Predefinição:Corredor São Mateus-Jabaquara O Corredor Metropolitano São Mateus - Jabaquara é um corredor de ônibus, que liga a Capital à Região do ABC Paulista com vias exclusivas, criado pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo e hoje operado pela Next Mobilidade.[1] Faz parte da Rede Metropolitana de Transporte de São Paulo.
História
Projeto
O primeiro projeto para o corredor de trólebus entre São Paulo e a região do ABC Paulista surgiu em 1974 quando a prefeitura de São Paulo lançou o programa Sistran. Uma de suas fases previa a construção de um corredor de trólebus entre São Paulo, Santo André, São Bernardo e Diadema, num traçado similar ao atual.[2][3]
Posteriormente o governo do estado de São Paulo, por meio da recém criada Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) pela gestão Egydio, assinou um convênio com a Empresa Brasileira de Transportes Urbanos e lançou em 1979 o projeto do Corredor Viário ABD.[4] A dissolução da EMTU pela gestão Maluf atrasou a implantação do projeto do Corredor ABD. O projeto foi retomado apenas na gestão Montoro.[5]
Construção
Os primeiros contratos foram assinados em 25 de abril de 1986 e as obras foram divididas da seguinte forma:[6][7]
Trecho | Extensão[8] | Construtora | Início da obra | Término[8] |
---|---|---|---|---|
São Mateus - Santo André Leste | 6,9 km | Vega-Sopave | c. 1986 | 3 de dezembro de 1988 |
Santo André Oeste - São Bernardo - Ferrazópolis - Piraporinha |
20 km | CBPO | ||
Piraporinha – Jabaquara | 5,7 km | Convap | setembro de 1990 | |
Terminal São Mateus | 26.600 m2 13.600 m2 (área coberta) |
N/D | c. 1987 | 3 de dezembro de 1988 |
Terminal Sônia Maria | 6.600 m2 3.500 m2 (área coberta) |
ECISA | 25 de abril de 1986 | setembro de 1990 |
Terminal Piraporinha | 6.300 m2 4.700 m2 (área coberta) |
ECISA | ||
Terminal Santo André Leste | 25.500 m2 6.300 m2 (área coberta) |
Passarelli | ||
Terminal Santo André Oeste | 13.800 m2 6.800 m2 (área coberta) |
Constecca | ||
Terminal Ferrazópolis | 18.200 m2 8.500 m2 (área coberta) |
Badra | 3 de dezembro de 1988 | |
Terminal Diadema | 14.700 m2 8.300 m2 (área coberta) |
Civila | setembro de 1990 | |
Terminal São Bernardo | 9.100 m2 5.800 m2 (área coberta) |
N/D | c. 1987 | |
Terminal Jabaquara | 11.000 m2 6.600 m2 (área coberta) |
N/D | c. 1987 | |
Centro de Controle Operacional e Manutenção (Cecom) |
75.000 m2 20.000 m2 (área coberta) |
CBPO | c. 1986 | 3 de dezembro de 1988 |
A implantação do corredor de trólebus valorizou parte da região e incentivou a especulação imobiliária em alguns pontos, como a implantação de edifícios residenciais e até uma unidade do Mappin em Santo André[9][10] Antes de deixar o cargo Montoro inaugurou simbolicamente um pequeno trecho de 3 quilômetros do corredor de trólebus em 9 de março de 1987, sendo ironizado por parte da imprensa ao inaugurar uma obra que não poderia funcionar.[11] Na gestão seguinte, de Quércia, as obras foram inauguradas outras duas vezes. Com a implantação do Plano Cruzado II, as obras sofreram 8 aditivos de contrato e sofreram grande atraso. Previstas para serem concluídas em 1987, apenas o trecho São Mateus entre o Terminal Ferrazópolis e Terminal São Mateus foi aberto para testes em 12 de novembro de 1988, com sua operação realizada pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (empresa subsidiária da EMTU). Em 3 de dezembro de 1988, o governador Quércia inaugurou esse trecho oficialmente. No dia da inauguração, um Fusca invadiu o corredor e colidiu com um trólebus. O acidente causou a morte dos quatro ocupantes do Fusca. Posteriormente o Metrô passou a fiscalizar e inibir as invasões de veículos com a circulação de Kombis como escolta de trólebus.[12][13]
O trecho restante foi inaugurado em 1990. A partir deste momento, começou a atender importantes cidades da região do ABC Paulista (Diadema, São Bernardo do Campo, Santo André e Mauá), em São Paulo.
Operação e concessão
Em 21 de maio de 1997 a EMTU-SP fez a primeira concessão no transporte público do país, com a transferência oficial da operação do Corredor Metropolitano São Mateus - Jabaquara, para a Concessionária Metra, por 20 anos. A Metra também ficou responsável pela manutenção e conservação da infra-estrutura e do sistema viário. Contratos mais longos, permitiram maiores investimentos da Concessionárias no sistema, com a aquisição de novos equipamentos (veículos articulados com ar-condicionado) e a recuperação e manutenção dos terminais e pavimento rígido.
Hoje
Nas suas vias exclusivas, circulam ônibus a diesel, híbridos, e trólebus. Em 2007 o Ônibus movido a etanol foi incluído na frota para realização de testes durante 1 ano. Futuramente o Ônibus com Célula a Combustível Hidrogênio. Possui uma extensão total de 33 quilômetros, dotado de vias segregadas ao trânsito. Hoje é referência nacional e internacional para o setor, tendo recebido (entre outras visitas), em Julho de 2007, a visita de Executivos do Departamento de Transporte e Serviços Públicos da província de Western Cape, na África do Sul.
Passageiros transportados
Ano | Passageiros | Empresa | Ano | Passageiros | Empresa |
---|---|---|---|---|---|
1988 | 1 251 361 | EMTU (Metrô)[14] |
2005 | 62 000 000 | EMTU (Metra)[15][16][17] |
1989 | 24 378 724 | 2006 | 64 000 000 | ||
1990 | 30 122 347 | 2007 | 70 000 000 | ||
1991 | 50 728 931 | 2008 | 79 000 000 | ||
1992 | 59 596 840 | 2009 | 78 000 000 | ||
1993 | 60 467 757 | 2010 | 81 000 000 | ||
1994 | 61 888 674 | 2011 | 83 100 000 | ||
1995 | 71 554 696 | 2012 | 87 200 000 | ||
1996 | 71 674 958 | 2013 | 88 100 000 | ||
1997 | 71 545 526 | EMTU (Metra)[18][15] |
2014 | 88 900 000 | |
1998 | 68 607 105 | 2015 | 88 100 000 | ||
1999 | 59 728 696 | 2016 | 83 300 000 | ||
2000 | 58 710 289 | 2017 | 80 500 000 | ||
2001 | 61 463 040 | 2018 | 77 600 000 | ||
2002 | 61 082 245 | 2019 | 75 900 000 | ||
2003 | 59 778 959 | - | - | ||
2004 | 61 000 000 | - | - | ||
- | - | Total | 2 094 650 063 |
Referências
- ↑ :::: EMTU - Corredor Metropolitano ::::
- ↑ Renato Lobo (14 de outubro de 2014). «São Paulo teria 280 km de corredores de trólebus». Via Trólebus. Consultado em 1 de junho de 2020
- ↑ COMPANHIA MUNICIPAL DE TRANSPORTES COLETIVOS (1979). Sistema de tróleibus para a cidade de São Paulo: programa prioritário. [S.l.]: CMTC
- ↑ Secretaria de Estado dos Negócios Públicos de São Paulo (1979). «Diretrizes dos Corredores Viários Metropolitanos» (PDF). Relatório Setorial, página 50/Acervo Paulo Egydio Martins. Consultado em 1 de junho de 2020
- ↑ Fernando Leça (28 de agosto de 1984). «Debates (2ª Coluna)» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo, Caderno Executivo I, página 40. Consultado em 1 de junho de 2020
- ↑ Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (11 de fevereiro de 1988). «TC-0047241/026/90 - 2ª Coluna» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo, Caderno Legislativo, página 13. Consultado em 1 de junho de 2020
- ↑ GPL/APL (1987). Relatório sobre as obras da Companhia do Metropolitano de São Paulo-Metrô. [S.l.]: Metrô-SP. pp. 275–278
- ↑ 8,0 8,1 Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (15 de abril de 1989). «Relatório da Diretoria - 1988» (PDF). Diário Oficial do Estado de São Paulo, Caderno Ineditoriais, página 27. Consultado em 1 de junho de 2020
- ↑ Mappin (12 de abril de 1987). «Anúncio publicitário Mappin ABC». Folha de S.Paulo, ano 67, edição 21193, páginas 24 e 25. Consultado em 1 de junho de 2020
- ↑ Kobaiashi/PCH (11 de janeiro de 1987). «Anúncio Edifício Dream Park». Folha de S.Paulo, ano 66, edição 21102, página C-29. Consultado em 1 de junho de 2020
- ↑ «Montoro "inaugura" linha inacabada de tróleibus na região metropolitana». Folha de S.Paulo, ano 67, edição 21160, página 10. 10 de março de 1987. Consultado em 1 de junho de 2020
- ↑ «Trólebus do ABC será inaugurado mais uma vez». Folha de S.Paulo, ano 68, edição 21794, Caderno Cidades, página C-3. 3 de dezembro de 1988. Consultado em 1 de junho de 2020
- ↑ «Via de trólebus tem acidente no dia da inauguração». Folha de S.Paulo, ano 68, edição 21795, Caderno Cidades, página C-7. 4 de dezembro de 1988. Consultado em 1 de junho de 2020
- ↑ Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo - EMTU/Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados - Seade (1999). «10- Passageiros Transportados pelo Sistema Metropolitano de Transportes por Ônibus e Trólebus-Região Metropolitana de São Paulo e da Baixada Santista (1985-98)». Anuário Estatístico do Estado de São Paulo de 1998. Consultado em 25 de maio de 2020
- ↑ 15,0 15,1 Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo (agosto de 2012). «Gráfico 2- Demanda de passageiros de ônibus intermunicipal, Região Metropolitana de São Paulo (2002-2012)» (PDF). Informes Urbanos Nº 11/Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano-Prefeitura da cidade de São Paulo. Consultado em 25 de maio de 2020
- ↑ Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo (março de 2017). «Monitoramento da demanda 2013-2016». Seção Informações Gerais. Consultado em 25 de maio de 2020
- ↑ Companhia do Metropolitano de São Paulo (2020). «Passageiros transportados no sistema de transporte na RMSP 2017, 2018 e 2019» (PDF). Balanço Anual 2019, página 1/Diário Oficial do Estado de São Paulo. Consultado em 20 de junho de 2020
- ↑ Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo - EMTU/Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados - Seade (2004). «9 - Passageiros Transportados pelo Sistema Metropolitano de Transportes por Ônibus e Trólebus -Regiões Metropolitanas de São Paulo, da Baixada Santista e de Campinas (1990-2003)». Anuário Estatístico do Estado de São Paulo de 2003. Consultado em 25 de maio de 2020
Ver também
- Trólebus
- CPTM
- SPTrans
- Cartão BOM
- Metrô de São Paulo
- Ônibus com Célula a Combustível Hidrogênio
- Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo
- Corredor Diadema-Morumbi