Bocaina é o maior bairro de Conceição de Macabu[1], com população, comércio, rede de saúde, rede escolar, enfim, serviços públicos e privados, comparáveis aos de pequenas cidades da região. Isso mostra que a Bocaina é grande e importante, além do que, o principal sistema de saúde do município está implantado lá, o Hospital Municipal Ana Moreira, além de grandes escolas, como a Escola Estadual Bocaina e a Escola Municipal Rozendo Fontes Tavares.
Localização
A Bocaina é limitada naturalmente por vertentes de morros, como o da Caixa d’Água, pela Rua Coronel Castro e, pela Vila São José[2]. É um bairro tão grande para os padrões locais - possui 5.000 dos 23.600 habitantes da cidade - que possui até divisões internas, como a Transmac, o Morro da Caixa D’Água e o Loteamento Folly.
Transmac
Divisão do bairro da Bocaina. Possui cerca de 400 habitantes, sendo um bairro estritamente residencial. A única atividade comercial são dois bares e a sede da empresa de ônibus Transmac, que deu nome a localidade[3].
Morro da Caixa D’Água
Divisão do bairro da Bocaina. Seu nome está relacionado a existência de uma caixa d'água, construída em 1877-1878 e destinada primeiramente ao abastecimento de uma indústria, o Engenho Central Macabuense. Nos anos seguintes o abastecimento foi estendido até os moradores da região, tornando-se o mais antigo sistema de abastecimento d'água doméstico em funcionamento do Norte Fluminense[3].
Caixa D'água
No Morro da Caixa D'Água está localizada a Caixa D'água de Conceição de Macabu, Primeiro abastecimento de água da cidade de Conceição de Macabu e o mais antigo em atividade do Norte Fluminense. Tem capacidade de 10.000 litros, e é abastecida pelo Córrego da Caixa D'Água e responsável pela distribuição in natura para algumas residências do morro e do entorno da Praça Doutor José Bonifácio Tassara.
Foi construída em 1877 pelo suíço radicado no Brasil, Adrian Allemand. Originalmente o projeto previa o suprimento de uma fábrica, o Engenho Central Macabuense de propriedade do português Antonio Ignácio Valentim. Com o andamento das obras a prefeitura de Macaé contratou os serviços do construtor para expandir o abastecimento ao vilarejo da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Macabu, então parte do município. Como parte da obra três chafarizes foram construídos em pedra e instalados em pontos estratégicos da Estrada Macaé-Cantagalo, que passava ao largo[4]. Dos três, dois ainda existem e um ainda está em uso no centro da praça.
História do bairro
A História da Bocaina remonta ao século XIX, sendo um dos mais antigos bairros da cidade. Sua origem está na Fazenda Descoberta Feliz, importante propriedade rural que pertenceu ao casal José de Oliveira Gomes e Luzia Pereira Braga Gomes, que só para constar, eram os pais do coronel Nestor Gomes[5], lá nascido em 1875, e que tornou-se governador do estado do Espírito Santo entre 1920 e 1924. A fazenda era altamente produtiva, uma das melhores da região, sempre citada com destaque nos relatórios agrícolas da Província do Rio de Janeiro. Sua produção variava entre café,cana, milho, algodão (isso mesmo, algodão em Macabu), pita (ou sisal, para fazer cordas), gado bovino e eqüino, milho, mandioca, moinho, alambique. Além disso, tinha uma das maiores senzalas da região, como escravos eram patrimônios que poucos podiam obter. A divisão dessa fazenda, já no século XX, e a instalação da Fazenda Modelo Wenceslau Bello (São Domingos, Rego Barros, etc.) em 1923-25, e a proximidade com o Centro da cidade, resultou no povoamento acelerado do bairro, inicialmente no Morro da Caixa D’Água, depois seguindo o Córrego do Procura, por fim espalhando-se pela região já conhecida. O crescimento da Bocaina seguiu ritmos diferentes: até 1923, era região de chácaras e sítios; até meados dos anos 70, ainda existiam algumas chácaras, mas predominavam os grandes quintais, embora já existissem regiões do bairro com ocupação semelhante a atual; nos anos 80 e 90, praticamente desapareceram as chácaras, restando alguns quintais grandes e, iniciando-se o processo de ocupação de áreas antes mais isoladas, além da verticalização do bairro, e o surgimento de loteamentos como o Folly[6].
Toponímia
O nome Bocaina é de fácil explicação até um certo ponto, pois define acidentes geográficos típicos de regiões montanhosas. Bocaina quer dizer “depressão entre morros ou serras”, ou “depressão numa serra ou morro” – segundo os dicionários Aurélio e Michaelis. Essas depressões são encontradas mais de uma vez na Bocaina: no Morro da Caixa D’Água, onde a serra tem formato de uma meia boca; em dois locais da Transmac e nas proximidades da antiga fábrica Brindex (Morro da Parabólica). Na verdade existem bocainas no bairro da Bocaina, o que suscita uma polêmica entre os mais velhos moradores do bairro e de Conceição de Macabu. Para alguns, a Bocaina era dividida em duas partes: o Morro da Caixa D’Água e a Bocaina propriamente dita, que seria hoje em dia perto da Transmac. Segundo estes, o nome pioneiro foi Caixa D’Água, depois assimilado por Bocaina. Para outros, a Bocaina sempre foi aquela da caixa D’Água[7].
Bibliografia
- ABC de Macabu - Dicionário de Topônimos. Marcelo Abreu Gomes. Conceição de Macabu: Editora Macuco, 2003.
- GOMES, Marcelo Abreu. Macabu - a história até 1900. Conceição de Macabu. Gráfica Macuco, 1997.
- GOMES, Marcelo Abreu. Geografia Física de Conceição de Macabu. Conceição de Macabu. Gráfica e Editora Poema, 1998.
- ↑ ABC de Macabu - Dicionário de Topônimos. Marcelo Abreu Gomes. Conceição de Macabu: Editora Macuco, 2003.p.54.
- ↑ ABC de Macabu - Dicionário de Topônimos. Marcelo Abreu Gomes. Conceição de Macabu: Editora Macuco, 2003.p.54
- ↑ 3,0 3,1 ABC de Macabu - Dicionário de Topônimos. Marcelo Abreu Gomes. Conceição de Macabu: Editora Macuco, 2003. pp. 54-55.
- ↑ GOMES, Marcelo Abreu. Macabu - a história até 1900. Conceição de Macabu. Gráfica Macuco, 1997.pp. 65-66.
- ↑ GOMES, Marcelo Abreu. Macabu - a história até 1900. Conceição de Macabu. Gráfica Macuco, 1997.p.70.
- ↑ GOMES, Marcelo Abreu. Macabu - a história até 1900. Conceição de Macabu. Gráfica Macuco, 1997.p.70
- ↑ GOMES, Marcelo Abreu. ABC de Macabu. Conceição de Macabu. Gráfica Macuco, 2004. pp.43-45.