Predefinição:Info/Corrida automobilística
Resultados do Grande Prêmio da Itália de Fórmula 1 realizado em Monza em 6 de setembro de 1970.[1][2] Décima etapa da temporada, ficou marcado pelo acidente que ceifou a vida do austríaco Jochen Rindt no sábado.[3] Em sinal de pesar, a Lotus não disputou a corrida. A prova aconteceu no dia seguinte em meio ao luto e o público assistiu a primeira vitória do suíço Clay Regazzoni, da Ferrari,[4][5][6] com Jackie Stewart em segundo lugar representando a March-Ford e Jean-Pierre Beltoise em terceiro pela Matra.Predefinição:Nota de rodapé
Resumo
O carro próprio da Tyrrell
Tão logo chegou em Monza, a Fórmula 1 estava eufórica com as notícias a respeito do Tyrrell 001, primeiro carro fabricado pela equipe de Ken Tyrrell sob os cuidados do projetista Derek Gardner. A estreia do novo chassis ocorreu em 22 de agosto de 1970, seis dias após o Grande Prêmio da Áustria, durante a International Gold Cup em Oulton Park. Ciente do potencial de sua máquina, Ken Tyrrell convenceu Jackie Stewart a usá-la nos treinos na sexta-feira, mas uma sucessão de problemas mecânicos levou ao resgate do bólido da March utilizado desde o início do campeonato na África do Sul.[7]
Emerson Fittipaldi capotou
Desde sua chegada à Fórmula 1 Emerson Fittipaldi guiou o modelo Lotus 49 (cuja estreia remonta ao Grande Prêmio dos Países Baixos de 1967), porém uma decisão de Colin Chapman permitiu ao brasileiro guiar o Lotus 72 em Monza. Uma atitude tão corriqueira quase resultou em morte quando o piloto chegou na Curva Parabólica e seu bólido perdeu o controle atingindo um barranco a 200 km/h. A força do impacto lançou o carro por cima do alambrado e o mesmo capotou entre duas das árvores que rodeavam o autódromo, mas felizmente seu condutor saiu ileso.[8]
Jochen Rindt (1942-1970)
Por conta do acidente com Emerson Fittipaldi, a Lotus entregou a Jochen Rint um outro carro para que o austríaco participasse do treino oficial naquele sábado e assim ocorreu. Contudo mais uma tragédia enlutou a Fórmula 1 quando o carro de Rindt desviou-se bruscamente para a esquerda na altura da Curva Parabólica a 240 km/h. Tal como ocorrera antes, o bólido chocou-se de forma brutal contra a escarpa, voou sobre a barreira de proteção e capotou quatro vezes.[8] Ao ser resgatado, levaram-no ao centro médico de Monza e a seguir para o Hospital Niguarda em Milão onde constataram sua morte. Quando examinaram seu corpo notaram "a traqueia cortada de lado a lado, o tórax esmagado, além da perna esquerda quebrada", conforme publicou O Globo.[8]
A dinâmica dos fatos sugere uma avaria mecânica (talvez a perda de uma roda) como causa do acidente[9] e as lesões no pescoço de Rindt estão relacionadas ao uso de um cinto de segurança com quatro pontos ao invés de cinco de modo a saltar mais rapidamente em caso de incêndio no seu carro, porém essa modificação fez o corpo do piloto deslocar-se para a dianteira do cockpit, esganando o austríaco.[10] Campeão das 24 Horas de Le Mans de 1965 com uma Ferrari,[11] Jochen Rindt estreou na Fórmula 1 guiando uma Brabham no Grande Prêmio da Áustria de 1964 e venceu sua primeira corrida no Grande Prêmio dos Estados Unidos de 1969 quando já estava na Lotus. Casado com a modelo finlandesa Nina Madeline Lincoln, com quem tem uma filha chamada Natasha, o finado piloto residia na Suíça e pretendia encerrar sua carreira este ano.[8] Sobre isso, declarou: "Há dez anos corro atrás do título mundial e agora estou a ponto de conquistar o que quero. Depois vou largar o automobilismo".[9] Em sinal de luto, Colin Chapman retirou seus carros de Monza e assim a Lotus não disputou a corrida.
Dada a repercussão do caso, a justiça italiana determinou uma investigação a respeito e descobriu uma falha no eixo dianteiro do carro usado por Rindt apontando-a como causa do acidente, conclusão similar a uma declaração de Denny Hulme, pois o neozelandês estava próximo ao bólido do austríaco quando a Lotus guinou para a direita e chicoteou na direção inversa.[3] Curiosamente a morte de Rindt foi atribuída às "barreiras mal instaladas". Colin Chapman foi indiciado por homicídio num processo encerrado apenas em 1976 com a absolvição do dirigente.
A frieza dos números
Embora o sentimento de perda fosse comum a dirigentes, pilotos e fãs da Fórmula 1, a morte de Jochen Rindt suscitou dúvidas quanto ao futuro, pois tomando por base a classificação vigente até o Grande Prêmio da Áustria, nove dos vinte e um pilotos que pontuaram têm chances matemáticas de título, mas nesse quesito os mais bem cotados são os campeões mundiais Jack Brabham, Denny Hulme e Jackie Stewart, além do belga Jacky Ickx, piloto de melhor retrospecto nas últimas etapas do certame.[12] Por outro lado, não existe impedimento legal ou desportivo para que Jochen Rindt seja declarado campeão mundial post-mortem caso os rivais não o superem.
Treinos oficiais
Tonificada pela dobradinha na Áustria, a Ferrari inscreveu três pilotos para correr em Monza, destes o belga Jacky Ickx conquistou a pole position ao superar a BRM de Pedro Rodríguez enquanto Clay Regazzoni pôs a outra Ferrari em terceiro lugar à frente da March de Jackie Stewart enquanto Henri Pescarolo, da Matra, e Jackie Oliver, da BRM, estavam na terceira fila. Enquanto isso Ignazio Giunti colocou a Ferrari restante em décimo quinto lugar na última corrida de Fórmula 1 disputada pelo italiano, enquanto o estreante Nanni Galli foi incapaz de levar sua McLaren-Alfa Romeo ao grid, lembrando que John Miles deixou a categoria mesmo sem ir à pista, afinal a Lotus decidiu partir da Itália após a morte trágica de Jochen Rindt.[2]
Piloto da Rob Walker Racing Team, equipe usufrutuária de um Lotus 72, Graham Hill também não disputou a etapa italiana.
Primeira vitória de Regazzoni
Jacky Ickx fez bom uso de sua pole position e manteve-se à frente dos rivais no momento da largada comandando a prova nas três primeiras voltas[6] sob a mira de Pedro Rodríguez até o mexicano assumir a liderança no quarto giro, mas para o azar do piloto da BRM, a posição de honra foi tomada por Jackie Stewart nas voltas cinco e seis. Inconformado, Rodríguez ponteou os giros oito e nove antes do troco de Stewart na passagem seguinte, a partir da qual Clay Regazzoni e Jackie Stewart alternaram-se na liderança da prova. Na décima segunda volta a corrida de Rodríguez, vice-líder durante a maior parte dessa disputa, terminou por quebra de motor.[13]
A maior parte do percurso entre as voltas treze e trinta a prova foi liderada por Oliver e Stewart exceto pelas curtas intromissões de Jacky Ickx (voltas 19 e 20) e Denny Hulme (volta 29), Nesse interregno o belga saiu da prova devido a um defeito na transmissão de sua Ferrari e Jack Brabham sofreu um acidente, enquanto o neozelandês da McLaren seguiu em uma tocada discreta.[13]
O período de maior estabilidade da prova ocorreu quando Clay Regazzoni saiu da terceira posição na volta trinta e um e superou Jackie Oliver e Jackie Stewart para liderar a corrida italiana no giro seguinte, mantendo-a em suas mãos durante a maior parte do percurso remanescente, a não ser quando o piloto da March retomou o primeiro lugar em momentos efêmeros. Faltando 15 voltas para o fim do grande prêmio, o suíço foi favorecido pelos ataques de Jean-Pierre Beltoise e Denny Hulme visando o segundo lugar de Stewart[13] e pôde estabelecer a diferença necessária para triunfar numa corrida marcada por vinte e oito trocas de liderança.[5] Ao cruzar a linha de chegada, Clay Regazzoni sacramentou a primeira vitória de sua carreira e tornou-se o quinto piloto a vencer o Grande Prêmio da Itália a bordo de uma Ferrari.Predefinição:Nota de rodapé Jackie Stewart despediu-se da March em segundo lugar enquanto Jean-Pierre Beltoise, da Matra, assegurou o terceiro posto. Também pontuaram neste dia: Denny Hulme (McLaren), Rolf Stommelen (Brabham) e François Cevert (March), este saboreando o primeiro ponto de sua carreira.[2]
Mesmo ausente da prova, a Lotus conservou seus 50 pontos e a liderança no mundial de construtores. Quanto ao mundial de pilotos, Jochen Rindt permanecia em primeiro lugar com 45 pontos enquanto Jackie Stewart e Jack Brabham dividiam a vice-liderança com 25 pontos cada. Finda a prova italiana, Denny Hulme e os contratados da Ferrari (Ickx e Regazzoni) também possuem chances formais de chegar ao título.
Classificação da prova
Tabela do campeonato após a corrida
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Referências
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