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Eclampsia

Eclampsia
Especialidade Obstetrícia
Sintomas Convulsões, pressão arterial elevada[1]
Complicações Pneumonia por aspiração, hemorragia cerebral, insuficiência renal, parada cardíaca[1]
Início habitual Após as 20 semanas de gravidez[1]
Fatores de risco Pré-eclampsia[1]
Prevenção Aspirina, suplementos de cálcio, tratamento dos antecedentes de hipertensão[2][3]
Tratamento Sulfato de magnésio, hidralazina, parto de emergência[1][4]
Prognóstico Risco de morte: 1%[1]
Frequência 1,4% dos partos[5]
Mortes 46 900 por doenças hipertensivas da gravidez (2015)[6]
Classificação e recursos externos
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Mortalidade materna, em 2012, a cada milhão de gestações. Predefinição:Refbegin
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Eclampsia é o aparecimento de convulsões numa mulher com pré-eclampsia.[1] É uma complicação da gravidez em que se verifica hipertensão arterial, quantidade elevada de proteínas no sangue ou outras disfunções em órgãos.[7][8] A condição pode aparecer antes, durante ou após o parto. É mais comum durante o segundo trimestre da gravidez. As convulsões são do tipo tónico-clónico e duram em média um minuto. Na sequência das convulsões ocorre geralmente um período de confusão ou coma. As complicações incluem pneumonia por aspiração, hemorragia cerebral, insuficiência renal e paragem cardiorrespiratória. A pré-eclampsia e a eclampsia fazem parte de um grupo maior de condições denominado perturbações hipertensivas na gravidez.[1]

As recomendações de prevenção incluem a administração de aspirina em pessoas de risco elevado, suplementos de cálcio em regiões onde o consumo é baixo e tratamento da hipertensão anterior à gravidez com medicação.[2][3] O exercício físico durante a gravidez pode também ser benéfico.[1] A administração de sulfato de magnésio por via intravenosa ou muscular melhora o prognóstico em pessoas com eclampsia e é geralmente seguro, tanto em países desenvolvidos como em vias de desenvolvimento.[4][9] No entanto, o tratamento pode necessitar de respiração assistida. Entre outros possíveis tratamentos estão medicamentos para a hipertensão, como a hidralazina, e o parto de emergência do bebé, quer por via vaginal ou por cesariana.[1]

Estima-se que a pré-eclampsia afete 5 a 10% dos nascimentos e a eclampsia 1,4% dos nascimentos.[5] Nos países desenvolvidos, a prevalência é de 1 caso em cada 2000 nascimentos devido aos melhores cuidados de saúde.[1] As perturbações hipertensivas da gravidez são uma das causas mais comuns de morte durante a gravidez.[10] Em 2015 provocaram a morte a 46 900 pessoas, uma diminuição em relação às 37 000 em 1990.[6] Cerca de uma em cada cem mulheres com eclampsia morre.[1] A palavra eclampsia tem origem no termo grego para relâmpago. A primeira descrição conhecida da doença foi feita por Hipócrates no século V a.C.[11]

Sinais e sintomas

Pré-eclampsia

Os sinais característicos da pré-eclampsia são[12]:

  • Pressão maior que 140/90 mmHg durante mais de 4h
  • Urina espumosa (por conter mais de 300 mg/dia de proteínas) ou outros sinais de problemas renais (como urinar pouco)
  • Inchaço das mãos, pés e face

A pré-eclampsia só é considerada como eclampsia depois de uma convulsão.

Eclampsismo

O eclampsismo é sinal de complicação da gestação. Mesmo sem problemas renais (proteinúria), pode ser diagnosticada quando há alguns dos seguintes sintomas[12]:

  • Dores de cabeça fortes
  • Alterações na visão (perda temporária da visão, visão turva ou sensibilidade à luz)
  • Dor abdominal, geralmente sob suas costelas do lado direito
  • Náuseas ou vômitos
  • Diminuição dos níveis de plaquetas no sangue (trombocitopenia)
  • Insuficiência hepática
  • Falta de ar, devido a líquido nos pulmões

Síndrome HELLP

HELLP é uma sigla inglesa (Hemolysis, Elevated Enzymes Liver, Low Plaquets), em português um mnemônico equivalente seria PPEEHH, pois essa complicação da eclampsia é caracterizada por:

Causas

Especialistas acreditam que o problema está no desenvolvimento anormal dos vasos sanguíneos que conectam a placenta com o útero. Quando o fluxo sanguíneo é insuficiente para o útero ou ocorrem danos aos vasos sanguíneos, eles podem responder inadequadamente a estímulos hormonais e causar a pré-eclampsia. Existe uma forte relação com diabetes millitus gestacional (DMG) e diabetes (principalmente tipo 1) pelo fato destas doenças já apresentarem alto índice glicêmico e proteinúria.[13][14] O aborto recorrente (AR) e pré-eclâmpsia (PE) compartilham muitos mecanismos semelhantes com rejeição do enxerto[15] demonstrando assim falhas no sistema imunológico de não rejeição do feto.

Fatores de risco

Dentre os factores que aumentam o risco de sofrer esse transtornos incluem[16][17]:

Prevenção e tratamento

As recomendações de prevenção incluem a administração de aspirina em pessoas de risco elevado, suplementos de cálcio em regiões onde o consumo é baixo e tratamento da hipertensão anterior à gravidez com medicação.[2][3] O exercício físico durante a gravidez pode também ser benéfico.[1] A administração de sulfato de magnésio por via intravenosa ou muscular melhora o prognóstico em pessoas com eclampsia e é geralmente seguro, tanto em países desenvolvidos como em vias de desenvolvimento.[4][9] No entanto, o tratamento pode necessitar de respiração assistida. Entre outros possíveis tratamentos estão medicamentos para a hipertensão, como a hidralazina, e o parto de emergência do bebé, quer por via vaginal ou por cesariana.[1]

Alimentação

O cuidado com a alimentação anti-inflamatoria[18] uma vez que o quadro de proteinúria, pressão alta , valores glicêmicos altos e alta de leucócitos (que indicam desencadeamento de inflamações produzidas pelo sistema imunógico[15]). Preferir os alimentos anti-inflamatorios[19][20][21] (alho, cebola, cebolinha, brocolis, escarola, repolho, espinafre...) e diminuir alimentos pró-inflamatorios (massas, gordura, leite, açucar) e estilo de vida pró-inflamatorio (sedentarianismo e stress).

Um estudo coorte publicado em 2014 encontrou uma associação entre o consumo de alimentos biológicos e a diminuição do risco de pré-eclâmpsia.[22]

Epidemiologia, prognóstico e história

Estima-se que a pré-eclampsia afete 5 a 10% dos nascimentos e a eclampsia 1,4% dos nascimentos.[5] Nos países desenvolvidos, a prevalência é de 1 caso em cada 2000 nascimentos devido aos melhores cuidados de saúde.[1] As perturbações hipertensivas da gravidez são uma das causas mais comuns de morte durante a gravidez.[10] Em 2015 provocaram a morte a 46 900 pessoas, uma diminuição em relação às 37 000 em 1990.[6] Cerca de uma em cada cem mulheres com eclampsia morre.[1] A palavra eclampsia tem origem no termo grego para relâmpago. A primeira descrição conhecida da doença foi feita por Hipócrates no século V a.C.[11]

Ver também

Referências

  1. 1,00 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05 1,06 1,07 1,08 1,09 1,10 1,11 1,12 1,13 1,14 1,15 «40». Williams obstetrics 24th ed. [S.l.]: McGraw-Hill Professional. 2014. ISBN 9780071798938 
  2. 2,0 2,1 2,2 WHO recommendations for prevention and treatment of pre-eclampsia and eclampsia. (PDF). [S.l.: s.n.] 2011. ISBN 978-92-4-154833-5 
  3. 3,0 3,1 3,2 Henderson, JT; Whitlock, EP; O'Connor, E; Senger, CA; Thompson, JH; Rowland, MG (20 de maio de 2014). «Low-dose aspirin for prevention of morbidity and mortality from preeclampsia: a systematic evidence review for the U.S. Preventive Services Task Force.». Annals of Internal Medicine. 160 (10): 695–703. PMID 24711050. doi:10.7326/M13-2844 
  4. 4,0 4,1 4,2 Smith, JM; Lowe, RF; Fullerton, J; Currie, SM; Harris, L; Felker-Kantor, E (5 de fevereiro de 2013). «An integrative review of the side effects related to the use of magnesium sulfate for pre-eclampsia and eclampsia management.». BMC pregnancy and childbirth. 13. 34 páginas. PMC 3570392Acessível livremente. PMID 23383864. doi:10.1186/1471-2393-13-34 
  5. 5,0 5,1 5,2 Abalos, E; Cuesta, C; Grosso, AL; Chou, D; Say, L (setembro de 2013). «Global and regional estimates of preeclampsia and eclampsia: a systematic review.». European journal of obstetrics, gynecology, and reproductive biology. 170 (1): 1–7. PMID 23746796. doi:10.1016/j.ejogrb.2013.05.005 
  6. 6,0 6,1 6,2 GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMC 5388903Acessível livremente. PMID 27733281. doi:10.1016/s0140-6736(16)31012-1 
  7. Lambert, G; Brichant, JF; Hartstein, G; Bonhomme, V; Dewandre, PY (2014). «Preeclampsia: an update.». Acta Anaesthesiologica Belgica. 65 (4): 137–49. PMID 25622379 
  8. «Hypertension in pregnancy. Report of the American College of Obstetricians and Gynecologists' Task Force on Hypertension in Pregnancy.» (PDF). Obstet Gynecol. 122 (5): 1122–31. Novembro de 2013. PMID 24150027. doi:10.1097/01.AOG.0000437382.03963.88 
  9. 9,0 9,1 McDonald, SD; Lutsiv, O; Dzaja, N; Duley, L (agosto de 2012). «A systematic review of maternal and infant outcomes following magnesium sulfate for pre-eclampsia/eclampsia in real-world use.». International journal of gynaecology and obstetrics: the official organ of the International Federation of Gynaecology and Obstetrics. 118 (2): 90–6. PMID 22703834. doi:10.1016/j.ijgo.2012.01.028 
  10. 10,0 10,1 Arulkumaran, N.; Lightstone, L. (dezembro de 2013). «Severe pre-eclampsia and hypertensive crises». Best Practice & Research Clinical Obstetrics & Gynaecology. 27 (6): 877–884. PMID 23962474. doi:10.1016/j.bpobgyn.2013.07.003 
  11. 11,0 11,1 Emile R. Mohler (2006). Advanced Therapy in Hypertension and Vascular Disease. [S.l.]: PMPH-USA. pp. 407–408. ISBN 9781550093186 
  12. 12,0 12,1 http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/preeclampsia/basics/symptoms/con-20031644
  13. Franco, Denise Reis (agosto de 2008). «A hipótese do pólo comum entre a pré-eclâmpsia e o diabetes gestacional». Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia (em português) (6): 929–930. ISSN 0004-2730. doi:10.1590/S0004-27302008000600003. Consultado em 5 de novembro de 2020 
  14. Hanson, Ulf; Persson, Bengt (junho de 1998). «Epidemiology of pregnancy-induced hypertension and preeclampsia in Type 1 (insulin-dependent) diabetic pregnancies in Sweden». Acta Obstetricia et Gynecologica Scandinavica (6): 620–624. ISSN 0001-6349. doi:10.1034/j.1600-0412.1998.770608.x. Consultado em 5 de novembro de 2020 
  15. 15,0 15,1 Wilczyński, Jacek R. (1 de julho de 2006). «Immunological Analogy Between Allograft Rejection, Recurrent Abortion and Pre-Eclampsia – the Same Basic Mechanism?». Human Immunology (em English) (7): 492–511. ISSN 0198-8859. doi:10.1016/j.humimm.2006.04.007. Consultado em 5 de novembro de 2020 
  16. http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/preeclampsia/basics/risk-factors/con-20031644
  17. Al-Jameil, N; Aziz Khan, F; Fareed Khan, M; Tabassum, H (February 2014). "A brief overview of preeclampsia.". Journal of clinical medicine research 6 (1): 1–7. PMID 24400024.
  18. Pérez-Pérez, Antonio; Vilariño-García, Teresa; Guadix, Pilar; Dueñas, José L.; Sánchez-Margalet, Víctor (julho de 2020). «Leptin and Nutrition in Gestational Diabetes». Nutrients (em English) (7). 1970 páginas. doi:10.3390/nu12071970. Consultado em 5 de novembro de 2020 
  19. Achamrah, Najate; Ditisheim, Agnès (2018). «Nutritional approach to preeclampsia prevention». Current Opinion in Clinical Nutrition and Metabolic Care (3): 168–173. ISSN 1473-6519. PMID 29465424. doi:10.1097/MCO.0000000000000462. Consultado em 7 de novembro de 2020 
  20. Achamrah, Najate; Ditisheim, Agnès (maio de 2018). «Nutritional approach to preeclampsia prevention». Current Opinion in Clinical Nutrition and Metabolic Care (3): 168–173. ISSN 1473-6519. PMID 29465424. doi:10.1097/MCO.0000000000000462. Consultado em 5 de novembro de 2020 
  21. Mie, Axel; Andersen, Helle Raun; Gunnarsson, Stefan; Kahl, Johannes; Kesse-Guyot, Emmanuelle; Rembiałkowska, Ewa; Quaglio, Gianluca; Grandjean, Philippe (27 de outubro de 2017). «Human health implications of organic food and organic agriculture: a comprehensive review». Environmental Health (em English) (1). 111 páginas. ISSN 1476-069X. PMC 5658984Acessível livremente. PMID 29073935. doi:10.1186/s12940-017-0315-4. Consultado em 5 de novembro de 2020 
  22. Torjusen, Hanne; Brantsæter, Anne Lise; Haugen, Margaretha; Alexander, Jan; Bakketeig, Leiv S; Lieblein, Geir; Stigum, Hein; Næs, Tormod; Swartz, Jackie (10 de setembro de 2014). «Reduced risk of pre-eclampsia with organic vegetable consumption: results from the prospective Norwegian Mother and Child Cohort Study». BMJ Open (9). ISSN 2044-6055. PMC 4160835Acessível livremente. PMID 25208850. doi:10.1136/bmjopen-2014-006143. Consultado em 5 de novembro de 2020 

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