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Sintoma

A preocupação é um exemplo de sintoma.

Na literatura médica, sintoma é qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não consistir-se em um início de doença. Em psicopatologia, sintoma é todo relato do paciente acerca de sensações ou sofrimento de cunho subjetivo apresentado durante a entrevista médica. Por ser subjetivo, relaciona-se com tudo que não pode ser mensurado ou objetivamente observado, mas, naturalmente, não pode ser desprezado, pois trata-se de uma queixa válida do paciente.

Sintomas são frequentemente confundidos com sinais, que são as alterações percebidas ou medidas por outra pessoa, geralmente um profissional de saúde. A diferença entre sintoma e sinal é que o sinal é aquilo que pode ser percebido por outra pessoa sem o relato ou comunicação do paciente e o sintoma é a queixa relatada pelo paciente mas que só ele consegue perceber.

Sintomas são subjetivos, sujeitos à interpretação do próprio paciente. A variabilidade descritiva dos sintomas varia enormemente em função da cultura do paciente, assim como da valorização que cada pessoa dá às suas próprias percepções.

Quando de um atendimento de alguém por um profissional de saúde, compete ao profissional saber colher as informações necessárias ao pleno conhecimento das características dos sintomas.

Definição de sintoma segundo a semiótica

Sintoma também pode ser entendido como sinônimo de índice. Na semiótica, a ciência geral dos signos, índices e sintomas são signos em que a relação entre significado e significante não é arbitrária, mas sim determinada pela experiência vivenciada pelo interpretador ou pela contiguidade de fato entre dois elementos.[1]

Identificação dos Sintomas

A identificação dos sintomas faz-se essencialmente, pelo interrogatório do paciente, pois, sem seu relato ou qualquer outra forma de comunicação lúcida, é impossível conhecê-los. Em poucas áreas do conhecimento da saúde, como a neonatologia, por exemplo, não ocorre a identificação dos sintomas, uma vez que o seu paciente, recém nascido, não se comunica de modo lúcido. A etimologia da palavra Sintoma vem do grego. Sin = junção e Tomo = pedaços. Ou seja, a palavra "sintoma" tem a ver com juntar as peças de várias sinalizações orgânicas ou psíquicas, mediante uma doença; assim como num quebra-cabeça.

Caracterização dos sintomas

A caracterização dos sintomas baseia-se em sete princípios ou componentes dos sintomas, a saber:

Cronologia, Localização Corporal, Qualidade, Quantidade, Circunstâncias, Fatores Agravantes ou atenuantes e Manifestações Associadas.

  • Cronologia é a identificação dos aspectos relacionados ao tempo e sequência de evolução dos sintomas como a hora do dia, o dia do ciclo menstrual, etc;
  • Localização Corporal não é apenas determinar o local dos sintomas mas sua irradiação e profundidade. Deve-se ter em mente que as pessoas nomeiam partes do seu corpo de modo diferente, conforme seu próprio conhecimento.
  • Qualidade é um dos aspectos mais difíceis de se determinar, uma vez que conta com a descrição que o paciente faz de suas percepções. As comparações que muitas vezes são feitas remetem à memória individual, às experiências de cada um de nós. Por exemplo, a sensação de calor varia em função da hereditariedade, da região onde mora, etc.
  • Quantidade é a descrição da intensidade, frequência, número de vezes em que o fenômeno ocorreu, intervalo entre os episódios, volumes de secreções, abaulamentos, edemas.
  • Circunstâncias em que o sintoma ou sintomas ocorrem, como local, atividade que exerce no momento da ocorrência do sintoma, exposição a fatores ambientais, ingestão de alimentos, por exemplo.
  • Fatores Agravantes ou atenuantes, embora claramente compreendidos, exigem, do examinador, a ciência exata das relações entre os sintomas e os fatores que neles interferem, de modo a poder selecionar e identificar, sem sugestionar o paciente, aquilo que realmente interfere ou não com o sintoma.
  • Manifestações Associadas podem ajudar até mesmo na identificação de síndromes. Como nem sempre o paciente tem a noção da importância da ocorrência de um fenômeno simultâneo a outro, compete ao médico o interrogatório e a associação dos eventos.

Exemplos de sintomas

Notas

  1. Para uma classificação dos signos, veja SCHAFF, Adam. Introdução à semântica. Coimbra: Almedina, 1968.

Ver também

Bibliografia

  1. López, M., Laurentis, J.M.; Semiologia Médica, livraria Atheneu, Livraria Interminas, 1988.
  2. Surós, J.Semiologia Médica e Técnica Exploratória, Guanabara Koogan, 1981.


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