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Lousã

Lousã
Câmara Municipal e igreja matriz da Lousã.jpg
Câmara municipal e igreja matriz da Lousã.

Brasão de Lousã Bandeira de Lousã

Localização de Lousã

Gentílico Lousanense
Área 138,40 km²
População 17 604 hab. (2011)
Densidade populacional 127,2  hab./km²
N.º de freguesias 4
Presidente da
câmara municipal
Luís Antunes (PS)
Fundação do município
(ou foral)
1513
Região (NUTS II) Centro
Sub-região (NUTS III) Pinhal Interior Norte
Distrito Coimbra
Província Beira Litoral
Orago São Silvestre
Feriado municipal 24 de Junho (São João)
Código postal 3200 Lousã
Sítio oficial www.cm-lousa.pt
Município de Portugal Flag of Portugal.svg

A Lousã é uma vila portuguesa no distrito de Coimbra, região Centro e sub-região do Pinhal Interior Norte, com cerca de 17 604 habitantes, de acordo com o censo de 2011.[1]

Informação geral

Situa-se na zona de transição entre as duas dinâmicas de desenvolvimento que demarcam a sub-região: de um lado, as terras mais «urbanas», mais próximas da capital regional; do outro, as mais afastadas, com carácter mais «rural». De entre os concelhos da sub-região com variação demográfica positiva, o concelho da Lousã é o que possui a mais elevada (18%), superior aos valores médios da região (3,4%) e do país (4,6%).

É sede de um município com 138,40 km² de área[2] e 17 604 habitantes (2011),[3][4] subdividido em 4 freguesias.[5]. O município é limitado a norte por Vila Nova de Poiares, a nordeste por Arganil (numa escassa centena de metros), a leste por Góis, a sudeste por Castanheira de Pera, a sul por Figueiró dos Vinhos e a oeste por Miranda do Corvo.

Educação

Além disso, a Lousã tem uma extensa rede escola pública[6] e uma Pousada da Juventude.[7] Há também uma escola profissional (pública igualmente). Respeito ao ensino privado, há vários centros.[8]

Usos do solo municipal

O território municipal está dividido nestes termos:[9]

História

Os primeiros sinais da presença humana na Lousã datam do período "Paleolítico Inferior".

Recentemente foram descobertos dezenas de sítios com artefactos em pedra talhada (nomeadamente Bifaces, Machados de Mão e grandes lascas corticais, atribuídas à industria Acheulense) pelo Mestre em Arqueologia Pré Histórica e Arte Rupestre, Filipe Paiva, que tem realizado trabalho sistemático desde 2005 pelo concelho da Lousã.

Na sua tese de mestrado "Contribuição para o Estudo da Pré História do Vale do Ceira: As indústrias líticas da Quinta do Conde de Foz de Arouce" é evidente a importância destes achados, até então desconhecidos pelos Lousanenses e público em geral.

Do período romano encontramos exemplos que o provam, como restos funerários, utensílios de vidro e metal, moedas e até vestigios das comunicações terrestes romanas.[10] Sabe-se que a zona do vale do rio Ceira e na Serra da Lousã houve explorações mineiras de metais como o ouro.[10] Desde o começo das invasões germânicas até 943 não há mais informação; nesse ano tem-se memória de um tratado entre Zuleima Abaiud e o abade Mestúlio do Mosteiro de Lorvão, e nele menciona-se o topónimo Arauz que está relacionado com o Castelo de Arouce.[11][10][12]

Depois da conquista permanente pelo Reino de Leão da cidade de Coimbra em 1064, a repovoação do território fez-se mais intensa.[12][13] Atribui-se ao alcaide Sesnando Davides a ordem de fortificar e de reconstruir as edificações, entre elas o Castelo de Arouce (Castelo da Lousã).[13][13] Do domínio muçulmano, há várias lendas que explicam a fundação do Castelo e outras sobre a vila.[14]

Mas foi no século XVIII quando a Lousã começou a modernizar-se, estes avanços puseram-na vanguarda frente a outras vilas.[10] Os episódios mais marcantes deste processo foi a chegada em 1906 do comboio, melhorando desta maneira as comunicações terrestes seguindo a política de inovação e desenvolvimento iniciada pelo ministro Fontes Pereira de Melo e em 1924 a chegada da energia elétrica.[10] Contudo, houve duas pausas neste processo que foram as Guerras Napoleónicas na qual em 1811 teve lugar o Combate de Foz de Arouce (sendo Foz de Arouce uma povoação do concelho da Lousã), e a Guerra Civil Portuguesa, que fizeram de Portugal um país atrasado tecnológica e industrialmente frente a outras nações europeias.[10][15]

O perímetro urbano antigo ia desde o fim da Serra até onde hoje situa-se mais ou menos a câmara municipal, depois do século XIX espalhou-se por toda a bacia da Lousã.[10] Em 1888 começou a funcionar o hospital, o matadouro em 1893, o teatro velho, a nova igreja matriz em 1874, etc.[10]

Há aldeias serranas chamadas Aldeias do Xisto nas montanhas da Serra da Lousã.[16]

Em 1151 o rei Afonso Henriques deu-lhe carta de foral e em 1513 recebeu uma nova carta pelo rei Manuel I.[17]

Transportes e comunicações

A Lousã pelo geral tem boas comunicações terrestes, estando ligada pela EN342 a Miranda do Corvo, a Vilarinho e a Góis, pela EN17 (Estrada da Beira)[9] a Coimbra e Vila Nova de Poiares, pela EN236 a Castanheira de Pera. Além disso há outras estradas municipais entre as aldeias. Tem um aeródromo (apenas está disponível para voos visuais e para aviões ligeiros com um peso inferior a 5700 kg)[18] e a rede de autocarros Metro Mondego, a qual está a suplantar temporariamente o serviço anteriormente coberto pelos comboios que foi desmantelado e que está a ser reconvertido em metro, porém as obras estão congeladas.[19][20][21]

Brasão

  • O preto simboliza a honestidade e a terra;[22]
  • As espigas em ouro representam a agricultura local;[22]
  • A roda móvel simboliza a notável indústria do papel;[22]
  • Os rios são representados por riscas onduladas de cor azul e prata;[22]
  • A coroa mural de quatro torres é a que levam as vilas.[22]

Artesanato e produtos tradicionais

A vila da Lousã carateriza-se pela sua "mistura" da modernidade com a tradição; os trabalhos artesanais são: a fabricação de cestos, trabalhos em xisto,[23] bijuteria, trabalhos em madeira e em papel, cerâmica e costura.

Além dos trabalhos artesanais a Lousã também é conhecida pelos seus vinhos, pelos seus licores (o mais conhecido a nivel português é o Licor Beirão),[24] pela sua mel DOP da Serra,[25] pelos seus doces e pelas suas plantas.

População

Número de habitantes [26]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
9 535 10 415 10 868 11 685 12 622 11 944 12 905 14 525 15 442 13 900 12 369 13 020 13 447 15 753 17 604

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)

Número de habitantes por Grupo Etário [27]
1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
0-14 Anos 3 981 4 570 3 504 4 196 4 498 4 369 3 539 3 230 3 079 2 443 2 480 2 780
15-24 Anos 1 942 2 182 2 374 2 489 2 499 2 637 2 397 1 815 1 927 2 096 2 120 1 789
25-64 Anos 4 538 4 680 4 951 5 593 6 067 6 633 6 473 6 025 5 926 6 562 8 466 9 878
= ou > 65 Anos 893 886 744 1 069 1 234 1 411 1 491 1 680 2 088 2 346 2 687 3 157
> Id. desconh 0 40 49 28 69

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Freguesias

Freguesias do concelho da Lousã.

O concelho da Lousã está dividido em 4 freguesias:

Património arquitectónico

  • Pelourinho da Lousã (Monumento Nacional)
  • Castelo da Lousã (Monumento Nacional)
  • Casa do Arco ou Casa dos Magalhães Mexias
  • Casa dos Lopes Quaresma
  • Fábrica de Papel do Boque
  • Palácio dos Salazares ou Casa da Viscondessa de Espinhal /Palácio dos Viscondes do Espinhal
  • Casa de Baixo
  • Casa de Santa Rita
  • Casa do Fundo de Vila
  • Casa dos Condes de Foz de Arouce ou Casa da Foz de Arouce
  • Aldeias serranas do concelho da Lousã
  • Pelourinho de Serpins
  • Capela da Misericórdia da Lousã
  • Casa da Rua Nova Ou Casa de Cima
  • Igreja paroquial de Vilarinho ou Igreja de São Pedro
  • Capela de Santa Rita
  • Casa do Comendador Montenegro ou Casa de São Pedro
  • Casa de S. Bento, do Regueiro ou de Júlio de Lemos
  • Casa da Quinta de Baixo ou Casa da Quinta de S. José
  • Capela do Reguengo
  • Casa da Lagartixa
  • Centro de Saúde da Lousã
  • Casa dos Feios de Carvalho

Património natural e cultural

Cultura

  • Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques
  • Museu Municipal Professor Álvaro Viana de Lemos
  • Casa-Museu Carlos Reis (por inaugurar)

Povoações gémeas

Ligações externas

Vista Parcial - Lousã

Referências

  1. INE (2013). Anuário Estatístico da Região Centro 2012. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 30. ISBN 978-989-25-0217-5. ISSN 0872-5055. Consultado em 5 de maio de 2014 
  2. Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013» (XLS-ZIP). Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013 
  3. INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Centro. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 101. ISBN 978-989-25-0184-0. ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013 
  4. INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP). Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_CENTRO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013 
  5. Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  6. «Home». escolas.aglousa.com. Consultado em 6 de abril de 2016 
  7. «Pousadas de Juventude». www.pousadasjuventude.pt. Consultado em 6 de abril de 2016 
  8. «Rede Escolar - Município da Lousã». www.cm-lousa.pt. Consultado em 6 de abril de 2016 
  9. 9,0 9,1 «Caraterização do Concelho - Município da Lousã». www.cm-lousa.pt. Consultado em 6 de abril de 2016 
  10. 10,0 10,1 10,2 10,3 10,4 10,5 10,6 10,7 «História da Lousã - Município da Lousã». www.cm-lousa.pt. Consultado em 6 de abril de 2016 
  11. «Castelo da Lousã». Aldeias do Xisto. Consultado em 6 de abril de 2016 
  12. 12,0 12,1 «Castelos e Muralhas do Mondego». www.castelosemuralhasdomondego.pt. Consultado em 7 de abril de 2016 
  13. 13,0 13,1 13,2 «Castelos e Muralhas do Mondego». www.castelosemuralhasdomondego.pt. Consultado em 7 de abril de 2016 
  14. «Castelos e Muralhas do Mondego». www.castelosemuralhasdomondego.pt. Consultado em 7 de abril de 2016 
  15. LOPES, Maria Antónia. Sofrimentos das populações na terceira invasão francesa. De Gouveia a Pombal. 2011.
  16. «Serra da Lousã | Aldeias do Xisto». Aldeias do Xisto. ADXTUR. Consultado em 7 de abril de 2016 
  17. «Discurso do Presidente da Câmara» (PDF). Lousã, 2013: 500 anos de Foral Manuelino, 862 anos de municipalismo. Câmara Municipal da Lousã. Consultado em 7 de abril de 2016 
  18. «Aerodromo Comandante José Varela». Pistas em Portugal - O Roteiro. Consultado em 7 de abril de 2016 
  19. «Home». www.metromondego.pt. Consultado em 7 de abril de 2016 
  20. «Coimbra: Ainda o metro, quatro anos depois». JN (em português). Consultado em 7 de abril de 2016 
  21. «Autarcas de Coimbra e da Lousã ameaçam abandonar sociedade Metro Mondego - País - RTP Notícias». www.rtp.pt. Consultado em 7 de abril de 2016 
  22. 22,0 22,1 22,2 22,3 22,4 22,5 22,6 «Brasão - Município da Lousã». www.cm-lousa.pt. Consultado em 7 de abril de 2016 
  23. «Loja do Xisto». Rede de Lojas das Aldeias do Xisto. Câmara Municipal da Lousã. Consultado em 8 de abril de 2016 
  24. «Idade Legal | Licor Beirão». Licor Beirão. Consultado em 8 de abril de 2016 
  25. «LOUSAMEL - Cooperativa Agrícola de Apicultores da Lousã e Concelhos Limítrofes CRL». www.lousamel.pt. Consultado em 8 de abril de 2016 
  26. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  27. INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
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