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Grande Prêmio do México de 1970

Predefinição:Info/Corrida automobilística

Resultados do Grande Prêmio do México de Fórmula 1 realizado na Cidade do México em 25 de outubro de 1970. Décima terceira e última etapa da temporada, teve como vencedor o belga Jacky Ickx, que subiu ao pódio junto a Clay Regazzoni numa dobradinha da Ferrari, com Denny Hulme em terceiro pela McLaren-Ford.[1][2]Predefinição:Nota de rodapé

Resumo

Clay Regazzoni na pole

Dezoito carros apresentaram-se para a disputa do Grande Prêmio do México sendo oito equipes completas enquanto a Rob Walker Racing Team será defendida por Graham Hill num Lotus 72C e John Surtees será o piloto único de seu próprio time. Na definição do grid o suíço Clay Regazzoni conquistou sua primeira pole position graças ao aprumo da Ferrari, embora devamos citar o Tyrrell 001 de Jackie Stewart em segundo lugar. Aliás a escuderia de Ken Tyrrell estreou no Grande Prêmio do Canadá na posição de honra do grid[3] e desde então não larga a primeira fila. Em terceiro lugar ficou Jacky Ickx com a outra Ferrari e em quarto veio o tricampeão Jack Brabham guiando uma Brabham, cada um com motivações distintas: o belga da Ferrari pretende assegurar o vice-campeonato mantendo-se em alta para 1971 enquanto o ídolo australiano anunciou sua aposentadoria após quinze anos de carreira numa trajetória iniciada no Grande Prêmio da Grã-Bretanha de 1955.

Vencedor do Grande Prêmio dos Estados Unidos, Emerson Fittipaldi largará na última posição, pois o motor de sua Lotus estourou quando o brasileiro foi à pista e como os trabalhos para a troca de motor e reparos no carro demoraram além do previsto, o piloto não teve como melhorar o seu tempo.[4] No dia seguinte o mesmo não foi além de uma volta completa, pois seu bólido sofreu com os mesmos problemas.[5]

Tensões com o público

Duzentos mil torcedores compareceram ao Autódromo Magdalena Mixhuca (a denominação alusiva aos irmãos Rodríguez surgiria mais tarde), mas a atitude do público esteve aquém do razoável, pois no afã de ver a corrida muitas pessoas aglomeraram-se à beira da pista expondo-se ao risco de um acidente grave dada a presença dos carros em alta velocidade, algo pior que o incidente no Grande Prêmio da Espanha, onde um punhado de imprudentes amontoou-se detrás de um alambrado para contemplar os destroços fumegantes de uma batida entre a Ferrari de Jacky Ickx e a BRM de Jackie Oliver.[6] Temerosos quanto ao pior, os comissários negaram-se a autorizar o início da prova mexicana sem que as margens da pista fossem liberadas. Aborrecida, a multidão protestou atirando garrafas no asfalto, não obstante o chamado à razão feito pelo campeão mundial Jackie Stewart e por Pedro Rodríguez. Diante do impasse, os organizadores da etapa viram-se forçados a permitir a realização da corrida temendo a fúria e a eventual violência da torcida.[2]

Vitória de Jacky Ickx

Clay Regazzoni liderou a primeira volta da corrida adiante de Stewart e Ickx, mas um arranque furioso do belga levou-o ao primeiro lugar. Seguido por Jackie Stewart até que a Tyrrell do britânico foi ao pit lane para corrigir algumas falhas na sua coluna de direção e a partir desse momento, Ickx foi escoltado por Regazzoni com Jack Brabham em terceiro lugar. Stewart retornou à pista nos últimos lugares, mas encerrou sua corrida na volta 33 quando danificou sua suspensão ao atropelar e matar um cachorro.[2] No quinquagésimo segundo giro o motor de Brabham estoura quando o australiano buscava a posição de Regazzoni, resultando no terceiro lugar de Denny Hulme com sua McLaren.[5]

À medida que a prova caminhava para o seu fim algo perigoso aconteceu: torcedores imprudentes cruzavam a pista com a disputa em andamento e tão logo Jacky Ickx venceu a corrida, seus adversários foram obrigados a reduzir drasticamente a velocidade para não atropelar os insensatos[7] e em segundo lugar chegou Clay Regazzoni assegurando à Ferrari sua terceira dobradinha em cinco corridas enquanto Denny Hulme cruzou a linha de chegada em terceiro com sua McLaren. Completaram a zona de pontuação Chris Amon numa March e Jean-Pierre Beltoise em quinto com a Matra enquanto Pedro Rodríguez foi o sexto pela BRM. Com esses resultados, Jacky Ickx chegou ao vice-campeonato mundial com 40 pontos, cinco a menos que Jochen Rindt.

México fora do calendário

O comportamento do público e as falhas na segurança da pista na Cidade do México foram temas de uma reunião com a Federação Internacional de Automobilismo Esportivo (FISA) em abril de 1971 em Haia onde o Automóvel Clube Mexicano comprometeu-se a não repetir os incidentes de outrora, motivo pelo qual a etapa foi confirmada para 24 de outubro como a última do calendário.[8] Porém a morte de Pedro Rodríguez após um acidente numa corrida de Interserie no circuito de rua de Norisring, Alemanha Ocidental, em 11 de julho de 1971[9] influiu no cancelamento do Grande Prêmio do México, país cujo único representante nas pistas durante parte de sua ausência foi Hector Rebaque,[10] último piloto a marcar pontos na Fórmula 1 num carro inscrito por uma equipe privada, com um sexto lugar no Grande Prêmio da Alemanha de 1978 numa Lotus 78 pertencente à Rebaque, time sediado em Royal Leamington Spa, Reino Unido.

Os mexicanos regressariam ao calendário da Fórmula 1 somente em 1986 quando o reformado circuito local recebeu o nome de Autódromo Hermanos Rodríguez,[11] nomes importantes na história automobilística do país, imbricados ao próprio circuito.

Em 1962 um acidente durante a primeira edição do Grande Prêmio do México matou Ricardo Rodríguez, irmão de Pedro Rodríguez. Cedido pela Ferrari para a Rob Walker Racing Team a fim de disputar aquela prova extracampeonato, o jovem prodígio morreu quando a suspensão traseira direita de sua Lotus 24 quebrou na curva Peraltada colidindo a seguir com as barreiras de proteção.[9] Naquele mesmo fim de semana, Moisés Solana decidiu não correr e o México ficou sem representantes na pista. Nos anos seguintes, porém, os dois pilotos estiveram na corrida mexicana: Pedro Rodríguez foi o sexto com a Ferrari em 1964 e com uma Cooper em 1967, obtendo seu melhor resultado em 1968 quando chegou em quarto lugar guiando uma BRM, time que o levou à sexta posição em 1970. Moisés Solana, por sua vez, jamais pontuou em sua carreira.

Classificação da prova

Pos. Piloto Construtor Voltas Tempo/Diferença Grid Pontos
1 3 Predefinição:Country data Belgium Jacky Ickx Ferrari 65 1:53:28.36 3 9
2 4 Predefinição:Country data Switzerland Clay Regazzoni Ferrari 65 + 24.64 1 6
3 8 Predefinição:Country data New Zealand Denny Hulme McLaren-Ford 65 + 45.97 14 4
4 12 Predefinição:Country data New Zealand Chris Amon March-Ford 65 + 47.05 5 3
5 6 Predefinição:Country data France Jean-Pierre Beltoise Matra 65 + 50.11 6 2
6 19 Predefinição:Country data Mexico Pedro Rodríguez BRM 65 + 1:24.76 7 1
7 20 Predefinição:Country data UK Jackie Oliver BRM 64 + 1 volta 13
8 17 Predefinição:Country data UK John Surtees Surtees-Ford 64 + 1 volta 15
9 7 Predefinição:Country data France Henri Pescarolo Matra 61 + 4 voltas 11
NC 23 Predefinição:Country data Sweden Reine Wisell Lotus-Ford 56 Não classificado 12
Ret 15 Predefinição:Country data Australia Jack Brabham Brabham-Ford 52 Motor 4
Ret 1 Predefinição:Country data UK Jackie Stewart Tyrrell-Ford 33 Suspensão 2
Ret 9 Predefinição:Country data UK Peter Gethin McLaren-Ford 27 Motor 10
Ret 16 Alemanha Rolf Stommelen Brabham-Ford 15 Sistema de abastecimento 17
Ret 2 Predefinição:Country data France François Cevert March-Ford 8 Motor 9
Ret 14 Predefinição:Country data UK Graham Hill Lotus-Ford 4 Superaquecimento 8
Ret 11 Predefinição:Country data Switzerland Jo Siffert March-Ford 3 Motor 16
Ret 24 Brasil Emerson Fittipaldi Lotus-Ford 1 Motor 18
Fonte:[1]

Tabela do campeonato após a corrida

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