As primeiras vogais foram Alfa, Épsilon, Iota, Ómicron e Upsilon. Se se contempla o processo de criação do alfabeto grego como resultado de um processo dinâmico baseado na adoção de vários alfabetos semíticos através do tempo, encontrando inclusive influências do linear-B, poder-se-ia dar uma explicação mais satisfatória da sua origem do que as teorias que postulam uma adaptação única de um alfabeto determinado num momento dado.

Referências

  1. 1,0 1,1 «Greek language». SIL International. 2009 
  2. p. 1-3 em RAGON, E. Gramática grega. 1 ed. ed. São Paulo: Odysseus, 2011.
  3. p. 12 em Davoli, Paola. Papyri and Ostraca as Archaeological Objects: The Importance of Context. In.: CAPUTO, C.; LOUGOVAYA, J. Using Ostraca in the Ancient World. Leiden: De Gruyter, 2020.
  4. «Greek language». SIL International. 2009 
  5. «Greece». The World Factbook. Central Intelligence Agency. Consultado em 23 de janeiro de 2010 
  6. «The Constitution of Cyprus, App. D., Part 1, Art. 3»  afirma que As línguas oficiais da República são o grego e o turco. Entretanto, o status oficial do turco é somente nominal na parte grega da República do Chipre; na prática, fora do território conhecido como República Turca do Chipre do Norte, o turco é pouco usado. Veja A. Arvaniti (2006): Erasure as a a means of maintaining diglossia in Cyprus, San Diego Linguistics Papers 2: 25-38. página 27.
  7. «The EU at a glance - Languages in the EU». Europa. União Europeia. Consultado em 30 de julho de 2010 
  8. «Greek». Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Consultado em 8 de dezembro de 2008 [ligação inativa] 
  9. «List of declarations made with respect to treaty No. 148». Conselho da Europa. Consultado em 8 de dezembro de 2008 
  10. [1]

Ligações externas

Wikilivros
O Wikilivros tem um livro chamado Grego moderno

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