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{{Links ambíguos}}
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Favor editar o artigo dizendo o que é uma Igreja, sem pregar a religião. Para definir a religião existe o artigo correspondente de cada uma. Caso o pedido não seja atendido, o artigo voltará a ter o aviso de imparcialidade.'''
Favor editar o artigo dizendo o que é uma Igreja, sem pregar a religião. Para definir uma igreja específica existe o artigo correspondente de cada uma. Caso o pedido não seja atendido, o artigo voltará a ter o aviso de falta de imparcialidade.'''
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'''Igreja''' no sentido religioso e genérico tem várias acepções ou usos dependendo do contexto: '''Em primeiro lugar''', e mais elementar, se refere ao ''conjunto, reunião, congregação ou assembleia'' de cristãos. '''Segundo,''' pode designar de forma geral a "igreja universal" composta por todos os cristãos de todos os tempos e lugares. '''Em terceiro lugar,''' pode designar um conjunto particular de cristãos de uma cidade ou localidade como vemos nas diversas cartas do Novo Testamento escritas para uma igreja em uma localidade. '''Em quarto,''' pode se referir a uma denominação ou seita cristã onde seus fiéis ou membros formam uma comunidade ligada pelos mesmos laços de [[doutrina]] de [[fé]] e submissos a uma determinada liderança local ou mundial. '''Em quinto,''' e como desdobramento histórico da anterior, pode designa uma [[instituição]] organizada formal e civilmente, [[Laicismo|separada ou não do Estado]] dependendo do país e época. '''Por último,''' igreja pode se referir ao prédio de reunião e culto cristão, por extensão da igreja enquanto pessoas que congregam naquele local. Todas essas acepções do termo "igreja" dentro do cristianismo são legítimas e usadas normalmente nos diferentes ramos e denominações.<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 915.</ref>{{AP|[[eclesiologia]]}}
'''Igreja''', no sentido genérico religioso, tem várias acepções ou usos dependendo do contexto: '''Em primeiro lugar''', e mais elementar, se refere ao ''conjunto, reunião, congregação ou assembleia'' de cristãos. '''Segundo,''' pode designar de forma geral a "igreja universal" composta por todos os cristãos de todos os tempos e lugares. '''Em terceiro lugar,''' pode designar um conjunto particular de cristãos de uma cidade ou localidade como vemos nas diversas cartas do Novo Testamento escritas para uma igreja em uma localidade. '''Em quarto,''' pode se referir a uma denominação ou seita cristã onde seus fiéis ou membros formam uma comunidade ligada pelos mesmos laços de [[doutrina]] de [[fé]] e submissos a uma determinada liderança local ou mundial. '''Em quinto,''' e como desdobramento histórico da anterior, pode designa uma [[instituição]] organizada formal e civilmente, [[Laicismo|separada ou não do Estado]] dependendo do país e época. '''Por último,''' igreja pode se referir ao prédio de reunião e culto cristão, por extensão da igreja enquanto pessoas que congregam naquele local. Todas essas acepções do termo "igreja" dentro do cristianismo são legítimas e usadas normalmente nos diferentes ramos e denominações.<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 915.</ref>{{AP|[[eclesiologia]]}}
 
== Etimologia ==
== Etimologia ==
A palavra portuguesa IGREJA provém do substantivo composta grega '''''ἐκκλησία''''' [Ekklesía] que por sua vez é a combinação da preposição '''''ἐκ''''' [ek] ou '''''εξ''''' [ex] com o verbo '''''καλέω''''' [kaléo], sendo que '''ek''' ou '''ex''' tem o sentido de "para fora" e '''''kaléo''''' o sentido de "eu chamo" ou "eu convoco". O resultado seria o substantivo '''''ἐκκλησία''''' [Ekklesia] com o sentido etimológico de "chamados para fora" ou "convocados para fora".  
A palavra portuguesa IGREJA provém do substantivo composta grega '''''ἐκκλησία''''' [Ekklesía] que por sua vez é a combinação da preposição '''''ἐκ''''' [ek] ou '''''εξ''''' [ex] com o verbo '''''καλέω''''' [kaléo], sendo que '''ek''' ou '''ex''' tem o sentido de "para fora" e '''''kaléo''''' o sentido de "eu chamo" ou "eu convoco". O resultado seria o substantivo '''''ἐκκλησία''''' [Ekklesia] com o sentido etimológico de "chamados para fora" ou "convocados para fora".


Contudo, para se entender o significado corretamente, é de extrema importância compreender que essa palavra teve origem no contexto da [[democracia ateniense]] grega, portanto, era uma palavra originalmente de uso político.<ref name=":1">{{citar livro|título=Dicionário Teológico do Novo Testamento, Volume 1|ultimo=KITTEL|primeiro=Gerhard; et al|editora=Cultura Cristã|ano=2013|local=São Paulo|página=|páginas=440–444}}</ref> Naquele contexto político, o sentido de "ekklesia" (chamados para fora) era que os cidadãos eram ''chamados para fora de suas casas particulares para se reunirem publicamente na '''praça''''' (em grego, '''<span dir="ltr" lang="greek">''ἀγορά''</span>''' [agorá]) para tratarem e deliberarem sobre a administração da cidade --- lembrando que em Atenas a [[Democracia ateniense|democracia]] era [[Democracia direta|direta]]. Os cidadãos que não "saiam para fora de suas casas" para se reunirem na praça eram chamados de '''<span dir="ltr" lang="greek">''ἰδιώτης''</span>''' [idiótes, de onde provém "idiota" em português]<ref>{{citar web|url=https://www.dicionarioetimologico.com.br/idiota/|titulo=Termo "idiota"|data=2020|acessodata=16 de maio de 2020|publicado=Dicionário Etimológico|ultimo=|primeiro=}}</ref>, cujo sentido original era "o de “homem privado”, isto é, metido com seus próprios afazeres, afastado da gestão da coisa pública."<ref>{{citar web|url=https://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/o-idiota-nem-sempre-foi-estupido/|titulo=O idiota nem sempre foi estúpido|data=2012|acessodata=16 de maio de 2020|publicado=Revista Veja|ultimo=RODRIGUES|primeiro=Sergio}}</ref> Portanto, '''''ekklesia''''' (ou igreja em português) designava simplesmente a ''assembleia'' ou ''congresso'' ''público'' de cidadãos gregos (veja [[Atos dos Apóstolos]] 19.32,39,41). A Bíblia usa '''''ekklesia''''' ou igreja no sentido simples geral de: ''assembleia, congresso, congregação, reunião'' ''etc,'' sem conotações políticas e "os escritores do NT não parecem ter tido em mente a ideia de “convocados” quando falavam da ''ekklēsía''".<ref name=":1" /> É importante saber a origem para não se cair em "falácias etimológicas"<ref>{{citar livro|título=Os Perigos da Interpretação Bíblica: a exegese e suas falácias|ultimo=CARSON|primeiro=D.A.|editora=Vida Nova|ano=2ª edição 2008|local=São Paulo|página=|páginas=}}</ref><ref>{{citar web|url=https://ministeriofiel.com.br/artigos/cuidado-com-o-significado-oculto-da-raiz-de-uma-palavra|titulo=Cuidado com o Significado Oculto da Raiz de uma Palavra|data=2014|acessodata=16 de maio de 2020|publicado=Ministério Fiel|ultimo=CARA|primeiro=Robert J.}}</ref> que fazem um malabarismo com a palavra igreja (ekklesia) como a que diz que "o cristão é chamado para fora do mundo"<ref>{{citar web|url=https://voltemosaoevangelho.com/blog/2014/08/igrejaeclesia-significa-chamados-para-fora-no-novo-testamento/|titulo=Igreja/Eclésia significa “chamados para fora” no Novo Testamento?|data=2O14|acessodata=16 de maio de 2020|publicado=Voltemos ao Evangelho|ultimo=PIMENTEL|primeiro=Vinícius Musselman}}</ref>, o que é um engano.  
Contudo, para se entender o significado corretamente, é de extrema importância compreender que essa palavra teve origem no contexto da [[democracia ateniense]] grega, portanto, era uma palavra originalmente de uso político.<ref name=":1">{{citar livro|título=Dicionário Teológico do Novo Testamento, Volume 1|ultimo=KITTEL|primeiro=Gerhard; |numero-autores=et al|editora=Cultura Cristã|ano=2013|local=São Paulo|páginas=440–444}}</ref> Naquele contexto político, o sentido de "ekklesia" (chamados para fora) era que os cidadãos eram ''chamados para fora de suas casas particulares para se reunirem publicamente na '''praça''''' (em grego, '''<span dir="ltr" lang="greek">''ἀγορά''</span>''' [agorá]) para tratarem e deliberarem sobre a administração da cidade --- lembrando que em Atenas a [[Democracia ateniense|democracia]] era [[Democracia direta|direta]]. Os cidadãos que não "saiam para fora de suas casas" para se reunirem na praça eram chamados de '''<span dir="ltr" lang="greek">''ἰδιώτης''</span>''' [idiótes, de onde provém "idiota" em português],<ref>{{citar web|url=https://www.dicionarioetimologico.com.br/idiota/|titulo=Termo "idiota"|data=2020|acessodata=16 de maio de 2020|publicado=Dicionário Etimológico|ultimo=|primeiro=}}</ref> cujo sentido original era "o de “homem privado”, isto é, metido com seus próprios afazeres, afastado da gestão da coisa pública."<ref>{{citar web|url=https://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/o-idiota-nem-sempre-foi-estupido/|titulo=O idiota nem sempre foi estúpido|data=2012|acessodata=16 de maio de 2020|publicado=Revista Veja|ultimo=RODRIGUES|primeiro=Sergio}}</ref> Portanto, '''''ekklesia''''' (ou igreja em português) designava simplesmente a ''assembleia'' ou ''congresso'' ''público'' de cidadãos gregos (veja [[Atos dos Apóstolos]] 19.32,39,41). A Bíblia usa '''''ekklesia''''' ou igreja no sentido simples geral de: ''assembleia, congresso, congregação, reunião'' ''etc,'' sem conotações políticas e "os escritores do NT não parecem ter tido em mente a ideia de “convocados” quando falavam da ''ekklēsía''".<ref name=":1" /> É importante saber a origem para não se cair em "falácias etimológicas"<ref>{{citar livro|título=Os Perigos da Interpretação Bíblica: a exegese e suas falácias, 2ª edição|ultimo=CARSON|primeiro=D.A.|editora=Vida Nova|ano=2008|local=São Paulo}}</ref><ref>{{citar web|url=https://ministeriofiel.com.br/artigos/cuidado-com-o-significado-oculto-da-raiz-de-uma-palavra|titulo=Cuidado com o Significado Oculto da Raiz de uma Palavra|data=2014|acessodata=16 de maio de 2020|publicado=Ministério Fiel|ultimo=CARA|primeiro=Robert J.}}</ref> que fazem um malabarismo com a palavra igreja (ekklesia) como a que diz que "o cristão é chamado para fora do mundo",<ref>{{citar web|url=https://voltemosaoevangelho.com/blog/2014/08/igrejaeclesia-significa-chamados-para-fora-no-novo-testamento/|titulo=Igreja/Eclésia significa “chamados para fora” no Novo Testamento?|data=|acessodata=6 de junho de 2020|publicado=Voltemos ao Evangelho|ultimo=PIMENTEL|primeiro=Vinícius Musselman}}</ref> o que é um engano.


Foi nesse sentido que a palavra grega '''ekklesia''' foi escolhida pelos tradutores da [[Septuaginta]] (a tradução grega da [[Bíblia Hebraica]] ou [[Antigo Testamento]]) para traduzir o substantivo hebraico '''<big>קָהָל</big>''' [qāhāl]<ref>{{citar livro|título=Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento (5 Volumes)|ultimo=VANGEMEREN (Org.)|primeiro=Willem A.|editora=Cultura Cristã|ano=2011|local=São Paulo|página=1129|páginas=}}</ref> usado pelos [[judeus]] para designar a ''congregação'' ou ''assembleia'' geral do "povo do deserto", reunida por [[Moisés]].<ref>{{citar livro|título=The Hebrew and Aramaic lexicon of the Old Testament (HALOT)|ultimo=KOEHLER|primeiro=Ludwig; et al|editora=Koninkliijke Brill NV|ano=|local=lEIDEN|página=1079|páginas=}}</ref> Segundo K. L. Schmidt:<blockquote>"A LXX usa '''''ekklēsía''''' cerca de 100 vezes, na maior parte para qāhāl. O termo '''''ekklēsía''''' tem o sentido básico de “assembleia” (cf. Dt 9.10; 1Rs 8.65);   apenas o acréscimo de ''kyríou'' [do Senhor] dá a ele um sentido teológico (cf. Dt 23.2ss., etc.), ou uma expressão como “de Israel” (1Rs 8.14) ou “dos santos” (Sl 89.5, etc.) O uso de synagōgḗ [sinagoga] é similar. Este, também, é muitas vezes usado para '''''qāhāl''''', e tem tanto um sentido geral (“assembleia”) quanto um sentido técnico (“congregação de Israel”)."<ref name=":1" /></blockquote>Portanto, tanto em grego (Septuaginta e Novo Testamento) como em hebraico (Antigo Testamtento), "igreja" tem o significado genérico de ''assembleia, congregação, reunião etc'', podendo ser usada, dependendo do contexto, em sentido religioso ou profano/secular de um simples ajuntamento com outras finalidades (veja [[Atos dos Apóstolos]] 19.32,39,41).<blockquote>"Dicionários gerais definem ekklēsía como 1. “assembleia” e 2. “igreja”. Léxicos do NT distinguem entre igreja como a. todo o corpo e b. a congregação local ou igreja na casa. A ênfase difere de acordo com a denominação, embora, por vezes, a unidade básica seja percebida. Visto que o NT usa um único termo, as traduções deveriam tentar fazer o mesmo, mas isso levanta a questão quanto a se “igreja” ou “congregação” é sempre adequado, especialmente em vista do uso do AT para Israel e do subjacente hebraico e aramaico. Deve-se também indagar o motivo pelo qual a comunidade do NT evita um termo cultual para si mesma e escolhe um termo mais secular. “Assembleia”, então, seria talvez o melhor termo, especialmente por possuir tanto um sentido concreto quanto abstrato, ou seja, tanto para o ato de congregar quanto para a assembleia."<ref name=":1" /></blockquote>Discutindo as vantagens e desvantagens de qual terminologia na tradução seria preferível no uso da língua comum, Schmidt diz que<blockquote>'''A palavra “igreja”''' sugere o aspecto universal e, etimologicamente, o fato de pertencer ao Senhor (kyriakón), mas ela tem a desvantagem de ter adquirido uma nuança hierárquica. '''A palavra “congregação”''' destaca o fato de que a pequena irmandade já é igreja, e salienta o aspecto de reunião, mas tem a desvantagem de chamar a atenção para o grupo individual, por vezes num sentido sectário. '''“Comunidade eclesiástica”''' poderia ser recomendado como possível alternativa para ambas.<ref name=":1" /></blockquote>
Foi nesse sentido que a palavra grega '''ekklesia''' foi escolhida pelos tradutores da [[Septuaginta]] (a tradução grega da [[Bíblia Hebraica]] ou [[Antigo Testamento]]) para traduzir o substantivo hebraico '''<big>קָהָל</big>''' [qāhāl]<ref>{{citar livro|título=Novo Dicionário Internacional de Teologia e Exegese do Antigo Testamento (5 Volumes)|ultimo=VANGEMEREN (Org.)|primeiro=Willem A.|editora=Cultura Cristã|ano=2011|local=São Paulo|página=1129}}</ref> usado pelos [[judeus]] para designar a ''congregação'' ou ''assembleia'' geral do "povo do deserto", reunida por [[Moisés]].<ref>{{citar livro|título=The Hebrew and Aramaic lexicon of the Old Testament (HALOT)|ultimo=KOEHLER|primeiro=Ludwig; |numero-autores=et al|editora=Koninkliijke Brill NV|local=lEIDEN|página=1079}}</ref> Segundo K. L. Schmidt:<blockquote>"A LXX usa '''''ekklēsía''''' cerca de 100 vezes, na maior parte para qāhāl. O termo '''''ekklēsía''''' tem o sentido básico de “assembleia” (cf. Dt 9.10; 1Rs 8.65);   apenas o acréscimo de ''kyríou'' [do Senhor] dá a ele um sentido teológico (cf. Dt 23.2ss., etc.), ou uma expressão como “de Israel” (1Rs 8.14) ou “dos santos” (Sl 89.5, etc.) O uso de synagōgḗ [sinagoga] é similar. Este, também, é muitas vezes usado para '''''qāhāl''''', e tem tanto um sentido geral (“assembleia”) quanto um sentido técnico (“congregação de Israel”)."<ref name=":1" /></blockquote>Portanto, tanto em grego (Septuaginta e Novo Testamento) como em hebraico (Antigo Testamtento), "igreja" tem o significado genérico de ''assembleia, congregação, reunião etc'', podendo ser usada, dependendo do contexto, em sentido religioso ou profano/secular de um simples ajuntamento com outras finalidades (veja [[Atos dos Apóstolos]] 19.32,39,41).<blockquote>"Dicionários gerais definem ekklēsía como 1. “assembleia” e 2. “igreja”. Léxicos do NT distinguem entre igreja como a. todo o corpo e b. a congregação local ou igreja na casa. A ênfase difere de acordo com a denominação, embora, por vezes, a unidade básica seja percebida. Visto que o NT usa um único termo, as traduções deveriam tentar fazer o mesmo, mas isso levanta a questão quanto a se “igreja” ou “congregação” é sempre adequado, especialmente em vista do uso do AT para Israel e do subjacente hebraico e aramaico. Deve-se também indagar o motivo pelo qual a comunidade do NT evita um termo cultual para si mesma e escolhe um termo mais secular. “Assembleia”, então, seria talvez o melhor termo, especialmente por possuir tanto um sentido concreto quanto abstrato, ou seja, tanto para o ato de congregar quanto para a assembleia."<ref name=":1" /></blockquote>Discutindo as vantagens e desvantagens de qual terminologia na tradução seria preferível no uso da língua comum, Schmidt diz que<blockquote>'''A palavra “igreja”''' sugere o aspecto universal e, etimologicamente, o fato de pertencer ao Senhor (kyriakón), mas ela tem a desvantagem de ter adquirido uma nuança hierárquica. '''A palavra “congregação”''' destaca o fato de que a pequena irmandade já é igreja, e salienta o aspecto de reunião, mas tem a desvantagem de chamar a atenção para o grupo individual, por vezes num sentido sectário. '''“Comunidade eclesiástica”''' poderia ser recomendado como possível alternativa para ambas.<ref name=":1" /></blockquote>


==Origem==
== Origem ==
No contexto bíblico, o termo ''igreja'' designa normalmente a reunião do povo de Deus no Antigo ou Novo Testamento. Na Bíblia, encontramos muitas imagens que mostram aspectos complementares do mistério da Igreja. O [[Antigo Testamento]] privilegia imagens como: povo (de Deus), rebanho, escolhidos, oliveira; o Novo Testamento usa imagens como: [[Corpus Mysticum|corpo de Cristo na terra]], imagem pastoral (aprisco, rebanho, ovelhas), agrícola (campo, oliveira, vinha), de habitação (morada, pedra, templo), familiar (esposa, mãe, família, filhos).
No contexto bíblico, o termo ''igreja'' designa normalmente a reunião do povo de Deus no Antigo ou Novo Testamento. Na Bíblia, encontramos muitas imagens que mostram aspectos complementares do mistério da Igreja. O [[Antigo Testamento]] privilegia imagens como: povo (de Deus), rebanho, escolhidos, oliveira; o Novo Testamento usa imagens como: [[Corpus Mysticum|corpo de Cristo na terra]], imagem pastoral (aprisco, rebanho, ovelhas), agrícola (campo, oliveira, vinha), de habitação (morada, pedra, templo), familiar (esposa, mãe, família, filhos).


==== '''No Antigo Testamento''' ====
==== No Antigo Testamento ====
Embora o Novo Testamente acrescente um sentido mais profundo ao conceito de "igreja de Deus" ou "assembleia de Deus", contudo, deve ser compreendido que o [[Novo Testamento|NT]] não inventou o conceito de "igreja" ou "assembleia", antes o desenvolveu a partir de sua base [[Antigo Testamento|veterotestamentária]]. <blockquote>"A [[Septuaginta|LXX]] usa '''''ekklēsía''''' cerca de 100 vezes, na maior parte para qāhāl. O termo '''''ekklēsía''''' tem o sentido básico de “assembleia” (cf. Dt 9.10; 1Rs 8.65); apenas o acréscimo de ''kyríou'' [do Senhor] dá a ele um sentido teológico (cf. Dt 23.2ss., etc.), ou uma expressão como “de Israel” (1Rs 8.14) ou “dos santos” (Sl 89.5, etc.) O uso de '''''synagōgḗ''''' [sinagoga] é similar. Este, também, é muitas vezes usado para '''''qāhāl''''', e tem tanto um sentido geral (“assembleia”) quanto um sentido técnico (“congregação de Israel”). [...] Enquanto '''''ekklēsía''''' é quase sempre usado para '''''qāhāl''''', '''''qāhāl''''' é traduzido por '''''ekklēsía''''' apenas em alguns livros (p. ex., Deuteronômio, Josué, Juízes, Samuel, Reis, Crônicas, Esdras, Neemias, Salmos). Em outros lugares, '''''synagōgḗ''''' é usado como equivalente, ocasionalmente também outros termos como '''''óchlos''''' ou '''''sýstasis'''''. '''''Synagōgē''''', diferentemente de '''''ekklēsía''''', também é usada para '''''‘ēḏâ''''', comum em Êxodo, Levítico e Números."<ref name=":1" /></blockquote>
Embora o Novo Testamento acrescente um sentido mais profundo ao conceito de "igreja de Deus" ou "assembleia de Deus", contudo, deve ser compreendido que o [[Novo Testamento|NT]] não inventou o conceito de "igreja" ou "assembleia", antes o desenvolveu a partir de sua base [[Antigo Testamento|veterotestamentária]]. <blockquote>"A [[Septuaginta|LXX]] usa '''''ekklēsía''''' cerca de 100 vezes, na maior parte para qāhāl. O termo '''''ekklēsía''''' tem o sentido básico de “assembleia” (cf. Dt 9.10; 1Rs 8.65); apenas o acréscimo de ''kyríou'' [do Senhor] dá a ele um sentido teológico (cf. Dt 23.2ss., etc.), ou uma expressão como “de Israel” (1Rs 8.14) ou “dos santos” (Sl 89.5, etc.) O uso de '''''synagōgḗ''''' [sinagoga] é similar. Este, também, é muitas vezes usado para '''''qāhāl''''', e tem tanto um sentido geral (“assembleia”) quanto um sentido técnico (“congregação de Israel”). [...] Enquanto '''''ekklēsía''''' é quase sempre usado para '''''qāhāl''''', '''''qāhāl''''' é traduzido por '''''ekklēsía''''' apenas em alguns livros (p. ex., Deuteronômio, Josué, Juízes, Samuel, Reis, Crônicas, Esdras, Neemias, Salmos). Em outros lugares, '''''synagōgḗ''''' é usado como equivalente, ocasionalmente também outros termos como '''''óchlos''''' ou '''''sýstasis'''''. '''''Synagōgē''''', diferentemente de '''''ekklēsía''''', também é usada para '''''‘ēḏâ''''', comum em Êxodo, Levítico e Números."<ref name=":1" /></blockquote>


==== '''No Novo Testamento''' ====
==== No Novo Testamento ====
A palavra "Igreja" aparece no Novo Testamento pela primeira vez no livro em {{citar bíblia|Mateus|16|18}}, no evento conhecido como [[Confissão de Pedro]]. O termo pode ser a uma certa localidade como, por exemplo, as [[Sete igrejas do Apocalipse|sete Igrejas do Apocalipse]], ou pode se referir à igreja universal (católica) como um todo unificado como em Mateus 18.15-17.  
A palavra "Igreja" aparece no Novo Testamento pela primeira vez no livro em {{citar bíblia|Mateus|16|18}}, no evento conhecido como [[Confissão de Pedro]]. O termo pode ser a uma certa localidade como, por exemplo, as [[Sete igrejas do Apocalipse|sete Igrejas do Apocalipse]], ou pode se referir à igreja universal (católica) como um todo unificado como em Mateus 18.15-17.


Em {{citar bíblia|Mateus|18|15|17}}, no chamado "[[Discurso sobre a Igreja]]", encontramos as seguintes palavras de Jesus:
Em {{citar bíblia|Mateus|18|15|17}}, no chamado "[[Discurso sobre a Igreja]]", encontramos as seguintes palavras de Jesus:
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== História ==
== História ==
{{Artigo principal|Cristianismo primitivo}}
{{Artigo principal|Cristianismo primitivo}}
Inicialmente, a organização das comunidades locais é centrada principalmente nos [[presbíteros]] ou [[anciãos]] e nos [[diáconos]] a serviço da caridade.  Posteriormente, desenvolveu-se a liderança dos [[bispos]] distintamente dos [[presbíteros]]. Os contornos das várias funções dos bispos, presbíteros e diáconos são difíceis de determinar com precisão e muitos usam alguns desses termos de forma sobreposta ou intercambiável. <ref> Geoffrey W. Bromiley, ''The International Standard Bible Encyclopedia, Volume 1'', Wm. B. Eerdmans Publishing, USA, 1979, p. 696</ref>  
Inicialmente, a organização das comunidades locais é centrada principalmente nos [[presbíteros]] ou [[anciãos]] e nos [[diáconos]] a serviço da caridade.  Posteriormente, desenvolveu-se a liderança dos [[bispos]] distintamente dos [[presbíteros]]. Os contornos das várias funções dos bispos, presbíteros e diáconos são difíceis de determinar com precisão e muitos usam alguns desses termos de forma sobreposta ou intercambiável.<ref>Geoffrey W. Bromiley, ''The International Standard Bible Encyclopedia, Volume 1'', Wm. B. Eerdmans Publishing, USA, 1979, p. 696</ref>
Em 325, no [[Primeiro Concílio de Niceia]], uma estrutura hierárquica aparece com um [[bispo]] à frente de uma província que tem presbíteros ([[sacerdotes]] ou [[Pastor (religião)| pastores]]), e [[diáconos]].<ref> Everett Ferguson, ''Encyclopedia of Early Christianity'', Routledge, USA, 2013, p. 185</ref>
Em 325, no [[Primeiro Concílio de Niceia]], uma estrutura hierárquica aparece com um [[bispo]] à frente de uma província que tem presbíteros ([[sacerdotes]] ou [[Pastor (religião)|pastores]]), e [[diáconos]].<ref>Everett Ferguson, ''Encyclopedia of Early Christianity'', Routledge, USA, 2013, p. 185</ref>


== Termos distintivos da igreja ==
== Termos distintivos da igreja ==
Existe uma terminologia tradicionalmente usada por todos os ramos principais do cristianismo para descrever e distinguir a Igreja de Cristo no seu sentido mais elementar, sem contudo, especificar um grupo ou ramo cristão em detrimento dos outros.  
Existe uma terminologia tradicionalmente usada por todos os ramos principais do cristianismo para descrever e distinguir a Igreja de Cristo no seu sentido mais elementar, sem contudo, especificar um grupo ou ramo cristão em detrimento dos outros.


=== 1. Una, santa, católica* e apostólica ===
=== 1. Una, santa, católica* e apostólica ===
As '''[[quatro marcas da Igreja]]''' ou  '''[[Quatro marcas da Igreja|quatro características da Igreja]]''' são um grupo de quatro [[adjetivos]] ou ''atributos'' considerados como características que descrevem a  
As '''[[quatro marcas da Igreja]]''' ou  '''[[Quatro marcas da Igreja|quatro características da Igreja]]''' são um grupo de quatro [[adjetivos]] ou ''atributos'' considerados como características que descrevem a
[[Igreja]] de [[Jesus|Jesus Cristo]], sendo elas – ''una, santa, católica e apostólica''. Estes atributos foram definidos oficialmente no [[Credo niceno-constantinopolitano|Credo Niceno-Constantinopolitano]], no ano de [[381]], o qual professa: "''Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica''".
Igreja de [[Jesus|Jesus Cristo]], sendo elas – ''una, santa, católica e apostólica''. Estes atributos foram definidos oficialmente no [[Credo niceno-constantinopolitano|Credo Niceno-Constantinopolitano]], no ano de [[381]], o qual professa: "''Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica''".


Essas quatro atributos, considerados em sentido [[Lato sensu|''lato'']] (amplo), são admitidos e professados por todos os ramos do cristianismo e igrejas cristãs históricas.<ref>{{citar livro|título=A Igreja (Série Teologia Cristã)|ultimo=CLOWNEY|primeiro=Edmund P.|editora=Cultura Cristã|ano=2004|local=São Paulo|página=|páginas=68-69}}</ref> Por exemplo, essa crença é partilhada pela [[Igreja Católica Romana]], [[Igreja Ortodoxa|ortodoxas bizantinas]], [[Igreja Assíria do Oriente|nestoriana]], [[Igrejas ortodoxas orientais|ortodoxas orientais]], [[Igreja Presbiteriana|Presbiteriana]], [[Igreja Anglicana|Anglicana]] e demais do [[protestantismo|protestantismo histórico]], comumente chamadas de a''tributos da igreja''.<ref>[[Louis Berkhof]], ''Systematic Theology'' (London: Banner of Truth, 1949), 572.</ref>  
Essas quatro atributos, considerados em sentido [[Lato sensu|''lato'']] (amplo), são admitidos e professados por todos os ramos do cristianismo e igrejas cristãs históricas.<ref>{{citar livro|título=A Igreja (Série Teologia Cristã)|ultimo=CLOWNEY|primeiro=Edmund P.|editora=Cultura Cristã|ano=2004|local=São Paulo|páginas=68-69}}</ref> Por exemplo, essa crença é partilhada pela [[Igreja Católica Romana]], [[Igreja Ortodoxa|ortodoxas bizantinas]], [[Igreja Assíria do Oriente|nestoriana]], [[Igrejas ortodoxas orientais|ortodoxas orientais]], [[Igreja Presbiteriana|Presbiteriana]], [[Igreja Anglicana|Anglicana]] e demais do [[Protestantismo|protestantismo histórico]], comumente chamadas de a''tributos da igreja''.<ref>[[Louis Berkhof]], ''Systematic Theology'' (London: Banner of Truth, 1949), 572.</ref>


Nesse sentido amplo, o termo "católica" é usado pelos protestantes no seu sentido original amplo de "universal" e não deve ser confundido com o nome de uma igreja específica. Os Católicos Romanos já utilizam o termo "católico" nos sentido mais estrito.{{AP|[[Quatro marcas da Igreja]]}}
<nowiki>*</nowiki>Nesse sentido amplo, o termo "católica" é usado pelos protestantes no seu sentido original amplo de "universal" e não deve ser confundido com o nome de uma igreja específica. Os Católicos Romanos já utilizam o termo "católico" nos sentido mais estrito.{{AP|[[Quatro marcas da Igreja]]}}


=== 2. Igreja militante e igreja triunfante ===
=== 2. Igreja militante e igreja triunfante ===
A igreja universal é dividida em duas partes: igreja militante e igreja triunfante. A distinção entre igreja militante e igreja triunfantes significa que há um grupo de cristãos verdadeiros na terra que ainda lutam contra o pecado, o mundo e o diabo, e um grupo de cristãos verdadeiros nos céus que já venceram o pecado, o mundo e o diabo e agora estão com Cristo em glória aguardando a ressurreição do corpo físico.<ref>{{citar livro|título=Compêndio de Teologia Apologética, Volume 3|ultimo=TURRETINI|primeiro=François|editora=Cultura Cristã|ano=|local=São Paulo|página=|páginas=755-758}}</ref>
A igreja universal (católica) é dividida em duas partes: igreja militante e igreja triunfante. A distinção entre igreja militante e igreja triunfantes significa que há um grupo de cristãos verdadeiros na terra que ainda lutam contra o pecado, o mundo e o diabo, e um grupo de cristãos verdadeiros nos céus que já venceram o pecado, o mundo e o diabo e agora estão com Cristo em glória aguardando a ressurreição do corpo físico.<ref>{{citar livro|título=Compêndio de Teologia Apologética, Volume 3|ultimo=TURRETINI|primeiro=François|editora=Cultura Cristã|local=São Paulo|páginas=755-758}}</ref>


=== 3. Igreja visível e igreja invisível ===
=== 3. Igreja visível e igreja invisível ===
Essa distinção entre igreja visível e igreja invisível foi primeiramente desenvolvida em profundidade por [[Agostinho de Hipona|Agostinho]] e se tornou consagrada no cristianismo em geral.<ref name=":2">{{citar livro|título=O Que é a Igreja? (Questões Cruciais)|ultimo=SPROUL|primeiro=R.C.|editora=Editora Fiel|ano=2014|local=São José dos Campos|página=|páginas=30-32}}</ref> Essa distinção foi feita por [[Agostinho de Hipona|Agostinho]] porque ele percebeu que a igreja, como observada humanamente, é um ''corpus permixtum'' (i.e., corpo misto),<ref name=":2" /> onde há uma mistura de cristãos verdadeiros e falsos.  
Essa distinção entre igreja visível e igreja invisível foi primeiramente desenvolvida em profundidade por [[Agostinho de Hipona|Agostinho]] e se tornou consagrada no cristianismo em geral.<ref name=":2">{{citar livro|título=O Que é a Igreja? (Questões Cruciais)|ultimo=SPROUL|primeiro=R.C.|editora=Editora Fiel|ano=2014|local=São José dos Campos|páginas=30-32}}</ref> Essa distinção foi feita por [[Agostinho de Hipona|Agostinho]] porque ele percebeu que a igreja, como observada humanamente, é um ''corpus permixtum'' (i.e., corpo misto),<ref name=":2" /> onde há uma mistura de cristãos verdadeiros e falsos.
 
A igreja enquanto grupo de pessoas ou instituição organizada, possui um conjunto de membros ou fiéis visível na terra, contudo, nosso conhecimento humano de quem compõe a igreja de Cristo é imperfeito, pois, hora consideramos como cristão aquele que de fato não o é, e hora consideramos como não cristão aquele que de fato o é. Essa seria a igreja visível.<ref>{{citar livro|título=Compêndio de Teologia Apologética, Volume 3|ultimo=TURRETINI|primeiro=François|editora=Cultura Cristã|ano=2010|local=São Paulo|páginas=54-55}}</ref> Por isso, [[Agostinho de Hipona|Agostinho]] também estabeleceu o conceito de "igreja invisível", que se refere à igreja como conhecida perfeitamente por Deus. Somente o Senhor da Igreja vê e conhece perfeitamente aqueles que são seus, pois ele vê o coração e espírito. Segundo Agostinho, a igreja invisível é encontrada substancialmente dentro da igreja visível, como se fossem dois círculos concêntricos no qual o maior círculo é a igreja visível e o menor interior, é a igreja invisível.<ref name=":2" /><ref>{{citar livro|título=A Igreja (Série Teologia Cristã)|ultimo=CLOWNEY|primeiro=Edmund P.|editora=Cultura Cristã|ano=2003|local=São Paulo|páginas=104-5}}</ref> A igreja verdadeira invisível sempre terá uma manifestação visível e conhecida nesse mundo, contudo essa visibilidade é sempre imperfeita.


A igreja enquanto grupo de pessoas ou instituição organizada, possui um conjunto de membros ou fiéis visível na terra, contudo, nosso conhecimento humano de quem compõe a igreja de Cristo é imperfeito, pois, hora consideramos como cristão aquele que de fato não o é, e hora consideramos como não cristão aquele que de fato o é. Essa seria a igreja visível.<ref>{{citar livro|título=Compêndio de Teologia Apologética, Volume 3|ultimo=TURRETINI|primeiro=François|editora=Cultura Cristã|ano=2010|local=São Paulo|página=|páginas=54-55}}</ref> Por isso, [[Agostinho de Hipona|Agostinho]] também estabeleceu o conceito de "igreja invisível", que se refere à igreja como conhecida perfeitamente por Deus. Somente o Senhor da Igreja vê e conhece perfeitamente aqueles que são seus, pois ele vê o coração e espírito. Segundo Agostinho, a igreja invisível é encontrada substancialmente dentro da igreja visível, como se fossem dois círculos concêntricos no qual o maior círculo é a igreja visível e o menor interior, é a igreja invisível.<ref name=":2" /><ref>{{citar livro|título=A Igreja (Série Teologia Cristã)|ultimo=CLOWNEY|primeiro=Edmund P.|editora=Cultura Cristã|ano=2003|local=São Paulo|página=|páginas=104-5}}</ref> A igreja verdadeira invisível sempre terá uma manifestação visível e conhecida nesse mundo, contudo essa visibilidade é sempre imperfeita.
== Principais ramos do cristianismo ==
{{AP|[[Denominação cristã]]}}


== Principais Ramos ==
=== Igreja Católica Apostólica Romana ===
=== Igreja Católica Apostólica Romana ===
{{AP|[[Doutrina da Igreja Católica]]}}
{{AP|[[Doutrina da Igreja Católica]]}}
[[File:Gesupietrochiave.jpg|thumb|300px|Em [[afresco]] de [[Pietro Perugino]] (1481-82) na [[Capela Sistina]], [[Jesus]] entrega as [[chaves do Reino de Deus]] à Igreja, que é liderada pelo [[Apóstolo]] [[São Pedro]],<ref name="ChavesReino1">''[[Catecismo da Igreja Católica]]'' (CIC), n. 881</ref> e, consequentemente, a todos os [[Papa]]s e [[bispo]]s, que são os sucessores dos [[doze Apóstolos]].<ref name="Papa1">''[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]]'' (CCIC); n. 174, 176 e 182</ref>]]
[[Ficheiro:Gesupietrochiave.jpg|miniaturadaimagem|300x300px|Em [[afresco]] de [[Pietro Perugino]] (1481-82) na [[Capela Sistina]], [[Jesus]] entrega as [[chaves do Reino de Deus]] à Igreja, que é liderada pelo [[Apóstolo]] [[São Pedro]],<ref name="ChavesReino1">''[[Catecismo da Igreja Católica]]'' (CIC), n. 881</ref> e, consequentemente, a todos os [[Papa]]s e [[bispo]]s, que são os sucessores dos [[doze Apóstolos]].<ref name="Papa1">''[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]]'' (CCIC); n. 174, 176 e 182</ref>]]


No [[Catolicismo]], a [[Igreja Católica Romana]], com uma administração centralizada no Vaticano, é a representação da Igreja. <ref> William J. Collinge, ''Historical Dictionary of Catholicism'', Scarecrow Press, USA, 2012, p. 100</ref> A Igreja é "''o povo que Deus convoca e reúne de todos os confins da Terra, para constituir a assembleia daqueles que, pela fé e pelo [[Batismo]], se tornam filhos de [[Deus]], membros do Corpo de [[Cristo]] e templo do [[Espírito Santo]]''" <ref>''Ibidem'', n. 153</ref>. Os católicos acreditam que a única [[Igreja Católica|Igreja]] fundada e encabeçada por [[Jesus|Jesus Cristo]] <ref name="FundIgreja1">''[[CCIC]]'', n. 161</ref>, "''como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (''[[subsistit in]]'') na [[Igreja Católica]], governada pelo [[Papa|sucessor de Pedro]] e pelos [[Bispo]]s em comunhão com ele''" <ref>''Ibidem'', n. 162</ref>. Segundo a [[Tradição católica|Tradição Católica]], a Igreja está alicerçada sobre o [[São Pedro|Apóstolo Pedro]], a quem Cristo prometeu o [[primazia papal|Primado]], ao afirmar que "''sobre [[São Pedro|esta pedra]] (do grego "petros") edificarei a minha Igreja''" e que "''dar-te-ei as chaves do [[Reino dos Céus]]''" (cf. [[Evangelho segundo São Mateus|Mt]] 16, 17-20) <ref name="ChavesReino1"/>.
No [[Catolicismo]], a [[Igreja Católica Romana]], com uma administração centralizada no Vaticano, é a representação da Igreja.<ref>William J. Collinge, ''Historical Dictionary of Catholicism'', Scarecrow Press, USA, 2012, p. 100</ref> A Igreja é "''o povo que Deus convoca e reúne de todos os confins da Terra, para constituir a assembleia daqueles que, pela fé e pelo [[Batismo]], se tornam filhos de [[Deus]], membros do Corpo de [[Cristo]] e templo do [[Espírito Santo]]''".<ref>''Ibidem'', n. 153</ref> Os católicos acreditam que a única [[Igreja Católica|Igreja]] fundada e encabeçada por [[Jesus|Jesus Cristo]],<ref name="FundIgreja1">''[[CCIC]]'', n. 161</ref> "''como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (''[[subsistit in]]'') na [[Igreja Católica]], governada pelo [[Papa|sucessor de Pedro]] e pelos [[Bispo]]s em comunhão com ele''"<ref>''Ibidem'', n. 162</ref> Segundo a [[Tradição católica|Tradição Católica]], a Igreja está alicerçada sobre o [[São Pedro|Apóstolo Pedro]], a quem Cristo prometeu o [[Primazia papal|Primado]], ao afirmar que "''sobre [[São Pedro|esta pedra]] (do grego "petros") edificarei a minha Igreja''" e que "''dar-te-ei as chaves do [[Reino dos Céus]]''" (cf. [[Evangelho segundo São Mateus|Mt]] 16, 17-20).<ref name="ChavesReino1" />


A Igreja Católica afirma ser a detentora na plenitude dos [[sete sacramentos]] e dos outros meios necessários para a [[salvação]], dados por [[Jesus]] à Igreja. Tudo isto para reunir, santificar, purificar e salvar toda a [[humanidade]] e para antecipar a realização do [[Reino de Deus]], cuja semente é necessariamente a Igreja.<ref name="IC1">''[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]]'' (CCIC), n. 150, 152 e 153</ref> Por esta razão, a Igreja, guiada e protegida pelo [[Espírito Santo]], insiste na sua missão de anunciar o [[Evangelho]] a todo o mundo, sendo aliás ordenada pelo próprio Cristo: "''ide e ensinai todas as nações, batizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo''" (''Mt 28,19'') <ref name="IC2">''Ibidem'', n. 172</ref>. A Igreja, mediante os sacramentos do [[Batismo]] e da [[Reconciliação]], tem, também, ''a missão e o poder de perdoar os [[pecado]]s, porque o próprio Cristo lho conferiu''".<ref name="IC3">''Ibidem'', n. 201</ref>
Algumas [[Igreja particular sui iuris|igrejas orientais particulares ''sui iuris'']] com autonomia de governo, tradições e liturgia próprias, mas reconhecendo a autoridade papal e em plena comunhão com a Igreja de Roma. Entre elas: [[Igreja Católica Eritreia]], [[Igreja Católica Etíope]] e [[Igreja Católica Copta]].


No [[Credo niceno-constantinopolitano]], são atribuídas, à Igreja, as propriedades de ''[[Quatro marcas da Igreja|una, santa, católica e apostólica]]''.<ref>''Ibidem''; n. 161, 165, 166 e 174</ref> Além disto, ela é, também, chamada de ''[[Igreja_Cat%C3%B3lica#Eclesiologia|Esposa de Cristo]]'' <ref>''Ibidem'', n. 158</ref>, ''[[Igreja_Cat%C3%B3lica#Eclesiologia|Templo do Espírito Santo]]'' <ref>''Ibidem'', n. 159</ref> e ''[[Corpus Mysticum|Corpo de Cristo]]'', sendo este último revestido de um significado importante e especial para a Igreja. Este último nome assenta na crença de que a Igreja não é apenas uma simples [[instituição]], mas um [[Corpus Mysticum|corpo místico]] constituído por [[Jesus]], que é a cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo inquebrável, através da fé e do [[sacramento]] do [[Batismo]]. Este nome é assente também na crença de que os fiéis são unidos intimamente a [[Jesus Cristo|Cristo]] por meio do [[Espírito Santo]], sobretudo no [[sacramento]] da [[Eucaristia]].<ref>''[[CIC]]''; n. 790, 792 e 795</ref><ref>''[[CCIC]]''; n. 156, 157, 274 e 282</ref>
A Igreja Católica afirma ser a detentora na plenitude dos [[sete sacramentos]] e dos outros meios necessários para a [[salvação]], dados por [[Jesus]] à Igreja. Tudo isto para reunir, santificar, purificar e salvar toda a [[humanidade]] e para antecipar a realização do [[Reino de Deus]], cuja semente é necessariamente a Igreja..<ref name="IC1">''[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]]'' (CCIC), n. 150, 152 e 153</ref> Por esta razão, a Igreja, guiada e protegida pelo [[Espírito Santo]], insiste na sua missão de anunciar o [[Evangelho]] a todo o mundo, sendo aliás ordenada pelo próprio Cristo: "''ide e ensinai todas as nações, batizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo''" (''Mt 28,19'') <ref name="IC2">''Ibidem'', n. 172</ref> A Igreja, mediante os sacramentos do [[Batismo]] e da [[Reconciliação]], tem, também, ''a missão e o poder de perdoar os [[pecado]]s, porque o próprio Cristo lho conferiu''".<ref name="IC3">''Ibidem'', n. 201</ref>


=== Igrejas Ortodoxas ===
No [[Credo niceno-constantinopolitano]], são atribuídas, à Igreja, as propriedades de ''[[Quatro marcas da Igreja|una, santa, católica e apostólica]]''.<ref>''Ibidem''; n. 161, 165, 166 e 174</ref> Além disto, ela é, também, chamada de ''[[Igreja Católica#Eclesiologia|Esposa de Cristo]]'',<ref>''Ibidem'', n. 158</ref> ''[[Igreja Católica#Eclesiologia|Templo do Espírito Santo]]''<ref>''Ibidem'', n. 159</ref> e ''[[Corpus Mysticum|Corpo de Cristo]]'', sendo este último revestido de um significado importante e especial para a Igreja. Este último nome assenta na crença de que a Igreja não é apenas uma simples [[instituição]], mas um [[Corpus Mysticum|corpo místico]] constituído por [[Jesus]], que é a cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo inquebrável, através da fé e do [[sacramento]] do [[Batismo]]. Este nome é assente também na crença de que os fiéis são unidos intimamente a [[Jesus Cristo|Cristo]] por meio do [[Espírito Santo]], sobretudo no [[sacramento]] da [[Eucaristia]].<ref>''[[CIC]]''; n. 790, 792 e 795</ref><ref>''[[CCIC]]''; n. 156, 157, 274 e 282</ref>
No [[Cristianismo Ortodoxo]], a [[Igreja Ortodoxa]] reúne as Igrejas Autocefálicas que escolhem seu próprio primata.<ref> Encyclopaedia Britannica, ''Encyclopedia of World Religions'', Encyclopaedia Britannica, USA, 2008, p. 309</ref> Por causa de sua influência ou importância histórica, uma Igreja autocefalia pode ostentar o título de [[patriarcado]] ou de [[arcebispado]] e, portanto, ser liderada por um patriarca ou um arcebispo. <ref> Erwin Fahlbusch, Geoffrey William Bromiley, ''The Encyclopedia of Christianity, Volume 4'', Wm. B. Eerdmans Publishing, USA, 2005, p. 88</ref> As igrejas autônomas têm um arcebispo.


=== Igrejas Protestantes históricas ===
=== Igreja Católica Apostólica Ortodoxa ===
As igrejas protestantes históricas abrangem as denominações ou igrejas nacionais originadas no movimento da Reforma do século XVI como consequência das ideias de Martinho Lutero e outros reformadores: Igreja Evangélica na Alemanha (Igreja Luterana); Igreja Episcopal Anglicana, Igreja Reformada da Suíça, Igreja Reformada dos Países Baixos, Igreja da Escócia (ou Igreja Presbiteriana), Igrejas Independentes (hoje chamadas de Igrejas Congregacionais). Essas denominações ou igrejas originais se espalharam pelo mundo e passaram por desdobramentos e divisões.  
{{AP|[[Igreja Ortodoxa]]}}
A [[Igreja Ortodoxa]] ou [[Igreja Católica Ortodoxa]],<ref>Encyclopædia Britannica. "[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/177174/Eastern-Orthodoxy Eastern Orthodoxy]". Encyclopædia Britannica. "Eastern Orthodoxy, official name, used in British English as well, is Orthodox Catholic Church, one of the three major doctrinal and jurisdictional groups of Christianity. [...] The official designations of the church in its liturgical or canonical texts are either “the Orthodox Catholic Church” or the "Greek Catholic Church" only. Because of the use of the name "Greek Catholics" by the Eastern churches of the Catholic Church and the historical links of the Orthodox Catholic church with the Eastern Roman Empire and Byzantium (Constantinople), however, the exonyms in American English usage referred to it as the “Eastern” or “Greek Orthodox” Church. These terms are sometimes misleading, especially when applied to Russian or Slavic churches and to the Orthodox communities in western Europe and America."</ref><ref>Wendy Doninger (1999). ''[http://books.google.com/books?id=ZP_f9icf2roC&pg=PA309 Merriam-Webster's encyclopedia of world religions]''. Merriam-Webster. p.&nbsp;309. ISBN&nbsp;978-0-87779-044-0. Retrieved 2 April 2013. "The official designation of the church in Eastern Orthodox liturgical or canonical texts is "the Orthodox Catholic Church.""</ref> reúne as Igrejas autocefálicas que escolhem seu próprio primata.<ref>Encyclopædia Britannica, ''Encyclopedia of World Religions'', Encyclopædia Britannica, USA, 2008, p. 309</ref> São igrejas que de origem bizantina que romperam com Roma no [[Grande Cisma|Grande Cisma em 1054]],<ref>Gilberto Cotrim. ''História Global Brasil e Geral''. Pág.: 157. Volume único. ISBN 978-85-02-05256-7.</ref> deixando de reconhecer a [[Primazia papal|primazia]] do [[Papa]] e reconhecendo apenas o [[Primus inter pares|primado]] de honra do [[Patriarcado Ecumênico de Constantinopla]].


Devemos nos atentar que a distinção popular que se faz entre protestante como se fossem grupos distintos não é correta, pois desde a reforma esse foi o nome adotado por Martinho Lutero, sendo "protestante" um termo aplicado pelos católicos anos depois do início da reforma.  
As Igreja Católica Ortodoxa, assim como a Católica Romana, possui uma forte hierarquia episcopal (governada por bispos) e centralizada no [[Patriarcado Ecumênico de Constantinopla|Patriarca de Constantinopla]].{{Carece de fontes|data=janeiro de 2022}} As igrejas autônomas têm um arcebispo. Por causa de sua influência ou importância histórica, uma igreja autocéfala pode ostentar o título de [[patriarcado]] ou de [[arcebispado]] e, portanto, ser liderada por um patriarca ou um arcebispo.<ref>Erwin Fahlbusch, Geoffrey William Bromiley, ''The Encyclopedia of Christianity, Volume 4'', Wm. B. Eerdmans Publishing, USA, 2005, p. 88</ref>


No protestantismo histórico, normalmente as igrejas são nacionais e autônomas, não possuindo um governo ou concílio mundial como no Catolicismo Romano. Mas existem organizações internacionais que promovem a fraternidade e comunhão das diferentes igrejas nacionais. Por exemplo: a [[Comunhão Anglicana]], a [[Federação Luterana Mundial]] e a [[Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas]].<ref> J. Gordon Melton, ''Encyclopedia of Protestantism'', Infobase Publishing, USA, 2005, p. 603, 706</ref>
=== Igrejas Ortodoxas Orientais ===
{{AP|[[Igrejas ortodoxas orientais]]}}
As chamadas [[igrejas ortodoxas orientais]]<ref name="CME2">Afirmação do Conselho Mundial de Igrejas em [https://www.oikoumene.org/es/church-families/orthodox-churches-oriental?set_language=es espanhol], [https://www.oikoumene.org/en/church-families/orthodox-churches-oriental inglês], [https://www.oikoumene.org/fr/church-families/orthodox-churches-oriental?set_language=fr francês] e [https://www.oikoumene.org/de/church-families/orthodox-churches-oriental?set_language=de alemão]</ref>{{Nota de rodapé|nota=Nessa nomenclatura técnica, os termos "oriental" e "orientais", embora ordinariamente sinônimos, devem ser distinguidos um do outro nos nomes Igreja Ortodoxa Oriental e Igrejas ortodoxas orientais.}} devem ser distinguidas das igrejas ortodoxas bizantinas (ver acima) que aceitam a doutrina do [[Concílio de Calcedónia]] ([[451|451 d.C.)]] sobre as [[União Hipostática|duas naturezas de Cristo]], doutrina que é aceita pelos [[Igreja Católica Romana|católicos romanos]] e [[Igreja Ortodoxa|católicos ortodoxos]] [[Império Bizantino|bizantinos]] e [[Protestantismo|protestantes históricos]].<ref name="Esp">{{citar web|url=https://www.oikoumene.org/es/church-families/orthodox-churches-eastern?set_language=es|obra=Consejo Mundial de Iglesias|título=Iglesias ortodoxas (bizantinas)|língua=espanhol|acessodata=2020-04-24}}</ref><ref name="EngDeutsch">{{citar web|url=https://www.oikoumene.org/en/church-families/orthodox-churches-eastern|obra=World Council of Churches|título=Orthodox churches (Eastern)|língua=inglês|acessodata=2020-04-24}} e {{citar web|url=https://www.oikoumene.org/de/church-families/orthodox-churches-eastern?set_language=de|obra=Ökumenischer Rat der Kirchen|título="Östlich-orthodoxe Kirchen"|língua=alemão|acessodata=2020-04-24}}</ref><ref name="Fr">{{citar web|url=https://www.oikoumene.org/fr/church-families/orthodox-churches-eastern|obra=Conseil œcuménique des Églises|título=Églises orthodoxes (chalcédoniennes)|língua=francês|acessodata=2020-04-24}}</ref> As [[igrejas ortodoxas orientais]] rejeitam, portanto, o [[Credo calcedoniano|Credo Calcedoniano]],{{Nota de rodapé|nota=Historicamente, por não aceitarem a definição do Concílio de Calcedônia, eram conhecidas como não calcedônias, pré-calcedônias, anticalcedônias, monofisistas, antigas orientais ou orientais menores.}} mas aceitam os três primeiros [[Concílio ecuménico|Concílios Ecumênicos]] e seus credos.


A organização das igrejas nacionais variam bastante dependendo da denominação. Algumas igrejas se organizam em concílios e sínodos que têm autoridade normativa sobre as igrejas ou paróquias locais como as igrejas luteranas, reformadas e presbiterianas. Outras igrejas são independentes de uma hierarquia ou sínodo como: as igrejas independentes ou congregacionais e batistas históricos. No primeiro caso é dito que são igrejas conciliares, no último caso são igrejas congregacionais. Contudo, mesmo as igrejas independentes ou congregacionais formam "convenções" (ou "comunhão") com a finalidade de manterem comunhão e cooperação mútua das igrejas afiliadas facultativamente, mas sem autoridade e interferência nas igrejas afiliadas.
O [[Conselho Mundial de Igrejas]] lista seis igrejas ortodoxas orientais:<ref name="CME2"/> [[Igreja Ortodoxa Copta]], [[Igreja Ortodoxa Síria]], [[Igreja Apostólica Armênia]], [[Igreja Ortodoxa Etíope]], [[Igreja Ortodoxa Eritreia]] e [[Igreja Ortodoxa Indiana]].


Quanto ao governo ou liderança das igrejas protestantes, também há bastante diversidade. Algumas denominações são ''episcopais'' com uma hierarquia de bispos sobre ''presbíteros'' e ''diáconos'' como as luteranas, anglicanas e metodistas. Outras denominações são ''não-hierárquicas'' com um único tipo ou nível de liderança composta de presbíteros (indistinto de bispos ou pastores) e [[Diácono|diáconos]] como no caso das igrejas reformadas, presbiterianas, congregacionais. <ref> J. Gordon Melton, ''Encyclopedia of Protestantism'', Infobase Publishing, USA, 2005, p. 91</ref>
=== Igrejas evangélicas históricas ===
{{AP|[[Protestantismo]]}}
Os termos "protestantes" ou "evangélicos" são intercambiáveis, sendo que o primeiro tem caído em desuso. Motomura ''afirma que: "Em alguns países, especialmente no Brasil, o termo 'protestante' foi substituído por 'evangélico', retirando a conotação polêmica da palavra e dando uma característica mais positiva e universal."''<ref name=":3">{{Citar web|titulo=Qual é a diferença entre protestantes e evangélicos?|url=https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-e-a-diferenca-entre-protestantes-e-evangelicos/|obra=Super|acessodata=2020-06-06|lingua=pt-BR}}</ref> A distinção que se faz entre ''protestante'' e ''evangélico'' como se fossem grupos diferentes<ref name=":4">{{Citar web|titulo=Embrião dos evangélicos, Reforma Protestante completa 500 anos - 03/10/2017 - Poder|url=http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/10/1923892-embriao-dos-evangelicos-reforma-protestante-completa-500-anos.shtml|obra=Folha de S.Paulo|acessodata=2020-06-06}}</ref> é meramente popular{{Nota de rodapé|nota=Como em alguns lugares como o Brasil, os pentecostais e neopentecostais se tornaram a maioria e suas práticas expontâneas são bastante diferentes dos evangélicos históricos tradicionais, o termo "evangélico" passou a ser bastante associado com as práticas pentecostais e neopentecostais. Mas, rigorosamente falando, todos esses grupos são evangélicos ou protestantes. Sendo que, o termo "evangélico" foi usado pelos próprios protestantes no início, já o termo "protestante" foi empregado pelos católicos.}} e não é correta historicamente, pois, desde a [[Reforma Protestante|Reforma do século XVI]], esse foi o termo "evangélico(a)" foi adotado por [[Martinho Lutero]],<ref name=":5">ESPÍN, Orlando O.; NICKOLOFF, James B. ''Um dicionário introdutório da teologia e dos estudos religiosos''.  Collegeville: Liturgical Press, p.796.</ref> enquanto "protestante" foi um termo aplicado pelos católicos anos depois do início da reforma em 1529.<ref name=":3" /> O mais exato seria fazer a distinção entre protestantes/evangélicos históricos e modernos, ou entre [[evangélicos históricos]], [[Pentecostalismo|pentecostais]] e [[Neopentecostalismo|neopentecostais]].


=== Cristianismo evangélico ===
As igrejas protestantes ou evangélicas.<ref name=":4" /><ref name=":5" /><ref>{{Citar web|titulo=Protestantismo - Religião Cristã/Protestante|url=https://brasilescola.uol.com.br/religiao/protestantismo.htm|obra=Brasil Escola|acessodata=2020-06-06|lingua=pt-br}}</ref> históricas abrangem as denominações ou igrejas nacionais originadas no movimento da [[Reforma Protestante|Reforma]] do século XVI como consequência das ideias de Martinho Lutero e outros reformadores: Igreja Evangélica na Alemanha<ref>{{Citar web|titulo=Portal Luteranos|url=http://www.luteranos.com.br/paroquia/igreja-evangelica-da-alemanha-ekd|obra=Portal Luteranos|acessodata=2020-06-06|primeiro=Portal|ultimo=Luteranos}}</ref> ([[Evangelische Kirche in Deutschland]], de confissão luterana){{Nota de rodapé|nota=A igreja fundada por Martinho Lutero na Alemanha desde o início teve a alcunha de Igreja Evangélica (Evangelische Kirche in Deutschland), ele nunca empregou a palavra "luterana" para a igreja, na verdade era contrário a expressão luterana ou luterano.}}, Igreja Episcopal Anglicana, Igreja Reformada da Suíça, Igreja Reformada dos Países Baixos, Igreja da Escócia (presbiteriana), igrejas independentes (hoje chamadas de igrejas congregacionais) e, posteriormente, as igrejas batistas<ref>LEE, Jason. The Theology of John Smyth: Puritan, Separatist, Baptist, Mennonite. Macon: Mercer University Press, 2003, p. 41.</ref><ref>{{Citar web|titulo=Batistas Particulares e suas Confissões de Fé: O início da história confessional dos Batistas, por Marcus Paixão|url=https://oestandartedecristo.com/2019/11/06/batistas-particulares-e-suas-confissoes-de-fe-o-inicio-da-historia-confessional-dos-batistas-por-marcus-paixao/|obra=O Estandarte de Cristo|data=2019-11-06|acessodata=2020-06-06|lingua=pt-BR}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Batistas são todos arminianos? {{!}} VE Entrevista com Wilson Porte|url=https://voltemosaoevangelho.com/blog/2018/08/batistas-sao-todos-arminianos-ve-entrevista-com-wilson-porte/|obra=Voltemos Ao Evangelho|data=2018-08-08|acessodata=2020-06-06|lingua=pt-BR}}</ref><ref>PORTE JR, Wilson. ''Os Batistas e suas origens''. Disponível em: http://www.escolacharlesspurgeon.com.br/files/pdf/Os_Batistas_e_Suas_Origens.pdf Acessado em 6 de junho de 2020.</ref> Essas denominações ou igrejas originais se espalharam pelo mundo e passaram por desdobramentos e divisões.
No [[Cristianismo evangélico]], a Igreja evangélica local é a organização que representa a Igreja e é vista pelos evangélicos como o Corpo de [[Jesus|Cristo]]. <ref>Robert Paul Lightner, ''Handbook of Evangelical Theology'', Kregel Academic, USA, 1995, p. 228</ref> O Governo da Igreja é assegurado pelo [[Ministro (cristianismo)|ministro]] que é composto principalmente de [[Diácono|diácono]], [[líder de louvor]], [[Pastor (ministro cristão)|pastor]], e [[Evangelização | evangelista]]. <ref> Walter A. Elwell, ''Evangelical Dictionary of Theology'', Baker Academic, USA, 2001, p. 778</ref> O ministério de [[bispo]] com a função de supervisionar as igrejas em escala regional ou nacional está presente em todas as [[denominações cristãs]] evangélicas, mesmo se o título de presidente do conselho ou superintendente geral for usado principalmente para isso função.<ref> John H. Y. Briggs, ''A Dictionary of European Baptist Life and Thought'', Wipf and Stock Publishers, USA, 2009, p. 53</ref> <ref> William K. Kay, ''Pentecostalism: A Very Short Introduction'', OUP Oxford, UK, 2011, p. 81 </ref> Muitas igrejas são afiliadas a evangélicas [[denominações cristãs]] e aderem a uma [[confissão de |Confissão de Fé]] e regulamentos comuns.<ref> Timothy J. Demy Ph.D., Paul R. Shockley Ph.D., ''Evangelical America: An Encyclopedia of Contemporary American Religious Culture'', ABC-CLIO, USA, 2017, p. 105</ref><ref>Brad Christerson, Richard Flory, ''The Rise of Network Christianity'', Oxford University Press, USA, 2017, p. 58</ref> Certas denominações são afiliadas às 129 alianças nacionais de igrejas da [[Aliança Evangélica Mundial]]. <ref> Brian Stiller, ''Evangelicals Around the World: A Global Handbook for the 21st Century'', Thomas Nelson, USA, 2015, p. 210</ref>


==Arquitetura das Igrejas (templos)==
No protestantismo histórico, normalmente as igrejas são nacionais e autônomas, não possuindo um governo ou concílio mundial como no Catolicismo Romano. Mas existem organizações internacionais que promovem a fraternidade e comunhão das diferentes igrejas nacionais. Por exemplo: a [[Comunhão Anglicana]], a [[Federação Luterana Mundial]] e a [[Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas]].<ref name=":0">Walter A. Elwell, ''Evangelical Dictionary of Theology'', Baker Academic, USA, 2001, p. 778</ref><ref>J. Gordon Melton, ''Encyclopedia of Protestantism'', Infobase Publishing, USA, 2005, p. 603, 706</ref><ref>Robert Paul Lightner, ''Handbook of Evangelical Theology'', Kregel Academic, USA, 1995, p. 228</ref>
O termo igreja é usado para nomear e descrever não apenas uma comunidade religiosa cristã (pessoas) e organizações, mas também para nomear a construção, [[igreja (edifício)]], usada para serviços religiosos públicos ou culto cristão.


A arquitetura das igrejas variam bastante dependendo da época, lugar ou grupo cristão.  
A organização das igrejas nacionais variam bastante dependendo da denominação. Algumas igrejas se organizam em concílios e sínodos que têm autoridade normativa sobre as igrejas ou paróquias locais como as igrejas luteranas, reformadas e presbiterianas. Outras igrejas são independentes de uma hierarquia ou sínodo como: as igrejas independentes ou congregacionais e batistas históricos. No primeiro caso é dito que são igrejas conciliares, no último caso são igrejas congregacionais. Contudo, mesmo as igrejas independentes ou congregacionais formam "convenções" (ou "comunhão") com a finalidade de manterem comunhão e cooperação mútua das igrejas afiliadas facultativamente, mas sem autoridade e interferência nas igrejas afiliadas.<ref name=":0" />


Também há bastante variedade quanto aos adornos, símbolos e imagens utilizadas em seu exterior e interior.
Quanto ao governo ou liderança das igrejas protestantes, também há bastante diversidade. Algumas denominações são ''episcopais'' com uma hierarquia de bispos sobre ''presbíteros'' e ''diáconos'' como as luteranas, anglicanas e metodistas. Outras denominações são ''não-hierárquicas'' com um único tipo ou nível de liderança composta de presbíteros (indistinto de bispos ou pastores) e [[diácono]]s como no caso das igrejas reformadas, presbiterianas, congregacionais e batistas.<ref>J. Gordon Melton, ''Encyclopedia of Protestantism'', Infobase Publishing, USA, 2005, p. 91</ref>


[[Ficheiro:Catedral Presbiteriana, Rio de Janeiro.jpg|thumb|right|200px|[[Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro|Catedral Presbiteriana]], no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]. De arquitetura [[Neogótico|neogótica]]<ref>{{citar web|url=http://www.correios.com.br/selos/selos_postais/selos_2012/selos2012_01.cfm|título="Sesquicentenário da Igreja Presbiteriana" |data= |acessodata=17 Fev. 2012}}</ref>, é um [[patrimônio histórico]] da cidade.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/01/catedral-presbiteriana-do-rio-completa-150-anos-de-existencia.html|título="Catedral Presbiteriana do Rio completa 150 anos de existência" |data= |acessodata=17 Fev. 2012}}</ref>]]
Quanto a doutrina, há um conjunto de verdades centrais compartilhadas historicamente com o catolicismo romano como as doutrinas dos Credos Universais ([[Credo dos Apóstolos|Apostólico]], [[Credo Niceno|Niceno]], [[Credo niceno-constantinopolitano|Niceno-Constantinopolitano]], [[Credo de Atanásio|Atanasiano]] e o de [[Credo calcedoniano|Calcedônia]]),  e doutrinas centrais peculiares do protestantismo compartilhadas entre as igrejas evangélicas históricas.<ref name="Brad Christerson 2017, p. 58">Brad Christerson, Richard Flory, ''The Rise of Network Christianity'', Oxford University Press, USA, 2017, p. 58</ref> As igrejas evangélicas, exceto a Ala Alta da Igreja Anglicana, possuem apenas dois sacramentos ou ordenanças, a saber, o [[Batismo do crente|Batismo]] e a [[Eucaristia|Santa Ceia (Eucaristia)]].<ref>Robert Paul Lightner, ''Handbook of Evangelical Theology'', Kregel Academic, USA, 1995, p. 234</ref> Muitas igrejas aderem a documentos confessionais ([[Confissão de fé|Confissão de Fé]] e Catecismos) e regulamentos comuns que explicitam suas crenças bíblicas.<ref name="Brad Christerson 2017, p. 58"/><ref>Timothy J. Demy Ph.D., Paul R. Shockley Ph.D., ''Evangelical America: An Encyclopedia of Contemporary American Religious Culture'', ABC-CLIO, USA, 2017, p. 105</ref>
===Estilos===
* [[Arquitetura de catedrais e grandes igrejas]]


==Ver também==
=== Igrejas evangélicas pentecostais ===
{{correlatos
As igrejas denominadas pentecostais, surgiram nos EUA a partir dos batistas e metodistas. Essas igrejas conservam as mesmas características e variedade de organização, governo e doutrina centrais das ''igrejas evangélicas históricas'', mas se distinguem delas quanto à doutrina dos dons ou carismas extraordinários como: falar em línguas ([[Glossolalia religiosa|glossolalia]]), profecias, revelações e dons de curar.<ref>MATOS, Alderi Souza. O Movimento Pentecostal: Reflexões a Própósito do Seu Primeiro Centenário. Revista Fides Reformata XI, nº 2 (2006), pp.23-50.</ref>
|wikcionário=igreja
 
|wikiquote=Igreja
A [[Assembleia de Deus (desambiguação)|Assembleia de Deus]] é tida como a maior igreja pentecostal do mundo, se bem que a rigor não é uma igreja unificada, já que oficialmente seu governo é congregacional independente, e possui várias divisões ou "ministérios" como normalmente são chamados.<ref>{{citar periódico|ultimo=MATOS|primeiro=Alderi Souza de|data=2006|titulo=O Movimento Pentecostal: reflexões a propósito de seu primeiro centenário|url=https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2018/11/2-O-movimento-pentecostal-reflex%C3%B5es-a-prop%C3%B3sito-do-seu-primeiro-centen%C3%A1rio-Alderi-Souza-de-Matos.pdf|jornal=Revista Fides Reformata (Ano XI, nº 2 de 2006)|acessodata=18 de maio de 2020}}</ref> Outras igrejas pentecostais bastante difundidas no Brasil são: Igreja do Evangelho Quadrangular e Congregação Cristã no Brasil.
}}
 
*[[Eclesiologia]]
=== Igrejas evangélicas neopentecostais ===
*[[Denominações cristãs]]
As igrejas evangélicas classificadas no meio acadêmico e eclesiástico como "neopentecostais" (embora não sejam nomeadas oficialmente com esse termo), têm origem na "Terceira Onda" do pentecostalismo no final da década de 70 nos EUA..<ref name=":6">{{Citar web|titulo=Neopentecostalismo - Religião|url=https://www.infoescola.com/religiao/neopentecostalismo/|obra=InfoEscola|acessodata=2020-06-06|lingua=pt-BR}}</ref><ref name=":7">RIBEIRO, Paulo Silvino. "O advento do Neopentecostalismo no Brasil"; ''Brasil Escola''. Disponível em: <nowiki>https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-advento-neopentecostalismo-no-brasil.htm</nowiki> Acesso em 06 de junho de 2020.</ref><ref name=":8">MORAES, Gerson Leite de. ''Neopentecostalismo: um conceito-obstáculo na compreensão do subcampo religioso pentecostal brasileiro.'' Revista de Estudos da Religião. Junho de 2010, pp. 1-19.</ref>
*[[História da Igreja]]
 
*[[Igreja Apostólica]]
Os "neopentecostais, conservam muitas crenças e práticas do pentecostalismo,<ref name=":7" /> mas a principal característica dos neopentecostais é se distanciarem da moral e costumes rígidos<ref name=":7" /> dos pentecostais e tradicionais, e, por outro lado, enfatizarem a [[Teologia da prosperidade|teologia da prosperidade ou "confissão positiva]]" (prosperidade material, econômica e saúde física), a batalha espiritual (exorcismos, demônios territoriais, maldição hereditária, quebra de maldição).<ref name=":6" /><ref name=":8" /> <blockquote>"Ainda segundo Mariano, quanto a essa nova roupagem do protestantismo no Brasil, podemos afirmar que as Igrejas Neopentecostais realizaram as mais profundas acomodações à sociedade (se pensarmos em termos de mutações do protestantismo através dos tempos), abandonando vários traços sectários, hábitos ascéticos e o velho estereótipo pelo qual os “crentes” eram reconhecidos e, implacavelmente, estigmatizados, abolindo certas marcas distintivas e tradicionais de sua religião, propondo novos ritos, crenças e práticas, dando ares mais brandos aos costumes e comportamentos como em relação às vestimentas. O prefixo “neo” é utilizado para marcar sua recente formação, bem como seu caráter de “novidade” dentro do protestantismo, mais especificamente do pentecostalismo."<ref name=":7" /> </blockquote>Como as pentecostais, essas igrejas também variam bastante quanto à organização (podendo ter ou não ter uma organização e um líder mundial) e quanto à forma de governo, sendo comum haver uma forte hierarquia: apóstolos, bispos, pastores (presbíteros), diáconos, evangelistas, missionários, obreiros etc.
*[[História da Igreja Católica]]
 
*[[Igreja Católica]]
As principais igrejas neopentecostais no Brasil são: [[Igreja Universal do Reino de Deus]], [[Igreja Internacional da Graça de Deus]], [[Igreja Mundial do Poder de Deus]], [[Igreja Renascer em Cristo]], [[Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra]], [[Bola de Neve Church|Igreja Bola de Neve]], etc.
*[[Protestantismo|Igrejas protestantes (protestantismo)]]
 
*[[Luteranismo|Igreja Luterana]]
== Arquitetura das igrejas (templos) ==
*[[Igreja Presbiteriana|Igrejas presbiterianas (presbiterianismo)]]
{{AP|[[Igreja (edifício)]]}}{{AP|[[Arquitetura de catedrais e grandes igrejas]]}}O termo igreja é usado para nomear e descrever não apenas uma comunidade religiosa cristã (pessoas) e organizações, mas também para nomear a construção, [[igreja (edifício)]], usada para serviços religiosos públicos ou culto cristão.
*[[Igreja Presbiteriana do Brasil]]
 
*[[Igreja reformada|Igrejas reformadas (calvinismo)]]
A arquitetura das igrejas variam bastante dependendo da época, lugar ou grupo cristão. Também há bastante variedade quanto aos adornos, símbolos e imagens utilizadas em seu exterior e interior.
*[[Assembleia de Deus (desambiguação)|Igreja Assembleia de Deus]]
 
*[[Pentecostalismo]]
[[Ficheiro:Catedral_Presbiteriana,_Rio_de_Janeiro.jpg|direita|miniaturadaimagem|300x300px|[[Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro|Catedral Presbiteriana]], no [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]. De arquitetura [[Neogótico|neogótica]],<ref>{{citar web|url=http://www.correios.com.br/selos/selos_postais/selos_2012/selos2012_01.cfm|título="Sesquicentenário da Igreja Presbiteriana"|data=|acessodata=17 de fevereiro de 2012}}</ref> é um [[patrimônio histórico]] da cidade.<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/01/catedral-presbiteriana-do-rio-completa-150-anos-de-existencia.html|título="Catedral Presbiteriana do Rio completa 150 anos de existência"|data=|acessodata=17 de fevereiro de 2012}}</ref>]]<br />
*[[Neopentecostalismo]]
== Ver também ==
*[[Comunhão dos Santos]]
{{correlatos|wikcionário=igreja|wikiquote=Igreja}}
*[[Igreja militante]]
 
*[[Igreja triunfante]]
* [[Comunhão dos Santos]]
*[[Igreja visível]]
*[[Igreja invisível]]
* [[Cristianismo]]
* [[Cristianismo]]
*[[Sinagoga]]
* [[Denominações cristãs]]
*[[Cisma]]
* [[Igreja militante]]
*[[Seita|Seitas]]
* [[Neopentecostalismo]]
*[[Religião]]
* [[Pentecostalismo]]
*[[Democracia ateniense]]
* [[Religião]]
* [[Igreja Apostólica]]
* [[Igreja Católica]]
 
{{Notas}}
{{referências}}
{{referências}}
{{esboço-igreja}}


{{cristianismo2}}
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[[Categoria:Igrejas| ]]
[[Categoria:Eclesiologia]]
[[Categoria:Eclesiologia| ]]
[[Categoria:Tipos de organização cristã]]

Edição atual tal como às 21h21min de 24 de julho de 2022

Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre a definição e conceitos geral da "igreja" enquanto corpo de fiéis ou instituição. Para o tipo de edifício, veja Igreja (edifício). Para outros significados, veja Igreja (desambiguação).

Predefinição:Formatar referências Predefinição:Links ambíguos

Igreja, no sentido genérico religioso, tem várias acepções ou usos dependendo do contexto: Em primeiro lugar, e mais elementar, se refere ao conjunto, reunião, congregação ou assembleia de cristãos. Segundo, pode designar de forma geral a "igreja universal" composta por todos os cristãos de todos os tempos e lugares. Em terceiro lugar, pode designar um conjunto particular de cristãos de uma cidade ou localidade como vemos nas diversas cartas do Novo Testamento escritas para uma igreja em uma localidade. Em quarto, pode se referir a uma denominação ou seita cristã onde seus fiéis ou membros formam uma comunidade ligada pelos mesmos laços de doutrina de e submissos a uma determinada liderança local ou mundial. Em quinto, e como desdobramento histórico da anterior, pode designa uma instituição organizada formal e civilmente, separada ou não do Estado dependendo do país e época. Por último, igreja pode se referir ao prédio de reunião e culto cristão, por extensão da igreja enquanto pessoas que congregam naquele local. Todas essas acepções do termo "igreja" dentro do cristianismo são legítimas e usadas normalmente nos diferentes ramos e denominações.[1]

Ver artigo principal: eclesiologia

Etimologia

A palavra portuguesa IGREJA provém do substantivo composta grega ἐκκλησία [Ekklesía] que por sua vez é a combinação da preposição ἐκ [ek] ou εξ [ex] com o verbo καλέω [kaléo], sendo que ek ou ex tem o sentido de "para fora" e kaléo o sentido de "eu chamo" ou "eu convoco". O resultado seria o substantivo ἐκκλησία [Ekklesia] com o sentido etimológico de "chamados para fora" ou "convocados para fora".

Contudo, para se entender o significado corretamente, é de extrema importância compreender que essa palavra teve origem no contexto da democracia ateniense grega, portanto, era uma palavra originalmente de uso político.[2] Naquele contexto político, o sentido de "ekklesia" (chamados para fora) era que os cidadãos eram chamados para fora de suas casas particulares para se reunirem publicamente na praça (em grego, ἀγορά [agorá]) para tratarem e deliberarem sobre a administração da cidade --- lembrando que em Atenas a democracia era direta. Os cidadãos que não "saiam para fora de suas casas" para se reunirem na praça eram chamados de ἰδιώτης [idiótes, de onde provém "idiota" em português],[3] cujo sentido original era "o de “homem privado”, isto é, metido com seus próprios afazeres, afastado da gestão da coisa pública."[4] Portanto, ekklesia (ou igreja em português) designava simplesmente a assembleia ou congresso público de cidadãos gregos (veja Atos dos Apóstolos 19.32,39,41). A Bíblia usa ekklesia ou igreja no sentido simples geral de: assembleia, congresso, congregação, reunião etc, sem conotações políticas e "os escritores do NT não parecem ter tido em mente a ideia de “convocados” quando falavam da ekklēsía".[2] É importante saber a origem para não se cair em "falácias etimológicas"[5][6] que fazem um malabarismo com a palavra igreja (ekklesia) como a que diz que "o cristão é chamado para fora do mundo",[7] o que é um engano.

Foi nesse sentido que a palavra grega ekklesia foi escolhida pelos tradutores da Septuaginta (a tradução grega da Bíblia Hebraica ou Antigo Testamento) para traduzir o substantivo hebraico קָהָל [qāhāl][8] usado pelos judeus para designar a congregação ou assembleia geral do "povo do deserto", reunida por Moisés.[9] Segundo K. L. Schmidt:

"A LXX usa ekklēsía cerca de 100 vezes, na maior parte para qāhāl. O termo ekklēsía tem o sentido básico de “assembleia” (cf. Dt 9.10; 1Rs 8.65); apenas o acréscimo de kyríou [do Senhor] dá a ele um sentido teológico (cf. Dt 23.2ss., etc.), ou uma expressão como “de Israel” (1Rs 8.14) ou “dos santos” (Sl 89.5, etc.) O uso de synagōgḗ [sinagoga] é similar. Este, também, é muitas vezes usado para qāhāl, e tem tanto um sentido geral (“assembleia”) quanto um sentido técnico (“congregação de Israel”)."[2]

Portanto, tanto em grego (Septuaginta e Novo Testamento) como em hebraico (Antigo Testamtento), "igreja" tem o significado genérico de assembleia, congregação, reunião etc, podendo ser usada, dependendo do contexto, em sentido religioso ou profano/secular de um simples ajuntamento com outras finalidades (veja Atos dos Apóstolos 19.32,39,41).

"Dicionários gerais definem ekklēsía como 1. “assembleia” e 2. “igreja”. Léxicos do NT distinguem entre igreja como a. todo o corpo e b. a congregação local ou igreja na casa. A ênfase difere de acordo com a denominação, embora, por vezes, a unidade básica seja percebida. Visto que o NT usa um único termo, as traduções deveriam tentar fazer o mesmo, mas isso levanta a questão quanto a se “igreja” ou “congregação” é sempre adequado, especialmente em vista do uso do AT para Israel e do subjacente hebraico e aramaico. Deve-se também indagar o motivo pelo qual a comunidade do NT evita um termo cultual para si mesma e escolhe um termo mais secular. “Assembleia”, então, seria talvez o melhor termo, especialmente por possuir tanto um sentido concreto quanto abstrato, ou seja, tanto para o ato de congregar quanto para a assembleia."[2]

Discutindo as vantagens e desvantagens de qual terminologia na tradução seria preferível no uso da língua comum, Schmidt diz que

A palavra “igreja” sugere o aspecto universal e, etimologicamente, o fato de pertencer ao Senhor (kyriakón), mas ela tem a desvantagem de ter adquirido uma nuança hierárquica. A palavra “congregação” destaca o fato de que a pequena irmandade já é igreja, e salienta o aspecto de reunião, mas tem a desvantagem de chamar a atenção para o grupo individual, por vezes num sentido sectário. “Comunidade eclesiástica” poderia ser recomendado como possível alternativa para ambas.[2]

Origem

No contexto bíblico, o termo igreja designa normalmente a reunião do povo de Deus no Antigo ou Novo Testamento. Na Bíblia, encontramos muitas imagens que mostram aspectos complementares do mistério da Igreja. O Antigo Testamento privilegia imagens como: povo (de Deus), rebanho, escolhidos, oliveira; o Novo Testamento usa imagens como: corpo de Cristo na terra, imagem pastoral (aprisco, rebanho, ovelhas), agrícola (campo, oliveira, vinha), de habitação (morada, pedra, templo), familiar (esposa, mãe, família, filhos).

No Antigo Testamento

Embora o Novo Testamento acrescente um sentido mais profundo ao conceito de "igreja de Deus" ou "assembleia de Deus", contudo, deve ser compreendido que o NT não inventou o conceito de "igreja" ou "assembleia", antes o desenvolveu a partir de sua base veterotestamentária.

"A LXX usa ekklēsía cerca de 100 vezes, na maior parte para qāhāl. O termo ekklēsía tem o sentido básico de “assembleia” (cf. Dt 9.10; 1Rs 8.65); apenas o acréscimo de kyríou [do Senhor] dá a ele um sentido teológico (cf. Dt 23.2ss., etc.), ou uma expressão como “de Israel” (1Rs 8.14) ou “dos santos” (Sl 89.5, etc.) O uso de synagōgḗ [sinagoga] é similar. Este, também, é muitas vezes usado para qāhāl, e tem tanto um sentido geral (“assembleia”) quanto um sentido técnico (“congregação de Israel”). [...] Enquanto ekklēsía é quase sempre usado para qāhāl, qāhāl é traduzido por ekklēsía apenas em alguns livros (p. ex., Deuteronômio, Josué, Juízes, Samuel, Reis, Crônicas, Esdras, Neemias, Salmos). Em outros lugares, synagōgḗ é usado como equivalente, ocasionalmente também outros termos como óchlos ou sýstasis. Synagōgē, diferentemente de ekklēsía, também é usada para ‘ēḏâ, comum em Êxodo, Levítico e Números."[2]

No Novo Testamento

A palavra "Igreja" aparece no Novo Testamento pela primeira vez no livro em [[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Mateus/

  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#16:18|Mateus 16:18]], no evento conhecido como Confissão de Pedro. O termo pode ser a uma certa localidade como, por exemplo, as sete Igrejas do Apocalipse, ou pode se referir à igreja universal (católica) como um todo unificado como em Mateus 18.15-17.

Em [[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Mateus/

  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#18:15|Mateus 18:15-17]], no chamado "Discurso sobre a Igreja", encontramos as seguintes palavras de Jesus:

Página Predefinição:Quote/styles.css não tem conteúdo.

Ora, se teu irmão pecar, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, terás ganho teu irmão; mas se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda palavra seja confirmada. Se recusar ouvi-los, dize-o à igreja; e, se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano.

História

Ver artigo principal: Cristianismo primitivo

Inicialmente, a organização das comunidades locais é centrada principalmente nos presbíteros ou anciãos e nos diáconos a serviço da caridade. Posteriormente, desenvolveu-se a liderança dos bispos distintamente dos presbíteros. Os contornos das várias funções dos bispos, presbíteros e diáconos são difíceis de determinar com precisão e muitos usam alguns desses termos de forma sobreposta ou intercambiável.[10] Em 325, no Primeiro Concílio de Niceia, uma estrutura hierárquica aparece com um bispo à frente de uma província que tem presbíteros (sacerdotes ou pastores), e diáconos.[11]

Termos distintivos da igreja

Existe uma terminologia tradicionalmente usada por todos os ramos principais do cristianismo para descrever e distinguir a Igreja de Cristo no seu sentido mais elementar, sem contudo, especificar um grupo ou ramo cristão em detrimento dos outros.

1. Una, santa, católica* e apostólica

As quatro marcas da Igreja ou quatro características da Igreja são um grupo de quatro adjetivos ou atributos considerados como características que descrevem a Igreja de Jesus Cristo, sendo elas – una, santa, católica e apostólica. Estes atributos foram definidos oficialmente no Credo Niceno-Constantinopolitano, no ano de 381, o qual professa: "Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica".

Essas quatro atributos, considerados em sentido lato (amplo), são admitidos e professados por todos os ramos do cristianismo e igrejas cristãs históricas.[12] Por exemplo, essa crença é partilhada pela Igreja Católica Romana, ortodoxas bizantinas, nestoriana, ortodoxas orientais, Presbiteriana, Anglicana e demais do protestantismo histórico, comumente chamadas de atributos da igreja.[13]

*Nesse sentido amplo, o termo "católica" é usado pelos protestantes no seu sentido original amplo de "universal" e não deve ser confundido com o nome de uma igreja específica. Os Católicos Romanos já utilizam o termo "católico" nos sentido mais estrito.

Ver artigo principal: Quatro marcas da Igreja

2. Igreja militante e igreja triunfante

A igreja universal (católica) é dividida em duas partes: igreja militante e igreja triunfante. A distinção entre igreja militante e igreja triunfantes significa que há um grupo de cristãos verdadeiros na terra que ainda lutam contra o pecado, o mundo e o diabo, e um grupo de cristãos verdadeiros nos céus que já venceram o pecado, o mundo e o diabo e agora estão com Cristo em glória aguardando a ressurreição do corpo físico.[14]

3. Igreja visível e igreja invisível

Essa distinção entre igreja visível e igreja invisível foi primeiramente desenvolvida em profundidade por Agostinho e se tornou consagrada no cristianismo em geral.[15] Essa distinção foi feita por Agostinho porque ele percebeu que a igreja, como observada humanamente, é um corpus permixtum (i.e., corpo misto),[15] onde há uma mistura de cristãos verdadeiros e falsos.

A igreja enquanto grupo de pessoas ou instituição organizada, possui um conjunto de membros ou fiéis visível na terra, contudo, nosso conhecimento humano de quem compõe a igreja de Cristo é imperfeito, pois, hora consideramos como cristão aquele que de fato não o é, e hora consideramos como não cristão aquele que de fato o é. Essa seria a igreja visível.[16] Por isso, Agostinho também estabeleceu o conceito de "igreja invisível", que se refere à igreja como conhecida perfeitamente por Deus. Somente o Senhor da Igreja vê e conhece perfeitamente aqueles que são seus, pois ele vê o coração e espírito. Segundo Agostinho, a igreja invisível é encontrada substancialmente dentro da igreja visível, como se fossem dois círculos concêntricos no qual o maior círculo é a igreja visível e o menor interior, é a igreja invisível.[15][17] A igreja verdadeira invisível sempre terá uma manifestação visível e conhecida nesse mundo, contudo essa visibilidade é sempre imperfeita.

Principais ramos do cristianismo

Ver artigo principal: Denominação cristã

Igreja Católica Apostólica Romana

Ver artigo principal: Doutrina da Igreja Católica
Em afresco de Pietro Perugino (1481-82) na Capela Sistina, Jesus entrega as chaves do Reino de Deus à Igreja, que é liderada pelo Apóstolo São Pedro,[18] e, consequentemente, a todos os Papas e bispos, que são os sucessores dos doze Apóstolos.[19]

No Catolicismo, a Igreja Católica Romana, com uma administração centralizada no Vaticano, é a representação da Igreja.[20] A Igreja é "o povo que Deus convoca e reúne de todos os confins da Terra, para constituir a assembleia daqueles que, pela fé e pelo Batismo, se tornam filhos de Deus, membros do Corpo de Cristo e templo do Espírito Santo".[21] Os católicos acreditam que a única Igreja fundada e encabeçada por Jesus Cristo,[22] "como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele"[23] Segundo a Tradição Católica, a Igreja está alicerçada sobre o Apóstolo Pedro, a quem Cristo prometeu o Primado, ao afirmar que "sobre esta pedra (do grego "petros") edificarei a minha Igreja" e que "dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus" (cf. Mt 16, 17-20).[18]

Algumas igrejas orientais particulares sui iuris com autonomia de governo, tradições e liturgia próprias, mas reconhecendo a autoridade papal e em plena comunhão com a Igreja de Roma. Entre elas: Igreja Católica Eritreia, Igreja Católica Etíope e Igreja Católica Copta.

A Igreja Católica afirma ser a detentora na plenitude dos sete sacramentos e dos outros meios necessários para a salvação, dados por Jesus à Igreja. Tudo isto para reunir, santificar, purificar e salvar toda a humanidade e para antecipar a realização do Reino de Deus, cuja semente é necessariamente a Igreja..[24] Por esta razão, a Igreja, guiada e protegida pelo Espírito Santo, insiste na sua missão de anunciar o Evangelho a todo o mundo, sendo aliás ordenada pelo próprio Cristo: "ide e ensinai todas as nações, batizando-as no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28,19) [25] A Igreja, mediante os sacramentos do Batismo e da Reconciliação, tem, também, a missão e o poder de perdoar os pecados, porque o próprio Cristo lho conferiu".[26]

No Credo niceno-constantinopolitano, são atribuídas, à Igreja, as propriedades de una, santa, católica e apostólica.[27] Além disto, ela é, também, chamada de Esposa de Cristo,[28] Templo do Espírito Santo[29] e Corpo de Cristo, sendo este último revestido de um significado importante e especial para a Igreja. Este último nome assenta na crença de que a Igreja não é apenas uma simples instituição, mas um corpo místico constituído por Jesus, que é a cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo inquebrável, através da fé e do sacramento do Batismo. Este nome é assente também na crença de que os fiéis são unidos intimamente a Cristo por meio do Espírito Santo, sobretudo no sacramento da Eucaristia.[30][31]

Igreja Católica Apostólica Ortodoxa

Ver artigo principal: Igreja Ortodoxa

A Igreja Ortodoxa ou Igreja Católica Ortodoxa,[32][33] reúne as Igrejas autocefálicas que escolhem seu próprio primata.[34] São igrejas que de origem bizantina que romperam com Roma no Grande Cisma em 1054,[35] deixando de reconhecer a primazia do Papa e reconhecendo apenas o primado de honra do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.

As Igreja Católica Ortodoxa, assim como a Católica Romana, possui uma forte hierarquia episcopal (governada por bispos) e centralizada no Patriarca de Constantinopla.[carece de fontes?] As igrejas autônomas têm um arcebispo. Por causa de sua influência ou importância histórica, uma igreja autocéfala pode ostentar o título de patriarcado ou de arcebispado e, portanto, ser liderada por um patriarca ou um arcebispo.[36]

Igrejas Ortodoxas Orientais

Ver artigo principal: Igrejas ortodoxas orientais

As chamadas igrejas ortodoxas orientais[37]Predefinição:Nota de rodapé devem ser distinguidas das igrejas ortodoxas bizantinas (ver acima) que aceitam a doutrina do Concílio de Calcedónia (451 d.C.) sobre as duas naturezas de Cristo, doutrina que é aceita pelos católicos romanos e católicos ortodoxos bizantinos e protestantes históricos.[38][39][40] As igrejas ortodoxas orientais rejeitam, portanto, o Credo Calcedoniano,Predefinição:Nota de rodapé mas aceitam os três primeiros Concílios Ecumênicos e seus credos.

O Conselho Mundial de Igrejas lista seis igrejas ortodoxas orientais:[37] Igreja Ortodoxa Copta, Igreja Ortodoxa Síria, Igreja Apostólica Armênia, Igreja Ortodoxa Etíope, Igreja Ortodoxa Eritreia e Igreja Ortodoxa Indiana.

Igrejas evangélicas históricas

Ver artigo principal: Protestantismo

Os termos "protestantes" ou "evangélicos" são intercambiáveis, sendo que o primeiro tem caído em desuso. Motomura afirma que: "Em alguns países, especialmente no Brasil, o termo 'protestante' foi substituído por 'evangélico', retirando a conotação polêmica da palavra e dando uma característica mais positiva e universal."[41] A distinção que se faz entre protestante e evangélico como se fossem grupos diferentes[42] é meramente popularPredefinição:Nota de rodapé e não é correta historicamente, pois, desde a Reforma do século XVI, esse foi o termo "evangélico(a)" foi adotado por Martinho Lutero,[43] enquanto "protestante" foi um termo aplicado pelos católicos anos depois do início da reforma em 1529.[41] O mais exato seria fazer a distinção entre protestantes/evangélicos históricos e modernos, ou entre evangélicos históricos, pentecostais e neopentecostais.

As igrejas protestantes ou evangélicas.[42][43][44] históricas abrangem as denominações ou igrejas nacionais originadas no movimento da Reforma do século XVI como consequência das ideias de Martinho Lutero e outros reformadores: Igreja Evangélica na Alemanha[45] (Evangelische Kirche in Deutschland, de confissão luterana)Predefinição:Nota de rodapé, Igreja Episcopal Anglicana, Igreja Reformada da Suíça, Igreja Reformada dos Países Baixos, Igreja da Escócia (presbiteriana), igrejas independentes (hoje chamadas de igrejas congregacionais) e, posteriormente, as igrejas batistas[46][47][48][49] Essas denominações ou igrejas originais se espalharam pelo mundo e passaram por desdobramentos e divisões.

No protestantismo histórico, normalmente as igrejas são nacionais e autônomas, não possuindo um governo ou concílio mundial como no Catolicismo Romano. Mas existem organizações internacionais que promovem a fraternidade e comunhão das diferentes igrejas nacionais. Por exemplo: a Comunhão Anglicana, a Federação Luterana Mundial e a Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas.[50][51][52]

A organização das igrejas nacionais variam bastante dependendo da denominação. Algumas igrejas se organizam em concílios e sínodos que têm autoridade normativa sobre as igrejas ou paróquias locais como as igrejas luteranas, reformadas e presbiterianas. Outras igrejas são independentes de uma hierarquia ou sínodo como: as igrejas independentes ou congregacionais e batistas históricos. No primeiro caso é dito que são igrejas conciliares, no último caso são igrejas congregacionais. Contudo, mesmo as igrejas independentes ou congregacionais formam "convenções" (ou "comunhão") com a finalidade de manterem comunhão e cooperação mútua das igrejas afiliadas facultativamente, mas sem autoridade e interferência nas igrejas afiliadas.[50]

Quanto ao governo ou liderança das igrejas protestantes, também há bastante diversidade. Algumas denominações são episcopais com uma hierarquia de bispos sobre presbíteros e diáconos como as luteranas, anglicanas e metodistas. Outras denominações são não-hierárquicas com um único tipo ou nível de liderança composta de presbíteros (indistinto de bispos ou pastores) e diáconos como no caso das igrejas reformadas, presbiterianas, congregacionais e batistas.[53]

Quanto a doutrina, há um conjunto de verdades centrais compartilhadas historicamente com o catolicismo romano como as doutrinas dos Credos Universais (Apostólico, Niceno, Niceno-Constantinopolitano, Atanasiano e o de Calcedônia), e doutrinas centrais peculiares do protestantismo compartilhadas entre as igrejas evangélicas históricas.[54] As igrejas evangélicas, exceto a Ala Alta da Igreja Anglicana, possuem apenas dois sacramentos ou ordenanças, a saber, o Batismo e a Santa Ceia (Eucaristia).[55] Muitas igrejas aderem a documentos confessionais (Confissão de Fé e Catecismos) e regulamentos comuns que explicitam suas crenças bíblicas.[54][56]

Igrejas evangélicas pentecostais

As igrejas denominadas pentecostais, surgiram nos EUA a partir dos batistas e metodistas. Essas igrejas conservam as mesmas características e variedade de organização, governo e doutrina centrais das igrejas evangélicas históricas, mas se distinguem delas quanto à doutrina dos dons ou carismas extraordinários como: falar em línguas (glossolalia), profecias, revelações e dons de curar.[57]

A Assembleia de Deus é tida como a maior igreja pentecostal do mundo, se bem que a rigor não é uma igreja unificada, já que oficialmente seu governo é congregacional independente, e possui várias divisões ou "ministérios" como normalmente são chamados.[58] Outras igrejas pentecostais bastante difundidas no Brasil são: Igreja do Evangelho Quadrangular e Congregação Cristã no Brasil.

Igrejas evangélicas neopentecostais

As igrejas evangélicas classificadas no meio acadêmico e eclesiástico como "neopentecostais" (embora não sejam nomeadas oficialmente com esse termo), têm origem na "Terceira Onda" do pentecostalismo no final da década de 70 nos EUA..[59][60][61]

Os "neopentecostais, conservam muitas crenças e práticas do pentecostalismo,[60] mas a principal característica dos neopentecostais é se distanciarem da moral e costumes rígidos[60] dos pentecostais e tradicionais, e, por outro lado, enfatizarem a teologia da prosperidade ou "confissão positiva" (prosperidade material, econômica e saúde física), a batalha espiritual (exorcismos, demônios territoriais, maldição hereditária, quebra de maldição).[59][61]

"Ainda segundo Mariano, quanto a essa nova roupagem do protestantismo no Brasil, podemos afirmar que as Igrejas Neopentecostais realizaram as mais profundas acomodações à sociedade (se pensarmos em termos de mutações do protestantismo através dos tempos), abandonando vários traços sectários, hábitos ascéticos e o velho estereótipo pelo qual os “crentes” eram reconhecidos e, implacavelmente, estigmatizados, abolindo certas marcas distintivas e tradicionais de sua religião, propondo novos ritos, crenças e práticas, dando ares mais brandos aos costumes e comportamentos como em relação às vestimentas. O prefixo “neo” é utilizado para marcar sua recente formação, bem como seu caráter de “novidade” dentro do protestantismo, mais especificamente do pentecostalismo."[60]

Como as pentecostais, essas igrejas também variam bastante quanto à organização (podendo ter ou não ter uma organização e um líder mundial) e quanto à forma de governo, sendo comum haver uma forte hierarquia: apóstolos, bispos, pastores (presbíteros), diáconos, evangelistas, missionários, obreiros etc.

As principais igrejas neopentecostais no Brasil são: Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja Mundial do Poder de Deus, Igreja Renascer em Cristo, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, Igreja Bola de Neve, etc.

Arquitetura das igrejas (templos)

Ver artigo principal: Igreja (edifício)

O termo igreja é usado para nomear e descrever não apenas uma comunidade religiosa cristã (pessoas) e organizações, mas também para nomear a construção, igreja (edifício), usada para serviços religiosos públicos ou culto cristão.

A arquitetura das igrejas variam bastante dependendo da época, lugar ou grupo cristão. Também há bastante variedade quanto aos adornos, símbolos e imagens utilizadas em seu exterior e interior.


Ver também

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Predefinição:Notas

Referências

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