𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Pedro Alexandre

Pedro Alexandre
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Pedro Alexandre
Bandeira
Hino
Gentílico pedro-alexandrense
Localização
Localização de Pedro Alexandre na Bahia
Localização de Pedro Alexandre na Bahia
Pedro Alexandre está localizado em: Brasil
Pedro Alexandre
Localização de Pedro Alexandre no Brasil
Mapa de Pedro Alexandre
Coordenadas 10° 0' 50" S 37° 53' 38" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Coronel João Sá, Santa Brígida e Jeremoabo em território baiano. Poço Redondo, Carira, Nossa Senhora da Glória, Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe e Canindé de São Francisco em território sergipano
Distância até a capital 355 km
História
Fundação 28 de julho de 1962 (61 anos)
Administração
Prefeito(a) Yuri Cesar de Andrade Menezes (PP, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 1 110,078 km²
População total (IBGE/2013[2]) 20 245 hab.
Densidade 18,2 hab./km²
Clima semi-árido
Altitude 356 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,513 baixo
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 40 642,131 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 2 303,58
Sítio pedroalexandre.ba.gov.br (Prefeitura)

Pedro Alexandre ou Serra Negra[5] é um município brasileiro do estado da Bahia. Localiza-se a uma latitude 10º00'49" sul e a uma longitude 37º53'39" oeste, estando a uma altitude de 356 metros. Sua população estimada em 2010 era de 20.245 habitantes. Possui uma área de 1146,32 km².

História

Do Brasil Colônia até a Emancipação (1549-1962)

Tomé de Sousa, primeiro governador-geral do Brasil, sendo nomeado, no dia 1 de junho, trouxe consigo seu filho Garcia D’Ávila que chegou à Bahia em 29 de março de 1549. D'Ávila recebeu, em 15 de junho, seu primeiro pagamento - duas vacas, por 4$ -, assim começando sua longa jornada de sucesso. Trabalhou com esforço austero e inexcedível energia durante a construção de Salvador e instalou-se inicialmente em Itapagipe, depois em Itapoã, vindo a se tornar o primeiro bandeirante do Norte. Garcia d'Ávila nunca se identificou como filho de Tomé de Sousa porque a lei portuguesa proibia que capitães-mores e governadores doassem sesmarias a seus familiares. Sobre D'Ávila, o Padre Manuel da Nóbrega escreveu: "parecendo-me ainda estar Tomé de Sousa nesta terra". D'Ávila era um nome comum na família de Tomé de Sousa que por sua vez era filho de João de Sousa, abade de Rates, e descendente de Martim Afonso Chichorro e do rei Afonso III de Portugal.[6]

Tomé de Sousa doou a Garcia d'Ávila catorze léguas de terras de sesmaria que lhe haviam sido outorgadas pelo rei Dom Sebastião. Estas terras iam de Itapoã até o Rio Real e Tatuapara, pequeno porto cinquenta metros sobre o nível do mar. Foi lá que D’Ávila, após ter vencido as tribos indígenas existentes ao norte de Salvador, ergueu sua Casa da Torre em 1550. Em 1557, já era o homem mais poderoso da Bahia. No século XVI, D'Ávila recebeu do Rei João III uma sesmaria de 60 léguas quadradas, abrangendo as terras onde hoje se localiza o município de Jeremoabo. Em conflito com os missionários, que se opunham à escravidão dos índios, D'Ávila incendiou a povoação original, reconstruindo-a depois por intervenção do Papa e do governo colonial.[7]

Em 1688 foi expedida a patente de Sebastião Dias, primeiro Capitão–Mor da aldeia Muongorus de Jeremoabo. Dez anos depois, Jeremoabo foi elevada à categoria de julgado. Em 1778, o Governo Geral do Brasil criou a freguesia de São João Batista de Jeremoabo, cuja paróquia passou a ser dirigida pelo padre Januário de Souza Ferreira. Segundo documentos da época, havia na sede 32 casas construídas e uma população de 252 habitantes. Em consequência de sua grande extensão territorial, várias povoações (em geral antigas aldeias indígenas) desmembraram-se da Jeremoabo original, vindo a se constituir em outras freguesias e mais tarde em municípios. Jeremoabo tornou-se vila por decreto de 25 de Outubro de 1831, ganhando condição de cidade em 6 de Julho de 1925.[7]

A área onde hoje está erguida Pedro Alexandre teve seu povoamento iniciado no século XVIII por colonos portugueses que ali se estabeleceram, desenvolvendo a criação de gado (ainda Sesmaria). Inicialmente, a criação de gado desenvolveu-se no litoral e nas áreas de agricultura da cana. Mas, em 1701, o próprio governo português, muito interessado no desenvolvimento da agroindústria da cana-de-açúcar, pois esta lhe fornecia bons lucros, adotou uma medida para tentar resolver a situação: proibiu a criação de gado nas áreas de agricultura de cana no litoral. Assim, a expansão da criação de gado para o interior do Nordeste foi responsável pelo povoamento do mesmo, funcionando como um instrumento de colonização do interior do Brasil.

Desde então, a ocupação de novas áreas começou à ocorrer e a fertilidade das terras ao lado do Complexo da Serra Negra atraiu novas famílias que se estabeleceram ao lado de uma fonte de água na lagoa da nascente do Rio do Peixe, formando o arraial conhecido por Lagoa da Caiçara[5] — termo que era utilizado para denominar as estacas fincadas na água para cercar peixes. Esse arraial se tratava de um pequeno vilarejo que pertencia ainda à comarca de Jeremoabo e, por conta disso, diversos fatos do corenilismo e cangaço acontecidos na época são registrados na literatura como ocorridos em Jeremoabo.

Em meados de 1872, chegou nas terras do então vilarejo jeremoabense Lagoa da Caiçara — na atual Rua Velha — o jovem Pedro Alexandre de Carvalho, nascido no dia 25 de abril de 1865 e natural do povoado de Entre Montes, no município de Piranhas. Pedro Alexandre chegou neste vilarejo com aproximadamente 7 anos de idade junto ao seu pai adotivo (conhecido como Alexandre) que possuía o intuito de desmatar algumas áreas nessas terras virgens e férteis para fazer o plantio de algodão, um produto em alta e estrategicamente introduzido para mudar o setor econômico da região. A sede, criada no distrito ganhou a denominação de Serra Negra em 1927 em relação ao Complexo da Serra Negra (nome que ainda é sinônimo para a atual cidade).[5]

Mapa dos gestores da Família Carvalho em Pedro Alexandre - Bahia

Em 1943, com uma delimitação geográfica dos Estados de Sergipe e Bahia mais sofisticada, o distrito de Serra Negra teve seu nome substituído pelo topônimo Voturuna[5][8] que corresponde a somente um lado do complexo de serras — exatamente a parte da Serra Negra que está dentro do território baiano, que possui atualmente a comunidade Serra Torre e que faz ligação com a sede da cidade.[5] Além disso, é especificamente na região da Voturuna onde se encontra o cruzeiro da cidade, conhecido por conta das penitências religiosas que integram parte da história e cultura local dos pedro-alexandrenses.

O então distrito de Voturuna recebeu o nome de Pedro Alexandre quando elevado à condição de cidade[5]: fundado como parte do território que corresponde à Jeremoabo, o distrito foi desmembrado do município de Jeremoabo pela Lei Estadual de 28 de julho de 1962. A Primeira eleição para prefeito e vereadores ocorreu em 7 de outubro de 1962[9] e o sr. Heraldo de Carvalho (um dos filhos do Coronel João Maria) foi eleito primeiro prefeito do município. Heraldo e Evaldo de Carvalho (que era sobrinho deste coronel), foram políticos e mantiveram-se no domínio do município na condição de prefeitos por várias gestões.[10]

Cronologia local

  • 1872 Pedro Alexandre Carvalho chegou nas terras da Serra Negra.
  • 1901 Demanda de venda de algodão para o grupo Peixoto requer beneficiamento no local.
  • 1902 Aquisição da máquina a vapor oriunda da Alemanha para beneficiamento de algodão.
  • 1903 Nasce Liberato Matos de Carvalho.
  • 1925 Falece Pedro Alexandre de Carvalho aos 60 anos.
  • 1925 Jeremoabo torna-se cidade e Serra Negra sua vila.
  • 1927 O vilarejo passou a se chamar Serra Negra devido a Serra.
  • 1927 Lampião faz abrigo periódico em Serra Negra.[10]
  • 1928 Lampião recebe apoio de Coronel João Maria e outros coronéis.[11]
  • 1929 Em abril de 1929 Lampião pela primeira vez encontra o Coronel João Maria.[12]
  • 1929 Cangaceiro "Azulão III" de Serra Negra entra pro cangaço.[13]
  • 1930 Este ano marcou a última visita do rei do cangaço à sede do vilarejo de Serra Negra.[12]
  • 1931 Liberato assume o comando de uma volante (Volante Liberato).[12]
  • 1932 Batalha da Fazenda Maranduba entre polícia e cangaceiros.[14]
  • 1932 Chacina da Fazenda Couro feita por cangaceiros.
  • 1936 Os cangaceiros Sila e Zé Sereno casaram na Igreja de Nossa Senhora da Conceição.[12][15]
  • 1937 Sila e Zé Sereno mandou um filho recém nascido de nome João para ser criado por Galdino Leite na Rua Velha.[12]
  • 1938 Zé Sereno e 20 cangaceiros se entregam em Serra Negra.[16]
  • 1939 Nasce Evaldo de Carvalho.[17]
  • 1943 O vilarejo Serra Negra passou a se chamar Voturuna.[8]
  • 1962 Voturuna se desmembra de Jeremoabo para virar cidade.[9]
  • 1962 Pedro Alexandre foi titulada cidade através da Lei Estadual de 28 de julho de 1962.[9]
  • 1962 Em 7 de outubro de 1962 é eleito Heraldo, filho do Coronel João Maria, para prefeito da cidade de Pedro Alexandre.
  • 1963 Heraldo de Carvalho assume como primeiro prefeito de Pedro Alexandre.
  • 1973 Assume o prefeito eleito nas eleições municipais de 15 de novembro de 1972.
  • 1981 Acidente aéreo mata 4 tripulantes que faziam vistorias do Baneb no município.[18]
  • 1984 Falece Cangaceiro Tempestade que militou o grupo do Cangaceiro Moreno.[19]
  • 1996 Petrônio Gomes se elege prefeito após 33 anos de gestão do grupo Carvalho.[20]
  • 1996 Falece o Coronel Liberato Matos de Carvalho aos 93 anos.
  • 1999 Falece o ex-prefeito Sr. Heraldo de Carvalho em 28 de julho de 1999.[21]
  • 2000 Petrônio Gomes é reeleito sendo o prefeito mais votado do Brasil em termo proporcional.[22]
  • 2006 Faustino Lima assume a prefeitura durante a Operação Fox.
  • 2009 Falece o ex-prefeito Sr. Evaldo de Carvalho em 19 de setembro de 2009.[17]
  • 2010 Morrem 2 vereadores em exercício: Sr. José Adilson Santos Melo em 21 de maio de 2010 e Sr. Valgone Costa Bezerra em 27 de setembro de 2010.[23]
  • 2011 Vereador em exercício Adairton Nunes de Jesus (Baiúca) e carona conhecido como Roberval são assassinados à tiros na BR 235. Em 7 de dezembro de 2011.[24]
  • 2012 Petrônio Gomes / Pedro Gomes perde eleição após Petrônio se eleger duas vezes e eleger dois prefeitos.[25]
  • 2013 Vice-prefeito Tonho de Zezinho sofre tentativa de homicídio.[26]
  • 2014 Falece o ex-prefeito Sr. João Nascimento de Carvalho (João de Ioiô) em 1 de dezembro de 2014.[27]
  • 2015 Consórcio EMPA/CCM/CCL inicia as obras de revestimento asfáltico da BR-235.[28]
  • 2016 Ex-prefeito Petrônio Gomes é assassinado à tiros em feira livre em 30 de julho de 2016.[29]
  • 2017 03 Componentes da mesma família tornam-se gestores: Pedro Gomes (prefeito), Cica Gomes (vice-prefeita), Pamela Gomes (vereadora).
  • 2018 Rodovia BA-386 passa a se chamar Rodovia Petrônio Pereira Gomes.
  • 2019 O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, inaugura a BR-235.
  • 2019 Barragem do Quatí rompe e inunda a cidade de Coronel João Sá.[30]
  • 2020 A tradicional feira foi suspensa em respeito à quarentena por ocasião da pandemia de Covid-19 no dia 20/03.
  • 2020 Em outubro de 2020 foi publicado o primeiro artigo científico de Pedro Alexandre sobre a Serra Negra.[5]
  • 2020 Yuri Andrade se elege prefeito após 24 anos de gestão do grupo Gomes.[31]
  • 2021 A vacina contra o SARS-CoV-2, que causa o Covid-19, chega ao município e dar-se início à vacinação em 19/01/2021.

Gestores e Mandatos

Gestor Início da gestão Término da gestão Fontes e informações adicionais
Heraldo de Carvalho 1 de jan de 1963 31 de dez de 1966 1° prefeito após a emancipação ocorrida em 1962
Evaldo de Carvalho 1 de jan de 1967 31 de dez de 1970 Família Carvalho lançou Evaldo para continuar a gestão
João Nascimento de Carvalho (João de Oiô) 1 de jan de 1971 31 de dez de 1972 Eleições municipais em 15 de novembro de 1972[32]
Evaldo de Carvalho 1 de jan de 1973 31 de dez de 1976 Eleições municipais em 20 de dezembro de 1976[32]
Heraldo de Carvalho 1 de jan de 1977 31 de dez de 1982 Essas gestões tiveram mandatos de 6 anos
Evaldo de Carvalho 1 de jan de 1983 31 de dez de 1988 Essas gestões tiveram mandatos de 6 anos
Heraldo de Carvalho 1 de jan de 1989 31 de dez de 1992 O TCU ainda possui contas registradas da época [21]
Evaldo de Carvalho 1 de jan de 1993 31 de dez de 1996 Ultima gestão de integrantes da família Carvalho
Petrônio Pereira Gomes 1 de jan de 1997 31 de dez de 2000 Eleito com 58,1% dos votos válidos (2.619)[20]
Petrônio Pereira Gomes 1 de jan de 2001 31 de dez de 2004 Eleito com 70,1% dos votos válidos (3.649)[33]
Salorylton de Oliveira (Salon) 1 de jan de 2005 31 de dez de 2008 Eleito com 61,8% dos votos válidos (3.708)[34]
Pedro Gomes Filho 1 de jan de 2009 31 de dez de 2012 Eleito com 50,5% dos votos válidos[20]
Salorylton de Oliveira (Salon) 1 de jan de 2013 31 de dez de 2016 Eleito com 47,5% dos votos válidos (3.245)[35]
Pedro Gomes Filho 1 de jan de 2017 31 de dez de 2020 Eleito com 36,3% dos votos válidos (2.553)[36]
Yuri Cesar de Andrade Menezes 1 de jan de 2021 31 de dez de 2024 Eleito com 59,15% dos votos válidos (4.659)[31]

Paleontologia - Registros fósseis

A descoberta de afloramentos contendo fósseis ocorre com maior frequência na época da seca, quando a população que mora próximo aos tanques (também chamados de cacimbas ou pias-de-pedra) e antigas lagoas, cavam para retirar o sedimento para poder armazenar água na época da chuva. Geralmente não são encontrados os esqueletos completos e articulados. Nos últimos anos pesquisadores tem se esforçado em realizar datações de alguns dos fósseis encontrados nessa região. Já foram realizadas dezoito datações em fragmentos de ossos e dentes, e os resultados encontrados até o momento indicam a ocorrência de uma fauna com idade entre 11 à 50 mil anos.[37]

O município possui terras que evidentemente foram habitadas por espécies primitivas que sucederam a era dos dinossauros. Há evidências regionais da presença fóssil de animais semelhantes às atuais preguiças, mas da espécie Eremotherium laurillardi; animais semelhantes aos atuais hipopótamos, mas da espécie Toxodon platensis, e semelhantes aos atuais elefantes (as espécies Cuvieronius humboldtii, Stegomastodon platensis e Stegomastodon waringi). Sendo que o S. waringi foi o domínio primitivo que predominou habitando nas terras do município.[38]

Afloramentos descobertos em cacimbas nos municípios de Monte Alegre de Sergipe, Poço Redondo e em regiões que circundam o Complexo da Serra Negra testemunham um passado com ocorrência de mamíferos gigantes como preguiças e tatus gigantes, mastodontes, toxodontes, lhamas e o tigre-de-dentes-de-sabre. Muitos desses fósseis foram encontrados no interior do município de Poço redondo através da pesquisa paleontológica de bolsistas do laboratório de paleontologia da Universidade Federal de Sergipe.

Fauna e Flora

Craibeiro

Folhas, tronco e flores amarelas.

A árvore monumental presente no centro da cidade trata-se de um craibeiro (Tabebuia aurea). Esta árvore possui mais de 8 metros de altura com o tronco tortuoso de com casca grossa (típico da T. aurea). Uma das características que diferenciam o craibeiro do ipê amarelo (pau d'arco amarelo) são as folhas compostas com 3-7 folíolos, glabras e subcoriáceas que lembram muito folhas de mangueira. As flores do abrem em agosto-setembro e caem em um número muito grande sobre o solo.

Espinheiros

As árvores distribuídas aos longo das ruas mais antigas da cidade são o espinheiro ou ingá-doce (Pithecellobium dulce). Esta espécie é uma árvore que pode atingir até cerca de 10 a 15 metros de altura. Seu tronco é espinhoso e suas folhas são pinadas, que, organizadas em pares enfileirados, podem medir de 2 a 4 centímetros. Suas flores de cor branco-esverdeada produzem um legume, que adquire uma cor rosada quando maduro e abre, expondo sua polpa comestível. A polpa contém sementes brilhantes, pretas, de forma circular e plana. A semente é geralmente dispersa por aves que se alimentam da polpa doce.

Lista de comunidades que recebem o nome relacionado à fauna e flora locais
Nome da comunidade Descrição
Gameleira Gameleira designa diversas árvores da família das moráceas, especialmente as do gênero Ficus
Angico Angico é a designação comum a várias árvores dos gêneros Piptadenia, Parapiptadenia e Anadenanthera da sub-família Mimosoideae.
Pindoba Pindoba é o nome pelo qual popularmente é conhecida a palmeira Attalea oleifera.
Enxu O Enxu é uma palavra indígena que pode se referir à várias espécies brasileiras de vespa sociais da família vespidae.
Pindobal Região onde predomina uma quantidade relativa da palmeira Attalea oleifera, chamada de pindoba.
Cipó-de-leite Cipó-de-leite é uma trepadeira perene da espécie Schubertia grandiflora, pertencendo a família Apocynaceae.
Bonito das Emburanas Região onde predomina uma quantidade relativa de Commiphora leptophloeos, chamada imburana-de-cambão.
Quati O quati é um mamífero da ordem Carnivora, da família Procyonidae e do gênero Nasua.
Abóbora Abóbora é uma designação popular atribuída a diversas espécies de plantas da família Cucurbitaceae.
Maxixe Cucumis anguria, conhecido popularmente como maxixe, é uma planta rasteira ou trepadeira anual e de clima quente.
Cauã O Cauã (Herpetotheres cachinnans) é uma ave pertencente à ordem dos Falconiformes, da família Falconidae.
Jurema Mimosa hostilis é uma árvore arbustiva pertencente à família Fabaceae, da ordem das Fabales típica da caatinga.
Lagoa dos Porcos Região onde havia a suinocultura sustentável com a criação diferentes animais do grupo dos suiformes.

Geografia

Geologia

A geologia do município é representada pelo complexo Marancó esoproterozóico, pelo grupo Macururé e granitóides cedo a tardi-tectônicos englobados nas suítes Peraluminosas Serra Negra e Carira, e Calcialcalina Conceição (Neoproterozóico). pelas formações Juá, Tacaratu e Santa Brígida (Paleozóico), e pelas formações superficiais (Cenozóico). Na porção centro-norte do município, predominam rochas xistos, filitos, metavulcanicas, metarritmitos, quartzitos, formações ferríferas, metarenitos, metassiltitos e anfibolitos do Complexo Marancó, associados a granitóides cedo a sin-orogênicos da suíte Peraluminosa Serra Negra (biotita, muscovita e/ou granada augenortognaisses granodioríticos / monzoníticos / quartzomonzoníticos, protomiloníticos a miloníticos), e a sedimentos das formações Tacaratu (arenitos com intercalações de conglomerados) e Santa Brígida (arenitos com lentes conglomeráticas e arenito com níveis de folhelhos, siltitos e dolomitos betuminoso). Ao sul afloram xistos, metagrauvacas, metarenitos, metassiltitos e metarritmitos do grupo Macururé, associados a corpos plutônicos sin a tardi-orogênico da suíte Calcialcalina Conceição (anfibólio-biotita tonalito / granodiorito, com epidoto magmático e fases subordinadas de diorito egabro) e a litótipos da suíte peraluminosa Carira (biotita e/ou muscovita leucogranitos / granodioritos). No extremo oeste, ocorrem faixas restritas de conglomerados e grauvacas da formação Juá. Depósitos colúvio-eluviais recentes, constituídos por sedimentos areno-argilosos, conglomeráticos, inconsolidados, são observados a sul do território. Solos dos tipos luvissolo, neossolo e planossolo solódico distrófico sustentam a vegetação nativa caracterizada por caatinga arbórea densa e aberta sem palmeiras, contato caatinga - floresta estacional e caatinga arbórea aberta com palmeira.

Furna da Onça - Caverna

O Boletim do Instituto Biológico da Bahia - Volumes 1-10 publicado pela Secretaria da Agricultura Indústria e Comércio em 1954, cita a existência de uma Furna que trata-se de uma cavidade de grandes dimensões, geralmente natural, no interior de um rochedo ou da terra sendo conhecida como caverna, gruta ou antro. Segundo o documento, a caverna possui 4 metros de largura, 1,50 de altura e 20 metros de extensão. A localidade da caverna é a Fazenda Bela Vista[39]:Página Predefinição:Quote/styles.css não tem conteúdo.

"O ensaio de campo foi realizado no dia 13-05-965 em uma furna de pedra conhecida na região por "furna da onça" encravada na encosta de uma serra, medindo aproximadamente 4 metros de largura, 1,50 Cm. de altura e 20 metros de extensão, na fazenda 'Bela Vista", município de Pedro Alexandre (antiga Serra Negra) a 18 Km da sede do Município, pertencente ao Sr. Josclito Traga de Almeida".

Serra Negra - Cordilheira

A Serra Negra é uma pequena cordilheira que atravessa a divisa dos estados brasileiros de Sergipe e Bahia. Essa serra engloba uma área equivalente à 5.229 ha e uma das suas montanhas principais tem um pico que atinge 762 metros de altura, sendo o ponto mais culminante do território de Sergipe e uma das maiores elevações localizadas dentro da caatinga, no nordeste brasileiro.[5]

Parte baiana (Serra da Voturuna)

A área montanhosa que corresponde ao estado baiano pertence ao município de Pedro Alexandre e possui um pico que atinge a altura de 716 metros. A área baiana é genericamente conhecida pelo próprio nome da cordilheira, Serra Negra e a sua principal porção também recebe o nome histórico-espacial de Serra da Voturuna. Uma área significativa do seu topo é habitada por uma comunidade com características quilombolas, constituída por povos afrodescendentes, que adotaram o modelo de agricultura familiar na localidade.[5]

Parte sergipana (Serra da Guia)

A área montanhosa que corresponde ao estado sergipano pertence ao município de Poço Redondo e possui dois picos com 680 e 762 metros que são os pontos mais culminantes do estado. A área sergipana é apresentada frequentemente em obras de cunho acadêmico como Serra da Guia e possui uma outra porção menor que é conhecida popularmente como Serra da Conceição. Encostado ao desdobramento sergipano há uma Comunidade Quilombola (oficialmente reconhecida) denominada Quilombo da Guia.[5]

Hidrografia

Em virtude da altura e o relevo acidentado, a Serra Negra forma uma barreira natural às massas de ar procedentes do oceano Atlântico que, por meio do sistema de chuvas orográficas, acaba descarregando umidade em suas vertentes. Essa propriedade possibilita que micro-climas abastecidos por maior umidade e temperaturas mais brandas sejam formados e também que parte da água que por infiltração sofre um armazenamento passageiro no solo, mantenha-se por um tempo maior nele ou percole como água subterrânea.[5] Frente a isso, a água armazenada no solo que não for evapotranspirada termina por escoar das matas úmidas paulatinamente formando diversos mananciais hídricos na Serra Negra e ofertando água respectivamente para seis riachos notórios. Esse corpos de água formam as bacias hidrográficas do Rio Jacaré (Poço Redondo), Rio Vaza-Barris e a nascente do Rio Sergipe.[5]

O Riacho do Meio e Rio do Peixe participam da bacia hidrográfica do rio Vaza-Barris, e ambos são abastecidos com a água procedente do manancial hídrico da serra desde a sede da cidade até as proximidades das comunidades Serra Negra e Lagoa da Mata.[5]

Baseado no relevo, que é formado por inúmeras baixas, com fácil drenagem e escoamento das águas da chuva, o município apresenta 37 represas públicas de auto porte, em sua maioria de águas salobras, mas que no tempo da seca servem para o consumo animal e para pesca dos agricultores familiares.

Cultura

Ritual de Penitência

O ritual de penitência é uma das manifestações de cultura imaterial de Pedro Alexandre. Durante o período de Quaresma, acontece a procissão dos penitentes, um ritual com grupos hierárquicos que representam os níveis “Alimentadeiras de Almas” e os “Disciplinadores”. A procissão segue um trajeto programado para casa dos fiéis que cumprem promessas e o cortejo é feito durante a noite. O guia de penitência carrega a cruz, também chamada de madeiro, se dirigindo às casas dos fiéis, onde, os moradores devem esperar com as portas fechadas a chamada que é feita através de um cântico. A matraca avisa as estações das 15 paradas da via sacra (uma matraca é um instrumento musical e sinalizador constituído geralmente de madeira onde existe um pedaço de ferro curvilíneo que, quando sacudido, produz som). Dentro das residências visitadas, são feitos rituais com movimentos típicos e a batida da matraca acompanhada das rezas. Geralmente, os penitentes de Pedro Alexandre evitam serem identificados para não quebrar a corrente ritualística.

No ano de 2011, uma equipe do Instituto de Patrimônio Artístico e Cultural do Estado (IPAC), começou a acompanhando a tradição dos penitentes no estado da Bahia para a partir dessa visita, a manifestação cultural poder ser reconhecida como Patrimônio Imaterial da Bahia.[40]

Cultura dos Caretas

A festa dos caretas é uma tradição nas cidades nordestinas.[41] Durante o período do carnaval, os jovens se divertem e mantém viva, ao longo das gerações, essa cultura imaterial no calendário cultural da cidade. Os caretas trajam roupas a caráter próprio como vestidos, brincos, meias, saias, colares, calça e o rosto coberto com máscaras geralmente feitas com sobras de pano ou caretas personalizadas (o ideal deste tipo de trollagem é que não sejam identificados). O grupo percorre ruas, avenidas e parte do interior do município realizando diversas peripécias, frequentemente usando chicotes, chocalhos e muito barulho para causar medo nas crianças e adultos. Uma das peripécias comuns dos caretas é arremessar ovos nas pessoas ou banha-las com água (em alguns casos particulares e não tão raros, alguns se arriscam à dar chicotadas nas pessoas).

Comunidades Quilombolas

Um estudo publicado em 2020 sugere a ocorrência de pessoas como características quilombolas nas comunidades do Boqueirão e Serra Torre. De acordo com o mesmo, a comunidade Boqueirão que encontra-se dentro do território sergipano e se identifica como povo pedroalexandrense, deriva dos quilombolas que optaram por se refugiar no vale do boqueirão, um acidente geográfico que ocorre entre os dois desdobramentos da Serra Negra e a comunidade Serra Torre optou por permanescer no topo da Serra como um dos ramos que derivaram dos quilombolas do Quilombo da Guia. Em ambas localidades — principalmente o Boqueirão — é possível conferir, com a ajuda da memória dos habitantes mais antigos, a ancestralidade quilombola por parte daqueles fugitivos dos quilombos desarticulados no estado pernambucano. Porém, mais estudos são requeridos para uma exata caracterização.[5]

Acontecimentos notáveis

Acidente aéreo de 1981

Em 30 de dezembro de 1981 o avião Cessna 310, prefixo PP-CZO, pertencente à Abaete Taxi Aéreo Ltda. decolou da pista simples de pouso de Pedro Alexandre, transportando Renée Calwetti, Irineu neto, Benedito Sá e Nicolau Mufford Ribeiro que era engenheiro civil do Baneb - Banco do estado da Bahia. Os engenheiros que vistoriavam obras do Baneb no município de Pedro Alexandre e pretendiam vistoriar as obras de construção de uma agência daquele banco em Aracaju. Precisamente às 18:15 horas da quarta-feira o avião colidiu com a Serra de Itabaiana em virtude da péssima visibilidade do local, matando os quatro ocupantes do avião. O Jornal Gazeta de Sergipe (1981) cita[18]:Página Predefinição:Quote/styles.css não tem conteúdo.

"O prefeito do município de Pedro Alexandre, Sr. Eraldo Carvalho, tão logo soube do acidente, dirigiu-se à Itabaiana. Informou então que os engenheiros do BANEB foram ao seu município inspecionar obras financiadas pelo banco [...] O avião deveria seguir logo depois para Paulo Afonso e viria para Aracaju no final da tarde".

Uma testemunha ocular afirmou que por volta das 17 horas já parecia noite na serra de Itabaiana. As nuvens eram espessas e a visibilidade reduzia-se a zero. Quem olhava para a serra, mesmo de perto, pensava que se tratasse apenas de nuvens e não de um maciço rochoso. Ainda de acordo com algumas testemunhas, o avião baixou devido à pouca visibilidade e continuou rumar em direção à serra e, quando aproximou-se mais, ao que parece, o piloto percebeu que não eram apenas nuvens que se encontravam à frente e tentou subir de imediato, quando já era tarde e terminou colidindo com uma parte rochosa da Serra de Itabaiana às 18:15 horas da quarta-feira . De acordo com as informações do departamento de proteção ao Voo do Aeroporto Santa Maria, o piloto do avião, Renée Calwetti, havia se comunicado poucos minutos antes com o aeroporto e havia afirmado que estava tudo bem e que pousaria dentro de cinco minutos em Aracaju.[18] Os corpos dos tripulantes foram sepultados em Salvador.

Rompimento da Barragem do Quati em 2019

Em 11 de Julho de 2019, a barragem do povoado Quati que foi construída pelo Governo do Estado em 2004, durante a gestão de Petrônio Gomes, entrou em vazão por conta das chuvas fortes na região. A barragem transbordou por volta das 6h e o rompimento do paredão de terra ocorreu às 11h da manhã[42]. A barragem foi construída em um dos afluentes do Rio do Peixe que deságua no Rio Vaza Barris. Após o rompimento, a Prefeitura de Coronel João Sá (cidade que fica a 45 km de Pedro Alexandre), emitiu um alerta[43] para as comunidades ribeirinhas e, por volta das 15h30, a água chegou à cidade de Coronel João de Sá (o percurso do rio entre as duas cidades é de cerca de 80 km). A Prefeitura de Pedro Alexandre decretou estado de calamidade e emergência[44] após o município ter sido tomado pela água. O documento foi publicado no Diário Oficial do município, onde, o prefeito Pedro Gomes Filho informou que a situação de emergência foi decretada considerando o volume de água que tomou a cidade, causando inundações, enxurradas, alagamentos que ocasionaram danos materiais em residências, vias públicas, pontes e equipamentos públicos diversos.[45] Diversas plataformas e emissoras noticiaram a ocorrência, a Revista IstoÉ publicou trechos de um relato[46] explicando a ocorrência:Predefinição:Cita

Coronéis e Cangaceiros

Pedro Alexandre casou-se com Guilhermina Maria da Conceição e teve 14 filhos. Entre seus filhos, vale destacar a relevância de João Maria de Carvalho (Coronel João Maria) e de Liberato Matos de Carvalho (Coronel Liberato) que ao lado do coronel João Gonçalves de Sá que ministrava a região de Jeremoabo (ver cidade de Coronel João Sá) e do Coronel Petro, empunharam domínio e autoridade não só na região como em outras localidades além fronteiras, pois além de dominar muitas terras na Bahia e no sertão sergipano, João Maria mantinha muita influência política em ambos os lados. Esse fato de possuir quatro coronéis ministrando parte do nordeste baiano conferiu à região baiana a fama de "Terra de Coronéis".

Obras na literatura relatam que muitos perseguidos chegavam em Serra Negra pedindo ajuda para sobreviver, proteção política ou por medo das perseguições das autoridades, da polícia ou de inimigos comuns. Esse contexto épico foi bem explorado no livro O Sertão de Lampião de 2008, onde Alcino Alves aborda que os perseguidos por Leandro Maciel não pensavam duas vezes senão correr para a proteção do coronel João Maria[47]:

Segundo informações extraídas do Seminário Carirí do Cangaço em Piranhas - Alagoas, desde os testemunhos orais aos relatos dos historiadores, firmou-se o entendimento de que Lampião sempre gostou de bandear para o sertão sergipano. A verdade é que o Capitão se sentia bem na proximidade de amigos como o Coronel João Maria de Carvalho (da Serra Negra, município baiano vizinho a Poço Redondo) e Teotônio Alves China, o China do Poço. Certamente não acoitava aos pés dos serrotes baianos por causa de Zé Rufino e seu quartel-general também na Serra Negra. Então permanecia nas terras de Poço Redondo.[48] A história da morte do cangaceiro Antônio Ferreira faz referência da presença de lampião na Serra Negra. Trecho:Predefinição:Cita

O filme Aos ventos que virão do diretor Hermano Penna, baseado na história de José Francisco do Nascimento, ou ainda cangaceiro Cajazeira no bando de Lampião, um moço de Poço Redondo. A partir da grandiosidade da história, o filme propôs refletir sobre as aspirações, perseguições e injustiças envoltas na pessoa do ex-cangaceiro Zé de Julião/Cajazeira, após a chacina da Gruta de Angico e o seu futuro entrecortado por extremas situações. Em sua história real, o cangaceiro se viu por várias encurralado pela justiça. Quando a ordem de prisão foi prontamente expedida. A polícia procurava-o por todo canto, mas ele manteia-se escondido no município baiano de Serra Negra e sob a proteção do Coronel João Maria. Contudo, tempos depois foi cercado pela polícia sergipana e preso.[49]

De sua Serra Negra, João Maria enviava ordens, dava instruções, recebia missivas de governantes. Servindo como também um conselheiro, não era raro que as decisões políticas importantes somente fossem tomadas após o seu parecer ou aval. Protegeu desde Lampião ao desvalido ex-cangaceiro Cajazeira perseguido pela polícia. Em outra ocasião, Lampião buscou refúgio e proteção na Serra Negra: Após o trágico episódio de Canindé, quando o cangaceiro Zé Baiano deixou os rostos de três mocinhas marcados com ferro em brasa, Lampião foi buscar sossego numa propriedade de suas propriedades. Diante da repercussão do fato, sabia que a polícia logo estaria no seu encalço e também que não havia lugar melhor para se acoitar senão sob os auspícios do poderoso baiano. E também porque sabia que um dos comandantes da perseguição seria justamente Liberato de Carvalho, irmão de João Maria seu protetor.[10] Segundo Costa (2008) relata em sua obra O Sertão de Lampião, os perseguidos por entidades da justiça como Leandro Maciel, não pensavam duas vezes senão correr para a proteção do coronel.

Combate de Maranduba

Em princípios de janeiro de 1932, houve uma grande batalha da Fazenda Maranduba de propriedade do Coronel João Maria. Nesta batalha, Lampião e seus cangaceiros foram vitoriosos ao derrotar uma numerosa força militar, integrada por famosos combatentes contra o cangaço. Sobrando vivos somente Auréliano de Souza Nogueira e Seu Irmão Hercilio de Souza Nogueira, no combate também morreu um terceiro irmão dos Nogueiras com Apenas 16 anos de idade. Na opinião de um destacado militar, o Tenente Manoel Neto, da força pernambucana, em Maranduba “ele nunca tinha visto tanta bala como viu ali”. A intensidade do tiroteio travado entre Lampião e o seu bando e as forças militares foi de tal intensidade que um contemporâneo dos acontecimentos registrou o fato de que[14]: Página Predefinição:Quote/styles.css não tem conteúdo.

“uma coisa que foi muito comentada e com curiosidade, foi que no local em que aconteceu o fogo de Maranduba, durante vários anos, das árvores e dos matos rasteiros não ficaram folhas. Tudo era preto, como se tivesse passado um grande fogo. As árvores ficaram completamente descascadas de cima abaixo, de balas”.

Tal como em outras batalhas, Lampião preparou uma emboscada com o objetivo de liquidar, de uma só vez, todo o efetivo militar. Mais uma vez, os chefes da força policial subestimaram a competência de Lampião e acreditaram que a superioridade que detinham em homens e armas seria um fator de desequilíbrio na batalha. Alguns historiadores admitem, apenas, de que, no final das contas, houve “perdas humanas tanto entre os cangaceiros como entre as forças volantes, porém com maior prejuízo para estas...” para tentar "minimizar" a vitória obtida por Lampião depois de uma feroz batalha.

Literatura e mídia

Pessoas e organizações notáveis

Nome Descrição Informações adicionais Fonte
Daniela Alves (Daniela Alves Lima) Futebolista Integrou a Seleção Brasileira Feminina nas Copas do Mundo de 2003 e 2007 [50]
Zefa da Guia (Josefa Maria da Silva) Parteira Parteira quilombola apresentada em rede nacional de televisão pelas suas habilidades de parteira. [51]
Moleca Forrozeira Banda Banda de forró e vaquejada, com integrantes gentílicos de Pedro Alexandre e Santa Brígida.
Tempestade (Antônio Félix, 1901-1984) Cangaceiro Militou no grupo do Cangaceiro Moreno entre 1920 e 1937. Faleceu na cidade aos 83 anos. [19][52]
Azulão III (Luis José da Silva) Cangaceiro Militou no grupo do Cangaceiro Zé Sereno de 1934 a 1938. Natural da Guia, na Serra Negra. [13]
Azulão IV (Angelo Maurício, 1919-2018) Cangaceiro Cangaceiro natural de Pedro Alexandre.[53] Azulão tinha apoio do amigo Coronel João Maria. [53]
Liberato Matos de Carvalho (1903-1996) Coronel Comandante da Polícia Militar da Bahia e capitão da Infantaria do Exército Nacional.
Clementino Heitor de Carvalho Jornalista Escritor, Heitor integrou o jornalismo no Jornal A TARDE e no jornal Folha Sertaneja. [54]
Igreja Nossa Senhora da Conceição Igreja A igreja protagonizou o casamento do casal de cangaceiros Sila e Zé Sereno. [12][15]

Ligações externas

  1. Na Serra Negra encontra-se um pico no município de Poço Redondo, que é o ponto mais alto do Estado de Sergipe.[5]
  2. A Serra Negra, segundo o biólogo Marcelo Cardoso, concentra a maior quantidade de orquídeas do Estado de Sergipe.
  3. A Serra Negra possui um enorme trecho de Mata Atlântica preservado em meio à caatinga no semi-árido brasileiro.[5]
  4. O Rio do Peixe e o Riacho do Meio são os dois principais e maiores afluentes do Rio Vaza-Barris.[5]
  5. O Rio Capivara nasce na Serra Negra, no povoado Ponta da Serra, precisamente nas fazendas Sombrio e Santa Maria.[5]
  6. O Rio Sergipe nasce no povoado Lagoa das Areias, próximo ao município sergipano de Monte Alegre de Sergipe.
  7. A região onde Pedro Alexandre esta erguida integrava a sesmaria da Casa Torre de Garcia d"Ávila.
  8. Pedro Alexandre e Coronel João Sá foram, até 2007, os municípios de maior índice de analfabetismo do Brasil.
  9. Pâmela Gomes eleita pelo PR do município de Pedro Alexandre em 2016, é a vereadora mais jovem do Brasil, com apenas 19 anos.[55]
  10. Petrônio Gomes em 2000, foi reeleito com 87,3% dos votos, sendo o prefeito mais votado do Brasil em termo proporcional.[22]

Passagens na Literatura e Mídia

Ano Obra Passagem Fonte
1969 Na Sombra da jaqueira (Álbum) ''Serra Negra da Bahia que me trás recordação, terra do Tenente João Maria protetor da região". [5]
1984 Lampião: as mulheres e o cangaço "Seu amante, natural das imediações de Serra Negra, Bahia, um preto alto, forte e primo carnal de outro elemento". [13]
1984 Sila, uma cangaceira de Lampião "Coube, então, a Galdino levar a criança à Serra Negra, no Estado da Bahia, onde Liberato residia". [56]
1987 Gente de Lampião, Sila e Zé Sereno "O nome [...] chefe político da região de Serra Negra, líder inconteste de um clã poderoso, era João Maria de Carvalho". [16]
1990 Cangaço: a força do coronel "Mas no mesmo ano entrou na Bahia, onde três coronéis o esperavam: João Maria de Carvalho, em Serra Negra [...]". [11]
1994 Lampião e o cangaço "[...] Foi o de Maranduba, na Bahia. É uma região que se descreve como encravada para os lados da Serra Negra''. [57]
1997 Revista Veja em Edições 22-25 "Pedro Alexandre é um município de 15 mil habitantes encravado no sertão onde a Bahia se encontra com Sergipe [...]". [58]
2000 A derradeira gesta: Lampião "Era natural da Serra Negra, onde viviam seus dois irmãos João Maria e Piduca Alexandre de Carvalho [...]". [59]
2002 Vaqueiro progressista (Música) "[...] No ano de noventa e quatro deixou sua região, parou em Pedro Alexandre, na Bahia, no sertão". [60]
2005 Lampião: a medicina e o cangaço "Corisco e Dadá foram ter com o Coronel João Maria, nas proximidades da Serra Negra - BA [...]". [61]
2008 O Sertão de Lampião "Ali (na Serra Negra), naquela ocasião, estavam homiziados os homens mais valentes do PSD de Sergipe [...]". [47]
2012 Sertão Sangrento: Luta e Resistência "Por detrás a Serra Negra e nela a morte. Na caatinga de atoleiros e espinhos, o medo morava". [14]
2013 Guerreiros do Sol "Amizade sólida, vale registrar. De seu irmão, fazendeiro João Maria de Carvalho, chefe político de Serra Negra, Bahia" [62]
2014 Aos ventos que virão (Filme) Alude ao cangaceiro chamado Cajazeira, que recebeu proteção do Coronel João Maria e apoio durante a candidatura. [49]
2020 O Complexo Montanhoso Serra Negra Serra Negra no contexto histórico-cultural de Pedro Alexandre. [5]


Referências

  1. IBGE (10 out. 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2013. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2013. Consultado em 11 de setembro de 2013 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 16 de outubro de 2013 
  4. 4,0 4,1 «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. 5,00 5,01 5,02 5,03 5,04 5,05 5,06 5,07 5,08 5,09 5,10 5,11 5,12 5,13 5,14 5,15 5,16 5,17 5,18 5,19 LIMA, Ricardo Junio Feitosa. O Complexo Montanhoso Serra Negra. Athos – Revista de Estudos Integrados, Vol.5, N.1, 2020. ISSN 2674-8002.
  6. «Garcia d'Ávila». Wikipédia, a enciclopédia livre. 27 de novembro de 2016 
  7. 7,0 7,1 «Jeremoabo». Wikipédia, a enciclopédia livre. 13 de dezembro de 2015 
  8. 8,0 8,1 «IBGE | Cidades | Bahia | Pedro Alexandre | Histórico». www.cidades.ibge.gov.br. Consultado em 12 de dezembro de 2016 
  9. 9,0 9,1 9,2 Bahia, Palácio do Governo do Estado (1962). «LEI Nº 1.763 DE 28 DE JULHO DE 1962». Palácio do Governo do Estado da Bahia. Consultado em 9 de maio de 2020 
  10. 10,0 10,1 10,2 NE. «João Maria de Carvalho, Coronel da Serra Negra». NE Notícias 
  11. 11,0 11,1 CHIAVENATO, Julio José. Cangaço: a força do coronel. Editora Brasiliense. São Paulo. 1990. Pag.42. ISBN 8511131027.
  12. 12,0 12,1 12,2 12,3 12,4 12,5 Cangaço, Cariri (2018). «Cariri Cangaço: Serra Negra e a Espetacular Visita do Cariri Cangaço !». Cariri Cangaço. Consultado em 7 de maio de 2020 
  13. 13,0 13,1 13,2 ARAÚJO. Antônio Amaury Corrêa de. Lampião: as mulheres e o cangaço. Traço Editora. São Paulo. 1984. Pag. 95.
  14. 14,0 14,1 14,2 SOUZA, Jovenildo Pinheiro de. Sertão Sangrento: Luta e Resistência. Editora Nação Cultural. Pernambuco. 2012
  15. 15,0 15,1 Lins, Daniel Soares (1997). Lampião: o homem que amava as mulheres : o imaginário do cangaço (em português). [S.l.]: Annablume 
  16. 16,0 16,1 ARAÚJO. Antônio Amaury Corrêa de. Gente de Lampião, Sila e Zé Sereno. Editora Traço. São Paulo. 1987. Pag. 92.
  17. 17,0 17,1 Já, Bahia. «DEPUTADO LAMENTA MORTE EX-PREFEITO PEDRO ALEXANDRE, EDVALDO CARVALHO». Bahia Já 
  18. 18,0 18,1 18,2 SANTOS, Robério. Acidente aéreo em Itabaiana mata quatro, 11° Edição, Jornal OMNIA. Sergipe. 2011.
  19. 19,0 19,1 MACHADO, Guilherme. Cangaceiro Tempestade Militante do Bando de Moreno. Portal do cangaço de Serrinha. Bahia. 2011.
  20. 20,0 20,1 20,2 Brasil, Tribunal Superior Eleitoral (2011). «Resultados das Eleições». TSE. Consultado em 9 de dezembro de 2016 
  21. 21,0 21,1 Brasil, Tribunal de Contas da União (1999). «Tribunal de Contas da União TCU - TOMADA DE CONTAS ESPECIAL: TCE 25005819979». TCU. Consultado em 9 de dezembro de 2016 
  22. 22,0 22,1 SOUZA, Carlino. «Pedro Alexandre-BA: Ex-prefeito Petrônio Gomes, comemora aniversário e é recebido com festa.». Carlinosouza Notícias. Bahia. 2013. 
  23. MORENO, Adalberto. «Mais um vereador do município de Pedro Alexandre morre de forma trágica». Bob Charles Notícias. Paulo Afonso. 2010. 
  24. MORENO, Adalberto. «Mais um vereador é assassinado em Pedro Alexandre». Jeremoabo Agora. Bahia. 2016. 
  25. «TSE - Estatísticas Eleições 2012». www.tse.jus.br. Consultado em 9 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 13 de dezembro de 2014 
  26. MORENO, Adalberto. Pedro Alexandre-BA: Irmão e sobrinho de vice-prefeito sofrem atentado à bala. Jeremoabo.com. Bahia. 2013
  27. Souza, Carlino (2014). «Ex-prefeito de Pedro Alexandre(BA), "João de Oiô", morre aos 91 anos». Carlinosouzacom.br. Consultado em 9 de dezembro de 2016 
  28. MORENO, Adalberto. Consórcio EMPA/CCM/CCL inicia as obras de revestimento asfáltico da BR-235. Jeremoabo Agora. Bahia. 2015.
  29. Portal Itnet. «Ex-prefeito de Pedro Alexandre é morto a tiros em feira livre». Itnet. Sergipe. 2016. Consultado em 14 de dezembro de 2016. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2016 
  30. ChicoSabeTudo. «Prefeitura de Coronel João Sá alerta população para risco de rompimento da barragem Quatí». www.chicosabetudo.com.br. Consultado em 11 de julho de 2019 
  31. 31,0 31,1 Globo, G1 (2020). «Yuri Andrade, do PP, é eleito prefeito de Pedro Alexandre» (em português). Globo. Consultado em 16 de novembro de 2020 
  32. 32,0 32,1 Brasil, Tribunal Superior Eleitoral (2011). «Eleições anteriores» (em português). TSE. Consultado em 5 de maio de 2020 
  33. Brasil, Tribunal Superior Eleitoral (2011). «Resultado da eleição 2000». TSE. Consultado em 9 de dezembro de 2016 
  34. Brasil, Supremo Tribunal Eleitoral (2011). «Resultado da eleição 2004». TSE. Consultado em 9 de dezembro de 2016 
  35. G1 Bahia, Globo (2012). «Apuração das Eleições 2012 em Pedro Alexandre | Bahia» (em português). Globo. Consultado em 5 de maio de 2020 
  36. G1 Bahia, Globo (2016). «Resultado da apuração das Eleições 2016 em Pedro Alexandre para prefeito e vereador» (em português). Globo. Consultado em 5 de maio de 2020 
  37. Fósseis encontrados no sertão. Correio Sergipe D'el Rey. 3º Edição. Page 77. SkyscraperCity. 2013. Visitado em 10 de Janeiro de 2016.
  38. DANTAS, Mário André Trindade; ZUCON, Maria Helena. A Ocorrência de Fósseis da Megafauna do Pleistoceno Final em Coronel João Sá, Bahia, Brasil. v. 6, n.1. UnG - Universidade Guarulhos / Geociências. Guarulhos. 2007.
  39. INSTITUTO BIOLÓGICO DA BAHIA. Boletim do Instituto Biológico da Bahia. Volumes 1-10. Editora Secretaria da Agricultura Indústria e Comércio. Bahia. 1954. Pag. 55.
  40. «'Tradição dos Penitentes' pode se tornar Patrimônio Imaterial da Bahia». Bahia. 21 de abril de 2011 
  41. TAVARES, Gerisvan. Jovens mantém viva a tradição dos Caretas em Santa Cruz. SantaCruz24h. Bahia. 2013
  42. «Barragem se rompe em Pedro Alexandre, na Bahia; prefeito de cidade vizinha pede a moradores que deixem suas casas». G1 (em português). Consultado em 11 de julho de 2019 
  43. «Prefeito alerta população de Coronel João Sá sobre perigos de rompimento». R7.com (em português). 11 de julho de 2019. Consultado em 11 de julho de 2019 
  44. Diário Oficial de Pedro Alexandre. Decreto N° 018, de 11 de Julho de 2019. Prefeitura Municipal de Pedro Alexandre. Ano VII - Nº 800. 2019.
  45. «Prefeitura de Pedro Alexandre decreta situação de emergência e calamidade pública após rompimento de barragem». G1 (em português). Consultado em 11 de julho de 2019 
  46. ANSA, Sociedade Cooperativa. Cidade declara ‘calamidade’ após barragem transbordar. IstoÉ - Agenzia Nazionale Stampa Associata. Brasil. 2019.
  47. 47,0 47,1 COSTA, Alcino Alves. O Sertão de Lampião. Editora Expressão Gráfica. Brasil. 2008. 418 p.
  48. COSTA, Rangel Alves da. Poço Redondo o Verdadeiro Museu do Cangaço. Seminário Carirí Cangaço. Sergipe. 2015.
  49. 49,0 49,1 COSTA, Rangel Alves da. «O filme e o fato (O Verdadeiro Zé de Julião)». Jornal do Dia. Sergipe. 2013 
  50. CBF, Assessoria (2017). «Dez anos do Pan: a paixão de Daniela Alves» (em português). Confederação Brasileira de Futebol. Consultado em 7 de maio de 2020 
  51. SANTOS, Rogério Andrade. Participação Social: Conferência Livre da Parteiras em Comunidade Quilombola. In: 12º Congresso Internacional da Rede Unida. 2016.
  52. BARROS, Leandro Gomes de. Morte de tempestade (Antonio Felix). Recife, PE: [s.n.], 1908. 17 p.
  53. 53,0 53,1 Santos, Robério. O Cangaceiro Azulão | O Cangaço na Literatura | #310. O Cangaço na Literatura. Sergipe. 2019.
  54. GALDINO, Antônio. A importância da Chesf para a região - no correr das águas, na direção do futuro. Jornal Folha Sertaneja. Paulo Afonso. 2012.
  55. SON, Pedro. «Pedro Alexandre: Pâmela Gomes é a vereadora eleita mais jovem do País». Jeremoabo.com. Bahia. 2016. 
  56. SOUZA, Ilda Ribeiro de; ORRICO, Israel Araújo. Sila, uma cangaceira de Lampião. Traço Editora. São Paulo. 1984. Pag.88.
  57. TORRES, Luís Wanderley. Lampião e o cangaço. 2° Edição. Editora EDICON. São Paulo. 1994. Pag. 184.
  58. VEJA. Joaquin de Carvalho, de Pedro Alexandre - Bahia.- Edições 22-25 - Página 389. Editora Abril. 1997.
  59. BARROS, Luitgarde Oliveira Cavalcanti. A derradeira gesta: Lampião e Nazarenos guerreando no sertão. Editora MAUAD. Rio de Janeiro. 2000. Pag. 301. ISBN 8574780154
  60. Vavá Machado e Léo Costa. Vaqueiro progressista. Álbum: Na trilha da vaquejada. Faixa 15. Gravadora Mega Music. 2002.
  61. FERNANDES, Leandro Cardoso; ARAÚJO, Antonio Amaury Corrêa de. Lampião: a medicina e o cangaço: aspectos médicos do cangaceirismo. 3° Edição. Traço Editora. São Paulo. 2005. Pag.145.
  62. MELLO, Frederico Pernambuco de; FREYRE, Gilberto. Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil. 5° edição. Editora A Girafa. São Paulo. 2013. Pag.291. ISBN 9788563610058

talvez você goste