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'''Pedro V''' ([[Lisboa]], {{dtlink|16|9|1837}} – Lisboa, {{dtlink|11|11|1861}}), apelidado | '''Pedro V''' ([[Lisboa]], {{dtlink|16|9|1837}} – Lisboa, {{dtlink|11|11|1861}}), apelidado "''o Esperançoso''" e "''o Muito Amado''", foi o [[Lista de monarcas de Portugal|Rei de Portugal e dos Algarves]] de 1853 até à sua morte. Era o filho mais velho da rainha [[Maria II de Portugal]], e do seu marido, o rei [[Fernando II de Portugal|Fernando II]]. Ascendeu ao trono com apenas 16 anos de idade, após a morte da sua mãe, tendo o pai exercido as funções de [[Regência (governo)|Regente do Reino]] até à sua maioridade, em 1855. | ||
== Biografia == | == Biografia == | ||
Embora muito jovem | Embora muito jovem aquando da sua ascensão ao trono português, com apenas 16 anos, foi considerado por muitos como um monarca exemplar, que reconciliou o povo com a casa real, após o reinado da sua mãe ter sido fruto de uma [[guerra civil portuguesa|guerra civil]] vencida. [[Fernando II de Portugal|D. Fernando II]], seu pai, desempenhou um papel fundamental no início do seu reinado, tendo exercido o governo da nação na qualidade de [[Regência (sistema de governo)|regente]] do reino, orientando o jovem rei no que diz respeito às grandes obras públicas efectuadas. Pedro V é frequentemente descrito como um monarca com valores sociais bem presentes, em parte devido à sua educação, que incluiu trabalho junto das comunidades e um vasto conhecimento do continente europeu. | ||
[[File: | [[File:Pedro V, King of Portugal (1854) - Franz Xaver Winterhalter.png|miniatura|left|Pedro V, <small> por W. Corden, no [[Palácio Nacional da Ajuda]]</small>|246x246px]] | ||
A 16 de setembro de 1855, completando 18 anos, foi aclamado rei, presidindo nesse mesmo ano à inauguração do primeiro telégrafo eléctrico no país e, no ano seguinte (28 de outubro), inaugura o caminho de ferro entre [[Lisboa]] | A 16 de setembro de 1855, completando 18 anos, foi [[aclamado]] rei, presidindo nesse mesmo ano à inauguração do primeiro telégrafo eléctrico no país e, no ano seguinte (28 de outubro), inaugura o [[caminho de ferro]] entre [[Lisboa]] e [[Carregado]]. É também no seu reinado que se iniciam as primeiras viagens regulares de navio, entre [[Reino de Portugal|Portugal]] e [[África Ocidental Portuguesa|Angola]]. | ||
Dedicou-se com afinco ao governo do país, estudando com minúcia as deliberações governamentais propostas. Criou ainda o [[Curso Superior de Letras]], em 1859, que subsidiou do seu bolso, com um donativo de 91 contos de réis. Nesse mesmo ano é introduzido o sistema métrico em Portugal. | Dedicou-se com afinco ao governo do país, estudando com minúcia as deliberações governamentais propostas. Criou ainda o [[Curso Superior de Letras]], em 1859, que subsidiou do seu bolso, com um donativo de 91 contos de réis. Nesse mesmo ano é introduzido o sistema métrico em Portugal. | ||
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Em 1858, D. Pedro V casa-se, por procuração, com a princesa [[Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen]], que morreu no ano seguinte. Sendo a saúde pública uma das suas preocupações, foi, juntamente com a sua esposa, a princesa | Em 1858, D. Pedro V casa-se, por procuração, com a princesa [[Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen]], que morreu no ano seguinte. Sendo a saúde pública uma das suas preocupações, foi, juntamente com a sua esposa, a princesa Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que Pedro fundou hospitais públicos e instituições de caridade. Aliás, cumprindo os desejos por ela manifestados, o monarca fundou o [[Hospital de Dona Estefânia]], em [[Lisboa]], após a sua morte. | ||
Morreu com apenas 24 anos, em 11 de novembro de 1861, | Morreu com apenas 24 anos, em 11 de novembro de 1861, devido a [[febre tifóide]]<ref>{{citar livro|título=Notícia da Doença de que faleceu S. M. el-rei o Senhor D. Pedro V|ultimo=GOMES|primeiro=Bernardino António|editora=|ano=1862|local=Lisboa|páginas=|acessodata=}}</ref> (enquanto o povo suspeitava de envenenamento e por isso viria a amotinar-se). A sua morte provocou uma enorme tristeza em todos os quadrantes da sociedade. Não tendo filhos, foi sucedido pelo irmão, o infante [[Luís I de Portugal|D. Luís]], que habitava então no sul de França. Foi sepultado no [[Panteão da Dinastia de Bragança|Panteão Real da Dinastia de Bragança]], no [[Mosteiro de São Vicente de Fora]], em [[Lisboa]]. | ||
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No dizer dos biógrafos, Pedro V: ''"com um temperamento observador, grave, desde criança [...] mandou pôr à porta do seu palácio uma caixa verde, cuja chave guardava, para que o seu povo pudesse falar-lhe com franqueza, queixar-se [...] O povo começava a amar a bondade e a justiça de um rei tão triste [...]"''. | |||
== Informações do arquivo == | |||
As cartas de Pedro V para sua sogra, Josefina de Baden, escritas entre 1858 e 1861, estão preservadas no arquivo da família Hohenzollern-Sigmaringen, que está no Arquivo do Estado de Sigmaringen (Staatsarchiv Sigmaringen) na cidade de [[Sigmaringa]], Baden-Württemberg, Alemanha.<ref>{{citar web |url=http://www.landesarchiv-bw.de/plink/?f=6-2553657 |titulo=Briefe des Königs Dom Pedro V. von Portugal an Fürstin Josephine von Hohenzollern-Sigmaringen, geb. Prinzessin von Baden |ultimo= |primeiro= |publicado=Staatsarchiv Sigmaringen |data= |obra= |acessodata=2 de outubro de 2021}}</ref> | |||
As cartas de Pedro V a seu cunhado, Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen, escritas entre 1858 e 1861, também estão preservadas no Arquivo do Estado de Sigmaringen (Staatsarchiv Sigmaringen).<ref>{{citar web |url=http://www.landesarchiv-bw.de/plink/?f=6-2553869 |titulo=Briefe (frz. u. dt.) des Königs Dom Pedro V. von Portugal an Erbprinz Leopold von Hohenzollern-Sigmaringen |ultimo= |primeiro= |publicado=Staatsarchiv Sigmaringen |data= |obra= |acessodata=2 de outubro de 2021}}</ref><ref>{{citar web |url=http://www.landesarchiv-bw.de/plink/?f=6-2553932 |titulo=Briefe des Königs Dom Pedro V. von Portugal an Erbprinz Leopold von Hohenzollern-Sigmaringen |ultimo= |primeiro= |publicado=Staatsarchiv Sigmaringen |data= |obra= |acessodata=2 de outubro de 2021}}</ref> | |||
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== Ligações externas == | |||
* [https://ensina.rtp.pt/artigo/pedro-v/ D. Pedro V, "O Bem Amado", A Alma e Gente - D. Pedro V, O Bem Amado (Extrato de programa), por José Hermano Saraiva, Videofono para a RTP, 2004] | |||
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Edição atual tal como às 23h34min de 18 de agosto de 2022
Predefinição:Info/Nobre Pedro V (Lisboa, 16 de setembro de 1837 – Lisboa, 11 de novembro de 1861), apelidado "o Esperançoso" e "o Muito Amado", foi o Rei de Portugal e dos Algarves de 1853 até à sua morte. Era o filho mais velho da rainha Maria II de Portugal, e do seu marido, o rei Fernando II. Ascendeu ao trono com apenas 16 anos de idade, após a morte da sua mãe, tendo o pai exercido as funções de Regente do Reino até à sua maioridade, em 1855.
Biografia
Embora muito jovem aquando da sua ascensão ao trono português, com apenas 16 anos, foi considerado por muitos como um monarca exemplar, que reconciliou o povo com a casa real, após o reinado da sua mãe ter sido fruto de uma guerra civil vencida. D. Fernando II, seu pai, desempenhou um papel fundamental no início do seu reinado, tendo exercido o governo da nação na qualidade de regente do reino, orientando o jovem rei no que diz respeito às grandes obras públicas efectuadas. Pedro V é frequentemente descrito como um monarca com valores sociais bem presentes, em parte devido à sua educação, que incluiu trabalho junto das comunidades e um vasto conhecimento do continente europeu.
A 16 de setembro de 1855, completando 18 anos, foi aclamado rei, presidindo nesse mesmo ano à inauguração do primeiro telégrafo eléctrico no país e, no ano seguinte (28 de outubro), inaugura o caminho de ferro entre Lisboa e Carregado. É também no seu reinado que se iniciam as primeiras viagens regulares de navio, entre Portugal e Angola.
Dedicou-se com afinco ao governo do país, estudando com minúcia as deliberações governamentais propostas. Criou ainda o Curso Superior de Letras, em 1859, que subsidiou do seu bolso, com um donativo de 91 contos de réis. Nesse mesmo ano é introduzido o sistema métrico em Portugal.
Pedro V foi um defensor acérrimo da abolição da escravatura e data do seu reinado um episódio que atesta a convicção do monarca nessa matéria e que simultaneamente demonstra a fragilidade de Portugal perante as grandes potências europeias: junto à costa de Moçambique é apresado um navio negreiro francês, tendo o seu comandante sido preso. O governo de França não só exigiu a libertação do navio, bem como uma avultada indemnização ao governo português.
Portugal é, por essa altura, flagelado por duas epidemias, uma de cólera, que grassa de 1853 a 1856, e outra de febre amarela, principalmente em 1856/1857. Durante esses anos o monarca, em vez de se refugiar, percorria os hospitais e demorava-se à cabeceira dos doentes, o que lhe trouxe muita popularidade.
Em 1858, D. Pedro V casa-se, por procuração, com a princesa Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que morreu no ano seguinte. Sendo a saúde pública uma das suas preocupações, foi, juntamente com a sua esposa, a princesa Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que Pedro fundou hospitais públicos e instituições de caridade. Aliás, cumprindo os desejos por ela manifestados, o monarca fundou o Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, após a sua morte.
Morreu com apenas 24 anos, em 11 de novembro de 1861, devido a febre tifóide[1] (enquanto o povo suspeitava de envenenamento e por isso viria a amotinar-se). A sua morte provocou uma enorme tristeza em todos os quadrantes da sociedade. Não tendo filhos, foi sucedido pelo irmão, o infante D. Luís, que habitava então no sul de França. Foi sepultado no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.
Teve uma notável preparação moral e intelectual. Estudou ciências naturais e filosofia, dominava bem o francês, alemão, grego e o latim e chegou a estudar inglês. O seu espírito terá sido influenciado pela convivência que teve com Alexandre Herculano, que foi seu educador.[2] Recebeu ainda inúmeros conselhos sobre governação e sentido de Estado por Mário Jorge de Castro Botelho, com quem trocava correspondência durante o período do seu reinado.
No dizer dos biógrafos, Pedro V: "com um temperamento observador, grave, desde criança [...] mandou pôr à porta do seu palácio uma caixa verde, cuja chave guardava, para que o seu povo pudesse falar-lhe com franqueza, queixar-se [...] O povo começava a amar a bondade e a justiça de um rei tão triste [...]".
Informações do arquivo
As cartas de Pedro V para sua sogra, Josefina de Baden, escritas entre 1858 e 1861, estão preservadas no arquivo da família Hohenzollern-Sigmaringen, que está no Arquivo do Estado de Sigmaringen (Staatsarchiv Sigmaringen) na cidade de Sigmaringa, Baden-Württemberg, Alemanha.[3]
As cartas de Pedro V a seu cunhado, Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen, escritas entre 1858 e 1861, também estão preservadas no Arquivo do Estado de Sigmaringen (Staatsarchiv Sigmaringen).[4][5]
Títulos, estilos, e honrarias
Predefinição:Info/Estilos reais
Títulos e estilos
- 16 de Setembro de 1837 – 15 de Novembro de 1853: "Sua Alteza Real, o Príncipe Real de Portugal"
- 15 de Novembro de 1853 – 11 de Novembro de 1861: "Sua Majestade Fidelíssima, o Rei"
O estilo oficial de D. Pedro V enquanto Rei de Portugal: "Pela Graça de Deus, Pedro V, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc."
Honrarias
Enquanto monarca de Portugal, D. Pedro V foi Grão-Mestre das seguintes Ordens:
- Ordem dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo
- Ordem de São Bento de Avis
- Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem de Sant'Iago da Espada
- Antiga e Muito Nobre Ordem da Torre e Espada
- Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa
Outros títulos
- Duque de Barcelos
- Duque de Guimarães
- Marquês de Vila Viçosa
- Conde de Ourém
- Conde de Barcelos
- Conde de Arraiolos
- Conde de Guimarães
Ancestrais
Ernesto Frederico, Duque de Saxe-Coburgo-Saalfeld | ||||||||||||||||
Francisco, Duque de Saxe-Coburgo-Saalfeld | ||||||||||||||||
Sofia Antônia de Brunsvique-Volfembutel | ||||||||||||||||
Fernando de Saxe-Coburgo-Gota | ||||||||||||||||
Henrique XXIV, Conde de Reuss-Ebersdorf | ||||||||||||||||
Augusta de Reuss-Ebersdorf | ||||||||||||||||
Carolina de Erbach-Schönberg | ||||||||||||||||
Fernando II de Portugal | ||||||||||||||||
Ignác József, Conde de Koháry | ||||||||||||||||
Ferenc József, Príncipe de Koháry | ||||||||||||||||
Maria Gabriela Cavriani | ||||||||||||||||
Maria Antônia de Koháry | ||||||||||||||||
Jorge Cristiano de Waldstein-Wartenberg | ||||||||||||||||
Maria Antônia de Waldstein-Wartenburg | ||||||||||||||||
Isabel Ulfeldt | ||||||||||||||||
Pedro V de Portugal | ||||||||||||||||
Pedro III de Portugal | ||||||||||||||||
João VI de Portugal | ||||||||||||||||
Maria I de Portugal | ||||||||||||||||
Pedro I do Brasil & IV de Portugal | ||||||||||||||||
Carlos IV da Espanha | ||||||||||||||||
Carlota Joaquina da Espanha | ||||||||||||||||
Maria Luísa de Parma | ||||||||||||||||
Maria II de Portugal | ||||||||||||||||
Leopoldo II do Sacro Império Romano-Germânico | ||||||||||||||||
Francisco I da Áustria | ||||||||||||||||
Maria Luísa da Espanha | ||||||||||||||||
Maria Leopoldina da Áustria | ||||||||||||||||
Fernando I das Duas Sicílias | ||||||||||||||||
Maria Teresa das Duas Sicílias | ||||||||||||||||
Maria Carolina da Áustria | ||||||||||||||||
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Ver também
Bibliografia
- Sousa, Manuel, Reis e Rainhas de Portugal, editora SporPress, 1.ª edição, Mem Martins, 2000, páginas 147-148, ISBN 972-97256-9-1
Ligações externas
Pedro V de Portugal Casa de Bragança 16 de setembro de 1837 – 11 de novembro de 1861 | ||
---|---|---|
Precedido por Maria II e Fernando II |
Rei de Portugal e Algarves 15 de novembro de 1853 – 11 de novembro de 1861 |
Sucedido por Luís I |
Precedido por Pedro IV |
Príncipe Real de Portugal 16 de setembro de 1837 – 15 de novembro de 1853 |
Sucedido por Carlos I |
Predefinição:Duques de Bragança
- ↑ GOMES, Bernardino António (1862). Notícia da Doença de que faleceu S. M. el-rei o Senhor D. Pedro V. Lisboa: [s.n.]
- ↑ VxMag (20 de novembro de 2017). «D. Pedro V: provavelmente, o melhor governante que Portugal alguma vez teve». VortexMag (em português). Consultado em 11 de agosto de 2020
- ↑ «Briefe des Königs Dom Pedro V. von Portugal an Fürstin Josephine von Hohenzollern-Sigmaringen, geb. Prinzessin von Baden». Staatsarchiv Sigmaringen. Consultado em 2 de outubro de 2021
- ↑ «Briefe (frz. u. dt.) des Königs Dom Pedro V. von Portugal an Erbprinz Leopold von Hohenzollern-Sigmaringen». Staatsarchiv Sigmaringen. Consultado em 2 de outubro de 2021
- ↑ «Briefe des Königs Dom Pedro V. von Portugal an Erbprinz Leopold von Hohenzollern-Sigmaringen». Staatsarchiv Sigmaringen. Consultado em 2 de outubro de 2021