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Igrejas ortodoxas orientais

Disambig grey.svg Nota: Ortodoxia Oriental e Igreja Ortodoxa Oriental redirecionam para esta página. Para a Igreja que aceita os sete primeiros concílios ecumênicos, ver Igreja Ortodoxa.
Igreja Ortodoxa OrientalPredefinição:Info/topo/imagem
Orientação Cristianismo oriental; Miafisismo
Fundador Jesus (Conforme a Tradição Ortodoxa Oriental)
Origem Século I; Império Romano (451)
Sede Alexandria
Damasco
Valarsapate
Adis Abeba
Asmara
Kottayam
Líder espiritual Vários
Número de membros 60 milhões
Países em que atua Oriente Médio, Índia, Corno de África e Armênia
Ícone copta de Jesus Cristo alimentando uma multidão

As Igrejas Ortodoxas Orientais compõem uma denominação cristã presente sobretudo no Oriente Médio, Índia, Corno de África e Armênia.[1][2] São distintas das Igrejas que apoiam o ensinamento cristológico reconhecido no Concílio de Calcedónia em 451: a doutrina das duas naturezas de Cristo aceita pelos católicos romanos e ortodoxos bizantinos, e, posteriormente, pela maior parte dos protestantes.

Segundo o Conselho Mundial de Igrejas, estas Igrejas são atualmente chamadas de "ortodoxas orientais" em várias línguas.[3] Para outras Igrejas também denominadas de ortodoxas, emprega-se ou um sinónimo distinto (como em inglês e alemão)[4] ou as expressões "ortodoxas bizantinas" (como em espanhol)[5] ou "ortodoxas calcedônias" (como em francês).[6] Ver Nomes abaixo.

Nomes

O nome geralmente aceito hoje para esta família de igrejas é igrejas ortodoxas orientais.[3] Historicamente, por não aceitarem a definição do Concílio de Calcedônia, eram conhecidas como não calcedônias, pré-calcedônias, anticalcedônias, monofisistas, antigas orientais ou orientais menores.[3]

Baseiam a sua doutrina nos três primeiros concílios ecumênicos (Niceia, Constantinopla e Éfeso)[3] e por isso alguns as chamam as igrejas dos três concílios.

Diferenciam-se das outras Igrejas ortodoxas, que em inglês e alemão são também chamadas — empregando porém uma palavra distinta mas sinônimo — de orientais,[4] mas que em línguas que não dispõem deste par de sinónimos são chamadas de bizantinas em oposição às não calcedônias[5] ou de calcedônias.[6] Estas línguas normalmente reservam o adjetivo "oriental" para as igrejas que não aceitam a resolução calcedônia.[3]

Concílio de Calcedônia

Ver artigo principal: Concílio de Calcedónia

De acordo com o artigo sobre o Henótico na Enciclopédia Católica,[7] os patriarcas de Alexandria, Antioquia e Jerusalém, entre outros bispos, recusaram-se a aceitar a doutrina das duas naturezas aprovada pelo Concílio de Calcedônia e decretada pelo imperador bizantino Marciano, que foi aceita pelos bispos de Roma e de Constantinopla, entre outros, iniciando assim a separação entre as duas famílias de igrejas cristãs.

A rejeição de Calcedônia começou como iniciativa do Papa Dióscoro de Alexandria, junto a outros 13 bispos egípcios, que não aceitavam a ideia de que Cristo tinha duas naturezas após a encarnação, evocando São Cirilo de Alexandria como voz de sua posição cristológica.[8] Nos anos seguintes ao concílio, Constantinopla manteve comunhão com Antioquia e Alexandria, enquanto Roma permaneceu fora de comunhão com estas igrejas mas em situação canonicamente instável com Constantinopla. A situação mudou no ano de 518, quando Justino I, um calcedônio, demandou que toda a Igreja dentro do Império Romano aceitasse a doutrina das duas naturezas. Nisto, se dividiram as linhas sucessórias das sés de Antioquia e Alexandria: calcedônia e não calcedônia, as quatro subsistindo até hoje. A Igreja da Armênia acabaria rompendo comunhão com as igrejas calcedônias do Império no Segundo Concílio de Dúbio, em 555.[9]

Doutrinas distintas

Ver artigos principais: Monofisismo e Miafisismo

As Igrejas que aceitaram o Concílio de Calcedônia (451) acusaram as Igrejas ortodoxas orientais de serem monofisistas, devido ao fato de professarem uma natureza em Jesus Cristo encarnado, ao contrário das duas reconhecidas pelo Concílio de Calcedônia (451). Mas, estas mesmas Igrejas orientais rejeitam a doutrina monofisista por Êutiques e Apolinário de Laodiceia, considerando-a herética.

Em verdade, na língua grega, a "uma natureza" destas igrejas não é dita mono physis, mas mia physis, dizendo-se por isto que professam a fé do miafisismo, afirmando, de acordo com a expressão de Cirilo de Alexandria, "uma natureza do Verbo de Deus encarnado", que na pessoa una de Jesus Cristo, a divindade e a humanidade estão unidas em uma única ou singular natureza, unidas sem separação, sem confusão e sem alteração. Acreditam que uma união completa e natural das Naturezas Divina e Humana em uma só Natureza é autoevidente, de maneira a alcançar a salvação divina da humanidade, em oposição à crença na união hipostática (isto é, duas naturezas unidas numa só pessoa ou hipóstase),[10] promovida pelas atuais Igrejas Católica, Protestante e Ortodoxa.

Lista das Igrejas

Atualmente, existem cerca de 60 milhões de ortodoxos orientais.[3]

O Conselho Mundial de Igrejas dá a seguinte lista das seis Igrejas ortodoxas orientais:[3]

Apesar de serem autocéfalas, isto é, independentes umas das outras, estas igrejas partilham as mesmas crenças e doutrinas cristãs fundamentais.

Atualmente, a Igreja Ortodoxa Indiana está dividida.[11] Existiu também uma divisão da Igreja Ortodoxa Etíope, com uma Igreja Ortodoxa Etíope no Exílio,[12] mas as duas facções reconciliaram-se em 2018.[13] Não existe uma divisão da Igreja Ortodoxa Eritreia em duas Igrejas, apesar da prisão pelo governo eritreu do patriarca anterior.[14]

A Igreja Assíria do Oriente não está incluída entre as Igrejas ortodoxas orientais, pois discordou da posição que prevaleceu no Primeiro Concílio de Éfeso.

Referências

  1. «Oriental Orthodoxy». World Heritage Encyclopedia (em inglês). Consultado em 24 de abril de 2020 
  2. «Oriental Orthodoxy». Patheos Library (em inglês). Consultado em 24 de abril de 2020 
  3. 3,0 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5 3,6 Afirmação do Conselho Mundial de Igrejas em espanhol, inglês, francês e alemão
  4. 4,0 4,1 «Orthodox churches (Eastern)». World Council of Churches (em inglês). Consultado em 24 de abril de 2020  e «"Östlich-orthodoxe Kirchen"». Ökumenischer Rat der Kirchen (em alemão). Consultado em 24 de abril de 2020 
  5. 5,0 5,1 «Iglesias ortodoxas (bizantinas)». Consejo Mundial de Iglesias (em espanhol). Consultado em 24 de abril de 2020 
  6. 6,0 6,1 «Églises orthodoxes (chalcédoniennes)». Conseil œcuménique des Églises (em francês). Consultado em 24 de abril de 2020 
  7. Erro de script: Nenhum módulo desse tipo "Citar enciclopédia".
  8. Papa Shenouda III (1999). «The Nature of Christ» (PDF). Coptic Orthodox Church Network (em Inglês). 23 páginas. Consultado em 24 de abril de 2020 
  9. Rouben Paul Adalian (13 de maio de 2010). Historical Dictionary of Armenia. [S.l.]: Scarecrow Press. p. 286. ISBN 978-0-8108-7450-3 
  10. «O que é a união hipostática?». Padre Paulo Ricardo. Consultado em 24 de abril de 2020 
  11. «Historical Divisions of Mar Thoma Nasranis». Nasrani Foundation (em Inglês). Arquivado do original em 22 de outubro de 2019 
  12. «EOTC in Exile Reaffirms and Declares Abune Merkorios to be the Legtimate Patriarch of Ethiopia». EthioFreedom (em Inglês). 23 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  13. «Ethiopian Orthodox Unity Declaration Document in English». Orthodoxy Cognate PAGE - Media Network - A Society for Orthodox Christian Unity and Faith (em Inglês). 27 de julho de 2018. Consultado em 25 de abril de 2020 
  14. «Eritrea: A Renewed Call for the Release of Eritrean Patriarch, Abune Antonios». allAfrica (em inglês). 21 de janeiro de 2015. Consultado em 24 de abril de 2020 

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