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Povos ibéricos pré-romanos

Ethnographic Iberia 200 BCE.PNG
Mapa étnico-linguístico da Península Ibérica cerca de 200 a.C.[2]
Série
História da península Ibérica
Portugal Espanha
Pré-História
Período pré-romano
Invasão romana
Hispânia: Citerior e Ulterior
Bética; Cartaginense; Galécia; Lusitânia e Tarraconense
Migrações bárbaras: Suevos e Visigodos
Invasão e domínio árabe
Período das taifas
A Reconquista e o Reino das Astúrias
Reino de Leão
Portucale   Aragão; Castela-Leão e Navarra

Povos ibéricos pré-romanos descreve os povos que habitavam a Península Ibérica (actual Andorra, Portugal e Espanha) pouco antes da invasão romana iniciada em 218 a.C., quando se dá a Segunda Guerra Púnica. Embora a pré-história registe a presença de neandertais e do homem moderno desde há pelo menos quinhentos mil anos, os povos pré-romanos incluem-se na proto-História, decorrida essencialmente durante a Idade do Ferro.

Pensa-se que a Península Ibérica era habitada inicialmente por povos autóctones, que vieram a ser conhecidos como iberos. Posteriormente, desde o oitavo ao sexto século antes de Cristo, chegaram à região povos Indo-Europeus de origem celta, portadores da Cultura de Hallstatt da Idade do Ferro, deixando os povos ibéricos (ainda culturalmente na Idade do Bronze) praticamente intactos no sul e no oeste.[1] Havia, contudo, zonas de contacto entre esses dois povos, como na Meseta Central e na Catalunha e em Aragão.[1]

Os geógrafos gregos deram o nome da Ibéria, provavelmente derivado do rio Ebro (Iberus), a todas as tribos instaladas na costa sueste. Avieno no poema Ora Maritima (século IV d.C.) descreve a existência de várias etnias na costa meridional atlântica, provavelmente, os responsáveis pelo comércio com o atlântico norte — os estrímnios e os cinetes (ou cónios).

Gregos e fenícios-cartagineses também habitaram a Península, onde estabeleceram pequenas colónias-feitorias comerciais costeiras semi-permanentes de grande importância estratégica.

Povos não indo-europeus

Principais áreas linguísticas da Península Ibérica c. 300 a.C.: aquitânica (verde), ibérica (laranja), celta e proto-celta (branco, rosa e azul claro), colónias cartaginesas (azul) e gregas (vermelho)

Iberos

A célebre "Dama de Elche", Predefinição:-séc com características que mostram forte influência clássica grega.

A cultura dos Iberos desenvolveu-se no Sul e no Leste da península durante a Idade do Bronze, entre os séculos VIII-VI antes de Cristo. Constituíam um conglomerado de grupos e tribos independentes umas das outras e não uma unidade sócio-política. Foram influenciados pelos Fenícios e pelos Gregos, com os quais contactaram demorada e intimamente, pelo facto de estes terem fundado várias colónias nas costas peninsulares, como Cádis (fenícia) e Ampúrias (grega), centro de onde irradiou a sua cultura para os povos autóctones. A sociedade ibérica era urbana, vivendo em aldeias e oppida (povoações fortificadas).[2]

Foram, talvez, o povo mais avançado da península pré-romana. Adoptaram dos gregos o cultivo da vinha e da oliveira. Criavam cavalos, desenvolveram uma sofisticada metalurgia e exploravam minas de prata perto de Cartagena, ferro no vale do Ebro, tal como depósitos de cobre e estanho. Do que sobreviveu da sua arte, podemos constatar que era de grande qualidade e beleza, como a "Dama de Elche" ou a "Dama de Guardamar". A sua sociedade estava dividida em diferente classes, incluindo governantes ou caudilhos (latim: "regulus"), nobres, sacerdotes, artesãos e escravos. A sua religião era politeísta, mas a maior parte dos deuses e os seus cultos são-nos desconhecidos. Divindades fenícias como Tanit, Baal e Melkart e gregas como Ártemis, Deméter e Asclépio eram conhecidas e veneradas. A aristocracia reunia-se em consílios e os caudilhos mantinham o poder através de um sistema de vassalagem ou obrigação.

A língua ibérica era uma língua não indo-europeia e continuou a ser falada até ao domínio romano, quando foi substituída pelo latim. Foram encontradas numerosas inscrições nesta língua, que tinha o seu próprio sistema de escrita. Apesar de os estudiosos conseguirem transliterar os seus fonemas, a língua continua indecifrável. Pensou-se no passado que a língua dos iberos fosse aparentada à língua basca (dada que ambas não são indo-europeias), mas, hoje, a maioria dos estudiosos pensa que são separadas.[1][2]

Os conflitos com os cartagineses e romanos, durante as Guerras Púnicas, e a posterior conquista romana da Hispânia, levaram a que os centros de povoação se tornassem os assentamentos romanos, o que levou ao abandono das cidades iberas.[2]

Placa de chumbo com inscrição ibérica encontrada em Penya del Moro

Povos indo-europeus

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