Predefinição:Info/Corrida automobilística
Resultados do Grande Prêmio dos Países Baixos de Fórmula 1 realizado em Zandvoort em 31 de agosto de 1980.[1] Décima primeira etapa da temporada, foi vencido pelo brasileiro Nelson Piquet, da Brabham-Ford.[2]Predefinição:Nota de rodapé
Resumɒ
Grid completo em Zandvoort
A convalescença de Jochen Mass em razão do acidente sofrido no Grande Prêmio da Áustria influenciou a composição do grid neerlandês, a começar pela decisão da Tyrrell em ceder os talentos de Mike Thackwell à Arrows como substituto de Mass enquanto Geoff Lees foi inscrito para guiar um segundo Ensign e a Alfa Romeo recontratou Vittorio Brambilla como substituto do finado Patrick Depailler,[3] encerrando um ciclo de duas provas onde a equipe italiana era defendida apenas por Bruno Giacomelli e por fim a Lotus manteve a tríade que correu na Áustria. Deste modo os treinos no Circuito de Zandvoort serão disputados por vinte e oito pilotos em busca de vinte e quatro vagas disponíveis.[4]
Calouros ou veteranos, ninguém exibia as credenciais de Jan Lammers, único neerlandês entre os contendores. Piloto da Ensign, ele nasceu na cidade de Zandvoort e era saudado pelos torcedores que agitavam o pavilhão nacional em sua honra e como se não bastasse tal respaldo, ele corria em propriedade familiar, afinal era genro do proprietário do circuito.[5] Euforia à parte, a sexta-feira foi bem agitada nos Países Baixos devido ao acidente de John Watson, que perdeu os freios de sua McLaren no final da reta, passou direto pela curva Tarzan e bateu, resultando em dores na cabeça e na barriga. Alan Jones também ficou sem freios quando a Williams fez a curva Hunzerung antes de travar o acelerador e espatifar o carro, sem falar em um acidente de Keke Rosberg com a Fittipaldi.[5]
Quanto aos treinos de sexta-feira tivemos dois carros da Renault na primeira fila com René Arnoux e Jean-Pierre Jabouille, a segunda ocupada pelas Williams de Carlos Reutemann e Alan Jones com Nelson Piquet em quinto pela Brabham, quase emulando os treinos iniciais do Grande Prêmio da Áustria há uma semana.[6][7]
Renault mantém primeira fila
O sábado começou sob chuva no Circuito de Zandvoort e a ameaça da mesma persistiu durante o dia, mas o treino derradeiro aconteceu em pista seca. Nele Emerson Fittipaldi subiu para o vigésimo primeiro lugar, quatro postos em relação ao dia anterior, embora o clima na Fittipaldi fosse também de perda devido a não classificação de Keke Rosberg.[8] Os primeiros lugares mantiveram-se inalterados e a Renault confirmou a pole position de René Arnoux e o segundo lugar de Jean-Pierre Jabouille. Nas vagas seguintes mantiveram-se as Williams de Carlos Reutemann e Alan Jones enquanto a Brabham de Nelson Piquet acomodou-se na terceira fila ao lado da Ligier de Jacques Laffite.[9] Além do supracitado Keke Rosberg, três outros competidores não se classificaramː Rupert Keegan em sua Williams comprada pela RAM Racing, Jan Lammers que frustrou a torcida neerlandesa a bordo da Ensign e o jovem Mike Thackwell, da Arrows.[10]
Vitória redentora de Piquet
Embora os motores turbo da Renault fossem mais potentes, alguns instantes de inércia bastaram para a Williams de Alan Jones assumir a liderança após a largada tendo René Arnoux em segundo à frente de um sexteto formado por Jacques Laffite, Carlos Reutemann, Jean-Pierre Jabouille e Nelson Piquet. Entretanto a sorte do australiano foi pelos ares no giro seguinte quando a minissaia lateral direita de seu carro foi danificada ao passar sobre uma zebra e este fato obrigou Jones a ir para os boxes, mas não sem antes reunir seus perseguidores entregando o primeiro lugar a Arnoux antes deste ser "engolido" por Laffite. Outro que teve um início ruim de prova foi Reutemann, ultrapassado por Jabouille, Villeneuve e Piquet caindo para o sexto lugar na terceira volta. Gilles Villeneuve e Nelson Piquet despacharam Jean-Pierre Jabouille subindo, respectivamente, para terceiro e quarto com Bruno Giacomelli adiante de Carlos Reutemann no sexto giro. Ao longo das voltas seguintes destacou-se a volição de Nelson Piquet ao superar Villeneuve e Arnoux (não obstante a potência da Renault no retão de Zandvoort), mas o grande momento da prova ocorreu na décima terceira passagem quando o brasileiro tomou a liderança de Jacques Laffite na freada da curva Tarzan.[2]
A pilotagem esmerada de Nelson Piquet tornou possível sua ascensão ao primeiro lugar e a partir de então o brasileiro estendeu sua vantagem sobre os rivais e consolidou sua liderança, seguido por um Jacques Laffite conformado com o segundo lugar, mas atrás deles houve certa emoção quando Bruno Giacomelli assumiu o terceiro lugar ao superar René Arnoux e Mario Andretti subiu para quinto ao superar Carlos Reutemann após embirrar por algumas voltas. Um erro de Giacomelli, contudo, o fez rodar e despencar para sétimo em seu retorno ao asfalto, atrás da Tyrrell de Jean-Pierre Jarier, onde o italiano da Alfa Romeo permaneceu até a volta cinquenta e oito quando um acidente o eliminou da contenda.[2] Ato contínuo, o grupo dos seis manteve-se inalterado, a não ser pelo fato de Reutemann ter superado Andretti, quinto colocado adiante de Jarier.
Em meio a uma tarde previsível, os 50 mil espectadores e o público que acompanhava a prova pela TV tomaram um susto na volta sessenta quando a Tyrrell de Derek Daly quebrou a suspensão e passou reto pela curva Tarzan atravessando a área de escape exigindo o máximo dos freios antes de chocar-se com a barreira de pneus a 272 km/h, voar e cair no chão.[11] "Percebi que ia ocorrer o choque e encolhi minhas pernas antes. Foi muita sorte, pois toda a frente do carro ficou danificada", explicou Daly aos jornalistas algum tempo após ser resgatado pelos fiscais de pista e sobrelevar o torpor inicial restando-lhe apenas um corte na perna.[12] Enquanto isso Piquet caminhava rumo à vitória enquanto novas alterações ocorriamː Mário Andretti parou por falta de gasolina a duas voltas para o final do Grande Prêmio e no mesmo instante René Arnoux acelerou a Renault tomou o segundo posto de Jacques Laffite em sua Ligier cruzando a linha de chegada meio segundo à frente de seu compatriota. Próximo aos dois franceses chegou a Williams de Carlos Reutemann e uma volta depois Jean-Pierre Jarier levou sua Tyrrell ao quinto lugar com a McLaren de Alain Prost em sexto.[4][2]
Vencedor da prova com treze segundos de vantagem sobre Arnoux e Laffite, o triunfo de Nelson Piquet foi reconhecido pelos companheiros de pódioː "Piquet estava simplesmente invencível. Ninguém nessa corrida conseguiria superá-lo", disse René Arnoux ao final da porfia.[13] "Era o dia dele. Guiou como mestre, sem um erro, sem a menor complicação, do princípio ao fim. Quando me passou era a coisa mais natural do mundo. Nem pensei em luta. Vi logo que não adiantaria mesmo", completou Jacques Laffite.[14] Graças ao triunfo nos Países Baixos, Nelson Piquet chegou aos 45 pontos contra os 47 pontos de Alan Jones, líder do certame e que finalizou a prova três voltas atrás de seu rival da Brabham. No mundial de construtores a Williams ostenta uma liderança de 80 pontos e está às vésperas de um título inédito.[15]
Classificação
Treinos
Corrida
Tabela do campeonato após a corrida
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Referências
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