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Após a sua transformação em línguas românicas, o latim continua fornecendo um repertório de raízes para muitos campos semânticos, especialmente culturais e técnicos, para uma ampla variedade de línguas. | Após a sua transformação em línguas românicas, o latim continua fornecendo um repertório de raízes para muitos campos semânticos, especialmente culturais e técnicos, para uma ampla variedade de línguas. | ||
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Edição das 14h51min de 28 de abril de 2008
Latim (Lingua Latina) | |
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Região | Península Itálica e Europa. Idioma oficial do Vaticano Utilizado em documentos oficiais, mas não em conversas coloquiais. |
Total de falantes | Sem dados |
Dialetos | - |
Estado oficial | |
Regulado por | Opus Fundatum Latinitas |
Códigos da língua | |
ISO 639-1 | la |
ISO 639-2 | lat |
SIL | LTN |
O latim é uma antiga língua indo-européia do ramo itálico originalmente falada no Lácio, a região do entorno de Roma. Foi amplamente disseminada, especialmente na Europa, como a língua oficial da República Romana, do Império Romano e, após a conversão deste último ao cristianismo, da Igreja Católica. Através da Igreja, tornou-se a língua dos acadêmicos e filósofos europeus medievais. Por ser uma língua altamente flexiva e sintética, a sua sintaxe (ordem das palavras) é, em alguma medida, variável, se comparada com a de idiomas analíticos como o português, embora em prosa os romanos tendessem a preferir a ordem SOV. A sintaxe é indicada por uma estrutura de afixos ligados a temas. O alfabeto latino, derivado dos alfabetos etrusco e grego (por sua vez, derivados do alfabeto fenício), continua a ser o mais amplamente usado no mundo.
Embora o latim seja hoje uma língua morta, com poucos falantes fluentes e sem que ninguém o tenha por língua materna, ainda é empregado pela Igreja Católica. Exerceu enorme influência sobre diversas línguas vivas, ao servir de fonte vocabular para a ciência, o mundo acadêmico e o direito. O latim vulgar, um dialeto do latim, é o ancestral das línguas neolatinas (italiano, francês, espanhol, português, romeno, catalão, romanche e outros idiomas e dialetos regionais da área); muitas palavras adaptadas do latim foram adotadas por outras línguas modernas, como o inglês. O fato de haver sido a lingua franca do mundo ocidental por mais de mil anos é prova de sua influência.
O latim ainda é a língua oficial da Cidade do Vaticano e do Rito Romano da Igreja Católica. Foi a principal língua litúrgica até o Concílio Vaticano Segundo nos anos 1960. O latim clássico, a língua literária do final da República e do início do Império Romano, ainda hoje é ensinado em muitas escolas primárias e secundárias, embora seu papel se tenha reduzido desde o início do século XX.
Origem
O latim é um idioma original da região itálica do Lácio que ganhou grande importância por ser o idioma oficial do antigo Império Romano. Foram muitas as influências da língua grega no latim. O latim deu origem a um grande número de línguas européias, denominadas românicas, ou neo-latinas, como o português, o espanhol, o francês, o sardo, o italiano, o romeno, o galego, o occitano, o rético, o catalão e o dalmático - este, já extinto.
Durante séculos depois da Queda do Império Romano, o latim continuou a ser utilizado em toda a Europa como língua culta. Nos últimos 50 anos, o leque de utilização cultural do latim se fechou, tornando-se, para muitos, uma língua morta, sendo o idioma oficial do Estado do Vaticano, sendo hoje por esse motivo restrita, ao contexto eclesiástico.
História
O lugar ancestral da língua latina corresponde exatamente ao Vetus Latium, uma região consideravelmente muito menor do que hoje é a Itália. Estava limitada pelo rio Tibre ao norte, pelo curso baixo do rio Anio a nordeste, pela cadeia dos Apeninos a leste, pelo território Volsciano ao sul e pelo Mar Tirreno a oeste. Quando a influência militar e política de Roma se espalhou, a língua latina também se difundiu tanto nas cidades como nas zonas rurais, mesmo que com características dialetais próprias.
Há uma série de datas que marcam a expansão de Roma e com elas a sua língua: em 241 a.C. a Sicília se torna província romana; em 238 a.C. também a Sardenha e a Córsega; em 197 a.C. a Hispânia; em 146 a.C. A África; em 167a.C. a Ilíria; em 120 a.C. a Gália Meridional; em 50 a.C. a Gália Setentrional; em 15 a.C. a Récia e por último, em 107 d.C. sob Trajano, a Dácia.
O próprio nome de Roma não só não é latino como também provavelmente sequer seja indo-europeu, provavelmente derivado do gentílico etrusco Ruma, sendo o adjetivo latinus um derivado do topônimo Latium (que pode significar comarca plana em oposição à montanhosa Sabina). Já a palavra Itália não é de origem latina mas sim grega significando touro.
Do ponto de vista lingüístico, o latim faz parte da família indo-européia, na qual representa uma área marginal do grupo de línguas centum (pronuncia-se 'kentum)
Juntamente com o osco, piceno, umbro e falisco pertence ao ramo itálico de línguas indo-européias.
Havia 2 tipos de latim falados até a idade média: o latim clássico, falado pelos romanos mais cultos e influentes ou os moradores da área original de Roma, sendo o mais complexo, e o latim vulgar, que era falado por soldados e pelos povos que foram dominados pelos romanos, uma vez que os soldados se mantinham mais tempo nesses locais e eram encarregados de impor a língua latina aos colonos. Essa variante do latim se tornou a mais falada em toda a extensão do vasto Império Romano, e, em contato com dialetos locais, originou várias línguas, como o português, o espanhol, o francês, o dálmata, o romeno e muito da essência do inglês. O italiano é um caso à parte, pois a queda do Império Romano do Ocidente e o extermínio e a dispersão dos romanos impediram a manutenção da língua na região, preservando-se apenas o latim vulgar durante a Idade Média como a língua de alguns pequenos estados da Península Itálica e regiões próximas. A língua oficial da Igreja Católica Apostólica Romana, no entanto, continuou sendo o latim que, com as tranformações ao longo dos séculos e contatos com o latim vulgar, deu origem ao latim moderno, atualmente a língua oficial do Vaticano.
Historicamente seus períodos podem ser assim divididos:
- Pré-clássico, do século VII a.C. ao século II a.C.. As inscrições mais antigas procedem do século VII a.C. Nos séculos III e II a.C. a literatura faz sua aparição, sob influência grega (Plauto, Terencio).
- Clássico, do século II a.C. ao século II d.C. A idade dourada da literatura latina.
- Latim Vulgar, incluindo o período patrístico, do século II ao V d.C. Onde se inclui a Vulgata de São Jerônimo e as obras de Santo Agostinho. Esse Latim Vulgar é a essência do que é o italiano atual. A pronúncia Eclesiástica (do latim), usada no Vaticano, é bem parecida com a língua italiana, possivelmente bem próxima do latim vulgar.
Para o estudo do latim nos dias de hoje, usa-se a pronúncia Restaurada, que é uma tentativa de retomar a pronúncia original, devido à dificuldade que há em conhecer a real pronúncia do latim na antigüidade.
- Período Medieval, do século VI ao século XIV. A literatura latina continua mas surgem as línguas românicas.
- Do século XV até agora. Redescoberta do latim da idade dourada no Renascimento. O latim vulgar continua sendo usado pelos eruditos até o século XVII, como Isaac Newton, e pela Igreja Católica Romana (obrigatório até meados do século XX).
Após a sua transformação em línguas românicas, o latim continua fornecendo um repertório de raízes para muitos campos semânticos, especialmente culturais e técnicos, para uma ampla variedade de línguas.
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Escrita
A mais antiga e famosa evidência epigráfica latina que se conhece está na Lapis niger, que foi encontrada em 1899 e está datada entre os séculos VI e V a.C. A escrita está em “bustrofédon” e a leitura está sujeita a debate mesmo as palavras estando claras, mas por estarem fragmentadas complica sua interpretação. Sem dúvida, parece ter um caráter jurídico-religioso a julgar por algumas palavras. A escrita é intermediária entre o alfabeto etrusco e o latino.
O alfabeto utilizado no período clássico consistia de 23 letras maiúsculas:
- A B C D E F G H I K L M N O P Q R S T V X Y Z
- (Note que à época a letra V representava o som /u/)
Na Idade Média desenvolveram-se as equivalentes minúsculas:
- a b c d e f g h i k l m n o p q r s t u x y z
Além disso, neste período também foram criadas as letras j (para representar o i consonantal), v e w (para representar o u consonantal e o semivocálico)
Gramática
Ao latim falta a variedade e flexibilidade que o grego possui. Em contraste com o grego, o latim não possui artigo determinado. Há três gêneros, que vêm assinalados pelas terminações nominais -us, -er tipicamente masculinas, -a feminina e -um neutra, ainda que nem sempre essas normas sejam consistentes, como por exemplo, nauta (“marinheiro”) é masculino, enquanto mulier (“mulher”) é feminino. Os substantivos têm dois números e seis casos. O adjetivo concorda com seus referentes gêneros, números e casos. A numeração de 1 a 10 é: unus/una/unum, duo/duae/duo, tres/tria, quattuor, quinque, sex, septem, octo, novem, decem; 11 undecim, 12 duodecim, 13 tredecim, 20 viginti, 30 triginta, 100 centum. Os verbos são transitivos ou intransitivos e as formas verbais finitas ou infinitas.
O pronome interrogativo é quis (masculino e feminino) “quem?”, quid “que?”. Quis possui formas plurais qui/quae/qua. O demonstrativo é is/ea/id, hic/haec/hoc “este/esta/isto”; ille/illa/illud “esse/essa/isso”. Os pronomes pessoais são: singular ego “eu”, tu “tu”; plural nos “nós”, uos “vós”. Para a terceira pessoa se usam os demonstrativos is/ea/id.
Na fase do latim antigo, não existia uma ordem direta nas sentenças, apenas os sufixos é que variavam respeitando sua declinação fosse no nominativo, no acusativo, no genitivo, no vocativo, no ablativo ou no dativo o que conferia ao idioma um caráter matemático. Já no latim posterior a ordem sujeito, verbo e objeto (SVO) se estabeleceu, facilitando significativamente a sua leitura e adequação às traduções.
Casos no Latim
Nominativo
- Sujeito
- Predicativo do Sujeito
-a no singular
Ex: "Bona discipula sum" ("Boa dicipula sou", ou, "[Eu] sou [uma] boa discipula")
-ae (pronuncia-se é) no plural Ex: "Ideo servae sedulae sunt" ("Por isso, escravas aplicadas são", ou, "Por isso, [as] escravas são aplicadas")
Acusativo
- Objeto Direto
- Ex.: Staphyla Phaedram amat. "Estáfila ama Fedra"
Genitivo
- Adjunto Adnominal Restritivo (indicando posse)
- Ex.: Amica Staphylae etiam serua est. "A amiga de Estáfila ainda é escrava"
Dativo
- Objeto Indireto
- Ex.: Phaedra seruae rosam dat. "Fedra dá a rosa à escrava"
Ablativo
- Adjunto Adverbial
- Ex.: Cum amica ambulat. "Anda com a amiga"
- Agente da Passiva
- Ex.: Filius amatur a matre. "O filho é amado pela mãe"
Vocativo
- Vocativo, como no Português
- Ex.: Domine, cur laudas discipulas? "Senhor, por que louvas as alunas?"
Conjugação
Tempo
- Presente: Descreve ações no presente.
- Ex.: Lucius amphoram domum portrat
- Imperfeito: Descreve ações contínuas.
- Ex.: Lucius ibi ambulat
- Futuro: Descreve ações futuras.
- Ex.: Lucius uinum bibet
- Perfeito simples: Descreve ações no pretérito.
- Ex.: Lucius mane surrexit
- Mais que perfeito: Descreve ações no pretérito mais-que-perfeito.
- Ex.: Lucius totam noctem peruigilauerat
- Futuro perfeito: Descreve ações planejadas antes de ocorrerem.
Modo
- Indicativo
- Infinitivo
- Imperativo
- Subjuntivo
Pessoa
- 1ª do singular: Ego
- 2ª do singular: Tu
- 3ª do singular: Is / Ea / Id
- 1ª do plural: Nos
- 2ª do plural: Vos
- 3ª do plural: Ei / Eae / Ea
(Em latim, não existem pronomes do caso reto para a 3ª pessoa do singular: faz-se o uso de pronomes demonstrativos para indicar essa ausência).
Gênero
- Ativo
- Passivo
Fontes
Ligações externas
Predefinição:Portal-lingüística
- Introdução ao Latim (tutorial curto) Tutorial introdutório de Latim. Bem-humorado, mas bastante básico, bom para ter uma "idéia geral".
- Página do Latim História, noções básicas, exemplos e curiosidades.
- Curso Virtual de Latim Curso elementar de latim, com noções gramaticais e exercícios.
- Hymnus_Brasiliensis Hino Nacional Brasileiro em latim.
- Notícias em Latim, escritas e faladas (necessário RealAudio).
- Ephemeris Notícias em Latim.
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