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Sacavém

Predefinição:Info/Freguesia Sacavém é uma freguesia portuguesa do concelho de Loures, poucos quilómetros a nordeste da capital do País, Lisboa, com 3,81 km² de área e 17 659 habitantes (2001). Densidade demográfica: 4 255,2 h/km².

Geografia

Ver artigo principal: [[Geografia de Sacavém]]

Localizada na parte oriental do concelho de Loures, Sacavém confina com as freguesias de Unhos (a Noroeste), Camarate (a Oeste), Prior Velho (a Sudoeste), Portela, (a Sul) e Moscavide (a Sudeste), sendo ainda banhada pelos rios Tejo (a Este) e Trancão, anteriormente chamado rio de Sacavém (a Norte, o qual separa esta freguesia da Bobadela).

Religião

Orago maior

A cidade tem por orago maior Nossa Senhora da Purificação (a quem é dedicada a Igreja Matriz, em Sacavém de Baixo, junto ao Trancão). Trata-se, no entanto, de um orago recente, imposto à freguesia, o mais tardar, aquando da elevação da igreja conventual, àquela dedicada, à dignidade de Matriz (em 11 de Abril de 1863, por concessão do Patriarca de Lisboa, D. Manuel Bento Rodrigues, a pedido da junta de paróquia de Sacavém).

Oragos menores

Um dos oragos menores, Nossa Senhora da Saúde (à qual é consagrada, conjuntamente com Santo André, uma pequena capela com o mesmo nome, no centro histórico da cidade, em Sacavém de Cima) é, na verdade, aquele que maior veneração popular tem, realizando-se anualmente grandes festejos em sua honra, no primeiro Domingo de Setembro.

Segundo reza a tradição, em 1599, uma epidemia de peste ter-se-ia abatido sob a povoação com uma tal força, que o número de mortos acabou por ser largamente superior ao espaço disponível na igreja de Nossa Senhora da Vitória para serem sepultados. Os sobreviventes decidiram então enterrá-los nas proximidades da ermida; contudo, logo ao abrir-se a primeira vala, os coveiros depararam-se com a estátua da Virgem. Logo os populares se reuniram com grande frémito, implorando pela realização de uma procissão em honra da Mãe de Deus, a fim de invocarem a sua salvação. De acordo com essa mesma tradição, que várias fontes atestam, a peste cessou. A estatueta da Virgem Maria então descoberta passou a ser venerada como Nossa Senhora da Saúde.

Quanto ao culto de Santo André, o outro patrono da capela, parece estar associado ao facto de, desde a Idade Média, ter existido junto da actual capela da Senhora da Saúde uma gafaria, cujo protector seria precisamente Santo André (ao invés do normal orago dos leprososSão Lázaro).

A capela primitiva foi derrubada e refeita à custa das esmolas populares em 1652; foi reedificada em 1756, após o terramoto do ano anterior, e novamente restaurada em 1872 e em 1986. Note-se que, devido à destruição sofrida pela Igreja de Nossa Senhora da Vitória, no terramoto de 1755, a capela de Nossa Senhora da Saúde e Santo André fez as vezes de igreja paroquial de Sacavém até 1863, pelo que durante pouco mais de cem anos foram estes os oragos da freguesia.

Oragos anteriores

Outrora foram também cultuados nesta freguesia:

  • São Francisco (numa capela que existiu no largo da Saúde, defronte da Capela de Nossa Senhora da Saúde, tendo sido construída em 1766, e demolida em 1876, por se achar em ruínas).


A par destes oragos cultuados em templos públicos, existiram em Sacavém outras várias capelas, pertença de particulares (Santo António, Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora dos Anjos, Nossa Senhora dos Milagres, São Roque, Espírito Santo, Madre de Deus, São Sebastião e São José).

Administração eclesiástica

Do ponto de vista da titulatura eclesiástica, o pároco de Sacavém detém a dignidade de Prior (é, aliás, por esse motivo, que freguesia do Prior Velho tem hoje o nome que ostenta, pois numa das quintas desse lugar viveu, em tempos, um idoso prior de Sacavém). E, durante muito tempo, o prior de Sacavém foi em simultâneo pároco das povoações vizinhas (não obstante estas constituirem freguesias civis autónomas); só já no século XX, muito por acção do Prior Filinto Ramalho, estas ganharam párocos próprios.

A paróquia de Nossa Senhora da Purificação de Sacavém pertence à Vigararia de Sacavém, a qual inclui as demais paróquias da zona oriental do concelho de Loures (Nossa Senhora da Encarnação da Apelação, Nossa Senhora dos Remédios da Bobadela, Santiago Maior de Camarate, Santa Maria do Prior Velho, São João da Talha, Santa Iria de Azóia, São Silvestre de Unhos e, muito naturalmente, Nossa Senhora da Purificação de Sacavém, como sede da mesma), exceptuadas as freguesias eclesiásticas de Santo António de Moscavide e do Cristo-Rei da Portela de Sacavém (que pertencem à Vigararia II de Lisboa).

No ordenamento administrativo da Igreja Católica, a Vigararia de Sacavém inscreve-se por sua vez no quadro da Diocese e Patriarcado de Lisboa.

Feiras, mercados, e outras festividades

Outrora teve Sacavém três feiras anuais: a primeira no Domingo do Espírito Santo, a segunda a 14 de Agosto, e a terceira a 14 de Setembro; todas três duravam três dias cada uma. A feira do Espírito Santo chegou a ser uma das mais concorridas do distrito de Lisboa, e constituía, a par das celebrações de Nossa Senhora da Saúde, no primeiro domingo de Setembro, uma dos momentos mais movimentados da vida de Sacavém.

Tinha também grande mercado de gado no Terreiro de Sacavém, no terceiro Domingo de cada mês, desde 1887. Até aí a dita feira realizava-se no terreiro de São Bartolomeu da Charneca; mas em virtude da incorporação daquela freguesia no concelho de Lisboa, e sendo na capital proibidos os mercados de gado pelo código administrativo então vigente, o último presidente do município dos Olivais deliberou transferir o dito mercado para o local mais próximo, fora da linha da circunvalação da capital, em que fosse possível realizar a dita feira – e esse lugar era precisamente Sacavém.

Presentemente, em Sacavém realiza-se o Mercado de Levante todas as 3.ª, 6.ª feiras e ainda aos Sábados de manhã.

História

Ver artigo principal: [[História de Sacavém]]

Pela sua posição estratégica, na encruzilhada dos caminhos que, vindos do Norte e do Este, se dirigiam a Lisboa, Sacavém esteve presente em inúmeros momentos da História de Portugal.

Preocupações actuais e desafios para o futuro

Actualmente, entre as preocupações que estão na ordem do dia em Sacavém, destacam-se a criação do município de Sacavém (que incluiria as dez freguesias da zona oriental do concelho de Loures – Apelação, Bobadela, Camarate, Moscavide, Portela, Prior Velho, Santa Iria de Azóia, São João da Talha, Unhos, e muito naturalmente, a cidade de Sacavém, que seria a sede da nova edilidade), um propósito já bastante antigo, posto que remonta a 1914 o primeiro abaixo-assinado subscrito pelos eleitores destas povoações no sentido de verem criado este município.

Na altura, o projecto contou com as assinaturas dos eleitores das freguesias da Apelação, Camarate, Charneca, Sacavém (incluindo os actuais territórios da Portela e do Prior Velho), Santa Iria de Azóia (que então abrangia as actuais freguesias da Póvoa de Santa Iria, São João da Talha e Bobadela), Unhos, e ainda da povoação de Moscavide (à data, integrada na freguesia dos Olivais como mero lugar); só a dissolução do Congresso da República impediu de levar a bom porto esta iniciativa.

Pavilhão da Escola dos 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico Bartolomeu Dias

Desde 1987, têm sido de novo levados à Assembleia da República vários projectos de lei, apresentados pelo PCP e pelo PSD, no sentido de viabilizarem este desejo das suas populações (mas que, no entanto, têm esbarrado na oposição demonstrada por algumas Assembleias de Freguesia, designadamente da Portela e de Moscavide).

Outra preocupação prende-se com os desejos autonomistas dos habitantes do vizinho Parque das Nações, que pretendem ver criada uma freguesia do Oriente, cujo limite Norte seria o rio Trancão – ou seja, amputaria uma parte significativa de território da cidade de Sacavém. Tal desígnio (que contava com o apoio dos deputados do PSD e do CDS-PP, então no poder) não deixa de causar o mais vivo repúdio de todos os Sacavenenses, tendo a Assembleia de Freguesia de Sacavém inclusivamente votado por unanimidade um parecer desfavorável à criação da referida freguesia.

Com a recente dissolução parlamentar, ordenada pelo Presidente da República, as iniciativas legislativas em causa caducaram, pelo que poderão voltar a ser apresentadas à Assembleia da República a fim de serem discutidas.

Personagens célebres

De entre os muitos homens e mulheres nascidos nesta terra, ou que tendo nascido fora dela, aqui viveram e se destacaram, sublinham-se as seguintes figuras contemporâneas:

  • Prior Filinto Elísio Ramalho (Fataunços, 1917 – Sacavém, 2001), pároco de Sacavém durante quase sessenta anos (desde 1942 até ao seu falecimento em circunstâncias trágicas em 1 de Dezembro de 2001), fundador do Centro Social Paroquial de Sacavém, ao qual os Sacavenenses carinhosamente chamam de Obra do Padre.

Acordos de geminação

Sacavém celebrou acordo de geminação com:

Heráldica

Sacavém usa a seguinte bandeira e brasão de armas:

Um escudo de vermelho, uma ponte de três arcos, com os flancos incompletos, de ouro, lavrada de negro. Em chefe, uma cruz em aspa, de prata. Contra-chefe ondado de seis faixas de prata e azul, onde assentam três barcas de ouro vistas de proa. Uma coroa mural de prata de cinco torres. Um listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: «SACAVÉM». Bandeira gironada de azul e amarelo; cordões e borlas de ouro e vermelho.

Até 1996, data da sua elevação a cidade, a então vila de Sacavém usava um brasão idêntico, excepto no tocante ao número de torres da coroa mural (quatro em vez das actuais cinco); de igual forma, para reflectir o novo estatuto, a partição da bandeira passou de esquartelada para gironada. E, apesar de o texto legal prever que no listel conste apenas a legenda Sacavém, em muitas representações do brasão surge a divisa com o atributo da povoação: «CIDADE DE SACAVÉM».

Quanto à simbologia do escudo, o vermelho do campo expressa o sangue derramado na mítica batalha que D. Afonso Henriques travou com os Mouros; a ponte de ouro alude à velha ponte romana sobre o Trancão; a aspa representa o orago menor da freguesia, Santo André; as barcas demonstram a importância das actividades económicas que eram realizadas através do rio, recorrendo para isso a embarcações (aludem também a uma antiga festividade de Sacavém, a Festa do Barco, realizada até à década de 1920); por fim, as faixas ondadas de azul e prata estão para os dois rios que banham a freguesia: o Trancão e o Tejo.

Assinale-se ainda, a título de curiosidade, que o decreto que estabelece a heráldica da freguesia propõe a peculiaridade única de o estandarte ter esmaltes diferenciados entre cordões e borlas (ouro e vermelho) e os da bandeira em si (gironada de azul e amarelo)...

Ligações externas

Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Sacavém

Páginas dedicadas à cidade em geral

  • Sacavém 24 Sítio com inúmeras fotos da cidade de Sacavém.
  • Sacavém Outra página pessoal dedicada à cidade de Sacavém.
  • Loriga Vila histórica,geminada com Sacavém desde 1996.

Associativismo e cultura em Sacavém

Notas

Para dados complementares, veja-se ainda, para além dos sites supramencionados:

PINHO LEAL, Augusto Soares d’Azevedo,

Portugal Antigo e Moderno: Diccionário Geográphico, Estatístico, Chorográphico, Heráldico, Archeológico, Histórico, Biográphico & Etymológico de Todas as Cidades, Villas e Freguesias de Portugal e Grande Número de Aldeias. Facsimile da edição de Lisboa, Livraria Editora de Mattos Moreira, 1873-1890, vol. 8, Lisboa, Cota d’Armas, 1990, pp. 311-319.

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