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Voz humana

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O espectrograma da voz humana revela seu rico conteúdo harmônico.

A voz humana consiste no som produzido pela vibração das pregas vocais modificado pelo trato vocal. A voz humana é usada para falar, cantar, gargalhar, bocejar, soluçar, chorar, gritar etc. Sua frequência varia entre 50 e 3400 Hz. De modo geral, o mecanismo para gerar a voz humana pode ser subdividido em três partes: os pulmões, as pregas vocais dentro da laringe e os articuladores - lábios, língua, dentes, palato duro, palato mole e mandíbula. O pulmão produz um fluxo de ar, que funciona como um combustível para a voz, que é expulso pelo diafragma e passa para as pregas vocais, que vibram e transformam esse ar em pulsos sonoros, formadores da fonte de som da laríngeo. Os músculos da laringe ajustam a duração e a tensão das pregas vocais para adequar a altura e o tom. Os articuladores articulam e filtram o som emanado pela laringe e até certo ponto podem interagir com o fluxo de ar para fortalecê-lo ou enfraquecê-lo como a fonte do som.[1]

As pregas vocais, juntamente com os articuladores, são capazes de produzir sons altamente intrincados. O tom da voz pode ser modificado para sugerir emoções como raiva, surpresa e felicidade. Cantores usam a voz humana como um instrumento para criar música.[2]

Produção

A voz é produzida quando o ar respiratório (vindo dos pulmões) passa pelas pregas vocais, e por nosso comando neural, por meio de ajustes musculares, faz pressões de diferentes graus na região abaixo das pregas vocais, fazendo-as vibrarem. Esse mecanismo se assemelha ao balão, quando o secamos apertando sua "boca", provocando um ruído agudo, fruto da vibração da borracha.[3]

O ar expiratório, que fez as pregas vocais vibrarem, vai sendo modificado e os sons vão sendo articulados (vogais e consoantes). Depois, emitidos pela boca, criam a onda sonora que vai atingir a cóclea do ouvinte. Então a voz é ouvida.[4]

As pregas vocais vibram muito rapidamente. Nos homens, esse número de ciclos vibratórios fica em torno de 125 vezes em um segundo. Na mulher, que tem voz, geralmente, mais aguda, o número aumenta para 250 vezes por segundo. A essa característica damos o nome de frequência. As pregas vocais do homem têm mais massa e são menos esticadas que as da mulher (como no violão, as cordas mais esticadas são mais agudas e vibram mais que as cordas mais graves).[5][1]

Voz e comunicação

A voz é uma característica humana intimamente relacionada com a necessidade do homem de se agrupar e se comunicar. Ela é produto da sua evolução, um trabalho em conjunto do sistema nervoso, respiratório e digestivo, e de músculos, ligamentos e ossos, atuando harmoniosamente para que se possa obter uma emissão eficiente. As pregas vocais (ou cordas vocais), primordialmente, não foram feitas para o uso da voz. Esta foi uma função na qual a laringe (local onde se encontram as pregas vocais) se especializou, mas estes músculos foram desenvolvidos, em primeiro lugar, para as funções de respiração, alimentação e esfincteriana.[1][6]

A voz está associada à fala, na realização da comunicação verbal, e pode variar quanto à intensidade, altura, inflexão, ressonância, articulação e muitas outras características.[6][1]

Eufonia e disfonia

À emissão de uma voz saudável damos o nome de eufonia. A uma voz doente, ou seja, com uma ou mais de suas características alterada, damos o nome de disfonia. A disfonia pode ser orgânica, funcional ou mista (orgânica-funcional). Ela não é uma doença, mas o sintoma, uma manifestação de um mau funcionamento de um dos sistemas ou estruturas que atuam na produção da voz.[4][3]

A disfonia pode ser tratada. O profissional habilitado e responsável pela intervenção das disfonias é o fonoaudiólogo, e geralmente este profissional trabalha em conjunto (no caso da voz) com o otorrinolaringologista ou o laringologista. Pode, ainda, trabalhar com o professor de canto. A voz sofre muita influência de hormônios e de nossas emoções. É comum ouvir pessoas que estão muito tristes ou nervosas, roucas. A rouquidão é um tipo de disfonia.[4]

A incapacidade de produzir a voz é chamada de afonia.[4]

Timbre

O timbre da voz humana depende das várias cavidades que vibram em ressonância com as pregas vocais. Aí se incluem as cavidades ósseas, cavidades nasais, a boca, a garganta, a traqueia e os pulmões, bem como a própria laringe.[7]

Frequência

A mais baixa frequência que pode dar a audibilidade a um ser humano é mais ou menos a de 20 hertz (vibrações por segundo), enquanto a mais alta se encontra entre 10.000 e 20.000 hertz, o que depende da idade do ouvinte (quanto mais idoso menores as frequências máximas ouvidas). A frequência comum de um piano é de 40 a 4.000 hertz e a da voz humana se encontra entre 50 e 3.400 hertz.[6][3]

O recorde de registro (tessitura) de voz mais alta pertence a Georgia Brown, que possui o registro de exatas oito oitavas (G2 à G10), o que é mais alto do que qualquer nota de piano.[1]

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 webe0601 (5 de fevereiro de 2019). «Lions Voice Clinic». Medical School - University of Minnesota (em English). Consultado em 26 de maio de 2022 
  2. Emotion, Affect and Personality in Speech (em English). [S.l.: s.n.] 
  3. 3,0 3,1 3,2 «Breath-Stream Dynamics». www.rothenberg.org. Consultado em 26 de maio de 2022 
  4. 4,0 4,1 4,2 4,3 Clippinger, D. A. (David Alva) (7 de out. de 2006). The Head Voice and Other Problems: Practical Talks on Singing. [S.l.: s.n.] 
  5. «UCL Phonetics & Linguistics». web.archive.org. 24 de setembro de 2006. Consultado em 26 de maio de 2022 
  6. 6,0 6,1 6,2 Kruszelnicki, Karl S. (19 de março de 2002). «Speak and Choke 1». www.abc.net.au (em English). Consultado em 26 de maio de 2022 
  7. Kruszelnicki, Karl S. (19 de março de 2002). «Speak and Choke 1». www.abc.net.au (em English). Consultado em 26 de maio de 2022 

Ligações externas

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