Luis Gálvez Rodríguez de Arias | |
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Luis Gálvez Rodríguez de Arias | |
1.º e 3.º Presidente do Acre | |
Período | 14 de julho de 1899 até 1 de janeiro de 1900 |
Antecessor(a) | Cargo criado |
Sucessor(a) | Antônio de Sousa Braga |
Período | 30 de janeiro de 1900 até 15 de março de 1900 |
Antecessor(a) | Antônio de Sousa Braga |
Sucessor(a) | Joaquim Vítor da Silva |
Dados pessoais | |
Nascimento | 1864[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] San Fernando |
Morte | 1935 (71 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Madrid |
Alma mater | Universidade de Sevilha |
Partido | Desconhecido |
Profissão | jornalista, diplomata e aventureiro |
Luis Gálvez Rodríguez de Arias (San Fernando, 1864 — Madrid, 1935) foi um jornalista, diplomata e aventureiro espanhol (muitas vezes erroneamente apontado como boliviano) que proclamou a República do Acre em 1899. Governou a República do Acre entre 14 de julho de 1899 e 1 de janeiro de 1900 pela primeira vez, e entre 30 de janeiro e 15 de março de 1900, pela segunda e última vez.
Biografia
Gálvez estudou ciências jurídicas e sociais na Universidade de Sevilha e depois trabalhou no serviço diplomático espanhol em Roma e Buenos Aires.[1] Migrou para a América do Sul para procurar o Eldorado da Amazônia, em 1897. Em Belém do Pará foi jornalista no Correio do Pará.[1] Em Manaus, escreveu para o jornal Commercio do Amazonas.
Logo depois do governo boliviano celebrar um acordo de comércio e exportação de borracha, através de um Contrato de Arrendamento com um sindicato de capitalistas estrangeiro, o Bolivian Syndicate, presidido pelo filho do então presidente dos Estados Unidos, Gálvez recebe um cópia do documento para ser traduzido para o inglês, como funcionário do Consulado boliviano em Belém.[2]
Leva então o assunto ao conhecimento do governador Ramalho Júnior e revela seu intento de promover a independência do Acre. O Governador apoia a ideia clandestinamente, fornecendo recursos financeiros, armas, munições, provisões, um navio especialmente fretado e equipado com um canhão e uma guarnição de vinte homens.[2]
Lidera então uma rebelião no Acre, com seringueiros e veteranos da guerra de Cuba, no dia 14 de julho de 1899, propositadamente a data do aniversário de cento e dez anos da Queda da Bastilha. Fundou a República Independente do Acre, justificando que “não podendo ser brasileiros, os seringueiros acreanos não aceitavam tornar-se bolivianos”. Implantou o governo do país, que os Estados Unidos classificaram como um país da borracha.
Chamado Imperador do Acre, assumiu o cargo provisório de presidente, instituiu as Armas da República, a atual bandeira, organizou ministérios, criou escolas, hospitais, um exército, corpo de bombeiros, exerceu funções de juiz, emitiu selos postais e idealizou um país moderno para aquela época, com preocupações sociais, de meio ambiente e urbanísticas. Também baixou decretos e envia despachos a todos os países da Europa, além de designar representantes diplomáticos.[2]
Um golpe de Estado em seu governo com apenas seis meses de existência o retirou do cargo, sendo substituído pelo seringalista cearense Antônio de Sousa Braga, que um mês depois devolveu o poder a Gálvez.
O Tratado de Ayacucho, assinado em 1867 entre o Brasil e a Bolívia reconhecia o Acre como possessão boliviana. Por isso, o Brasil despachou uma expedição militar composta por quatro navios de guerra e um outro conduzindo tropas de infantaria para prender Luis Galvez, destituir a República do Acre e devolver a região aos domínios da Bolívia. No dia 11 de março de 1900, Luis Gálvez rendeu-se à força-tarefa da marinha de guerra do Brasil, na sede do seringal Caquetá, às margens do rio Acre, para depois ser exilado em Recife, Pernambuco. Mais tarde foi deportado para a Europa.
Gálvez ainda retornou ao Brasil, anos depois, mas o governo do Amazonas o prendeu e o recambiou para o Forte de São Joaquim do Rio Branco, hoje estado de Roraima, de onde fugiria tempos depois. Morreu na Espanha.
Homenagens
- Existe um rio com seu nome no Acre.
- Na entrada da Assembléia Legislativa do Estado do Acre (ALEAC) há uma estátua de Gálvez e atrás dele a bandeira do Estado Independente do Acre. Nela, está escrito “Se a Pátria não nos quer, criamos outra! Viva o Estado Independente do Acre!”, frase que foi dita por Gálvez no dia 14 de julho de 1899, durante a declaração da República do Acre perante a população que ali habitava. A frase virou um "bordão" e, até hoje - mais de 1 século depois de dita pelo Imperador Gálvez - a maioria dos acreanos não a conhece perfeitamente.
Representação na mídia
- Gálvez, o Imperador do Acre é a primeira novela folhetinesca de Márcio de Souza, lançado em 1976 e com catorze edições até 2007.
- Em 2007, a Rede Globo exibiu uma minissérie intitulada Amazônia, de Galvez a Chico Mendes, dedicada à região do estado do Acre. O ator José Wilker interpreta Luis Gálvez Rodríguez de Arias.
- O escritor espanhol Alfonso Domingo publicou em 2003 uma novela histórica cuja principal personagem é Luis Gálvez (ver referências).
Referências
- ↑ 1,0 1,1 «Biografia no Só Biografias». Consultado em 14 de abril de 2010. Arquivado do original em 6 de julho de 2011
- ↑ 2,0 2,1 2,2 ALBUQUERQUE, Ivo de. Tratado de Petrópolis - 100 anos - As lutas pela posse do Acre.
Fontes
- DOMINGO, Alfonso - La estrella solitaria. Sevilha: Algaida, 2003 - Livro sobre a vida de Luis Gálvez
- Entrevista com o autor Alfonso Domingo
- Livro revela Luis Gálvez aos espanhóis
- MATIAS, Francisco, "O Tratado de Petrópolis, Diplomacia e Guerra na Fronteira Oeste do Brasil".
- RedirecionamentoPredefinição:fim
Precedido por — |
Presidente do Acre 1899 — 1900 |
Sucedido por Antônio de Sousa Braga |
Precedido por Antônio de Sousa Braga |
Presidente do Acre 1900 |
Sucedido por Joaquim Vítor da Silva |