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Sertã: mudanças entre as edições

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* Prof. [[David de Melo Lopes]]
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* Pe. [[António Lourenço Farinha]]
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== Economia e sociedade==
== Economia e sociedade==

Edição das 22h42min de 2 de julho de 2006

Predefinição:DadosMunicípioPortugal A Sertã (antigamente Certã) é uma vila portuguesa, sede do municío do mesmo nome pertencente ao distrito de Castelo Branco, região Centro, subregião do Pinhal Interior Sul e diocese de Portalegre e Castelo Branco. É sede da comarca que engloba também os concelhos de Proença-a-Nova e Vila de Rei.

A vila tem cerca de 5 500 habitantes e é sede de um município com 453,13 km² de área e 16 720 habitantes (8 003 homens e 8 717 mulheres, em 2001), subdividido em 14 freguesias.

Geografia

Confrontações

O município é limitado a norte pelo município da Pampilhosa da Serra, a nordeste por Oleiros, a sueste por Proença-a-Nova, a sul por Mação e Vila de Rei, a oeste por Ferreira do Zêzere e a noroeste por Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande.

Orografia, hidrografia e flora

“A área de xisto do centro do País, profundamente entalhada pelo Rio Zêzere e pelos seus afluentes, é singularmente desprovida de núcleos urbanos e só tarde se abriu a novas vias de comunicação. (...) Uma única vila faz excepção, pela aparência do comércio e a animação dos mercados: a Sertã.”

A vila da Sertã localiza-se num vale xistoso, numa área florestal com predominância de pinheiro bravo e, mais recentemente, de eucalipto. A oliveira é outra das espécies frequentes na flora local.

A localidade é banhada por duas ribeiras, a ribeira da Sertã, também conhecida localmente como ribeira Grande, e a ribeira de Amioso (ou ribeira Pequena). Todo o oeste do concelho é delimitado pelo rio Zêzere, mais especificamente pelas albubeiras das barragens do Cabril, da Bouçã e do Castelo de Bode. A grande massa de água influencia o clima tornando-o bastante húmido.
O ponto mais alto do concelho, nos limites co concelho de Oleiros, é a serra do Cabeço da Rainha, que atinge os 1080 m.

História

A primitiva ocupação humana da zona onde agora se localiza a Sertã remonta à época pré-romana.

No contexto das lutas pela Reconquista cristã da península Ibérica, o conde D. Henrique de Borgonha (1095-1112), teria determinado o repovoamento do local bem como a reedificação do seu castelo.

Os domínios da Sertã pertenceram à Ordem do Templo e, com a sua extinção em Portugal, passaram à Ordem do Hospital. Sob o reinado de D. Afonso V (1438-1481), a povoação recebeu Carta de Foral (1455), confirmado em 1513 por D. Manuel I (1495-1521). Algumas décadas mais tarde, em meados do século XVI, foi alcaide-mor da Sertã, Vicente Caldeira.

Lenda da fundação da Sertã

Segundo a lenda, o castelo da Sertã terá sido edificado por Sertório (uma figura histórica), um militar romano, que fora exilado por razões políticas. Veio para a península Ibérica por volta do ano 80 a.C. e aliou-se aos Lusitanos. Sertório foi traído e assassinado durante um banquete por Perpena um lugar-tenente a soldo de Roma. A Lusitânia ficou então sob domínio romano.

Nas lutas ocorridas na conquista da Lusitânia, houve um ataque romano ao castelo, durante o qual o chefe do castelo pereceu. Sua mulher, Celinda, ao saber da notícia, dando conta que o inimigo chegava às muralhas, subiu às ameias com uma enorme sertã ou sertage (uma frigideira quadrada) cheia de azeite a ferver na qual fritava ovos. Lançou o azeite fervente sobre os invasores que foram obrigados a recuar. Deu assim tempo que chegassem reforços dos lugares mais próximos. Foi assim que o nome de Sertã foi dado ao lugar.

A data provável da edificação do castelo é no entanto o século X. Segundo algumas fontes, D. Henrique teria ordenado a reedificação da vila e castelo em 1111. Esta informação é possivelmente um erro: uma confusão com a vila de Sátão, que efecftivamete recebeu uma carta de aforamento assinada por D. Henrique naquele ano.

“A Sertã lembra já uma povoação da Estremadura ou limiar da Beira Litoral. É, no conjunto, uma elegante vilazinha clara, debruçada num meandro gracioso da ribeira da Sertã, entre montes que se vão fazendo pequenos, à borda de águas que já perderam a braveza serrana para regarem mansamente leiras de milho, mancha branca entre verduras de pinhal e olivedo, a que não falta, para acentuar a nota atlântica da paisagem, o moinho de vento no coruto dos montes, onde já se sente soprar o vento húmido do oceano.”

Orlando Ribeiro e Sant’Anna Dionísio, Guia de Portugal

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A primeira intervenção real em relação à Sertã ocorreu com D. Afonso Henriques que doou à Ordem dos Templários a terra limitada pelo rio Tejo e o rio Zêzere. A posse da Sertã pelo Templo demorou apenas entre 1165 e 1174, já que neste ano o primeiro rei português transferiu-a para as mãos da Ordem do Hospital.

Nos inícios do século XVII, o castelo construído no século X ainda se encontrava em boas condições, embora não tivesse a mesma utilidade de alguns século antes. Mas, no final do século seguinte a fortaleza encontrava-se completamente arruinada.

A Sertã recebeu foral de D. Manuel I em 1513. Era já então um concelho de relativa importância, já que os seus representantes tinham assento nas Cortes. Nesta altura, a vila pertencia à Ordem de Malta, Em 1665, a vila passou para a Casa do Infantado, que assimilou os rendimentos do Grão-Mestrado da velha Ordem de Malta.

Arquivo:NunoAlvaresPereira.jpg
O beato Nuno de Santa Maria (Nuno Álvares Pereira) é o mais ilustre sertaginense de sempre.
O padre Manuel Antunes foi o mais ilustre sertaginense do século XX.

Filhos ilustres do concelho

Economia e sociedade

Em 2001, de acordo com dados do INE, a taxa de desemprego do concelho era de 7,1%.
Em 1991, a taxa de analfabetismo na Sertã era ainda de 23,0%, passando a 19,4% em 2001.
Em 2001, o concelho tinha 0,7 médicos por milhar de habitantes e 1,8 fármacias por 10 000 habitantes.

Evolução demográfica

Entre 1991 e 2001, a população reduziu-se em 8,1%.

Evolução da população do concelho da Sertã (1801 – 2004)
1801 1849 1900 1930 1960 1981 1991 2001 2004
10235 13456 20380 24057 27997 21503 18199 16720 16208

Distribuição etária (2001)

População total: 16720.

Faixa etária (anos) 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 > 90
População 589 756 859 1049 1026 964 936 1105 1049 988 875 857 1108 1204 1125 1051 659 339 181

Religião

(de acordo com os censos de 2001, em relação à população de mais de 15 anos)

Religiões Católicos Ortodoxos Protestantes Outros crisãos Judeus Muçulmanos Outros não cristãos Sem religião Recusam responder
População 13.632 18 29 79 1 1 10 106 492

Nacionalidades dos residentes

(de acordo com os censos de 2001)

Nacionalidades Portuguesa Alemã Espanhola Francesa Britânica Outras UE Outras Europa Nacionalidades
de PALOPs
Outras África Brasileiros Outros
População 16518 10 8 17 2 3 24 19 6 21 4

Cultura

Os habitantes da Sertã chamam-se sertaginenses, enquanto que a expressão sertanenses deve ser utilizada quando é feita referência aos adeptos do Sertanense Futebol Clube.

Património edificado

A Comarca da Sertã é o mais importante dos semanários locais.

Imprensa

Existem dois jornais locais: "A Comarca da Sertã" dirigida por João Miguel e o O Expresso do Pinhal dirigido por Teresa Aires, que se publicam ambos semanalmente.

A rádio regional é a Rádio Condestável [1], sediada em Cernache do Bonjardim. Emite em FM em 91,3 MHz e 94,2 MHz.

Gastronomia

A gastronomia da Sertã é muito rica. Destacam-se os maranhos e o bucho recheado, sendo de referir, ainda, a presença do cabrito estonado, que apesar de ser um símbolo gastronómico de Oleiros, enriquece a mesa sertaginense desde tempos imemoriais. Na doçaria: Cartuchos à moda de Cernache do Bonjardim.

Heráldica

Armas (Diário do Governo, I Série de 23/01/1936): Escudo de vermelho com uma torre torreada de prata, aberta e iluminada de negro. Em chefe, de ouro, uma sertã de negro, acompanhada por duas cruzes de vermelho, uma do Templo e outra de Malta. Em contra-chefe, dois rios, de prata e de azul, que se ligam ao centro e seguem para o pé do escudo. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com a legenda de negro : "Vila da Sertã" e "Sartago Sternit Sartagine Hostes" (A Sertã derruba os seus inimigos com uma sertã).

Agremiações sociais, culturais e desportivas

Organização política e administrativa

Câmara Municipal

Presidência

O actual presidente da Câmara Municipal é José Paulo Barata Farinha (eleito em Dezembro de 2001, re-eleito em Outubro de 2005).
Os presidentes precedentes foram José Manuel Lopes Carreto (substituiu o precedente por morte deste em 1994; e foi eleito em Dezembro de 1997), Ângelo Pedro Farinha (eleito em Dezembro de 1982, re-eleito em 1985, 1989 e 1993, morreu em funções em 1994), Reinaldo Lima da Silva (eleito em Dezembro de 1979), Ângelo Patrício Soares de Bastos (eleito em Dezembro de 1976), Amaro Vicente Martins (presidente da comissão administrativa após os 25 de Abril de 1974 e até Dezembro de 1976), José Antunes, e Flávio Reis e Moura.

Vereação

Actual (2005) vereação: Vítor Cavalheiro (vice presidente), Fernando Manuel da Silva Pereira, José Ramos Moreira, Francisco Laia Nunes (em substituição de Jorge Rodrigues, que substituira Catarina Sofia Monteiro Gonçalves Nunes da Silva) Joaquim Filipe Patrício e José Carlos lourenço.

Assembleia Municipal

O actual presidente da assembleia municipal é Zeferino Vidigal Marinha Lucas (eleiro em 2005). Os presidentes precedentes foram José Farinha Nunes (2001-2005). Álvaro Aires (até 2001) e Luís Damas Moreira.

Deputados municipais

Actuais deputados municipais (2005): Zeferino Lucas, Manuel Luís Farinha, António Manuel de Oliveira Guerra, Luís Martins Ribeiro, Olinda Brandão, António José Lopes Simões, Álvaro Monteiro, José Lopes Ferreira, Carlos Alberto Miranda, Maria João Mota Torres, Franklin Adosindo Silva, Maria da Conceição Nunes da Silva, João Carlos Almeida, Paulo Jorge Lopo, Cláudia Sofia André, Marco Barata, Maria de Lourdes Gomes Matos, Joaquim José Silva Pereira Alves, Arnaldo Domingos Nunes da Silva, Jorge Coluna, Miguel Fernandes Castanheira e, por inerência os 14 presidentes das Juntas de Freguesia.

Resultados das últimas eleições autárquicas

Câmara Municipal

Candidato a
Presidente da Câmara
Partido votos %
e mandatos
José Paulo Barata Farinha PS 5527

52 %

4
Fernando Pereira PPD/PSD 4040

38 %

3
Rui Silva PCP-PEV 38

1 %

0
Pedro Martins CDS-PP 530

5 %

0
Fernando Ferreira BE 140

2 %

0

Assembleia Municipal

Partido votos %
e mandatos
PS 4816

45 %

11
PPD/PSD 4319

40 %

9
PCP-PEV 65

1 %

0
CDS-PP 747

7 %

1
BE 272

3 %

0

Feriado Municipal

O feriado municipal celebra-se no dia 24 de Junho, dia de São João. A data, no entanto, não comemora este santo já que o orago da freguesia é São Pedro, mas Nuno Álvares Pereira, que nasceu em Cernache do Bonjardim a 24 de Junho de 1360.

Subdivisões administrativas

As freguesias da Sertã são as seguintes:

Nome População Area km²   Densidade h/km²  
1 Cabeçudo 999 9,95 100,4
2 Carvalhal 613 9,84 62,3
3 Castelo 1 163 24,62 47,2
4 Cernache do Bonjardim 3 283 72,06 45,6
5 Cumeada 573 23,10 24,8
6 Ermida 301 27,98 10,8
7 Figueiredo 286 14,70 19,5


Nome População Area km²   Densidade h/km²  
8 Marmeleiro 304 29,70 10,2
9 Nesperal 335 7,74 43,3
10 Palhais 346 22,04 15,7
11 Pedrógão Pequeno 916 42,75 21,4
12 Sertã 5 500 81,71 67,3
13 Troviscal 1 134 54,06 21,0
14 Várzea dos Cavaleiros 968 32,88 29,4

Bibliografia

  • LIMA, Jacinto Leitão Manso de, Certã Ennobrecida ou Descripção Topographica da Vila da Certan, 1730;
  • FARINHA, Pe. Antonio Lourenço, A Sertã e o seu Concelho, Lisboa, 1930;
  • LAJES, Guilherme, O Castelo da Sertã in Comunicações das 1ªs Jornadas Regionais sobre Monumentos Militares, Castelo Branco, 1993;
  • BATATA, Carlos, Carta Arqueológica do Concelho da Sertã, Sertã, 1998;
  • RIBEIRO, Orlando, A Sertã: pequeno centro na área de xisto da Beira Baixa, in Finisterra-Revista Portuguesa de Geografia. (Centro de Estudos Geográficos), V (9), p. 103-112, Lisboa, 1970;
  • GARCIA, João Carlos, A Comarca da Sertã - análise geográfica de um periódico, Finisterra, Lisboa, XVIII, 35, 1983, p. 139 - 145.

Ligações externas

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