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Duarte I de Portugal: mudanças entre as edições

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Foi o décimo primeiro rei de [[Portugal]],<ref name="portal">[http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/duarte.html O Portal da História]</ref> o segundo da [[Dinastia de Avis]].
Foi o décimo primeiro rei de [[Portugal]],<ref name="portal">[http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/duarte.html O Portal da História]</ref> o segundo da [[Dinastia de Avis]].


D. Duarte recebeu o seu nome em homenagem ao avô de sua mãe, o rei [[Eduardo III da Inglaterra]]. Desde muito jovem, D. Duarte acompanhou o seu pai nos assuntos do reino, sendo portanto um herdeiro preparado para reinar; em [[1412]] foi formalmente associado à governação pelo pai,{{harvref|Marques|1980|p=189}} tornando-se seu braço direito.
D. Duarte recebeu o seu nome em homenagem ao avô de sua mãe, o rei [[Eduardo III da Inglaterra]]. Desde muito jovem, D. Duarte acompanhou o seu pai nos assuntos do reino, sendo portanto um herdeiro preparado para reinar; em [[1412]] foi formalmente associado à governação pelo pai,{{harvref|Marques|1980|p=189}}, tendo os assuntos da justiça e das finanças.{{harvref|name=M1|Mattoso|1993|p=500}}
[[Ficheiro:DuarteI-Viseu.jpg|thumb|left|200px|[[Estátua]] de D. Duarte em [[Viseu]].]]
Juntamente com os irmãos, convenceu o pai a conquistar [[conquista de Ceuta|Ceuta]];{{harvref|Saraiva|1993|p=131}} lá foi armado cavaleiro pelo pai, juntamente com os irmãos [[Pedro, Duque de Coimbra|Pedro]] e [[Henrique, Duque de Viseu|Henrique]].


Juntamente com os irmãos, convenceu o pai a conquistar [[conquista de Ceuta|Ceuta]];{{harvref|Saraiva|1993|p=131}} lá foi armado cavaleiro pelo pai, juntamente com os irmãos [[Pedro, Duque de Coimbra|Pedro]] e [[Henrique, Duque de Viseu|Henrique]].
Casou com [[Leonor de Aragão, rainha de Portugal|Leonor de Aragão]], neta paterna de [[João I de Castela]]. Duarte dedicou à rainha uma obra literária. Leonor após ficar viúva tornou-se regente por algum tempo.
 
Quando se tornou rei, tinha 42 anos e levava 21 de governo, pois ganhou experiência no reinado do pai.<ref name="M1" />


Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política [[Descobrimentos portugueses|exploração marítima]] e de conquistas em [[África]]. O seu irmão [[Henrique, Duque de Viseu|Henrique]] estabeleceu-se em [[Lagos (Portugal)|Lagos]], de onde dirigiu as primeiras navegações e em [[1434]], [[Gil Eanes]] dobrou o [[Cabo Bojador]]. Numa campanha mal sucedida a [[Tânger]], o seu irmão [[Fernando, o Infante Santo|D. Fernando]] foi capturado e morreu em cativeiro.{{harvref|Marques|1980|p=190}}
Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política [[Descobrimentos portugueses|exploração marítima]] e de conquistas em [[África]]. O seu irmão [[Henrique, Duque de Viseu|Henrique]] estabeleceu-se em [[Lagos (Portugal)|Lagos]], de onde dirigiu as primeiras navegações e em [[1434]], [[Gil Eanes]] dobrou o [[Cabo Bojador]]. Numa campanha mal sucedida a [[Tânger]], o seu irmão [[Fernando, o Infante Santo|D. Fernando]] foi capturado e morreu em cativeiro.{{harvref|Marques|1980|p=190}}
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O seu filho [[Afonso V de Portugal|Afonso]] tinha apenas 5 anos quando Duarte morreu. Houve uma desavença na família para decidir quem seria regente. O rei em testamento entregou a regência à rainha, [[Leonor de Aragão, Rainha de Portugal|Leonor]], sua esposa. Esta medida não foi do agrado da população.{{harvref|Marques|1980|p=190-191}}
O seu filho [[Afonso V de Portugal|Afonso]] tinha apenas 5 anos quando Duarte morreu. Houve uma desavença na família para decidir quem seria regente. O rei em testamento entregou a regência à rainha, [[Leonor de Aragão, Rainha de Portugal|Leonor]], sua esposa. Esta medida não foi do agrado da população.{{harvref|Marques|1980|p=190-191}}


===Reinado===
===Obras===
Escreveu ''O [[Leal Conselheiro]]'', obra moral, endereçada a sua mulher, [[Leonor de Aragão, rainha de Portugal|Leonor de Aragão]].
 
Compôs um livro de Regimento ''pera os que custumarem andar a cavallo'', intitulado de ''[[Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela]]''. (Ruy de Pina, ''Cronica d'el-rei dom Duarte'', capitulo iii).
 
Ainda criou o livro "''[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=4248785 Livro dos conselhos de el-rei D. Duarte]".'' O livro apresenta a seguinte informação: "''Livro da Cartuxa de Scala Coeli que D. Teotónio de Bragança. arcebispo de Évora, fundador da mesma casa lhe fez doação.''"
 


[[Ficheiro:DuarteI-Viseu.jpg|thumb|left|150px|[[Estátua]] de D. Duarte em [[Viseu]]]]
==Reinado==
Deve-se ao rei a publicação da [[Lei Mental]], uma forma a defender os bens da coroa.<ref name="portal" /> O espírito centralizador que vinha do reinado do pai, manteve-se. No começo do reinado, as cortes pediram que não se fizesse a guerra sem o consentimento das mesmas, Duarte responde que a guerra é um assunto da vontade exclusiva do rei.{{harvref|Saraiva|1993|p=130}}
Deve-se ao rei a publicação da [[Lei Mental]], uma forma a defender os bens da coroa.<ref name="portal" /> O espírito centralizador que vinha do reinado do pai, manteve-se. No começo do reinado, as cortes pediram que não se fizesse a guerra sem o consentimento das mesmas, Duarte responde que a guerra é um assunto da vontade exclusiva do rei.{{harvref|Saraiva|1993|p=130}}


D. Duarte foi um monarca preocupado em gerar consenso e ao longo do curto reinado de cinco anos convocou as [[Anexo:Lista de Cortes em Portugal|Cortes]] cerca de cinco vezes, para discutir assuntos de estado.<ref name="portal" /> Várias vezes as [[Cortes (política)|Cortes]] tinham pedido a [[João I de Portugal|D. João I]] a organização de uma colectânea em que se coordenasse e actualizasse o [[direito]] (lei) vigente, para a boa fé e fácil administração na justiça. Para levar a cabo essa obra, D. Duarte designou o doutor Rui Fernandes, que a concluiu em 1446. Posteriormente revista por ordem do infante [[Pedro, Infante de Portugal|D. Pedro]], ela se converteria nas [[Ordenações Afonsinas]].
D. Duarte foi um monarca preocupado em gerar consenso e ao longo do curto reinado de cinco anos convocou as [[Anexo:Lista de Cortes em Portugal|Cortes]] cerca de cinco vezes, para discutir assuntos de estado.<ref name="portal" /> Várias vezes as [[Cortes (política)|Cortes]] tinham pedido a [[João I de Portugal|D. João I]] a organização de uma colectânea em que se coordenasse e actualizasse o [[direito]] (lei) vigente, para a boa fé e fácil administração na justiça. Para levar a cabo essa obra, D. Duarte designou o doutor Rui Fernandes, que a concluiu em 1446. Posteriormente revista por ordem do infante [[Pedro, Infante de Portugal|D. Pedro]], ela se converteria nas [[Ordenações Afonsinas]].


D. Duarte deu continuidade à política de incentivo à exploração marítima e de conquistas em África. Durante o seu reinado, o seu irmão [[Infante D. Henrique|Henrique]] estabeleceu-se em [[Lagos (Portugal)|Lagos]], a partir de onde dirigiu as navegações: assim, em [[1434]] [[Gil Eanes]] dobrou o [[Cabo Bojador]], um ponto lendário da época, cuja travessia causava terror aos marinheiros; daí avançou-se para Angra dos Ruivos em [[1435]], e [[Afonso Gonçalves Baldaia]] atingiu o [[Río de Oro|Rio do Ouro]] e Pedra da Galé em [[1436]]. O [[arquipélago da Madeira]] foi doado ao irmão Henrique, em 1433.{{harvref|Saraiva|1993|p=143}}
D. Duarte deu continuidade à política de incentivo à exploração marítima e de conquistas em África e da centralização do poder que vinha do reinado anterior. A imagem que é dada das cortes de 1433, o rei mostra-se firme com a [[nobreza]] e reprime os abusos de poder do [[clero]].{{harvref|Mattoso|1993|p=501}} Durante o seu reinado, o seu irmão [[Infante D. Henrique|Henrique]] estabeleceu-se em [[Lagos (Portugal)|Lagos]], a partir de onde dirigiu as navegações: assim, em [[1434]] [[Gil Eanes]] dobrou o [[Cabo Bojador]], um ponto lendário da época, cuja travessia causava terror aos marinheiros; daí avançou-se para Angra dos Ruivos em [[1435]], e [[Afonso Gonçalves Baldaia]] atingiu o [[Río de Oro|Rio do Ouro]] e Pedra da Galé em [[1436]]. O [[arquipélago da Madeira]] foi doado ao irmão Henrique, em 1433.{{harvref|Saraiva|1993|p=143}}
[[Imagem:Duarte-Batalha.jpg|thumb|250px|left|Túmulo de Duarte e de Leonor de Aragão, no [[Mosteiro da Batalha]].]]
Em [[1437]], os seus irmãos Henrique e [[Infante Santo|Fernando]] convenceram-no a lançar um ataque a Marrocos,{{harvref|Marques|1980|p=190}} de forma a consolidar a presença portuguesa no norte de África, que se pretendia uma base para a exploração do [[Oceano Atlântico]]. A ideia não foi consensual: [[Pedro, Infante de Portugal|D. Pedro]] e [[João, Condestável de Portugal|D. João]] estavam contra a iniciativa<ref name="portal" /> de atacar directamente o rei de [[Marrocos]]. A campanha foi mal sucedida e a cidade de [[Tânger]] não foi conquistada, custando a derrota grandes perdas em batalha. O próprio infante Fernando foi entregue como garantia de devolução de [[Ceuta]] e morreu em cativeiro,<ref name="portal" /> anos depois, por recusar-se a ser libertado em troca da devolução de Ceuta, o que lhe valeu o cognome de "''Infante Santo''". No sentido de decidir o que fazer quanto a Ceuta, foram reunidas cortes; o rei mostra-se perfeitamente capaz e escuta as opiniões. Este desaire de Tânger é a única nota negativa do seu reinado, mas não por sua culpa.{{harvref|Mattoso|1993|p=502}}


Em [[1437]], os seus irmãos Henrique e [[Infante Santo|Fernando]] convenceram-no a lançar um ataque a Marrocos,{{harvref|Marques|1980|p=190}} de forma a consolidar a presença portuguesa no norte de África, que se pretendia uma base para a exploração do [[Oceano Atlântico]]. A ideia não foi consensual: D. [[Pedro, Infante de Portugal|D. Pedro]] e D. [[João, Condestável de Portugal|João]] estavam contra a iniciativa<ref name="portal" /> de atacar directamente o rei de [[Marrocos]]. A campanha foi mal sucedida e a cidade de [[Tânger]] não foi conquistada, custando a derrota grandes perdas em batalha. O próprio infante Fernando foi entregue como garantia de devolução de [[Ceuta]] e morreu em cativeiro,<ref name="portal" /> por recusar-se a ser libertado em troca da devolução de Ceuta, o que lhe valeu o cognome de "''Infante Santo''". O próprio D. Duarte morreu pouco tempo depois de doença.
Fora da esfera política, Duarte foi um homem interessado em cultura e conhecimento. Escreveu vários livros de poesia e prosa. Destes últimos destaca-se o ''[[Leal Conselheiro]]'' (um ensaio sobre variados temas onde a moral e religião têm especial enfoque) e a ''[[Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela]]'' (em forma de manual para cavaleiros). Estava a preparar uma revisão do código civil português quando a doença o vitimou, em 1438.
 
Fora da esfera política, Duarte foi um homem interessado em cultura e conhecimento. Escreveu vários livros de poesia e prosa. Destes últimos destaca-se o ''[[Leal Conselheiro]]'' (um ensaio sobre variados temas onde a moral e religião têm especial enfoque) e a ''[[Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela]]'' (em forma de manual para cavaleiros). Estava a preparar uma revisão do código civil português quando a doença o vitimou.


Jaz nas Capelas Imperfeitas do [[Mosteiro de Santa Maria da Vitória]], na [[Batalha (Portugal)|Batalha]].
Jaz nas Capelas Imperfeitas do [[Mosteiro de Santa Maria da Vitória]], na [[Batalha (Portugal)|Batalha]].


==Obra==
''O [[Leal Conselheiro]]'', obra moral, endereçada a sua mulher, Leonor de Aragão.


Compôs um livro de Regimento ''pera os que custumarem andar a cavallo'' o [[Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela|Bem Cavalgar]]. (Ruy de Pina, ''Cronica d'el-rei dom Duarte'', capitulo iii).


Ainda criou o livro "''[https://digitarq.arquivos.pt/details?id=4248785 Livro dos conselhos de el-rei D. Duarte]".'' O livro apresenta a seguinte informação: "''Livro da Cartuxa de Scala Coeli que D. Teotónio de Bragança. arcebispo de Évora, fundador da mesma casa lhe fez doação.''"


== Títulos, estilos, e honrarias ==
== Títulos, estilos, e honrarias ==
{{Artigo principal|Lista de títulos e honrarias da Coroa Portuguesa}}
{{Artigo principal|Lista de títulos e honrarias da Coroa Portuguesa}}
Teve os seguinte títulos:
* 31 de Outubro de 1391 – 14 de Agosto de 1433: "[[Sua Alteza]], o Infante Duarte de Portugal"
* 31 de Outubro de 1391 – 14 de Agosto de 1433: "[[Sua Alteza]], o Infante Duarte de Portugal"
* 14 de Agosto de 1433 – 9 de Setembro de 1438: "[[Sua Alteza Real]], o Rei"
* 14 de Agosto de 1433 – 9 de Setembro de 1438: "[[Sua Alteza Real]], o Rei"
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==Descendência==
==Descendência==
[[File:Afonso V.jpg|thumb|200px|O rei Afonso V, filho e sucessor de Duarte.]]
Da sua esposa, a infanta [[Leonor de Aragão, Rainha de Portugal|Leonor de Aragão]] (1402-1455), teve nove filhos. A rainha tornar-se-ia regente do reino até Afonso V atingir a maioridade, o que gerou controvérsia no reino,{{harvref|Marques|1980|p=190-191}} pois a opinião pública considerava os infantes [[Pedro, duque de Coimbra|D. Pedro]], [[Infante D. Henrique|D. Henrique]] e [[João, Condestável de Portugal|D. João]] mais capazes para a regência.
Da sua esposa, a infanta [[Leonor de Aragão, Rainha de Portugal|Leonor de Aragão]] (1402-1455), teve nove filhos. A rainha tornar-se-ia regente do reino até Afonso V atingir a maioridade, o que gerou controvérsia no reino,{{harvref|Marques|1980|p=190-191}} pois a opinião pública considerava os infantes [[Pedro, duque de Coimbra|D. Pedro]], [[Infante D. Henrique|D. Henrique]] e [[João, Condestável de Portugal|D. João]] mais capazes para a regência.


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==Bibliografia==
==Bibliografia==
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*{{citar livro|apelido=Marques|nome=António|título= História de Portugal|edição=8.ª|ano=1980|editora=Palas Editores|local=Lisboa|ref=harv}}
*{{citar livro|apelido=Marques|nome=António|título= História de Portugal|edição=8.ª|ano=1980|editora=Palas Editores|local=Lisboa|ref=harv}}
*{{citar livro|apelido=Saraiva|nome=José|título=História de Portugal|ano=1993|editora=Publicações Europa-América|local=Mem Martins|ref=harv}}
*{{citar livro|apelido=Saraiva|nome=José|título=História de Portugal|ano=1993|editora=Publicações Europa-América|local=Mem Martins|ref=harv}}
*{{citar livro|apelido= Mattoso|nome=José|título= História de Portugal — A Monarquia Feudal|editora=Círculo de Leitores|ano=1993|volume=2.º volume|isbn=972-42-0636-X|ref=harv}}


==Ver também==
==Ver também==
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*[[Descobrimentos portugueses]]
*[[Descobrimentos portugueses]]
*[[Lei Mental]]
*[[Lei Mental]]
*[[Desastre de Tânger (1437)]]


==Ligações externas==
==Ligações externas==

Edição das 16h57min de 24 de dezembro de 2019

Predefinição:Info/Nobre Duarte I (Viseu, 31 de outubro de 1391Tomar, 9 de setembro de 1438), apelidado de "o Eloquente" e "o Rei-Filósofo" pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu, foi o Rei de Portugal e Algarve de 1433 até à sua morte. Era terceiro filho do rei João I e da rainha Filipa de Lencastre, e por morte de seu irmão mais velho, Afonso, torna-se o herdeiro da Coroa portuguesa.

Vida

Foi o décimo primeiro rei de Portugal,[1] o segundo da Dinastia de Avis.

D. Duarte recebeu o seu nome em homenagem ao avô de sua mãe, o rei Eduardo III da Inglaterra. Desde muito jovem, D. Duarte acompanhou o seu pai nos assuntos do reino, sendo portanto um herdeiro preparado para reinar; em 1412 foi formalmente associado à governação pelo pai,Predefinição:Harvref, tendo os assuntos da justiça e das finanças.Predefinição:Harvref

Estátua de D. Duarte em Viseu.

Juntamente com os irmãos, convenceu o pai a conquistar Ceuta;Predefinição:Harvref lá foi armado cavaleiro pelo pai, juntamente com os irmãos Pedro e Henrique.

Casou com Leonor de Aragão, neta paterna de João I de Castela. Duarte dedicou à rainha uma obra literária. Leonor após ficar viúva tornou-se regente por algum tempo.

Quando se tornou rei, tinha 42 anos e levava 21 de governo, pois ganhou experiência no reinado do pai.[2]

Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Lagos, de onde dirigiu as primeiras navegações e em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger, o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro.Predefinição:Harvref

Este rei interessou-se pela cultura e escreveu duas obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela doença.

O seu filho Afonso tinha apenas 5 anos quando Duarte morreu. Houve uma desavença na família para decidir quem seria regente. O rei em testamento entregou a regência à rainha, Leonor, sua esposa. Esta medida não foi do agrado da população.Predefinição:Harvref

Obras

Escreveu O Leal Conselheiro, obra moral, endereçada a sua mulher, Leonor de Aragão.

Compôs um livro de Regimento pera os que custumarem andar a cavallo, intitulado de Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. (Ruy de Pina, Cronica d'el-rei dom Duarte, capitulo iii).

Ainda criou o livro "Livro dos conselhos de el-rei D. Duarte". O livro apresenta a seguinte informação: "Livro da Cartuxa de Scala Coeli que D. Teotónio de Bragança. arcebispo de Évora, fundador da mesma casa lhe fez doação."


Reinado

Deve-se ao rei a publicação da Lei Mental, uma forma a defender os bens da coroa.[1] O espírito centralizador que vinha do reinado do pai, manteve-se. No começo do reinado, as cortes pediram que não se fizesse a guerra sem o consentimento das mesmas, Duarte responde que a guerra é um assunto da vontade exclusiva do rei.Predefinição:Harvref

D. Duarte foi um monarca preocupado em gerar consenso e ao longo do curto reinado de cinco anos convocou as Cortes cerca de cinco vezes, para discutir assuntos de estado.[1] Várias vezes as Cortes tinham pedido a D. João I a organização de uma colectânea em que se coordenasse e actualizasse o direito (lei) vigente, para a boa fé e fácil administração na justiça. Para levar a cabo essa obra, D. Duarte designou o doutor Rui Fernandes, que a concluiu em 1446. Posteriormente revista por ordem do infante D. Pedro, ela se converteria nas Ordenações Afonsinas.

D. Duarte deu continuidade à política de incentivo à exploração marítima e de conquistas em África e da centralização do poder que vinha do reinado anterior. A imagem que é dada das cortes de 1433, o rei mostra-se firme com a nobreza e reprime os abusos de poder do clero.Predefinição:Harvref Durante o seu reinado, o seu irmão Henrique estabeleceu-se em Lagos, a partir de onde dirigiu as navegações: assim, em 1434 Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador, um ponto lendário da época, cuja travessia causava terror aos marinheiros; daí avançou-se para Angra dos Ruivos em 1435, e Afonso Gonçalves Baldaia atingiu o Rio do Ouro e Pedra da Galé em 1436. O arquipélago da Madeira foi doado ao irmão Henrique, em 1433.Predefinição:Harvref

Túmulo de Duarte e de Leonor de Aragão, no Mosteiro da Batalha.

Em 1437, os seus irmãos Henrique e Fernando convenceram-no a lançar um ataque a Marrocos,Predefinição:Harvref de forma a consolidar a presença portuguesa no norte de África, que se pretendia uma base para a exploração do Oceano Atlântico. A ideia não foi consensual: D. Pedro e D. João estavam contra a iniciativa[1] de atacar directamente o rei de Marrocos. A campanha foi mal sucedida e a cidade de Tânger não foi conquistada, custando a derrota grandes perdas em batalha. O próprio infante Fernando foi entregue como garantia de devolução de Ceuta e morreu em cativeiro,[1] anos depois, por recusar-se a ser libertado em troca da devolução de Ceuta, o que lhe valeu o cognome de "Infante Santo". No sentido de decidir o que fazer quanto a Ceuta, foram reunidas cortes; o rei mostra-se perfeitamente capaz e escuta as opiniões. Este desaire de Tânger é a única nota negativa do seu reinado, mas não por sua culpa.Predefinição:Harvref

Fora da esfera política, Duarte foi um homem interessado em cultura e conhecimento. Escreveu vários livros de poesia e prosa. Destes últimos destaca-se o Leal Conselheiro (um ensaio sobre variados temas onde a moral e religião têm especial enfoque) e a Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela (em forma de manual para cavaleiros). Estava a preparar uma revisão do código civil português quando a doença o vitimou, em 1438.

Jaz nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha.



Títulos, estilos, e honrarias

Teve os seguinte títulos:

  • 31 de Outubro de 1391 – 14 de Agosto de 1433: "Sua Alteza, o Infante Duarte de Portugal"
  • 14 de Agosto de 1433 – 9 de Setembro de 1438: "Sua Alteza Real, o Rei"

O estilo oficial de D. Duarte enquanto Rei de Portugal: "Pela Graça de Deus, D. Duarte, Rei de Portugal e do Algarve, e Senhor de Ceuta"

Descendência

O rei Afonso V, filho e sucessor de Duarte.

Da sua esposa, a infanta Leonor de Aragão (1402-1455), teve nove filhos. A rainha tornar-se-ia regente do reino até Afonso V atingir a maioridade, o que gerou controvérsia no reino,Predefinição:Harvref pois a opinião pública considerava os infantes D. Pedro, D. Henrique e D. João mais capazes para a regência.

D. Leonor manteve-se regente até 1440, assinando os atos régios como «a triste rainha», e nesse ano foi substituída pelo infante D. Pedro e afastada da corte. Exilou-se em Espanha e morreu em Toledo. Deste casamento nasceram:


Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 O Portal da História
  2. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas M1

Bibliografia

  • Luís Miguel Duarte, D. Duarte. Requiem por um rei triste. Círculo de Leitores, 2005.
  • Humberto Baquero Moreno, A Batalha de Alfarrobeira. Antecedentes e significado histórico. 2 Vols. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1979. Disponível em https://archive.org/details/bub_gb_Ad6SHXBOlbAC (consultado em 21 de Fevereiro de 2018).
  • Marques, António (1980). História de Portugal 8.ª ed. Lisboa: Palas Editores 
  • Saraiva, José (1993). História de Portugal. Mem Martins: Publicações Europa-América 
  • Mattoso, José (1993). História de Portugal — A Monarquia Feudal. 2.º volume. [S.l.]: Círculo de Leitores. ISBN 972-42-0636-X 


Ver também

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Duarte I de Portugal


Duarte I de Portugal
Casa de Avis
Ramo da Casa de Borgonha
31 de outubro de 1391 – 9 de setembro de 1438
Precedido por
João I
Brasao de Aviz2.png
Rei de Portugal e Algarve
14 de agosto de 1433 – 9 de setembro de 1438
Sucedido por
Afonso V


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