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Permacultura: mudanças entre as edições

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A '''permacultura''' que significa “cultura permanente”<ref>{{citar livro|título=Permaculture: a designer´s manual|ultimo=MOLLISON|primeiro=Bill|editora=Tagari Publication|ano=1988|local=Tyalgum, Austrália|página=|páginas=}}</ref>, é um sistema de planejamento de ambientes humanos sustentáveis que se utiliza de princípios [[agrícolas]] e [[sociais]] cujo planeamento do seu [[design]] é centrado em simular ou utilizar diretamente os padrões e características observados em [[ecossistema]]s naturais e foi sistematizada para dar resposta à nova e crescente consciencialização da degradação ambiental global. A própria designação “permanente” foi concebida como a antítese dos modernos sistemas industriais, incluindo sistemas de produção de alimentos que, através da sua dependência dos [[combustíveis fósseis]] e produtos [[químicos]], foram-se revelando instáveis, não-resilientes e poluentes (portanto insustentáveis)<ref>[http://awakenedlifeproject.org/pt/acerca/permacultura-e-sustentabilidade# O que é Permacultura?, por Laura Williams, Projeto Vida Desperta]</ref><ref>{{citar web |ultimo=Jacintho CJ |primeiro=Claudio |url=https://ipoema.org.br/o-que-e-permacultura/ |titulo=O que é permacultura? |data= |acessodata=10 de setembro de 2020 |publicado=IPOEMA - {{!}}Instituto de Permacultura}}</ref>.
A '''permacultura''' que significa “cultura permanente”<ref name=":2">{{citar livro|título=Permaculture: a designer´s manual|ultimo=MOLLISON|primeiro=Bill|editora=Tagari Publication|ano=1988|local=Tyalgum, Austrália|página=|páginas=}}</ref>, é um sistema de planejamento de [[Ambiente|ambientes]] [[Humano|humanos]] [[Sustentabilidade|sustentáveis]] que se utiliza de práticas [[agrícolas]] e [[sociais]] cujo planeamento do seu [[design]] é centrado em simular ou utilizar diretamente os padrões e características observados em [[ecossistema]]s naturais e foi sistematizada para dar resposta à nova e crescente consciencialização da [[degradação ambiental]] global. A própria designação “permanente” foi concebida como a antítese dos modernos sistemas industriais, incluindo sistemas de produção de alimentos que, através da sua alta [[emergia]], por exemplo pela dependência dos [[combustíveis fósseis]] e produtos [[químicos]], foram se revelando instáveis, não-resilientes e poluentes (portanto insustentáveis)<ref>[http://awakenedlifeproject.org/pt/acerca/permacultura-e-sustentabilidade# O que é Permacultura?, por Laura Williams, Projeto Vida Desperta]</ref><ref>{{citar web |ultimo=Jacintho CJ |primeiro=Claudio |url=https://ipoema.org.br/o-que-e-permacultura/ |titulo=O que é permacultura? |data= |acessodata=10 de setembro de 2020 |publicado=IPOEMA - {{!}}Instituto de Permacultura}}</ref>.


Permacultura é a utilização de uma forma sistêmica de pensar e conceber princípios [[ecológico]]s que podem ser usados para projetar, criar, gerir e melhorar todos os esforços realizados por [[indivíduos]], [[famílias]] e [[comunidades]] no sentido de um futuro [[sustentável]]<ref name=":0">[https://www.hortabiologica.com/permacultura/ O que é a Permacultura, Horta Biológica]</ref>.
Permacultura é a utilização de uma forma sistêmica de pensar e conceber princípios [[ecológico]]s que podem ser usados para projetar, criar, gerir e melhorar todos os esforços realizados por [[indivíduos]], [[famílias]] e [[comunidades]] no sentido de um futuro [[sustentável]]<ref name=":0">[https://www.hortabiologica.com/permacultura/ O que é a Permacultura, Horta Biológica]</ref>.


Actualmente, é assim considerada uma [[ciência]] de âmbito [[social]] e [[ambiental]] que alia o [[conhecimento]] científico com o conhecimento [[tradicional]] e [[popular]] assegurando dessa forma a permanência do [[ser humano]] como espécie no [[planeta Terra]]<ref>[https://acientistaagricola.pt/permacultura-12-principios-fundamentais/ Introdução à permacultura: 12 princípios fundamentais, A Cientista Agrícola, 12 de Junho de 2018]</ref>.
Atualmente, é assim considerada uma [[ciência]] de âmbito [[social]] e [[ambiental]] que alia o [[conhecimento]] científico com o conhecimento [[tradicional]] e [[popular]] assegurando dessa forma a permanência do [[ser humano]] como espécie no [[planeta Terra]]<ref>[https://acientistaagricola.pt/permacultura-12-principios-fundamentais/ Introdução à permacultura: 12 princípios fundamentais, A Cientista Agrícola, 12 de Junho de 2018]</ref>.


A permacultura, além de ser um método para planejar sistemas de escala humana, proporciona uma forma sistêmica de se visualizar o mundo e as correlações entre todos os seus componentes. Serve, portanto, como meta-modelo para a prática da visão sistêmica, podendo ser aplicada em todas as situações necessárias, desde como estruturar o ''[[habitat]]'' humano até como resolver questões complexas do mundo empresarial<ref name=":0" />.
A permacultura, além de ser um método para planejar sistemas de escala humana, proporciona uma forma sistêmica de se visualizar o mundo e as correlações entre todos os seus componentes. Serve, portanto, como meta-modelo para a prática da visão sistêmica, podendo ser aplicada em todas as situações necessárias, desde como estruturar o ''[[habitat]]'' humano até como resolver questões complexas do mundo empresarial<ref name=":0" />.
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* [[Joseph Russell Smith]], com seu livro ''Three crops: A Permanent Agriculture'' (1929);
* [[Joseph Russell Smith]], com seu livro ''Three crops: A Permanent Agriculture'' (1929);
* [[Toyohiko Kagawa]], e suas teorias agroflorestais (1930);
* [[Toyohiko Kagawa]], e suas teorias agroflorestais (1930);
* [[Percival Alfred Yeomans]] e toda sua obra sobre os conceitos de Linha Chave, a partir de 1954;
* [[Percival Alfred Yeomans]] e toda sua obra sobre os conceitos de Linha Chave (a partir de 1954);
* [[Masanobu Fukuoka]], com A revolução de uma palha (1978), que resultou na [[agricultura natural]].
* [[Masanobu Fukuoka]], com A revolução de uma palha (1978), que resultou na [[agricultura natural]].


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Os princípios da Permacultura vêm da posição de Mollison<ref name=":0" /> de que {{quote2|''(...) a única decisão verdadeiramente [[ética]] é cada um tomar para si a responsabilidade de sua própria existência e da de seus filhos''|Bill Mollison}}
Os princípios da Permacultura vêm da posição de Mollison<ref name=":0" /> de que {{quote2|''(...) a única decisão verdadeiramente [[ética]] é cada um tomar para si a responsabilidade de sua própria existência e da de seus filhos''|Bill Mollison}}


Pode-se dizer que os três princípios éticos ou pilares da Permacultura na sua versão contemporânea são:
Pode-se dizer que as três éticas<ref name=":2" /><ref name=":3">{{citar web |ultimo=Holmgren |primeiro=David |url=http://library.uniteddiversity.coop/Permaculture/Fundamentos_PC_Brasil_eBook.pdf |título=Fundamentos da permacultura |data=2007 |acessodata=2018-01-21 |publicado=Holmgren design services}}</ref><ref name=":4">{{citar web |ultimo=Fazenda Experimental da Ressacada |primeiro= |url=https://fazenda.ufsc.br/descricao-fisica/areas-didaticas-experimentais/agroecologia/permacultura/o-que-e-permacultura/ |titulo=O que é permacultura |data= |acessodata=11 de setembro de 2020 |publicado=CCA/UFSC}}</ref><ref name=":5">{{citar web |ultimo= |primeiro= |url=https://permacultura.ufsc.br/o-que-e-permacultura/ |titulo=O que é permacultura |data= |acessodata=11 de setembro de 2020 |publicado=Permacultura UFSC}}</ref> ou pilares da Permacultura na sua versão contemporânea são:


* '''Cuidar da terra''': Provisão para que todos os sistemas de vida continuem e se multipliquem. Este é o primeiro princípio, porque sem uma terra saudável, os seres humanos não podem exercer suas qualidades.
* '''Cuidar da terra''': Provisão para que todos os sistemas de vida continuem e se multipliquem. Este é o primeiro princípio, porque sem uma terra saudável, os seres humanos não podem exercer suas qualidades.
* '''Cuidar das pessoas''': Provisão para que as pessoas acessem os recursos necessários para sua existência.
* '''Cuidar das pessoas''': Provisão para que as pessoas acessem os recursos necessários para sua existência.
* '''(Cuidar do Futuro''' (Dixon, 2014; Harland, 2018; WithOnePlanet, 2017) incentivando) Limites ao Crescimento e ao Consumo (Mollison, 1988) e a Partilha justa (Holmgren, 2002)<ref>[http://permacultura.ufsc.br/o-que-e-permacultura/ O que é permacultura?, por Leticia dos Santos e Marcelo Venturi, UFSC]</ref><ref>{{citar web |ultimo=Long |primeiro=Tobias |url=https://permacultura.ufsc.br/o-controverso-terceiro-principio-etico-da-permacultura/ |titulo=O controverso terceiro princípio ético da permacultura |data=6 de abril de 2017 |acessodata=10 de setembro de 2020 |publicado=World Wide Permaculture, traduzido e republicado pelo Núcleo de Permacultura da UFSC}}</ref>.
* '''Compartilhar excedentes''', inclusive conhecimentos: através dos '''limites ao consumo e do crescimento populacional<ref name=":2" />''', ou seja da '''partilha justa'''<ref name=":6" /><ref name=":5" />, também compreendido como '''cuidar do futuro'''<ref>{{citar web |ultimo=Dixon |primeiro=Milton |url=https://permacultureproductions.com/2014/01/future-care/ |titulo=Future care |data=24 de janeiro de 2014 |acessodata=11 de setembro de 2020 |publicado=Permaculture Productions LLC}}</ref><ref>{{citar web |ultimo=Harland |primeiro=Maddy |url=https://www.permaculture.co.uk/articles/redefining-third-permaculture-ethic-future-care |titulo=Future Care – redefining the third permaculture ethic |data=17 de novembro de 2017 |acessodata=11 de setembro de 2020 |publicado=Permaculture International, nº95 – Spring 2018}}</ref><ref>{{citar livro|url=https://permacultureguidebook.org/|título=PERMACULTURE Ethics and Principles|ultimo=|primeiro=|editora=WITHONEPLANET. The Tropical Permaculture Guidebook: A Gift from Timor-Leste. International. v.1.|ano=2017|local=Timor Leste|página=|páginas=|isbn=978-0-6481669-9-3|acessodata=14 de março de 2018}}</ref><ref name=":7">{{citar web |ultimo=Long |primeiro=Tobias |url=https://permacultura.ufsc.br/o-controverso-terceiro-principio-etico-da-permacultura/ |titulo=O controverso terceiro princípio ético da permacultura |data=6 de abril de 2017 |acessodata=10 de setembro de 2020 |publicado=World Wide Permaculture, traduzido e republicado pelo Núcleo de Permacultura da UFSC}}</ref>.  


''"Aclaração da grafia deste terceiro princípio ético''
=== ''Significados e polêmicas em relação à terceira ética'' ===
Há um debate sobre a polêmica em relação a esta terceira ética<ref name=":7" />. Bill Mollison<ref name=":2" /> explicava que bastaria haver a primeira ética (Cuidar da terra). Mas para evitar que as pessoas deturpassem seu significado e excluíssem os humanos dos sistemas naturais, foi importante deixar isso claro através da segunda ética (Cuidar das pessoas). Ainda assim em um sistema socioeconômico baseado na exploração de alguns humanos por outros em busca da concentração da riqueza e do acesso aos recursos necessitaria ser explicitado através de uma terceira ética. A compreensão destas três éticas de forma clara e indissociável é a base para a permacultura, independente das palavras que usemos para representá-las.


''"Esta forma de expressão e escrita do terceiro principio é uma redução do verdadeiro sentido do terceiro principio ético da Permacultura elaborado e difundido pelos seus criadores (Bill Molliso e David Holmgren), talvez com o intuito de utilizar o termo "cuidar". Mas sabemos que não é a beleza de estilo o que define a utilidade e o compromisso de um princípio. A importância do conteúdo da versão original deste princípio é que ele oferece as ferramentas para se construir uma ética do "cuidado com a terra" e do "cuidado com as pessoas". Este princípio,como originalmente escrito, orienta para as ações básicas que deverão ser feitas:''
Repartir os excedentes: Ecossistemas saudáveis utilizam a saída de cada elemento para nutrir os outros. Nós, os seres humanos, podemos fazer o mesmo, compartilhando os excedentes, inclusive os conhecimentos. Limites ao consumo: Usar apenas o necessário e reutilizar sempre o que puder, visando sempre a sustentabilidade e a redução tanto de custos, mas como também de recursos. Esses conceitos permitem a convivência e a troca de experiências com pessoas, cursos, leituras e alguns parâmetros. Com ênfase no aproveitamento e reaproveitamento máximo dos materiais, evitando a criação de lixo desnecessário. Explorar a criatividade com as condições que a natureza dispõe, fechar ciclos produtivos, diversificar recursos de fontes de recursos e cooperar ao invés de competir, agregar e não fragmentar. A permacultura não é apenas uma técnica ou muito menos um pacote. É muito mais complexo que uma simples agricultura sem agrotóxicos, mais complexo que uma agricultura ecológica, ou sustentável, ou biodinâmica ou que sistemas agroflorestais. É uma forma de viver que pode ou não envolver essas e outras técnicas. Ao mesmo tempo é muito mais simples por ser a conduta natural das coisas. Necessita apenas de uma observação sem máscaras, da natureza, sem pressa e com atenção. Sem preconceitos. Permacultura é um sistema de planejamento de ambientes humanos complexos e sustentáveis em todos seus aspectos, onde cada item desse sistema tem suas características, necessidades e funções, sendo conectados de forma consciente pelo designer<ref name=":4" />.


'''''Original terceiro principio da Permacultura: Limites ao consumo, limites ao crescimento populacional e compartilhar excedentes.'''''"
== Os princípios da Permacultura ==
Os princípios de design, ou de planejamento como também são chamados, são a base conceitual da permacultura e foram derivados da ciência da [[ecologia de sistemas]] e do estudo de exemplos pré-industriais de uso [[Sustentabilidade|sustentável]] da terra. A permacultura se baseia em várias disciplinas, incluindo [[agricultura orgânica]], [[Agrofloresta|agroflorestas]], [[agricultura integrada]], [[desenvolvimento sustentável]], [[física]], [[meteorologia]], [[sociologia]], [[antropologia]], [[bioquímica]], [[engenharia]] e [[ecologia aplicada]]<ref>{{citar web |ultimo=Holmgren |primeiro=David |url=https://holmgren.com.au/wp-content/uploads/2013/02/23_weeds_or_wild_nature.pdf |titulo=Weeds or wild nature? |data=fevereiro de 1997 |acessodata=11 de setembro de 2020 |publicado=Permaculture International Journal. Issue 61, articles 21 and 22.}}</ref>. A permacultura tem sido aplicada mais comumente ao projeto de [[habitação]] e [[paisagismo]], integrando técnicas como [[agrofloresta]] (inclua-se aqui a [[agricultura sintrópica]]), [[Bioconstrução|construção natural]] e coleta de água da chuva no contexto local e dos princípios e da teoria da permacultura.


Que trata do compartilhamento justo dos excedentes limitando o consumismo. Repartir os excedentes: Ecossistemas saudáveis utilizam a saída de cada elemento para nutrir os outros. Nós, os seres humanos, podemos fazer o mesmo, compartilhando os excedentes, inclusive os conhecimentos. Limite de consumo: Usar apenas o necessário e reutilizar sempre o que puder, visando sempre a sustentabilidade e a redução tanto de custos, mas como também de recursos.
Os 12 princípios de ''design'' da Permacultura articulados por [[David Holmgren]] em seu livro ''Permacultura Princípios e Caminhos Além da Sustentabilidade<ref name=":3" />''<ref name=":6">{{citar web|url=https://biowit.files.wordpress.com/2010/11/livreto-permacultura-1.pdf|titulo=Permacultura: Princípios e caminhos além da sustentabilidade|data=2013|acessodata=2018-01-21|publicado=Holmgren Design Services.|ultimo=Holmgren|primeiro=David}}</ref><ref name=":5" /><ref name=":8">{{citar web |ultimo=Santos |primeiro=Letícia dos |url=https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/182866/santos_2015.pdf |titulo=A permacultura como dispositivo de ressignificação do espaço geográfico |data=2 de julho de 2015 |acessodata=11 de setembro de 2020 |publicado=Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Curso de Graduação em Geografia do Departamento de Geociências. Monografia}}</ref> são:
Esses conceitos permitem a convivência e a troca de experiências com colegas, cursos, leituras e alguns parâmetros. Com ênfase no aproveitamento e reaproveitamento máximo dos materiais, evitando a criação de lixo desnecessário. Explorar a criatividade com as condições que a natureza dispõe, fechar ciclos produtivos, diversificar recursos de fontes de recursos e cooperar ao invés de competir, agregar e não fragmentar .A permacultura não é apenas uma técnica ou muito menos um pacote. É muito mais complexo que uma simples agricultura sem agrotóxicos, mais complexo que uma agricultura ecológica, ou sustentável, ou biodinâmica ou que sistemas agroflorestais. É uma forma de viver que pode ou não envolver essas e outras técnicas. Ao mesmo tempo é muito mais simples por ser a conduta natural das coisas. Necessita apenas de uma observação sem máscaras, da natureza, sem pressa e com atenção. Sem preconceitos. Permacultura é um sistema de planejamento de ambientes humanos complexos e sustentáveis em todos seus aspectos, onde cada item desse sistema tem suas características, necessidades e funções, sendo conectados de forma consciente pelo designer.<ref>{{citar livro|título=Os princípios éticos e de planejamento da permacultura|ultimo=Santos|primeiro=Leticia|editora=UFSC|ano=2015|local=Santa Catarina|acessodata=2018-01-21}}</ref>


== Os princípios da Permacultura ==
#'''''Observe e interaja''''': Alocando tempo para engajar-nos com a natureza, podemos desenhar soluções adequadas à nossa situação particular.
Os 12 princípios de ''design'' da Permacultura articulados por [[David Holmgren]] em seu livro ''Permacultura Princípios e Caminhos Além da Sustentabilidade''<ref>{{citar web|url=https://biowit.files.wordpress.com/2010/11/livreto-permacultura-1.pdf|titulo=Permacultura: Princípios e caminhos além da sustentabilidade|data=2013|acessodata=2018-01-21|publicado=Holmgren Design Services.|ultimo=Holmgren|primeiro=David}}</ref><ref>{{citar web|url=http://library.uniteddiversity.coop/Permaculture/Fundamentos_PC_Brasil_eBook.pdf|título=Fundamentos da permacultura|data=2007|acessodata=2018-01-21|publicado=Holmgren design services|ultimo=Holmgren|primeiro=David}}</ref>
#'''''Capte e armazene energia''''': Desenvolvendo sistemas que coletem recursos que estejam no pico de abundância, podemos utilizá-los quando houver necessidade.
#'''''Obtenha rendimento''''': Assegure-se de que esteja obtendo recompensas verdadeiramente úteis como parte do trabalho que você está fazendo.
#'''''Pratique auto-regulação e aceite retornos''''': Precisamos desencorajar atividades inapropriadas para garantir que os sistemas continuem funcionando bem.
#'''''Utilize e valorize recursos e serviços [[Recurso natural renovável|renováveis]]''''': Faça o melhor uso da abundância da natureza para reduzir nosso comportamento consumista e nossa dependência de [[recursos não-renováveis|recursos não renováveis]].
#'''''Evite o desperdício''''': Valorizando e fazendo uso de todos os recursos que estão disponíveis para nós, nada será desperdiçado.
#'''''Projete dos padrões aos detalhes''''': Dando um passo atrás, podemos observar padrões na natureza e na sociedade. Estes padrões podem formar a espinha dorsal de nossos projetos, com os detalhes sendo preenchidos conforme avançamos.
#'''''Integrar ao invés de [[Segregação|segregar]]''''': Colocando as coisas certas no local certo, fazemos com que as relações entre uma e outra se desenvolvam e elas passam a trabalhar juntas para ajudar uma à outra.
#'''''Utilize soluções pequenas e lentas''''': Sistemas pequenos e lentos são mais fáceis de manter do que sistemas grandes, fazendo uso mais adequado de recursos locais e produzindo resultados mais sustentáveis.
#'''''Utilize e valorize a diversidade''''': A diversidade reduz a vulnerabilidade à uma variedade de ameaças e tira vantagem da natureza única do ambiente na qual reside.
#'''''Utilize bordas e valorize elementos marginais''''': A interface entre as coisas é onde os eventos mais interessantes ocorrem. É onde frequentemente estão os elementos mais valiosos, diversificados e produtivos de um sistema.
#'''''Utilize e responda criativamente às mudanças''''': Podemos ter um impacto positivo nas mudanças inevitáveis se as observarmos com atenção e intervirmos no momento certo.
 
== Método de planejamento ==
O design da permacultura enfatiza os padrões de paisagens, funções e conjuntos de espécies. Ele determina onde esses elementos devem ser colocados para que possam fornecer o máximo benefício ao meio ambiente local. A permacultura maximiza as conexões úteis entre os componentes e a sinergia do design final. O foco da permacultura, portanto, não está em cada elemento separado, mas sim nas relações criadas entre os elementos pela maneira como são colocados juntos; o todo se torna maior do que a soma de suas partes. O design da permacultura, portanto, busca minimizar o desperdício, o trabalho humano e a entrada de energia pelos sistemas de construção e maximiza os benefícios entre os elementos do design para alcançar um alto nível de sinergia. Projetos de permacultura evoluem ao longo do tempo levando em consideração essas relações e elementos e podem evoluir para sistemas extremamente complexos que produzem uma alta densidade de alimentos e materiais com um mínimo de entrada<ref>{{citar web |ultimo= |primeiro= |url=https://web.archive.org/web/20111027105804/http://www.edibleforestgardens.com/ |titulo=Edible Forest Gardens |data=1 de novembro de 2011 |acessodata=5 de abril de 2012 |publicado=}}</ref>.
 
No planejamento permacultural precisamos considerar o '''contexto, o conceito e o conteúdo'''<ref name=":9">{{citar web |ultimo=Maringoni |primeiro=Suzana |url=https://yvypora.wordpress.com/2020/02/25/contexto-conceito-conteudo/ |titulo=Contexto – Conceito – Conteúdo – Yvy Porã |data=25 de fevereiro de 2020 |acessodata=11 de setembro de 2020 |publicado=Yvyporã Permacultura}}</ref><ref name=":10">{{citar web |ultimo=Venturi |primeiro=Marcelo |url=http://tede.ufsc.br/teses/PGCN0748-T.pdf |titulo=A influência da permacultura em unidades de novos rurais |data=1 de junho de 2020 |acessodata=11 de setembro de 2020 |publicado=Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Geografia. Tese (Doutorado)}}</ref>, nesta ordem. Considerando assim o '''contexto''' de cada lugar, são estudados os '''conceitos''' a serem trabalhados e definidos como base do planejamento, a partir dos quais são determinados os '''conteúdos''', ou seja, a forma, o elemento final a ser utilizado, que consiste em técnica, estrutural ou viva (cultural no sentido de criação ou cultivo), a ser utilizada. Em espaços que não são planejados por permacultores, é comum observarmos uma inversão deste método: as pessoas definem suas escolhas a partir da técnica de interesse, sem se importar previamente com o contexto, o que pode resultar num gasto de energias desnecessário e numa menor eficiência no resultado final esperado<ref name=":10" />.


# ''Observe e interaja'': Alocando tempo para engajar-nos com a natureza, podemos desenhar soluções adequadas à nossa situação particular.
=== Leitura da paisagem - Contextualizando o planejamento ===
# ''Capte e armazene energia'': Desenvolvendo sistemas que coletem recursos que estejam no pico de abundância, podemos utilizá-los quando houver necessidade.
Dentro da fase de '''contexto''', ao se entrar em contato com o espaço a ser planejado permaculturalmente, uma das primeiras etapas, juntamente ou após o estudo de mapas e informações do terreno, é a realização da leitura da paisagem.
# ''Obtenha rendimento'': Assegure-se de que esteja obtendo recompensas verdadeiramente úteis como parte do trabalho que você está fazendo.
# ''Pratique auto-regulação e aceite retornos'': Precisamos desencorajar atividades inapropriadas para garantir que os sistemas continuem funcionando bem.
# ''Utilize e valorize recursos e serviços [[Recurso natural renovável|renováveis]]'': Faça o melhor uso da abundância da natureza para reduzir nosso comportamento consumista e nossa dependência de [[recursos não-renováveis|recursos não renováveis]].
# ''Evite o desperdício'': Valorizando e fazendo uso de todos os recursos que estão disponíveis para nós, nada será desperdiçado.
# ''Projete dos padrões aos detalhes'': Dando um passo atrás, podemos observar padrões na natureza e na sociedade. Estes padrões podem formar a espinha dorsal de nossos projetos, com os detalhes sendo preenchidos conforme avançamos.
# ''Integrar ao invés de [[Segregação|segregar]]'': Colocando as coisas certas no local certo, fazemos com que as relações entre uma e outra se desenvolvam e elas passam a trabalhar juntas para ajudar uma à outra.
# ''Utilize soluções pequenas e lentas'': Sistemas pequenos e lentos são mais fáceis de manter do que sistemas grandes, fazendo uso mais adequado de recursos locais e produzindo resultados mais sustentáveis.
# ''Utilize e valorize a diversidade'': A diversidade reduz a vulnerabilidade à uma variedade de ameaças e tira vantagem da natureza única do ambiente na qual reside.
# ''Utilize bordas e valorize elementos marginais'': A interface entre as coisas é onde os eventos mais interessantes ocorrem. É onde frequentemente estão os elementos mais valiosos, diversificados e produtivos de um sistema.
# ''Utilize e responda criativamente às mudanças'': Podemos ter um impacto positivo nas mudanças inevitáveis se as observarmos com atenção e intervirmos no momento certo.


== Método de planejamento ==
=== Setores ===
Leitura da paisagem
Após a leitura inicial da paisagem, define-se uma setorização do local. Os '''setores''', ou a '''setorização na permacultura''', é a fase do planejamento em que, através de uma leitura da paisagem, são observadas as características físicas que interferem diretamente no planejamento e que independem da vontade dos moradores. Como exemplo de setores, temos a posição e o tempo de insolação nas diferentes estações do ano, o regime de ventos e chuvas, a presença de características do relevo como a curva-chave, as condições de perda e deposição de sedimentos e outras que causem sombreamento ou canalizem ventos e volumes de água, a identificação de lugares e épocas secas e úmidas, a presença de ruídos e riscos diversos, como enchentes, incêndios, poluição (física, química, sonora, visual, biótica), os tipos de solos, os percursos de animais, etc. Após a setorização, a próxima etapa de planejamento é o zoneamento<ref name=":2" /><ref name=":8" /><ref name=":10" />.


Setores
=== Zonas - Definindo os conceitos a serem adotados ===
Após a contextualização, quando é feita a leitura da paisagem, são então definidos os '''conceitos''' que cabem naquela realidade<ref name=":9" /><ref name=":10" />. Para definirmos cada conceito, é realizado na permacultura um zoneamento, ou seja: no planejamento permacultural, a organização do espaço se dá através de zonas energéticas (de 0 a 5). Este zoneamento estabelece que os elementos (que são as culturas ou técnicas que preferencialmente devem atender a várias funções) devem estar presentes em cada zona de acordo com a demanda de trabalho que este elemento requer, o que facilita o planejamento do espaço<ref name=":8" /><ref name=":10" />.


Zonas
Portanto, por exemplo, a '''zona zero''' é a casa, ou o centro de demanda de trabalho cotidiano. Em seguida, baseado no contexto, se define o local de uma possível '''zona um''', que seria o local de produção intensiva de alimentos, culturas de ciclos curtos e/ou que requerem maior atenção diária, como pequenos animais, hortas e quintais. A '''zona dois''' seria um local de produção com uma demanda um pouco menor de trabalho, requerendo atenção ou manejo, por exemplo, algumas vezes por semana. Aqui se encaixariam pequenos pomares ou animais maiores, em pequena quantidade a fim de atender a família. A '''zona três''' seria um local de produção intensiva mas em grande escala, que requer menor frequência no cuidado, como as lavouras, as criações de grandes animais ou os sistemas agroflorestais mais intensivos. A '''zona quatro''' é um local de culturas perenes ou extensivas, que requerem muito pouco manejo. Aqui, por exemplo, encaixam-se as silviculturas, os sistemas agroflorestais de manejo eventual ou o enriquecimento de florestas nativas para consumo. Enfim, a '''zona cinco''' é a que não requer nenhum manejo, por ser composta por áreas naturais ou regeneradas e florestas nativas, que servirão de inspiração para o permacultor de como funciona a natureza nesse lugar<ref name=":2" /><ref name=":8" /><ref name=":10" />.


Elementos
=== Elementos - Quais conteúdos cabem aqui? ===
Finalizada a definição do zoneamento do espaço, segue-se a delineação do '''conteúdo''': quais '''técnicas''' ou '''culturas''' (animais ou cultivos - vegetais, fungos e bactérias) deverão ocupar cada espaço e como isso será feito<ref name=":9" /><ref name=":10" />. Cada item destes é denominado na permacultura por '''elemento'''. Cada elemento necessita ser avaliado por suas '''características''', '''necessidades''' e se cumpre as '''funções''' para as quais foi escolhido. É de suma importância que cada elemento tenha suas demandas atendidas por outros, no mínimo dois, elementos locais, fechando ciclos e estabelecendo '''conexões''' na rede de utilidades do espaço planejado. Também, que cada elemento tente atender, '''pelo menos''', a '''três funções'''. Isso garante a redução de custos com técnicas que podem ser supridas por outras já existentes<ref name=":2" /><ref name=":10" />. Exemplos de elementos podem ser as técnicas citadas no item anterior e outras como veremos abaixo.


== Teorias ==
== Teorias ==
Camadas
A Flor da Permacultura
 
Camadas ou estratos das florestas como inspiração para os cultivos


Conceitos de guildas
Conceitos de guildas


Efeitos de borda
Efeitos de borda
A Flor da Permacultura


Direitos sobre a palavra Permacultura
Direitos sobre a palavra Permacultura


== Exemplos de práticas comuns na Permacultura ==
== Exemplos de práticas comuns na Permacultura ==
A permacultura não tem técnicas próprias além do método de planejamento, mas baseadas em sua ética e nos 12 princípios de planejamento, ela adota diversas tecnologias tradicionais ou modernas que são utilizadas pelos múltiplos povos em seus contextos. A técnica é o conteúdo a ser aplicado de acordo com a demanda e com as características de cada contexto, a ser lido e interpretado pelo permacultor e pelas pessoas que ali vivem. Seguem alguns exemplos de técnicas comumente usadas por permacultores:
A permacultura não tem técnicas próprias além do método de planejamento, mas baseadas em sua ética e nos 12 princípios de planejamento, ela adota diversas tecnologias tradicionais ou modernas que são utilizadas pelos múltiplos povos em seus contextos<ref name=":9" />. A técnica é o conteúdo a ser aplicado de acordo com a demanda e com as características de cada contexto, a ser lido e interpretado pelo permacultor e pelas pessoas que ali vivem. Seguem alguns exemplos de elementos, ou seja, técnicas comumente usadas por permacultores:


=== Sistemas Agroflorestais ===
=== Sistemas Agroflorestais ===

Edição das 17h01min de 11 de setembro de 2020

Mandala da permacultura.

A permacultura que significa “cultura permanente”[1], é um sistema de planejamento de ambientes humanos sustentáveis que se utiliza de práticas agrícolas e sociais cujo planeamento do seu design é centrado em simular ou utilizar diretamente os padrões e características observados em ecossistemas naturais e foi sistematizada para dar resposta à nova e crescente consciencialização da degradação ambiental global. A própria designação “permanente” foi concebida como a antítese dos modernos sistemas industriais, incluindo sistemas de produção de alimentos que, através da sua alta emergia, por exemplo pela dependência dos combustíveis fósseis e produtos químicos, foram se revelando instáveis, não-resilientes e poluentes (portanto insustentáveis)[2][3].

Permacultura é a utilização de uma forma sistêmica de pensar e conceber princípios ecológicos que podem ser usados para projetar, criar, gerir e melhorar todos os esforços realizados por indivíduos, famílias e comunidades no sentido de um futuro sustentável[4].

Atualmente, é assim considerada uma ciência de âmbito social e ambiental que alia o conhecimento científico com o conhecimento tradicional e popular assegurando dessa forma a permanência do ser humano como espécie no planeta Terra[5].

A permacultura, além de ser um método para planejar sistemas de escala humana, proporciona uma forma sistêmica de se visualizar o mundo e as correlações entre todos os seus componentes. Serve, portanto, como meta-modelo para a prática da visão sistêmica, podendo ser aplicada em todas as situações necessárias, desde como estruturar o habitat humano até como resolver questões complexas do mundo empresarial[4].

Não está limitada a design sustentável, também incluindo engenharia ecológica, arquitetura bioclimática, construção. Também inclui gerenciamento integrado de recursos hídricos que desenvolve arquitetura sustentável e sistemas de habitat e agricultura regenerativos e auto-mantidos modelados a partir de ecossistemas naturais[6][7].

No fim, é uma filosofia e uma abordagem idealista que dá ênfase ao uso do solo agrícola que interliga clima, plantas, animais, ciclos de nutrientes, solo, gestão da água e necessidades humanas[8] num ambiente produtivo e criativo com estética, ética e harmonia, de acordo com os princípios básicos da natureza[4].

História

A permacultura tem na sua relação com a atividade agrícola uma síntese das práticas tradicionais com ideias inovadoras, unindo o conhecimento secular às descobertas da ciência moderna, proporcionando o desenvolvimento integrado da propriedade rural de forma viável e segura para o agricultor familiar. E, neste ponto, encontra paralelos com a Agricultura Natural que, sendo difundida intencionalmente pelas pesquisas do japonês Masanobu Fukuoka por todo o mundo, chegaram às mãos dos fundadores da permacultura e foram por eles desenvolvidas[4].

O termo permacultura conhece a sua origem com os ecologistas australianos David Holmgren, então um estudante de pós-graduação, e Bill Mollison, inicialmente seu professor, na década de 1970, baseando-se no modo de vida integrado à natureza das comunidades aborígines tradicionais da Austrália,[9] que depois o desenvolveram e tem inspirado diversos movimentos sociais na direção de vidas mais socialmente justas e ecologicamente saudáveis, como é o caso das Cidades em Transição iniciado pelo permacultor Rob Hopkins[8].

Mais tarde, nos anos 80, para ensinarem a ética, princípios e fundamentos da permacultura, os seus fundadores vêm a desenvolver e a estabelecer cursos, com 72 horas. designados por PDC (sigla para o título em inglês "Permaculture Design Certificate course" ou seja, curso Certificado de Design em Permacultura ou também traduzido como Curso de Planejamento em Permacultura)[10][11].

Influências

Nos diferentes livros escritos pelos criadores do conceito de permacultura, David Holmgren e Bill Mollison, são apresentados os principais autores e conceitos que inspiram a permacultura[12][13] em seus princípios:

A ética da Permacultura

Os princípios da Permacultura vêm da posição de Mollison[4] de que

Pode-se dizer que as três éticas[1][14][15][16] ou pilares da Permacultura na sua versão contemporânea são:

  • Cuidar da terra: Provisão para que todos os sistemas de vida continuem e se multipliquem. Este é o primeiro princípio, porque sem uma terra saudável, os seres humanos não podem exercer suas qualidades.
  • Cuidar das pessoas: Provisão para que as pessoas acessem os recursos necessários para sua existência.
  • Compartilhar excedentes, inclusive conhecimentos: através dos limites ao consumo e do crescimento populacional[1], ou seja da partilha justa[17][16], também compreendido como cuidar do futuro[18][19][20][21].

Significados e polêmicas em relação à terceira ética

Há um debate sobre a polêmica em relação a esta terceira ética[21]. Bill Mollison[1] explicava que bastaria haver a primeira ética (Cuidar da terra). Mas para evitar que as pessoas deturpassem seu significado e excluíssem os humanos dos sistemas naturais, foi importante deixar isso claro através da segunda ética (Cuidar das pessoas). Ainda assim em um sistema socioeconômico baseado na exploração de alguns humanos por outros em busca da concentração da riqueza e do acesso aos recursos necessitaria ser explicitado através de uma terceira ética. A compreensão destas três éticas de forma clara e indissociável é a base para a permacultura, independente das palavras que usemos para representá-las.

Repartir os excedentes: Ecossistemas saudáveis utilizam a saída de cada elemento para nutrir os outros. Nós, os seres humanos, podemos fazer o mesmo, compartilhando os excedentes, inclusive os conhecimentos. Limites ao consumo: Usar apenas o necessário e reutilizar sempre o que puder, visando sempre a sustentabilidade e a redução tanto de custos, mas como também de recursos. Esses conceitos permitem a convivência e a troca de experiências com pessoas, cursos, leituras e alguns parâmetros. Com ênfase no aproveitamento e reaproveitamento máximo dos materiais, evitando a criação de lixo desnecessário. Explorar a criatividade com as condições que a natureza dispõe, fechar ciclos produtivos, diversificar recursos de fontes de recursos e cooperar ao invés de competir, agregar e não fragmentar. A permacultura não é apenas uma técnica ou muito menos um pacote. É muito mais complexo que uma simples agricultura sem agrotóxicos, mais complexo que uma agricultura ecológica, ou sustentável, ou biodinâmica ou que sistemas agroflorestais. É uma forma de viver que pode ou não envolver essas e outras técnicas. Ao mesmo tempo é muito mais simples por ser a conduta natural das coisas. Necessita apenas de uma observação sem máscaras, da natureza, sem pressa e com atenção. Sem preconceitos. Permacultura é um sistema de planejamento de ambientes humanos complexos e sustentáveis em todos seus aspectos, onde cada item desse sistema tem suas características, necessidades e funções, sendo conectados de forma consciente pelo designer[15].

Os princípios da Permacultura

Os princípios de design, ou de planejamento como também são chamados, são a base conceitual da permacultura e foram derivados da ciência da ecologia de sistemas e do estudo de exemplos pré-industriais de uso sustentável da terra. A permacultura se baseia em várias disciplinas, incluindo agricultura orgânica, agroflorestas, agricultura integrada, desenvolvimento sustentável, física, meteorologia, sociologia, antropologia, bioquímica, engenharia e ecologia aplicada[22]. A permacultura tem sido aplicada mais comumente ao projeto de habitação e paisagismo, integrando técnicas como agrofloresta (inclua-se aqui a agricultura sintrópica), construção natural e coleta de água da chuva no contexto local e dos princípios e da teoria da permacultura.

Os 12 princípios de design da Permacultura articulados por David Holmgren em seu livro Permacultura Princípios e Caminhos Além da Sustentabilidade[14][17][16][23] são:

  1. Observe e interaja: Alocando tempo para engajar-nos com a natureza, podemos desenhar soluções adequadas à nossa situação particular.
  2. Capte e armazene energia: Desenvolvendo sistemas que coletem recursos que estejam no pico de abundância, podemos utilizá-los quando houver necessidade.
  3. Obtenha rendimento: Assegure-se de que esteja obtendo recompensas verdadeiramente úteis como parte do trabalho que você está fazendo.
  4. Pratique auto-regulação e aceite retornos: Precisamos desencorajar atividades inapropriadas para garantir que os sistemas continuem funcionando bem.
  5. Utilize e valorize recursos e serviços renováveis: Faça o melhor uso da abundância da natureza para reduzir nosso comportamento consumista e nossa dependência de recursos não renováveis.
  6. Evite o desperdício: Valorizando e fazendo uso de todos os recursos que estão disponíveis para nós, nada será desperdiçado.
  7. Projete dos padrões aos detalhes: Dando um passo atrás, podemos observar padrões na natureza e na sociedade. Estes padrões podem formar a espinha dorsal de nossos projetos, com os detalhes sendo preenchidos conforme avançamos.
  8. Integrar ao invés de segregar: Colocando as coisas certas no local certo, fazemos com que as relações entre uma e outra se desenvolvam e elas passam a trabalhar juntas para ajudar uma à outra.
  9. Utilize soluções pequenas e lentas: Sistemas pequenos e lentos são mais fáceis de manter do que sistemas grandes, fazendo uso mais adequado de recursos locais e produzindo resultados mais sustentáveis.
  10. Utilize e valorize a diversidade: A diversidade reduz a vulnerabilidade à uma variedade de ameaças e tira vantagem da natureza única do ambiente na qual reside.
  11. Utilize bordas e valorize elementos marginais: A interface entre as coisas é onde os eventos mais interessantes ocorrem. É onde frequentemente estão os elementos mais valiosos, diversificados e produtivos de um sistema.
  12. Utilize e responda criativamente às mudanças: Podemos ter um impacto positivo nas mudanças inevitáveis se as observarmos com atenção e intervirmos no momento certo.

Método de planejamento

O design da permacultura enfatiza os padrões de paisagens, funções e conjuntos de espécies. Ele determina onde esses elementos devem ser colocados para que possam fornecer o máximo benefício ao meio ambiente local. A permacultura maximiza as conexões úteis entre os componentes e a sinergia do design final. O foco da permacultura, portanto, não está em cada elemento separado, mas sim nas relações criadas entre os elementos pela maneira como são colocados juntos; o todo se torna maior do que a soma de suas partes. O design da permacultura, portanto, busca minimizar o desperdício, o trabalho humano e a entrada de energia pelos sistemas de construção e maximiza os benefícios entre os elementos do design para alcançar um alto nível de sinergia. Projetos de permacultura evoluem ao longo do tempo levando em consideração essas relações e elementos e podem evoluir para sistemas extremamente complexos que produzem uma alta densidade de alimentos e materiais com um mínimo de entrada[24].

No planejamento permacultural precisamos considerar o contexto, o conceito e o conteúdo[25][26], nesta ordem. Considerando assim o contexto de cada lugar, são estudados os conceitos a serem trabalhados e definidos como base do planejamento, a partir dos quais são determinados os conteúdos, ou seja, a forma, o elemento final a ser utilizado, que consiste em técnica, estrutural ou viva (cultural no sentido de criação ou cultivo), a ser utilizada. Em espaços que não são planejados por permacultores, é comum observarmos uma inversão deste método: as pessoas definem suas escolhas a partir da técnica de interesse, sem se importar previamente com o contexto, o que pode resultar num gasto de energias desnecessário e numa menor eficiência no resultado final esperado[26].

Leitura da paisagem - Contextualizando o planejamento

Dentro da fase de contexto, ao se entrar em contato com o espaço a ser planejado permaculturalmente, uma das primeiras etapas, juntamente ou após o estudo de mapas e informações do terreno, é a realização da leitura da paisagem.

Setores

Após a leitura inicial da paisagem, define-se uma setorização do local. Os setores, ou a setorização na permacultura, é a fase do planejamento em que, através de uma leitura da paisagem, são observadas as características físicas que interferem diretamente no planejamento e que independem da vontade dos moradores. Como exemplo de setores, temos a posição e o tempo de insolação nas diferentes estações do ano, o regime de ventos e chuvas, a presença de características do relevo como a curva-chave, as condições de perda e deposição de sedimentos e outras que causem sombreamento ou canalizem ventos e volumes de água, a identificação de lugares e épocas secas e úmidas, a presença de ruídos e riscos diversos, como enchentes, incêndios, poluição (física, química, sonora, visual, biótica), os tipos de solos, os percursos de animais, etc. Após a setorização, a próxima etapa de planejamento é o zoneamento[1][23][26].

Zonas - Definindo os conceitos a serem adotados

Após a contextualização, quando é feita a leitura da paisagem, são então definidos os conceitos que cabem naquela realidade[25][26]. Para definirmos cada conceito, é realizado na permacultura um zoneamento, ou seja: no planejamento permacultural, a organização do espaço se dá através de zonas energéticas (de 0 a 5). Este zoneamento estabelece que os elementos (que são as culturas ou técnicas que preferencialmente devem atender a várias funções) devem estar presentes em cada zona de acordo com a demanda de trabalho que este elemento requer, o que facilita o planejamento do espaço[23][26].

Portanto, por exemplo, a zona zero é a casa, ou o centro de demanda de trabalho cotidiano. Em seguida, baseado no contexto, se define o local de uma possível zona um, que seria o local de produção intensiva de alimentos, culturas de ciclos curtos e/ou que requerem maior atenção diária, como pequenos animais, hortas e quintais. A zona dois seria um local de produção com uma demanda um pouco menor de trabalho, requerendo atenção ou manejo, por exemplo, algumas vezes por semana. Aqui se encaixariam pequenos pomares ou animais maiores, em pequena quantidade a fim de atender a família. A zona três seria um local de produção intensiva mas em grande escala, que requer menor frequência no cuidado, como as lavouras, as criações de grandes animais ou os sistemas agroflorestais mais intensivos. A zona quatro é um local de culturas perenes ou extensivas, que requerem muito pouco manejo. Aqui, por exemplo, encaixam-se as silviculturas, os sistemas agroflorestais de manejo eventual ou o enriquecimento de florestas nativas para consumo. Enfim, a zona cinco é a que não requer nenhum manejo, por ser composta por áreas naturais ou regeneradas e florestas nativas, que servirão de inspiração para o permacultor de como funciona a natureza nesse lugar[1][23][26].

Elementos - Quais conteúdos cabem aqui?

Finalizada a definição do zoneamento do espaço, segue-se a delineação do conteúdo: quais técnicas ou culturas (animais ou cultivos - vegetais, fungos e bactérias) deverão ocupar cada espaço e como isso será feito[25][26]. Cada item destes é denominado na permacultura por elemento. Cada elemento necessita ser avaliado por suas características, necessidades e se cumpre as funções para as quais foi escolhido. É de suma importância que cada elemento tenha suas demandas atendidas por outros, no mínimo dois, elementos locais, fechando ciclos e estabelecendo conexões na rede de utilidades do espaço planejado. Também, que cada elemento tente atender, pelo menos, a três funções. Isso garante a redução de custos com técnicas que podem ser supridas por outras já existentes[1][26]. Exemplos de elementos podem ser as técnicas citadas no item anterior e outras como veremos abaixo.

Teorias

A Flor da Permacultura

Camadas ou estratos das florestas como inspiração para os cultivos

Conceitos de guildas

Efeitos de borda

Direitos sobre a palavra Permacultura

Exemplos de práticas comuns na Permacultura

A permacultura não tem técnicas próprias além do método de planejamento, mas baseadas em sua ética e nos 12 princípios de planejamento, ela adota diversas tecnologias tradicionais ou modernas que são utilizadas pelos múltiplos povos em seus contextos[25]. A técnica é o conteúdo a ser aplicado de acordo com a demanda e com as características de cada contexto, a ser lido e interpretado pelo permacultor e pelas pessoas que ali vivem. Seguem alguns exemplos de elementos, ou seja, técnicas comumente usadas por permacultores:

Sistemas Agroflorestais

Forma de produção de alimentos e fibras que se inspira nas estruturas das florestas e consorcia árvores com outras formas de vida, imitando os estratos e as sucessões florestais. Ver também Agrofloresta, Agricultura Sintrópica e Agricultura regenerativa.

Pastoreio Racional

Sistema de criação animal que divide o espaço em piquetes reduzindo o tempo dos animais e aumentando a densidade, a fim de permitir com uma maior carga instantânea da quantidade de animais uma adubação e consumo mais homogêneos da pastagem, possibilitando uma regeneração natural da vegetação pelo tempo de descanso do pasto, assim reduzindo pragas e patógenos. Ver também Pastoreio Racional Voisin.

Canteiro Redondo

Partindo da ideia de um círculo, e dos padrões derivados deste, como os lóbulos e as espirais, ou a disposição destes em mandalas, os permacultores criaram várias formas de canteiros produtivos, viabilizando uma excelente produtividade e facilitando o manuseio dia a dia. Um desses modelos redondo e inovadores é o canteiro fechadura.[27]

O canteiro fechadura é um semicírculo na volta de um ponto, e tem como vantagens desse formado:

  • O círculo oferece a maior área interna útil em relação ao menor perímetro, facilitando assim o trabalho diário do jardineiro em combate as plantas invasoras
  • O círculo com buracos de fechadura permitem com que tenham um mínimo espaço não produtivo, possibilitando que seja um trabalho em uma área circular, onde você não retorna pelo mesmo lugar, onde há um economia de gasto energético
  • São canteiro simples e de instalação barata, economicamente viável para irrigar, pois área circular permite um melhor aproveitamento da água de irrigação.

Horta mandala

É um modelo de sistema de produção sustentável, onde visa uma produção diversificada e concentrada de alimentos visando como benefícios a otimização de pequenos espaços com a maximização das bordas, onde geralmente são desprezadas nos demais modelos.[28] Além disso:

  • Vários micro-climas em um mesmo canteiro
  • Possibilitando um maior harmonia na área, devido o uso de cultivo diversificado
  • Pelo formato em circulo, possibilita uma maximização do uso da água de irrigação

Minhocário

O minhocário é uma alternativa muito importante para produtores de hortaliças, além de ser uma técnica simples de construir, não há necessidade do uso de materiais especias. O minhocário tem como finalidade a produção de húmus, e sua utilização na propriedade vai de acordo com a necessidade do produtor.[29]

Construções naturais e autoconstrução

Bioarquitetura e bioconstruções

Banheiro seco: (Reutilização de fezes e urina humana como fertilizante)

O banheiro seco é um alternativa de banheiro ecológico, onde visa diminuição do uso de água, e o tratamento das fezes humanas. É uma construção diferente do banheiro convencional, não tem uso de água, e as fezes são feitas em locais diferente da urina. Construção deve ser feita em um local onde haja uma declividade, pois é necessário uma diferença de altura do local que você faz até o local onde você armazena os resíduos . Os resíduos são armazenados em locais sem contato com ambiente externo, e utiliza o processo de compostagem para sanitizar os dejetos humanos. Assim possibilitando que você possa reutilizar o material tratado como fertilizante para algumas plantas, mas com exceção algumas culturas que não são recomendada o uso. Além disso, tem como vantagens:[30]

  • Economia de água
  • Fonte de fertilizante
  • Fácil construção

Captação de água da chuva

Água: captação, armazenamento, filtragem/purificação e utilização

Tem também

Ver também

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 MOLLISON, Bill (1988). Permaculture: a designer´s manual. Tyalgum, Austrália: Tagari Publication 
  2. O que é Permacultura?, por Laura Williams, Projeto Vida Desperta
  3. Jacintho CJ, Claudio. «O que é permacultura?». IPOEMA - |Instituto de Permacultura. Consultado em 10 de setembro de 2020 
  4. 4,0 4,1 4,2 4,3 4,4 O que é a Permacultura, Horta Biológica
  5. Introdução à permacultura: 12 princípios fundamentais, A Cientista Agrícola, 12 de Junho de 2018
  6. Hemenway, Toby (19 de maio de 2009). Gaia's Garden: A Guide to Home-Scale Permaculture, 2nd Edition (em English). [S.l.]: Chelsea Green Publishing. ISBN 9781603582230 
  7. The Basics of Permaculture Design=. [S.l.: s.n.] 
  8. 8,0 8,1 Curso de Planeamento em Permacultura, Universidade Católica Portuguesa, Porto, 2019
  9. «Permear — Rede de Permacultores». www.permear.org.br. Consultado em 11 de julho de 2013. Arquivado do original em 21 de outubro de 2013 
  10. O que é um curso de design de permacultura? (PDC), Permaculture Institute Asia
  11. PDC SYLLABUS, UPISF
  12. «Linha do tempo da Permacultura - Histórias no mundo e no Brasil». Núcleo de Permacultura da UFSC - NEPerma UFSC 
  13. NEPerma UFSC (11 de junho de 2020). «Sessão ao vivo "Histórias: as permaculturas ao longo do tempo"». Núcleo de Permacultura da UFSC. Consultado em 10 de setembro de 2020 
  14. 14,0 14,1 Holmgren, David (2007). «Fundamentos da permacultura» (PDF). Holmgren design services. Consultado em 21 de janeiro de 2018 
  15. 15,0 15,1 Fazenda Experimental da Ressacada. «O que é permacultura». CCA/UFSC. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  16. 16,0 16,1 16,2 «O que é permacultura». Permacultura UFSC. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  17. 17,0 17,1 Holmgren, David (2013). «Permacultura: Princípios e caminhos além da sustentabilidade» (PDF). Holmgren Design Services. Consultado em 21 de janeiro de 2018 
  18. Dixon, Milton (24 de janeiro de 2014). «Future care». Permaculture Productions LLC. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  19. Harland, Maddy (17 de novembro de 2017). «Future Care – redefining the third permaculture ethic». Permaculture International, nº95 – Spring 2018. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  20. PERMACULTURE Ethics and Principles. Timor Leste: WITHONEPLANET. The Tropical Permaculture Guidebook: A Gift from Timor-Leste. International. v.1. 2017. ISBN 978-0-6481669-9-3. Consultado em 14 de março de 2018 
  21. 21,0 21,1 Long, Tobias (6 de abril de 2017). «O controverso terceiro princípio ético da permacultura». World Wide Permaculture, traduzido e republicado pelo Núcleo de Permacultura da UFSC. Consultado em 10 de setembro de 2020 
  22. Holmgren, David (fevereiro de 1997). «Weeds or wild nature?» (PDF). Permaculture International Journal. Issue 61, articles 21 and 22. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  23. 23,0 23,1 23,2 23,3 Santos, Letícia dos (2 de julho de 2015). «A permacultura como dispositivo de ressignificação do espaço geográfico» (PDF). Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Curso de Graduação em Geografia do Departamento de Geociências. Monografia. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  24. «Edible Forest Gardens». 1 de novembro de 2011. Consultado em 5 de abril de 2012 
  25. 25,0 25,1 25,2 25,3 Maringoni, Suzana (25 de fevereiro de 2020). «Contexto – Conceito – Conteúdo – Yvy Porã». Yvyporã Permacultura. Consultado em 11 de setembro de 2020 
  26. 26,0 26,1 26,2 26,3 26,4 26,5 26,6 26,7 Venturi, Marcelo (1 de junho de 2020). «A influência da permacultura em unidades de novos rurais» (PDF). Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Geografia. Tese (Doutorado). Consultado em 11 de setembro de 2020 
  27. Marcos, Valeria de (1 de dezembro de 2007). «Agroecologia e campesinato: uma nova lógica para a agricultura do futuro». Agrária (São Paulo. Online) (em português). 0 (7): 182–210. ISSN 1808-1150 
  28. Almeida, Valter (2012). «A HORTA MANDALA NA AGROFLORETA SUCESSIONAL: UMA ALIADA NA RESTAURAÇÃO AMBIENTAL» (PDF). Rev. eletrônica Mestr. Educ. Ambient. ISSN 1517-1256 Rev. eletrônica Mestr. Educ. Ambient. ISSN 1517-1256. Consultado em 21 de janeiro de 2018 
  29. Schiedeck, Gustavo (dezembro 2007). «Minhocário em túnel baixo: Alternativa barata para a produção de húmus» (PDF). Embrapa. Consultado em 21 de janeiro de 2018 
  30. Alvez, Bárbara (11 de agosto de 2009). «BANHEIRO SECO: ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE PROTÓTIPOS EM FUNCIONAMENTO» (PDF). UFSC. Consultado em 21 de janeiro de 2018 

Bibliografia

Ligações externas

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