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Evaristo de Macedo

Predefinição:Info/Treinador Evaristo de Macedo Filho, mais conhecido como Evaristo de Macedo (Rio de Janeiro, 22 de junho de 1933), é um ex-treinador e futebolista brasileiro que atuava como atacante.

É, até hoje, o único jogador a fazer uma "Manita" (ou seja, a marcar 5 gols numa mesma partida) com a camisa da Seleção Brasileira. Isso ocorreu em 1957, no Campeonato Sul-Americano daquele ano, quando o Brasil goleou a Colômbia por 9 a 0.

Evaristo de Macedo jogou pelo Madureira, Flamengo, Barcelona e Real Madrid, sendo um dos melhores jogadores brasileiros em todos os tempos, consagrado também como um dos mais laureados treinadores do futebol brasileiro. Ele mora no Rio de Janeiro desde que se aposentou do futebol, em 2007.

Carreira

Nascido no dia 22 de junho de 1933 na capital fluminense, Evaristo despertou para o futebol ainda no Instituto Metodista Granbery, em Juiz de Fora, Minas Gerais.[1] Aos 17 anos começou a carreira de jogador profissional no Madureira em 1950. Dois anos depois, ele já estava no Flamengo, onde foi tricampeão carioca em 1953, 1954 e 1955 sob o comando do mestre paraguaio Fleitas Solich.

Formou-se em Educação física pela Universidade Federal da Guanabara.

Barcelona e Real Madrid

Evaristo de Macedo conseguiu a façanha de se tornar ídolo de dois rivais na Espanha: o Barcelona, clube que defendeu entre 1957 a 1962, e do Real Madrid, onde atuou entre 1963 e 1965.

Pelo Barça, Evaristo ganhou vários títulos, entre eles os campeonatos espanhóis de 1959 e 1960 e as Copas da Uefa de 1958 e 1960. Além disso, o ex-atacante, que tinha como uma das suas principais virtudes a habilidade, foi o maior artilheiro brasileiro da história do clube catalão.

Pelo time merengue, Evaristo seguiu ganhando títulos. Foram três campeonatos espanhóis: 1963, 1964 e 1965, sendo até hoje o maior goleador brasileiro no Barcelona (somando jogos oficiais e amistosos).

Ainda em 1965, apesar de propostas da Europa e de equipes brasileiras, ele voltou ao futebol brasileiro e encerrou a carreira no Flamengo, onde marcou 103 gols em 191 partidas nas duas passagens.

"O torcedor brasileiro não tem ideia de como o Evaristo de Macedo é idolatrado na Espanha. Foi, sem dúvida, um dos maiores jogadores do mundo em todos os tempos", diz Roberto Dinamite, ex-ídolo vascaíno e que teve rápida passagem pelo Barça.

"É uma rivalidade política, quanto a isso nunca tive dúvida. É o jogo entre o "Estado da Catalunha" e o "Estado de Castela", algo que transcende a esfera esportiva. Os catalães são muito ressentidos pela perda de liberdade que eles tiveram no franquismo, a Guerra Civil... por isso sempre era um clima que ia além das outras rivalidades esportivas que vivenciei."[2]

Seleção Brasileira

Disputou as Olimpíadas de Helsink-Finlândia em 1952 quando jogava pelo Madureira.

Pela Seleção Brasileira, Evaristo de Macedo não teve muitas chances de jogar. Atuou em apenas 14 partidas, mas deixou sua marca de grande goleador: fazendo oito gols.

Astro do Flamengo em 1957, Evaristo era candidatíssimo a ser um dos 22 jogadores convocados para a Copa de 1958, na Suécia. Integrou o quarteto ofensivo da Seleção até abril de 1957, quando uma transferência mudou totalmente a história. "Fui vendido aos 24 anos para o Barcelona e nunca mais voltei a vestir a camisa da Seleção Brasileira. Uma pena, uma pena..." [3]

Na Catalunha, recebeu um telefonema às vésperas da convocação final para o Mundial de 1958. "Era o coordenador técnico Carlos Nascimento. Ele me disse: ‘Evaristo, vamos dar início aos treinos para a Copa e a comissão técnica deseja que você solicite ao Barcelona a sua liberação’. Tentei, mas o clube não me liberou. A Espanha não tinha se classificado para o Mundial da Suécia e os clubes de lá resolveram manter o Campeonato Nacional normalmente, sem abrir mão de ninguém." [3]

Quando informou à antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD) a negativa do Barça, Evaristo percebeu a tristeza de Nascimento: "Puxa, rapaz, que pena! O Vicente Feola (técnico) estava ansioso para vê-lo jogar ao lado de um neguinho bom de bola que surgiu lá no Santos".[3]

Evaristo ficou curioso, mas a falta de tecnologia o impediu de bisbilhotar a vida alheia. "Se fosse hoje, com certeza ligaria a TV a cabo ou entraria na internet rapidinho para descobrir de quem ele estava falando. Mas naquela época não tinha nada disso, companheiro! Continuei a minha vidinha lá no Barcelona, do outro lado do Atlântico, sem saber quem era o tal neguinho chamado Pelé", diverte-se o maior artilheiro brasileiro da história do clube catalão, com 78 gols em 114 partidas.

Evaristo não viu Pelé despontar na Seleção por uma questão de meses. Sua última partida com a amarelinha foi contra o Peru, em 21 de abril de 1957, no Maracanã, pelas Eliminatórias da Copa. Exatos 77 dias depois (dois jogos), o garoto saía do banco para substituir Del Vecchio e marcar o único gol verde-amarelo na derrota por 2 a 1 para a Argentina, no mesmo Maracanã, pela Copa Roca.

Enquanto o Brasil via o nascimento de um rei, Evaristo pintava e bordava na Espanha, ao lado de outros craques. "Nas minhas passagens por Barcelona e Real Madrid, joguei ao lado de Puskas, Kocsis, Czibor, Gento e Di Stéfano. Todos eram craques, mas nenhum como o Pelé, que eu conheci ao vivo jogando contra ele em 1959", testemunha.

"Soube que ele existia em 1957, mas só o vi em carne e osso quando o Santos fez uma excursão à Europa e venceu o Barcelona por 5 a 1. Naquele dia, conheci a dupla de ataque mais afinada que já vi jogar: Coutinho e Pelé", reverencia.

Na Seleção Brasileira, Evaristo estabeleceu um recorde. Foi o único jogador a marcar 5 gols em uma única partida pela Seleção.

Evaristo começou a sua carreira de técnico no America em 1967, onde foi campeão do Torneio Internacional Negrão de Lima, de onde saiu para o Fluminense em 1968.

Estilo

Segundo o 'Velho Lobo' Zagallo, que jogou ao lado de Evaristo no Flamengo, "Evaristo era o tipo do jogador que tinha vaga em qualquer time que escolhesse". E, revelado pela Madureira, o jogador escolheu defender apenas o Flamengo no Brasil. Ficou cinco anos na Gávea, de 1952 a 1957, o que bastou para se tornar um dos grandes ídolos da história do clube.

Além de conquistar a torcida feminina por sua beleza, Evaristo se destacava dentro de campo pela sua velocidade, visão de jogo, inteligência na criação de jogadas, e grande capacidade técnica. Com 19 anos, foi convocado para a Seleção Brasileira que disputou as Olimpíadas de Helsinque, em 1952, quando ainda atuava pelo juvenil do Madureira. No ano seguinte, começou sua trajetória vitoriosa no Fla.

Treinador

Como técnico, ele dirigiu outras importantes equipes do futebol brasileiro. Algumas delas foram: Flamengo, Fluminense, Vasco da Gama, Bangu, Bahia, Grêmio, Corinthians, Santa Cruz, Vitória, Atlético Paranaense e Cruzeiro.

No Qatar, dirigiu as seleções júnior e principal, levando o país a duas Olimpíadas e sagrando-se vice-campeão mundial júnior em 1981, na Copa do Mundo da Austrália.

Em 1977, foi o treinador da Seleção Brasileira Junior, terceira colocada no mundial da Tunísia.

Como técnico da Seleção Brasileira principal, Evaristo de Macedo dirigiu a equipe em 1985, pouco antes das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1986, no México, levando a seleção brasileira a esse torneio, mas acabou sendo substituído no cargo por Telê Santana. Foi o treinador do Iraque na Copa do Mundo de 1986.

Entretanto, três anos depois, ele viveu seu melhor momento como treinador e foi campeão brasileiro de 1988 dirigindo a equipe do Bahia. Ele dirigiu o time que foi campeão brasileiro. A equipe-base do Tricolor baiano tinha: Ronaldo; Tarantini, João Marcelo, Claudir e Paulo Róbson; Paulo Rodrigues, Gil, Bobô e Zé Carlos; Charles e Marquinhos.

No Grêmio, ele foi campeão da Copa do Brasil de 1997, justamente sobre o Flamengo, clube que defendeu como jogador. A equipe-base do Grêmio era: Danrlei; Arce, Rivarola, Mauro Galvão, Roger; Dinho, Emerson, João Antônio, Carlos Miguel; Dauri e Paulo Nunes.

Estatísticas

Jogos oficiais

Brasil
Clube Temporada Liga Liga Rio-SP Outros1 Total
Jogos Gols Jogos Gols Jogos Gols Jogos Gols
Flamengo 1953 Carioca 4 1 9 2 0 0 13 3
1954 21 13 9 2 3 0 33 15
1955 17 13 6 5 2 1 25 16
1956 19 11 0 0 2 0 21 11
Espanha
Clube Temporada Liga Liga Europa Outros2 Total
Jogos Gols Jogos Gols Jogos Gols Jogos Gols
Barcelona 1957-58 La Liga 24 13 0 0 5 4 29 17
1958-59 23 20 0 0 2 2 25 22
1959-60 24 14 6 4 2 2 32 20
1960-61 21 11 10 6 4 1 35 18
1961-62 22 20 0 0 8 8 30 28
Real Madrid 1962-63 7 3 0 0 0 0 7 3
1963-64 10 1 2 1 0 0 12 3
Brasil
Clube Temporada Liga Liga Rio-SP Outros3 Total
Jogos Gols Jogos Gols Jogos Gols Jogos Gols
Flamengo 1964 Campeonato Brasileiro 4 0 0 0 0 0 4 0
1965 0 0 6 0 3 0 9 0
1966 0 0 7 0 0 0 7 0

Títulos

Como jogador

Flamengo
Barcelona
Real Madrid
Seleção Brasileira

Como técnico

Santa Cruz
Barcelona
Qatar
Grêmio
Bahia
Flamengo
  • Taça Capitão José Hernani de Castro Moura: 2002
Vitória
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Referências

  1. «Granbery - Centro de Esportes - História». Instituto Metodista Granbery. Consultado em 29 de setembro de 2020 
  2. «Título ainda não informado (favor adicionar)». www.estadao.com.br 
  3. 3,0 3,1 3,2 «Título ainda não informado (favor adicionar)». www.mg.superesportes.com.br 

Ligações externas

Precedido por
Duque
Técnico do Cruzeiro
1991
Sucedido por
Ênio Andrade
Precedido por
Oswaldo de Oliveira
Técnico do Corinthians
1999
Sucedido por
Oswaldo de Oliveira
Precedido por
Hélio dos Anjos
Técnico do Vitória
2004
Sucedido por
Renê Simões

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