Predefinição:Monumento A citânia de Briteiros é um sítio arqueológico da Idade do Ferro, situado no alto do monte de São Romão, na freguesia de Salvador de Briteiros, município de Guimarães (a cerca de 15 km de distância a Noroeste desta cidade).[1] Fica também perto dos santuários do Sameiro e do Bom Jesus de Braga. É uma citânia com as características gerais da cultura dos castros do noroeste da Península Ibérica.
Encontra-se classificada como Monumento Nacional desde 1910.[2][3]
História
Trata-se de um sítio arqueológico da Idade do Ferro, que permaneceu ocupada à época da invasão romana da Península Ibérica.
A influência da romanização neste povoado, no século I a.C., é evidenciada em numerosos vestígios, tais como inscrições latinas, moedas da República e do Império, fragmentos de cerâmica importada (terra sigillata), vidros, e outros.
Esta citânia deve ter sido definitivamente abandonada no século III.
As suas ruínas foram descobertas pelo arqueólogo Martins Sarmento em 1875.
Outros monumentos do mesmo carácter têm sido identificados em diversos castros da região asturo-galaico portuguesa em Paços de Ferreira, na citânia de Sanfins. Como testemunho do primitivismo das origens da citânia de Briteiros existem os achados de instrumento de pedra eneolíticos ou de bronze inicial. Por outro lado, as "mamoas" nas vizinhanças da citânia e as gravuras rupestres nas encostas dos montes próximos mostram a existência de uma cultura autóctone anterior à romana.
Interpretações recentes permitem atribuir à Citânia de Briteiros o papel de capital política dos "Callaeci Bracari" no início do século I, onde se reuniria o respectivo "consilium gentis" na grande casa circular de bancos adossados às paredes.
Características
Do tipo citânia, apresenta as características gerais da cultura dos castros do noroeste da Península Ibérica. Consiste nos restos de uma povoação, em um sítio elevado, com traços culturais celtas, murada. Na realidade existem três muralhas, com dois metros de largura, em média, e cinco metros de altura.
Revela-se nesta cultura traços da influência indígena no dispositivo topográfico da povoação, no traçado das muralhas, na planta circular das casas, no processo da sua construção e na decoração com motivos geométricos.
Um dos monumentos pré-romanos mais curiosos é um balneário, constando de uma pequena câmara redonda ligada a um recinto quadrangular. Os dois compartimentos eram divididos por uma Pedra Formosa de forma pentagonal, com uma pequena abertura no fundo para se poder passar de um para o outro. Uma das câmaras servia para se tomarem banhos de vapor, a outra para se tomarem banhos de água fria. Durante algum tempo, pensou-se que este balneário fosse um edifício de carácter funerário.
Ver também
- Lista de património edificado no distrito de Braga
- Pedra Formosa da Citânia de Briteiros
- Nomes romanos das cidades portuguesas
- Draganos
- Berrão
Bibliografia
- Balneario Este da Citânia de Briteiros. Casa de Sarmento
- Cardozo, Mário. Citânia de Briteiros e Castro de Sabroso. 11.ª ed., Sociedade Martins Sarmento. Guimarães. 1990. pp. 8-57
- Coutinhas, José Manuel - Aproximação à identidade etno-cultural dos Callaeci Bracari. Porto. 2006
- Silva, Armando Coelho Ferreira da - A Cultura Castreja do Noroeste Peninsular. Paços de Ferreira. 1986
Referências
- ↑ Serrão, Joel. «Citânia de Briteiros». Dicionário de História de Portugal (em português). 1. Porto: Livraria Figueirinhas e Iniciativas Editoriais. p. 383. 3500 páginas
- ↑ Predefinição:Link-igespar
- ↑ Ficha na base de dados SIPA