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Antropologia (cuja origem etimológica deriva do grego άνθρωπος [ánthropos], humano/pessoa e λόγος [lógos], estudo) é a disciplina centralizada no estudo das sociedades humanas, e na apreensão do sentido do comportamento humano, considerando em sua análise as origens, a construção, as relações internas e externas destas sociedades.
Para pensar estas sociedades humanas, a antropologia se preocupa em detalhar o mais completamente possível os seres humanos que dela fazem parte, e com elas se relacionam, seja em seus aspectos físicos, em sua relação com a natureza, seja em sua constituição cultural. Para o saber antropológico o conceito de cultura abarca diversas dimensões: universo psíquico, os mitos, os costumes e rituais, suas histórias particulares, a linguagem, valores, crenças, leis, relações de parentesco, entre outros.
Embora o estudo das sociedades humanas se remote a Antigüidade Clássica, a antropologia nasceu, como ciência, efetivamente, da enorme revolução cultural iniciada pelo Iluminismo.
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História da Antropologia
Embora a grande maioria dos autores concorde que a antropologia tenha se definido enquanto disciplina apenas depois da revolução Iluminista, a partir de um debate mais claro acerca de objeto e método, as origens do saber antropológico remontam à Antiguidade Clássica, atravessando séculos. Enquanto o ser humano pensou a si mesmo e sua relação com "o outro", pensou antropologicamente.
Primórdios
Homero, Hesíodo e os Filosófos Pré-socráticos já se perguntavam a respeito do impacto das relações sociais sobre o comportamento humano. Ora pretendendo este impacto como consequência do desejo dos deuses, como enumera a Odisséia de Homero e a Teogonia de Hesíodo, ou se valendo de construções racionais de pensamento, valorizando muito mais a apreensão da realidade no cotidiano da experiência humana, como privilegiaram os Filosófos Pré-socráticos, foi, sem dúvida, na Antiguidade Clássica que a "medida Humana" se evidenciou como centro da discussão acerca do mundo. Os gregos deixaram substanciosos registros e relatos acerca de culturas diferentes das suas, assim como chineses e romanos. Nestes textos, nascia, por assim dizer, a Antropologia, e um exemplo disto, no século V a.C., se revela na obra de Heródoto, que descreveu minuciosamente as culturas com as quais seu povo se realcionava. Da contribuição grega faz parte também as obras de Aristóteles (acerca das cidades gregas) e Xenofonte (a respeito da Índia).
Entre os romanos merece destaque o poeta Lucrécio, debruçado sobre a tentativa de investigar as origens da religião, das artes e do discurso. Outro romano, Tácito analisou a vida das tribos germanas, tomando como base os relatos dos soldados e viageiros; nesta análise salienta o vigor dos germanos em contraste com os romanos da sua época. Agostinho um dos pilares teológicos do Catolicismo, descreveu as civilizações greco-romanas “pagãs” e moralmente inferiores às sociedades cristianizadas. Em sua obra já discutia de maneira pouco elaborada a possibilidade do “ tabu do incesto” funcionar como norma social manutendora da coesão da sociedade. É importante salientar, que Agostinho, no entanto, privilegiou explicações sobrenaturais para a vida sociocultural.
Embora não existisse como disciplina específica, o saber antropológico participou das discussões da Filosofia, ao longo dos séculos. Durante a Idade Média muitos escritos contribuiram para a formação de um pensamento racional voltado ao estudo da experiência humana, como é o caso do administrador francês Jean Bodin, estudioso dos costumes dos povos conquistados, que buscava, em sua análise, explicações para as dificuldades que os franceses tinham para administrar esses povos. Com o advento do movimento iluminista este saber foi estruturado em dois núcleos analíticos: a Antropología Biológica (ou Física), de modo geral analisada como ciência natural, e a Antropologia Cultural, classificada como Ciência Social.
O século XVIII
Até o século XVIII, o saber antropológico esteve presente na contribuição dos cronistas, viajantes, soldados, missionários e comerciantes que discutiam, em sua produção acerca dos povos que conheciam, a maneira como estes estabelesciam sua experiencia humana, por meio de seus hábitos, normas, características, mitos, rituais, linguagem, etc. Apenas no século XVIII, a Antropologia adquire a categoria de ciência, partindo das classificações de Lineu, tendo como objeto a análise das "raças humanas".
Os infomantes destes primeiros tempos eram os textos que descreviam as terras (Fauna, Flora, Topografia) e os povos “descobertos” (Hábitos e Crenças). Algumas obras que foram utilizadas, para discutir os indígenas brasileiros, por exemplo, foram: a carta de Pero Vaz de Caminha (“Carta do Descobrimento do Brasil”, os relatos de Staden, “Duas Viagens ao Brasil”, os registros de Jean de Léry, “Viagem a Terra do Brasil”, e a obra de Jean Baptiste Debret, “Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. Além destas outras obras falavam das terras récem descobertas, como a carta de Colombo aos Reis Católicos. Toda esta produção escrita levantou uma grande discussão acerca dos indígenas. A contribuição dos missionários jesuítas na América (como Bartolomeu de Las Casas e Padre Acosta) ajudaram a desenvolver a denominada “teoria do bom selvagem”, que pensava os índios detentores de uma natureza moral pura, modelo que devia ser aprendido pelos ocidentais. Esta teoria defendia a idéia de que cultura mais próxima do estado "natural" serveria como remédio aos males civilizatórios.
O século XIX
No Século XIX, por volta de 1840, Boucher de Perthes se utiliza do termo homem pré-histórico, para discutir como seria sua vida cotidiana, a partir de achados arqueológicos, como utensílios de pedra, cuja idade se estimava bastante antiga. Posteriormente, em 1865 John Lubock reavaliou numerosos dados acerca da Cultura da Idade da Pedra e compilou uma classificação em que enumerava as diferenças culturais entre o Paleolítico e Neolítico.
Com a publicação de dois livros, A Origem das Espécies, em 1859 e A descendência do homem, em 1871, Charles Darwin principia a sistematização da teoria evolucionista. Partindo da discussão trazida à tona por estes pesquisadores, nascia a Antropologia Biológica(Física).
A Antropologia Evolucionista
Demarcada pela discussão evolucionista, a antropologia do Século XIX privilegiou o Darwinismo Social, que pensava a sociedade européia da época como o apogeu de um processo evolucionário, do qual as sociedades aborígenes eram tidas como exemplares "mais primitivos".
Esta visão tomava como princípio o seu próprio modelo de “civilização”, para classificar, julgar e, posteriormente, justificar a dominação de outros povos. Esta maneira de pensar o mundo, a partir de sua concepção civilizatória, valorizando-a como superiori, ignorando as diferenças entre os povos, tidos como inferiores recebe o nome de etnocentrismo.
Etnocêntrica, a concepção européia de homem se atribui o valor de “civilizado”, chegando a afirmar que os outros povos, como os das Ilhas da Oceania estavam “situados fora da história e da cultura”. Esta afirmação esteve muito presente nos escritos de Pauw e Hegel.
A teoria antropológica evolucionista
Com fundamento nestas concepções, as primeiras grandes obras da antropologia, pensavam, por exemplo, o indígena das sociedades extra-européias, como o primitivo, o ancestral do ser humano civilizado. Embora isto tenha firmado e qualificado o saber antropológico como disciplina, centralizando seu debate no modo como as formas mais simples de organização social teriam, de acordo com aquela linha teórica, evoluido, para alcançarem as formas mais complexas destas sociedades, culminando, para os pensadores de então, na sociedade européia.
Nesta forma de apreender a experiência humana, esta é avaliada como idêntica, desenvolvida em ritmos diversos, e todas as sociedades, mesmos as desconhecidas perteceriam a esta linha evolutiva, estando, somente, em etapas distintas. Isso balizou a idéia de que a demanda colonial seria "civilizatória", pois estaria levando aos povos ditos "primitivos" o "progresso tecnológico-científico" das sociedades tidas como "civilizadas". É preciso pensar estes equívocos como parte da visão de mundo da época, que pretendiam estabelecer as diretrizes gerais de uma lei universal de desenvolvimento. Pensando desta forma, por exemplo, Durkheim se valeu do estudo das manifestações totêmicas dos nativos australianos, para pensar a origem de todas as religiões. Partindo de tais premissas tivas, surgem os conceitos de progresso e determinação.
O método da antropologia evolucionista
O método se centralizava numa incansável comparação de dados, retirados das sociedades e de seus contextos sociais, classificados de acordo com o tipo (religiosos, de parentesco, etc), determinado pelo pesquisador, que lhe serviam para comparar as sociedades entre si, determinando-as num estágio específico, inscrevendo estas experiências numa abordagem linear, diacrônica, de modo que todo costume representasse uma etapa numa escala evolutiva, como se o próprio costume tivesse a finalidade de auxiliar esta evolução, e, portanto, os evolucionistas pensavam os costumes como se eles se demarcassem por uma espécie de substância, finalidade, origem, uma individualidade, não como um elemento da gramática social, interdepedente de seu contexto.
Os pensadores da antropologia evolucionista
A sistematização do conhecimento acerca destes povos, tido como "primitivos", se deu, predominante, em gabinetes, sem contato com estes povos, utilizando apenas os relatos escritos, de viajantes de diversos tipos. A produção dos antropológos do período é o resultado desta compilação acerca das culturas humanas, e alguns dos seus mais conhecidos representantes são:
- Henry Summer Maine (Ancient Law - 1861),
- Herbert Spencer (Princípios de Biologia - 1864),
- Edward Burnett Tylor (A Cultura Primitiva - 1871),
- Lewis Henry Morgan (A Sociedade Antiga - 1877),
- James George Frazer (O Ramo de Ouro - 1890).
A Antropologia difusionista
A Antropologia Difusionista reagia ao evolucionismo, e foi contemporânea a ele.Priviligiava o entendemento da natureza da cultura, em termos da origem da mesma e da sua extensão de uma sociedade a outra. Para os difusionistas, o empréstimo cultural seria um mecanismo fundamental de evolução cultural. O difusionismo acreditava que as diferenças e semelhanças culturais eram consequência da tendência humana para imitar e a absorver traços culturais, como se a humanidade possuísse uma "unidade psíquica", conforme defendera Bastian.
Representantes e obras
- Adolf Bastian
- Friedrich Ratzel
- Grafton Elliot Smith
- William James Perry
- William H. R. Rivers
- Fritz Graebner - Methode del Ethnologie, 1891
- Fr. Wilhelm Schmidt, fundador da revista Anthropos
O surgimento da "linhagem francesa" na Antropologia
Com Émile Durkheim começam a se definir os fenômenos sociais como objetos de investigação socio-antropológica, e a partir da análise da publicação de Regras do Método Sociológico, em 1895, começa-se a pensar que os fatos sociais seriam muito mais complexos do que se pretendia até então. No final do século XIX, juntamente com Marcel Mauss, Durkhéim se debruça nas representações primitivas, estudo que culminará na obra Algumas formas primitivas de classificação, publicada em 1901. Inaugura-se a denominada " linhagem francesa" na Antropologia.
O século XX
Com a publicação, de “As formas elementares da vida religiosa” em 1912, Durkheim, ainda preso ao debate evolucionista, discute a temática da religião. Marcel Mauss publica com Henri Hubert, em 1903 a obra Esboço de uma teoria geral da magia, aonde forja o conceito de mana. Vinte anos depois, seu livro, Ensaio sobre a dádiva tece o conceito de fato social total. Centralizada, inicialmente, na denominada “Etnologia”, a Antropologia Francesa, inicia, como disciplina de ensino, a partir de 1927, no “Institut d´Ethnologie del Musée de l´Homme” em Paris.
Em seus anos início a disciplina se vinculara ao Museu de História Natural, porque se abordava a antropologia como uma subdisciplina da história natural. Ainda existia um determinismo biológico de acordo com o qual se considerava que as diferenças culturais eram fruto das diferenças biológicas entre os humanos.
Nos EUA, Franz Boas desenvolve a idéia de que cada cultura tem uma história particular e que a difusão de traços culturais direcionar-se a toda parte. Nasce o relativismo cultural, e a antropologia defende sua investigação atrelada ao trabalho de campo. Para Boas, cada cultura pertenceria a sua própria história. Para compreender, efetivamente, a cultura é preciso reconstruir a história da mesma. Surgia o Culturalismo, também conhecido como Particularismo Histórico. Deste movimento nasceria, posteriormente a escola antropológica da Cultura e Personalidade.
Paralelo a estes movimentos, na Inglaterra, nasce o Funcionalismo, que enfatiza o trabalho de campo (observação participante). Para sistematizar o conhecimento acerca de uma cultura é preciso apreendê-la em sua totalidade. Para elaborar esta produção intelectual surge a etnografia. As instituições sociais centralizam o debate, a partir das funções que exercem na manutenção da totalidade cultural.
A Antropologia funcionalista
O Funcionalismo inspirava-se na obra de Durkheim. Advogava um estreito paralelismo entre as sociedades humanas e os organismos biológicos (na forma de evolução e conservação), porque em ambos a harmonia dependeria da inter-dependência funcional das partes. As funções eram analisadas como obrigações, nas relações sociais. A funçao sustentaria a estrutura social, permitindo a coesao, fundamental, dentro de um sistema de relaçoes sociais.
Representantes e principais obras
- Bronislaw Malinowski, Os Argonautas do Pacífico Ocidental - 1922.
- Radcliffe Brown, Estrutura e função na sociedade primitiva - 1952 e Sistemas Políticos Africanos de Parentesco e Casamento, org. c/ Daryll Forde - 1950.
- Evans-Pritchard Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande - 1937 e Os Nuer - 1940.
- Raymond Firth Nós, os Tikopia - 1936 e Elementos de organização social - 1951.
- Max Glukman Ordem e rebelião na África tribal - 1963.
- Victor Turner Ruptura e continuidade em uma sociedade africana -1957 e O processo ritual - 1969.
- Edmund Leach - Sistemas políticos da Alta Birmânia - 1954.
A Antropologia estrutural
A Antropologia Estrutural nasce na década de 40. Seu grande teórico é Claude Lévi-Strauss, e seu debate se centraliza na idéia de que existem regras estruturantes das culturas presentes na mente humana, e que estas regras constróem pares de oposição para organizar o sentindo. Para tecer seu debate teórico, Lévi-Strauss se apoiou em duas fontes principais: a corrente psicológica criada por Wilhelm Wund e o trabalho realizado no campo da lingüistica, por Ferdinand de Saussure, denominado de Estruturalismo. Influenciaram-no, ainda, Durkheim, Jakobson (teoria linguística), Kant (idealismo) e Marcel Mauss.
Idéias centrais
Para a Antropologia Estrutural as culturas se caracterizam como sistemas de signos partilhados e estruturados, por princípios que estabelecem o funcionamento do intelecto humano que os originam. Em 1949, com a publicação por Lévi-Strauss de “As estruturas elementares de parentesco”, na qual analisa os aborígenes australianos, em particular, seus sistemas de matrimônio e parentesco. Nesta análise, Lévi-Strauss demonstra que as alianças são mais importantes para a estrutura social que os laços de sangue. Termos como exogamia, endogamia, aliança, consaguinidade passam a fazer parte das abordagens etnográficas.
Autores e obras
- Claude Lévi-Strauss
- Lévi-Bruhl
- Marcel Griaule
- Dieu d´Euau
O particularismo histórico
Também conhecida como Culturalismo, esta escola estadunidense, defendida por Franz Boas, rejeita, de maneira marcante o evolucionismo que dominou a antropologia durante a primeira metade do século XX.
Principais idéias
A discussão desta corrente se detém na idéia de que cada cultura tem uma história particular, e a difusão cultural pode se desenvolver para variadas direções. acontecer em qualquer direcção. Cria-se o conceito de relativismo cultural, pensando a evolução, possível, também como fenômeno que pode se dar do estado mais complexo para o simples.
Representantes
A Escola de Cultura e personalidade
Criada por estudiosas estadunidenses díscipulas de Franz Boas, influenciadas pela Psicanálise e pela obra de Nietzche, concebia a cultura como detentora de uma “Personalidade de base” , partilhada por todos os membros da mesma. Estabelescia uma tipologia cultural, haveria culturas: dionisíacas (centradas no extâse), apolíneas (estruturadas nao desejo de moderação); pré-figurativas, pós-figurativas, co-figurativas.
Representantes
A Antropologia interpretativa
Com cerca de vinte livros publicados, Clifford Geertz é, depois de Claude Lévi-Strauss, provavelmente, o antropólogo cujas idéias causaram maior impacto após a segunda metade do século 20, não apenas para a própria teoria e prática antropológica, mas também fora de sua área, em disciplinas como a psicologia, a história e a teoria literária.Considerado o fundador de uma das vertentes da antropologia contemporânea - a chamada Antropologia Hermenêutica ou Interpretativa.
Geertz, graduado em filosofia e inglês, antes de migrar para o debate antropológico, obteve seu PhD em Antropologia em 1956 e desde então conduziu extensas pesquisas de campo, nas quais se originaram seus livros, escritos essencialmente sob a forma de ensaio. Suas principais pesquisas ocorreram na Indonésia e no Marrocos. Foi o descontentamento com a metodologia antropológica disponível à época de seu estudo, para Geertz, excessivamente abstrata e de certa forma distanciada da realidade encontrada no campo, que o levou a elaborar um método novo de análise das informações obtidas entre as sociedades que estudava. Seu primeiro estudo tinha por objetivo entender a religião em Java.
No final, foi incapaz de se restringir a apenas um aspecto daquela sociedade _que ele achava que não poderia ser extirpado e analisado separadamente do resto, desconsiderando, entre outras coisas, a própria passagem do tempo. Foi assim que ele chegou ao que depois foi apelidada de antropologia hermenêutica. Sua tese principia na defesa do estudo de "quem as pessoas de determinada formação cultural acham que são, o que elas fazem e por que razões elas crêem que fazem o que fazem".
Uma das metáforas preferidas, para Geertz, para definir o que faz a Antropologia Interpretativa é a da leitura das sociedades como textos ou como análogas a textos. A interpretação se dá em todos os momentos do estudo, da leitura do "texto" cheio de significados que é a sociedade à escritura do texto/ensaio do antropólogo, interpretado por sua vez por aqueles que não passaram pelas experiências do autor do texto escrito . Todos os elementos da cultura analisada devem ser entendidos, portanto, à luz desta textualidade, imanente à realidade cultural.
Idéias centrais
A Antropologia Interpretativa analisa a cultura como hierarquia de significados, pretendendo que a etnografia seja uma “descrição densa”, de interpretação, escrita e cuja análise é possível por meio de uma inspiração hermenêutica. É crucial a leitura da leitura que os “nativos” fazem de sua própria cultura
Representantes e obras
Outros movimentos
Outros movimentos significativos, na história do século XX, para a teoria Antropológica foram as escolas Cognitiva, Simbólica e Marxista.
Debates pós-modernos
Na década de 80, o debate téorico na Antropologia ganhou novas dimensões. Muitas críticas a todas as escolas surgiram, questionando o método e as concepções antropológicas. No geral, este debate privilegiou algumas idéias: a primeira delas é que a realidade é sempre interpretada, ou seja, vista sob uma perspectiva subjetiva do autor, portanto a antropologia seria uma interpretação de interpretações. Da crítica das retóricas de autoridade clássicas, fortemente influenciada pelos estudos de Foucault, surgem metaetnografias, ou seja, a análise antropológica da própria produção etnográfica. Contribuiu muito para esta discussão a formação de antropólogos nos países que então eram analisados apenas pelos grandes centros antropológicos.
Idéias centrais
- Privilegia a discussão acerca do discurso antropológico, mediado pelos recursos retóricos presentes no modelo das etnografias.
- Politiza a relação observador-observado na pesquisa antropológica, questionando a utilização do "poder" do etnógrafo sobre o "nativo".
- Crítica dos paradigmas teóricos e da “autoridade etnográfica” do antropólogo. A pergunta essencia é: quem realmente fala numa etnografia? O nativo? Ou, o nativo, visto pelo prisma do enógrafo?
- A etnografia passa a ser desenvolvida como uma representação polifônica da polissemia cultural, e nela deveriam estar presentes, claramente, as vozes dos vários informantes.
Principais representantes e obras
Áreas de estudo em Antropologia
Conceitos e métodos da Antropologia
Ver Conceitos e Métodos da Antropologia
Ver também
Ligações externas
- Associação Brasileira de Antropologia
- Instituto Socioambiental (ISA)
- Projeto AmaZone: A Onça e a Diferença
- Comunidade Virtual de Antropologia
- «História da Antropologia» (em English)
- Conhecimento do Inferno Literatura e Fotografias - Artes e Letras em Português
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