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Nauru


República de Nauru
Ripubrikin Naoero (nauruano)
Republic of Nauru (inglês)
stylePredefinição:="width:50%; text-align:center; vertical-align:middle" | Bandeira de Nauru stylePredefinição:="width:50%; text-align:center; text-align:center; vertical-align:middle;text-align:center;" |
Brasão de Nauru
stylePredefinição:="border:0; text-align:center"| Bandeira stylePredefinição:="border:0; text-align:center"| Brasão de armas
Lema: God's Will First
(em Predefinição:Língua com nome)
Hino nacional: Nauru Bwiema
Gentílico: nauruano[1]
nauruense[2]

Localização de Nauru

Capital nenhuma oficialPredefinição:Nre
Cidade mais populosa Iarém
Língua oficial Nauruano
Outras línguas InglêsPredefinição:Efn
Governo República presidencialista
• Presidente Lionel Aingimea
• Presidente do Parlamento Marcus Stephen
Independência Da Austrália, da Nova Zelândia, do Reino Unido e da ONU 
• Reconhecida 31 de janeiro de 1968 
Área  
 • Total 21 km² (192.º)
• Água (%) 0,2
População  
 • Estimativa para 2018 10 670 hab. (228.º)
• Densidade 631 hab./km² (10.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2017
• Total US$ 160 milhões USD (estimativa) (192.º)
• Per capita US$ 12 052 USD (estimativa) (194.º)
IDH (2013) 0,652 (159.º) – médio[3]
Moeda Dólar australiano (AUD)
Fuso horário (UTC+12)
Cód. ISO NRU
Cód. Internet .nr
Cód. telef. +674
Website governamental http://www.naurugov.nr/

Nauru (Predefinição:IPA-tudo; em nauruano: Naoero), oficialmente República de Nauru (em inglês: Republic of Nauru; em nauruano: Ripubrikit Naoero) e antes conhecido por Pleasant Island (em português: Ilha Aprazível), é um país insular do hemisfério sul, localizado na Oceania, que compreende uma área de 21 quilômetros quadrados, o que faz dele o menor país insular do mundo.[4] A ilha mais próxima ao país é a Ilha Banaba, no Quiribáti, 300 quilômetros a leste.

Povoado por pessoas da Micronésia e da Polinésia a cerca de 1000 a.C., foi anexada e reivindicada como colônia pelo Império Alemão no final do século XIX. Após a Primeira Guerra Mundial, Nauru se tornou um Mandato da Liga das Nações administrado pela Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi ocupada pelas tropas japonesas e foi contornada pelo avanço dos Aliados no Pacífico. Após o fim da guerra, o país passou a ser tutelado pelas Nações Unidas. Nauru ganhou sua independência em 1968 e tornou-se membro da Comunidade do Pacífico (SPC) em 1969.

Nauru é uma ilha rica em rocha fosfática, e a sua atividade econômica primária desde 1907 foi a exportação de fosfato da ilha. Com o esgotamento das reservas de fosfato, seu ambiente severamente degradado pela mineração, e a confiança estabelecida para administrar a riqueza da ilha significativamente posta em causa, o governo de Nauru ordenou medidas excepcionais para obter rendimento. Desde 2001, aceitou o apoio do governo australiano, em troca do qual a ilha acolhe um centro de detenção para pessoas que procuram asilo na Austrália, que é parte da sua "Solução Pacífica". Como resultado da forte dependência da Austrália, algumas fontes identificaram Nauru como um estado cliente da Austrália.[5][6][7] O Estado soberano é membro das Nações Unidas, Fórum das Ilhas do Pacífico, Commonwealth e Grupo de Estados da África, Caribe e Pacífico.

Etimologia

A etimologia do nome "Nauru" é incerta.[8] O alemão Paul Hambruch que visitou a ilha no início do século XX indica que Naoero pode ser interpretado como uma contração da frase a-nuau-a-a-ororo, que significa "eu vou à praia".

História

Ver artigo principal: História de Nauru

Primeiros habitantes

As origens do povo nauruano permanecem obscuras, dada a falta de registros históricos escritos e concisos, o que acontece com muitos dos povos que vivem no Pacífico.[9] Nauru foi inicialmente habitada por Micronésios e Polinésios há pelo menos 3 mil anos. Havia tradicionalmente doze tribos, que são representadas pela estrela de 12 pontas na bandeira da nação.

Colonização

O primeiro contato de um europeu com a ilha de Nauru foi em 1798 pelo navegador inglês capitão John Fearn[10], que apelidou o local como "Ilha Agradável".

Nauru foi anexada e designada uma "colônia" pela Alemanha em 1888[10] até o final do século XIX, em 1900 é descoberto fosfato na ilha e a extração começa em 1906 por uma empresa anglo-alemã e foi governada pela Austrália durante a Primeira Guerra Mundial e em 1920 tornou-se um mandato da Liga das Nações[4] administrado pela Austrália, com a Nova Zelândia e o Reino Unido na qualidade de coadministradores.[11] A ilha foi ocupada pelo Japão durante a Segunda Guerra Mundial,[4][10] e depois da guerra estabeleceu a tutela novamente, passando a ser um protetorado das Nações Unidas, em 1947.

Independência e após

Nauru obteve a independência em 1968,[4][10] é membro da Commonwealth desde sua independência e das Nações Unidas desde 1999. Em 1970, o país passou a controlar o negócio do fosfato e, em 1993, Austrália e Reino Unido aceitam compensação por danos ambientais por extração de fosfato.[4][10]

Em 2000 esgotam-se as reservas de fosfato e a ilha passa a depender economicamente da Austrália concordando, em 2001, em receber os asilados políticos recusados pela mesma. Os bancos offshore de Nauru foram fechados depois dos Estados Unidos alegarem lavagem de dinheiro.[10]

Em 2004 foi declarado o estado de emergência depois de o parlamento não ter pago o déficit.[10]

Geografia e clima

Ver artigo principal: Geografia de Nauru
Imagem de satélite de Nauru

Nauru é uma pequena ilha de fosfato rodeada de um arrecife que fica exposto com a maré baixa ao oeste do oceano Pacífico, ao sul das Ilhas Marshall. A maior parte da população vive em estreito cinturão costeiro. Uma planície central cobre aproximadamente 45% do território e se até eleva 65 metros sobre o nível do mar num lugar denominado Janor. Possui uma pequena laguna ao sudoeste da ilha, chamada Laguna Buada.

A extração intensiva de fosfato por parte de empresas britânicas tem afetado muito o ecossistema de Nauru, deixando os 90% da parte central da ilha com uma planície não cultivável, além de limitar os recursos atuais do país.

Nauru era uma das três grandes ilhas de fosfato no Oceano Pacífico (as demais são Banaba, em Quiribáti e Malatea, na Polinésia Francesa); porém, as reservas de fosfato quase estão esgotadas depois de devastar os 80% da ilha, deixando um terreno estéril de pináculos de caliza de até 15 metros de altitude. A mineração também teve um impacto sobre a vida marinha, que veio a reduzir em até 40% as espécies.

Devido a sua proximidade com a linha do Equador, o clima de Nauru é equatorial, com constantes chuvas e monções entre os meses de novembro e fevereiro. A disponibilidade de água doce é limitada. Assim, as populações dependem do uso de tanques para recoletar a água e da provisão de uma dessalinizadora.

Fauna e flora

Corais sob a praia de Nauru

Há apenas sessenta espécies registradas de traqueófitas na ilha, nenhuma das quais endêmica. A atividade humana teve repercussões sérias sobre a vida local. Não há mamíferos autóctones da ilha, mas há pássaros, além de insetos e moluscos. Espécies como ratos-do-pacífico foram introduzidas recentemente na ilha, bem como gatos, cachorros, porcos e galinhas.

A vegetação tropical é frequente sobre o litoral e ao redor da Laguna Buada, mas relativamente ausente no centro da ilha por causa da exploração mineira.

Existem algumas espécies endêmicas em Nauru cuja sobrevivência está comprometida pela destruição de seu habitat natural por parte da exploração mineira, a contaminação e a introdução de espécies invasoras (cachorros, gatos, galinhas, ratos da Polinésia, etc.).

O ambiente marinho (em particular o cinturão de coral que cerca a ilha) foi degradado pelos exploradores unidos à exploração de fosfato e a urbanização.

Demografia

"Nauru House" em Melbourne, Austrália

Nauru tem uma população de 13 048 habitantes, segundo o censo de 2005, dos quais 58% são de nativos nauruanos, 28% de outras ilhas do oceano Pacífico, 8% são chineses e 8% são europeus. O idioma oficial é o nauruano. O inglês também é falado e é a língua do comércio e da administração pública. A religião maioritária é o cristianismo, que se divide em protestantes (66%) e católicos (34%).

O crescimento anual da população é estimado em 2,7%. Para o ano de 2015, é estimado que a população alcance os 17 000 habitantes, com um crescimento anual levemente menor, de uns 2,2%. A mortalidade infantil alcança 25 por cada mil crianças, e é elevada a 30 por cada mil crianças de cinco anos. A quantidade de médicos é de 1346 para cada 1000 pessoas (2015).[12]

A taxa de alfabetização alcança 95%, sendo de 93% entre os homens e 96% entre as mulheres. A taxa de inscrição escolar primária alcança 98%, em que 99% para os homens e 97% para as mulheres (2000).

Em 2008 um estudo concluiu que Nauru apresenta o maior IMC médio do mundo: 33,9 entre os homens e os 35 entre as mulheres. Já em 1980 era nesta ilha que se verificavam os maiores níveis de obesidade (28,1 nos homens e 28,3 nas mulheres).[13]

Política

O Parlamento de dezoito membros é eleito de três em três anos e elege um presidente dentre os seus membros e este, por sua vez, nomeia um gabinete de 5-6 membros. O Presidente é o chefe de estado e de governo. Não há um sistema de partidos políticos organizado, mas existe um “Democratic Party” e o “Nauru Party”.

Parlamento de Nauru

A 1 de Junho de 2005 Nauru cortou relações diplomáticas com a República Popular da China e restabeleceu laços com Taiwan.

O país está ainda envolvido num processo judicial que a Austrália levantou contra os Estados Unidos relativo a um acordo secreto. Nauru afirma que agentes representando o governo dos Estados Unidos ofereceram bilhões de dólares para a recuperação económica da ilha, em troca de nova legislação limitando a lavagem de dinheiro e a evasão fiscal, além de propor o estabelecimento de uma embaixada nauruana "fantoche" na China, que funcionaria sob controlo dos Estados Unidos para albergar cientistas e dirigentes da Coreia do Norte que quisessem fugir daquele país, entre os quais Kyong Won-ha, o cientista supostamente responsável pelo programa nuclear de Pyongyang, numa iniciativa conhecida como "Operation Weasel".[14] Quando se descobriu que Nauru estava realmente a rever a sua legislação e tinha encetado os preliminares para o estabelecimento da embaixada (que atraiu suspeitas na China, visto que o seu pessoal era inteiramente ocidental), os Estados Unidos responderam que os agentes que tinham feito a proposta não tinham a respectiva autoridade e negaram a Nauru a prometida ajuda. O caso não está ainda encerrado e os julgamentos preliminares favoreceram Nauru.

Defesa

Nauru apenas tem uma força policial, não tendo forças armadas, estando a sua defesa a cargo da Austrália, apesar de ter 2 542 homens disponíveis para o serviço militar e muitos mais possíveis que aumenta todos os anos.[4]

Subdivisões

Mapa das organizações territoriais de Nauru
Ver artigo principal: Subdivisões de Nauru

Nauru está dividida, administrativamente, em 14 distritos:

Infraestrutura

Transporte

Ver artigo principal: Transportes em Nauru

Uma pequena rede de estradas percorre o perímetro da ilha. A maior estrada tem quarenta e um quilômetros, percorre a faixa litorânea. Para se locomover pelos distritos da ilha estão disponíveis dois táxis. As placas dos automóveis nauruanos são amarelas com uma letra e três números, ambos em cor azul.

Está presente na ilha um aeroporto, Nauru International Airport, dotado de uma longa pista. A única empresa aérea disponível é a Our Airline, com voos que partem apenas às quintas-feiras e sextas-feiras, com destinos a Honiara (Ilhas Salomão) e Brisbane (Austrália).

Economia

Ver artigo principal: Economia de Nauru
Principais produtos de exportação de Nauru em 2019 (em inglês).
Depósito de fosfato ao redor do Lago Buada

Os recursos naturais são peixe, e fosfato,[4] a principal riqueza de Nauru, desde o tempo da colonização, mas as reservas estão praticamente esgotadas, além dos mercados tradicionais deste produto estarem também em baixa. No entanto, as exportações daquele produto deram aos nauruanos, durante algum tempo, um dos mais altos rendimentos per capita do Terceiro Mundo.

Nos anos 1990, Nauru introduziu o sistema de paraíso fiscal e rapidamente se tornou um dos destinos favoritos para dinheiro sujo da máfia russa, chegando a conseguir um “capital” de cerca de 70 bilhões de dólares, segundo uma estimativa do Banco Central da Federação Russa.[carece de fontes?] Isto levou a OCDE a identificar Nauru como um dos 15 paraísos fiscais que não cooperavam na luta contra a lavagem de dinheiro. Com a legislação internacional reforçada contra estas operações, também esta fonte de renda está com os dias contados.

Outra fonte de renda eram os aluguéis cobrados na Nauru House, uma das mais altas edificações em Melbourne, a qual foi construída com os ganhos obtidos através da venda dos fosfatos. Desafortunadamente, as manipulações ruins e a corrupção nos anos 1990 levaram à ruína. As grandes rendas obtidas pela extração de fosfato se desperdiçaram. Em novembro de 2004, num esforço de pagar aos credores de Nauru, foram vendidos os ativos que a nação possuía em Melbourne, incluindo Nauru House.

Nauru atualmente está implicado num caso australiano contra os Estados Unidos em um acordo malsucedido. Como se diz, os representantes dos Estados Unidos ofereceram bilhões de dólares para a recuperação econômica da ilha. Na mudança, Nauru promulgou a legislação que limita a efetividade de lavagem de dinheiro ultramarino e a fuga fiscal. Simultaneamente, estabeleceram uma embaixada nauruana na China (trabalhando na realidade no controle dos Estados Unidos), enquanto ajudando à deserção de cientistas norte-coreanos e funcionários pela fronteira. Supostamente partiu lá Kyong Won-ha, o cientista segundo se disse responsável pela maioria do programa nuclear de Pyongyang. Esta iniciativa foi chamada "Operation Weasel".[14]

Cultura

Uma final de futebol australiano

A cultura de Nauru conserva algumas das tradições das tribos originárias da ilha, mas é latente a introdução de influência ocidental.

Os nauruanos descendem dos polinésios e micronésios, que acreditavam na deusa Eijebong e no espírito da terra chamado Buitani. Duas das doze tribos originais extinguiram-se no século XX: na atualidade, 26 de outubro é celebrado como o dia de Angam, que celebra a recuperação da população de Nauru depois das guerras mundiais que reduziram a população indígena a menos de 1500 habitantes.

Não há notícias diárias, mas há bastante publicações e boletins a cada quinze dias. Há uma estação de televisão chamada Nauru Television (NTV), que retransmite a programação da Nova Zelândia, e uma estação estatal de rádio. Nauru emite programação de rádio para a Austrália e para BBC Radiate. Ambos são de propriedade estatal.

O esporte mais popular é o futebol australiano. Há uma liga nacional com sete equipes e todas as partidas são jogadas no único estádio da ilha, o Linkbelt Oval. Outros esportes populares são o softbol, o cricket, o golfe, a vela, o tênis e o futebol.

Feriados

Data Nome em português
1 de janeiro Ano Novo
31 de janeiro Festa da Independência
17 de maio Dia da constituição
25 de setembro Dia Nacional da Juventude
26 de outubro Dia de Angam
1 de novembro Todos os Santos
25 de dezembro Natal
26 de dezembro Boxing Day (dia seguinte ao dia de Natal)

Desporto

Ver também

Predefinição:Notas

Referências

  1. «nauruano». Vocabulário Ortográfico Português. Instituto de Linguística Teórica e Computacional – Portal da Língua Portuguesa. Consultado em 22 de março de 2012 
  2. «nauruense». Vocabulário Ortográfico Português. Instituto de Linguística Teórica e Computacional – Portal da Língua Portuguesa. Consultado em 22 de março de 2012 
  3. Quality of Life, Balance of Powers, and Nuclear Weapons (2015) Avakov, Aleksandr Vladimirovich. Algora Publishing.
  4. 4,0 4,1 4,2 4,3 4,4 4,5 4,6 «Australia-Oceania :: Nauru» (em inglês). CIA (Estados Unidos) 
  5. «Pacific correspondent Mike Field». Radio New Zealand. 18 de junho de 2015. Consultado em 8 de dezembro de 2015. Cópia arquivada em 10 de dezembro de 2015 
  6. «Nauru's former chief justice predicts legal break down». Special Broadcasting Service. Consultado em 8 de dezembro de 2015. Cópia arquivada em 10 de dezembro de 2015 
  7. Ben Doherty. «This is Abyan's story, and it is Australia's story». The Guardian. Consultado em 12 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 26 de fevereiro de 2017 
  8. André Cherpillod, Dictionnaire étymologique des noms géographiques, éd. Masson, 1991, p. 325, ISBN 2-225-81038-9
  9. Honor C. Maude (2001). editorips, ed. The string figures of Nauru Island. [S.l.: s.n.] 199 páginas. 9820201489 
  10. 10,0 10,1 10,2 10,3 10,4 10,5 10,6 Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1
  11. «Mandato de Nauru». Biblioteca Digital Mundial. Consultado em 17 de agosto de 2017 
  12. «Physicians (per 1,000 people) - Nauru | Data». data.worldbank.org. Consultado em 13 de outubro de 2021 
  13. «Obesidade duplicou em 30 anos». Arquivado do original em 6 de fevereiro de 2011 
  14. 14,0 14,1 «A Plan to Assist North Korea Defectors Is Alleged». Consultado em 20 de agosto de 2017 

Ligações externas

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