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'''Duarte I''' ([[Viseu]], {{dtlink|31|10|1391}} – [[Tomar]], {{dtlink|9|9|1438}}), apelidado de ''o Eloquente'' e ''o Rei-Filósofo'' pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu, foi o [[Lista de monarcas de Portugal|Rei de Portugal e Algarve]] de 1433 até à sua morte. Era terceiro filho do rei [[João I de Portugal|João I]] e da rainha [[Filipa de Lencastre]] e por morte de seu irmão mais velho, [[Afonso de Portugal (1390–1400)|Afonso]], torna-se o herdeiro da Coroa portuguesa. | '''Duarte I''' ([[Viseu]], {{dtlink|31|10|1391}} – [[Tomar]], {{dtlink|9|9|1438}}), apelidado de ''o Eloquente'' e ''o Rei-Filósofo'' pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu, foi o [[Lista de monarcas de Portugal|Rei de Portugal e Algarve]] de 1433 até à sua morte. Era terceiro filho do rei [[João I de Portugal|João I]] e da rainha [[Filipa de Lencastre]] e por morte de seu irmão mais velho, [[Afonso de Portugal (1390–1400)|Afonso]], torna-se o herdeiro da Coroa portuguesa. | ||
Há quem pense que o enigmático retrato, geralmente conhecido por [[Leal Souvenir]], executado por [[Jan van Eyck]] em 1432, seja o seu<ref>[https://www.academia.edu/39055248/JAN_VAN_EYCK_s_LEAL_SOVVENIR_ O Leal Souvenir de Jan van Eyck, por Clemente Baeta, 2016]</ref>. | |||
== Vida == | == Vida == | ||
Foi o décimo primeiro rei de [[Portugal]],<ref name="portal">[http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/duarte.html O Portal da História]</ref> o segundo da [[Dinastia de Avis]]. | Foi o décimo primeiro rei de [[Portugal]],<ref name="portal">[http://www.arqnet.pt/portal/portugal/temashistoria/duarte.html O Portal da História]</ref> o segundo da [[Dinastia de Avis]]. | ||
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[[Imagem:DuarteI-Viseu.jpg|thumb|200px|left|[[Estátua]] de D. Duarte em [[Viseu]].]] | [[Imagem:DuarteI-Viseu.jpg|thumb|200px|left|[[Estátua]] de D. Duarte em [[Viseu]].]] | ||
O seu curto reinado durou cinco anos, mas já tinha vasta experiência na governação. Deve-se ao rei a publicação da [[Lei Mental]], uma forma de defender os bens da coroa,<ref name="portal" /> já aplicada no reinado do pai, mas oficialmente aplicada por Duarte; o nome da lei vem de já existir na mente do rei [[João I de Portugal|João I]]. Manteve a política que vinha do reinado do pai.{{harvref|name=Mat|Mattoso|1993|p=501}} No começo do reinado, as cortes pediram que não se fizesse a guerra sem o consentimento das mesmas, Duarte responde que a guerra é um assunto da vontade exclusiva do rei.{{harvref|Saraiva|1993|p=130}} | O seu curto reinado durou cinco anos, mas já tinha vasta experiência na governação. Deve-se ao rei a publicação da [[Lei Mental]], uma forma de defender os bens da coroa,<ref name="portal" /> já aplicada no reinado do pai, mas oficialmente aplicada por Duarte; o nome da lei vem de já existir na mente do rei [[João I de Portugal|João I]]. Manteve a política que vinha do reinado do pai.{{harvref|name=Mat|Mattoso|1993|p=501}} No começo do reinado, as cortes pediram que não se fizesse a guerra sem o consentimento das mesmas, Duarte responde que a guerra é um assunto da vontade exclusiva do rei.{{harvref|Saraiva|1993|p=130}} | ||
D. Duarte foi um monarca preocupado em gerar consenso e ao longo do curto reinado de cinco anos convocou as | D. Duarte foi um monarca preocupado em gerar consenso e ao longo do curto reinado de cinco anos convocou as Cortes cerca de cinco vezes, para discutir assuntos de estado.<ref name="portal" /> Várias vezes as [[Cortes (política)|Cortes]] tinham pedido a [[João I de Portugal|D. João I]] a organização de uma colectânea em que se coordenasse e actualizasse o [[direito]] (lei) vigente, para a boa fé e fácil administração na justiça. Para levar a cabo essa obra, D. Duarte designou o doutor Rui Fernandes, que a concluiu em 1446. Posteriormente revista por ordem do infante [[Pedro, Infante de Portugal|D. Pedro]], ela se converteria nas [[Ordenações Afonsinas]]. | ||
D. Duarte deu continuidade à política de incentivo de exploração marítima e de conquistas em [[África]] e da centralização do poder que vinha do reinado anterior. A imagem que é dada das cortes de 1433 ([[Leiria]]-[[Santarém (Portugal)|Santarém]]), o rei mostra-se firme com a [[nobreza]] e reprime os abusos de poder do [[clero]].<ref name="Mat"/> | D. Duarte deu continuidade à política de incentivo de exploração marítima e de conquistas em [[África]] e da centralização do poder que vinha do reinado anterior. A imagem que é dada das cortes de 1433 ([[Leiria]]-[[Santarém (Portugal)|Santarém]]), o rei mostra-se firme com a [[nobreza]] e reprime os abusos de poder do [[clero]].<ref name="Mat"/> | ||
Durante o seu reinado, o seu irmão [[Infante D. Henrique|Henrique]] estabeleceu-se em [[Lagos (Portugal)|Lagos]], a partir de onde dirigiu as navegações: assim, em | Durante o seu reinado, o seu irmão [[Infante D. Henrique|Henrique]] estabeleceu-se em [[Lagos (Portugal)|Lagos]], a partir de onde dirigiu as navegações: assim, em 1434 [[Gil Eanes]] dobrou o [[Cabo Bojador]], um ponto lendário da época, cuja travessia causava terror aos marinheiros; daí avançou-se para Angra dos Ruivos em 1435 e [[Afonso Gonçalves Baldaia]] atingiu o [[Río de Oro|Rio do Ouro]] e Pedra da Galé em 1436. O [[arquipélago da Madeira]] foi doado ao irmão Henrique, em 1433.{{harvref|Saraiva|1993|p=143}} | ||
Em | Em 1437, os seus irmãos Henrique e [[Infante Santo|Fernando]] convenceram-no a lançar um ataque a [[Marrocos]],{{harvref|Marques|1980|p=190}} de forma a consolidar a presença portuguesa no norte de África, que se pretendia uma base para a exploração do [[Oceano Atlântico]]. A ideia não foi consensual: [[Pedro, Infante de Portugal|D. Pedro]] e [[João, Condestável de Portugal|D. João]] estavam contra a iniciativa<ref name="portal" /> de atacar directamente o rei de Marrocos. A campanha foi mal sucedida e a cidade de [[Desastre de Tânger (1437)|Tânger]] não foi conquistada, custando a derrota grandes perdas em batalha. O próprio infante Fernando foi entregue como garantia de devolução de [[Ceuta]] e morreu em cativeiro,<ref name="portal" /> anos depois, por recusar-se a ser libertado em troca da devolução de Ceuta, o que lhe valeu o cognome de "''Infante Santo''". No sentido de decidir o que fazer quanto a Ceuta, foram reunidas cortes (Leiria), em 1438; o rei mostra-se perfeitamente capaz e escuta as opiniões. Este desaire de Tânger é a única nota negativa do seu reinado, mas não por sua culpa.{{harvref|name=M2|Mattoso|1993|p=502}} | ||
Morre em 1438, de peste que assolava Lisboa. | Morre em 1438, de peste que assolava Lisboa. | ||
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O estilo oficial de D. Duarte enquanto Rei de Portugal: "Pela Graça de Deus, D. Duarte, Rei de [[reino de Portugal|Portugal]] e do [[Algarve]], e Senhor de Ceuta". | O estilo oficial de D. Duarte enquanto Rei de Portugal: "Pela Graça de Deus, D. Duarte, Rei de [[reino de Portugal|Portugal]] e do [[Algarve]], e Senhor de Ceuta". | ||
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Os seus filhos acabaram por crescer sem os pais. Afonso foi o sucessor de Duarte, Fernando foi o pai da rainha [[Leonor de Viseu|Leonor]] e do rei [[Manuel I de Portugal|Manuel]]. Uma das filhas de Duarte, Leonor foi a primeira imperatriz portuguesa do Sacro Império, como tal Duarte é o avô do imperador Maximiliano I e este é o avô paterno do imperador [[Carlos I de Espanha|Carlos V]]. | Os seus filhos acabaram por crescer sem os pais. Afonso foi o sucessor de Duarte, Fernando foi o pai da rainha [[Leonor de Viseu|Leonor]] e do rei [[Manuel I de Portugal|Manuel]]. Uma das filhas de Duarte, Leonor foi a primeira imperatriz portuguesa do Sacro Império, como tal Duarte é o avô do imperador Maximiliano I e este é o avô paterno do imperador [[Carlos I de Espanha|Carlos V]]. | ||
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*{{citar livro|apelido=Saraiva|nome=José|título=História de Portugal|ano=1993|editora=Publicações Europa-América|local=Mem Martins|ref=harv}}. | *{{citar livro|apelido=Saraiva|nome=José|título=História de Portugal|ano=1993|editora=Publicações Europa-América|local=Mem Martins|ref=harv}}. | ||
*{{citar livro|apelido= Mattoso|nome=José|título= História de Portugal — A Monarquia Feudal|editora=Círculo de Leitores|ano=1993|volume=2.º volume|isbn=972-42-0636-X|ref=harv}}. | *{{citar livro|apelido= Mattoso|nome=José|título= História de Portugal — A Monarquia Feudal|editora=Círculo de Leitores|ano=1993|volume=2.º volume|isbn=972-42-0636-X|ref=harv}}. | ||
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*{{link|pt|http://purl.pt/417|''Chronica de El-Rei D. Duarte'', Rui de Pina (1440-1522), Porto: Renascença Portuguesa, 1914, na Biblioteca Nacional Digital}} | *{{link|pt|http://purl.pt/417|''Chronica de El-Rei D. Duarte'', Rui de Pina (1440-1522), Porto: Renascença Portuguesa, 1914, na Biblioteca Nacional Digital}} | ||
* [https://ensina.rtp.pt/artigo/d-duarte-1391-1438/ O curto reinado de D. Duarte, Aconteceu - Biografia de D. Duarte (Extrato de programa), por António Silva, Rtp, 2006] | |||
* [https://www.academia.edu/31135472/D_Duarte_e_a_sua_%C3%A9poca_Arte_cultura_poder_e_espiritualidade_Lisboa_Instituto_de_Estudos_Medievais_Centro_Lus%C3%ADada_de_Estudos_Geneal%C3%B3gicos_e_Her%C3%A1ldicos_Lisboa_2014 D. Duarte e a sua época. Arte, cultura, poder e espiritualidade, Lisboa, por Miguel Metelo de Seixas e Catarina Fernandes Barreira, Instituto de Estudos Medievais / Centro Lusíada de Estudos Genealógicos e Heráldicos, Lisboa, 2014] | |||
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Predefinição:Info/Nobre Duarte I (Viseu, 31 de outubro de 1391 – Tomar, 9 de setembro de 1438), apelidado de o Eloquente e o Rei-Filósofo pelo seu interesse pela cultura e pelas obras que escreveu, foi o Rei de Portugal e Algarve de 1433 até à sua morte. Era terceiro filho do rei João I e da rainha Filipa de Lencastre e por morte de seu irmão mais velho, Afonso, torna-se o herdeiro da Coroa portuguesa.
Há quem pense que o enigmático retrato, geralmente conhecido por Leal Souvenir, executado por Jan van Eyck em 1432, seja o seu[1].
Vida
Foi o décimo primeiro rei de Portugal,[2] o segundo da Dinastia de Avis.
D. Duarte recebeu o seu nome em homenagem ao avô de sua mãe, o rei Eduardo III da Inglaterra. Desde muito jovem, D. Duarte acompanhou o seu pai nos assuntos do reino, sendo portanto um herdeiro preparado para reinar; em 1412 foi formalmente associado à governação pelo pai,Predefinição:Harvref tendo os assuntos da justiça e das finanças.Predefinição:Harvref
Juntamente com os irmãos, convenceu o pai a conquistar Ceuta;Predefinição:Harvref lá foi armado cavaleiro pelo pai, juntamente com os irmãos Pedro e Henrique.
Casou com Leonor de Aragão, neta paterna de João I de Castela. Duarte dedicou à rainha uma obra literária. Leonor após ficar viúva tornou-se regente por algum tempo.
Quando se tornou rei, tinha quase 42 anos e levava 21 de governo, pois ganhou experiência no reinado do pai.[3]
Num curto reinado de cinco anos deu continuidade à política de exploração marítima e de conquistas em África. O seu irmão Henrique estabeleceu-se em Lagos, de onde dirigiu as primeiras navegações e em 1434, Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador. Numa campanha mal sucedida a Tânger, o seu irmão D. Fernando foi capturado e morreu em cativeiro.Predefinição:Harvref
Descreve-o assim um autor anónimo medieval: «El-Rei D. Duarte está na sacristia de S. Domingos em uma tábua pequena, de altura um côvado, e está o corpo todo, posto que a tábua é pequena, acima dos armários onde se revestem os frades para dizer missa. Não tinha mais barba que os bigodes, há dias que o não vi, não sei se está ainda aí, ou o mudaram os frades para outra parte...» [Manuscrito do Rio de Janeiro (Retratos de Reis que estão em Lisboa)].[4] Nos Painéis de São Vicente de Fora, no chamado "painel do Infante", o seu retrato é o do "homem do chapeirão e bigode sem barba", que tem sido frequente e erradamente identificado como sendo o Infante D. Henrique, seu irmão.
Este rei interessou-se pela cultura e escreveu duas obras, como o Leal Conselheiro e o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela. Preparava uma revisão da legislação portuguesa quando morreu, vitimado pela peste.
O seu filho Afonso tinha apenas 6 anos quando D. Duarte morreu, em 1438. O rei em testamento entregou a regência à rainha, Leonor, sua mulher. Esta medida não foi do agrado da população. Houve uma desavença na família para decidir quem seria regente.Predefinição:Harvref
Jaz nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, ao lado da rainha Leonor.
Reinado
O seu curto reinado durou cinco anos, mas já tinha vasta experiência na governação. Deve-se ao rei a publicação da Lei Mental, uma forma de defender os bens da coroa,[2] já aplicada no reinado do pai, mas oficialmente aplicada por Duarte; o nome da lei vem de já existir na mente do rei João I. Manteve a política que vinha do reinado do pai.Predefinição:Harvref No começo do reinado, as cortes pediram que não se fizesse a guerra sem o consentimento das mesmas, Duarte responde que a guerra é um assunto da vontade exclusiva do rei.Predefinição:Harvref D. Duarte foi um monarca preocupado em gerar consenso e ao longo do curto reinado de cinco anos convocou as Cortes cerca de cinco vezes, para discutir assuntos de estado.[2] Várias vezes as Cortes tinham pedido a D. João I a organização de uma colectânea em que se coordenasse e actualizasse o direito (lei) vigente, para a boa fé e fácil administração na justiça. Para levar a cabo essa obra, D. Duarte designou o doutor Rui Fernandes, que a concluiu em 1446. Posteriormente revista por ordem do infante D. Pedro, ela se converteria nas Ordenações Afonsinas.
D. Duarte deu continuidade à política de incentivo de exploração marítima e de conquistas em África e da centralização do poder que vinha do reinado anterior. A imagem que é dada das cortes de 1433 (Leiria-Santarém), o rei mostra-se firme com a nobreza e reprime os abusos de poder do clero.[5]
Durante o seu reinado, o seu irmão Henrique estabeleceu-se em Lagos, a partir de onde dirigiu as navegações: assim, em 1434 Gil Eanes dobrou o Cabo Bojador, um ponto lendário da época, cuja travessia causava terror aos marinheiros; daí avançou-se para Angra dos Ruivos em 1435 e Afonso Gonçalves Baldaia atingiu o Rio do Ouro e Pedra da Galé em 1436. O arquipélago da Madeira foi doado ao irmão Henrique, em 1433.Predefinição:Harvref
Em 1437, os seus irmãos Henrique e Fernando convenceram-no a lançar um ataque a Marrocos,Predefinição:Harvref de forma a consolidar a presença portuguesa no norte de África, que se pretendia uma base para a exploração do Oceano Atlântico. A ideia não foi consensual: D. Pedro e D. João estavam contra a iniciativa[2] de atacar directamente o rei de Marrocos. A campanha foi mal sucedida e a cidade de Tânger não foi conquistada, custando a derrota grandes perdas em batalha. O próprio infante Fernando foi entregue como garantia de devolução de Ceuta e morreu em cativeiro,[2] anos depois, por recusar-se a ser libertado em troca da devolução de Ceuta, o que lhe valeu o cognome de "Infante Santo". No sentido de decidir o que fazer quanto a Ceuta, foram reunidas cortes (Leiria), em 1438; o rei mostra-se perfeitamente capaz e escuta as opiniões. Este desaire de Tânger é a única nota negativa do seu reinado, mas não por sua culpa.Predefinição:Harvref
Morre em 1438, de peste que assolava Lisboa.
Obras
Duarte foi um homem interessado em cultura e conhecimento. Escreveu vários livros de poesia e prosa. Destes últimos destaca-se Leal Conselheiro, um ensaio sobre variados temas onde a moral e religião têm especial enfoque, endereçada a sua mulher, Leonor de Aragão. Nele, Duarte regista a depressão pela qual passou quando foi associado ao governo do pai e como a superou.[6]
Compôs um livro de Regimento pera os que custumarem andar a cavallo, intitulado de Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela,[7] em forma de manual para cavaleiros.
Ainda criou o livro "Livro dos conselhos de el-rei D. Duarte". O livro apresenta a seguinte informação: "Livro da Cartuxa de Scala Coeli que D. Teotónio de Bragança. arcebispo de Évora, fundador da mesma casa lhe fez doação."
Títulos, estilos e honrarias
Teve os seguinte títulos:
- 31 de Outubro de 1391 – 14 de Agosto de 1433: "Sua Alteza, o Infante Duarte de Portugal";
- 14 de Agosto de 1433 – 9 de Setembro de 1438: "Sua Alteza Real, o Rei".
O estilo oficial de D. Duarte enquanto Rei de Portugal: "Pela Graça de Deus, D. Duarte, Rei de Portugal e do Algarve, e Senhor de Ceuta".
Ascendência
- REDIRECT Predefinição:Ahnentafel top
16. Dinis I de Portugal | ||||||||||||||||
8. Afonso IV de Portugal | ||||||||||||||||
17. Isabel de Aragão | ||||||||||||||||
4. Pedro I de Portugal | ||||||||||||||||
18. Sancho IV de Castela | ||||||||||||||||
9. Beatriz de Castela | ||||||||||||||||
19. Maria de Molina | ||||||||||||||||
2. João I de Portugal | ||||||||||||||||
20. Martim Lourenço | ||||||||||||||||
10. Lourenço Martins da Praça | ||||||||||||||||
21. Sancha Martins | ||||||||||||||||
5. Teresa Lourenço | ||||||||||||||||
1. Duarte I de Portugal | ||||||||||||||||
24. Eduardo II de Inglaterra | ||||||||||||||||
12. Eduardo III de Inglaterra | ||||||||||||||||
25. Isabel da França | ||||||||||||||||
6. João de Gante | ||||||||||||||||
26. Guilherme I, Conde de Hainaut | ||||||||||||||||
13. Filipa de Hainault | ||||||||||||||||
27. Joana de Valois | ||||||||||||||||
3. Filipa de Lencastre | ||||||||||||||||
28. Henrique, 3.º Conde de Lencastre | ||||||||||||||||
14. Henrique de Grosmont, 1.º Duque de Lancaster | ||||||||||||||||
29. Matilde Chaworth | ||||||||||||||||
7. Branca de Lencastre | ||||||||||||||||
30. Henrique de Beaumont, 4.° Conde de Buchan | ||||||||||||||||
15. Isabel de Beaumont | ||||||||||||||||
31. Alice Comyn | ||||||||||||||||
- REDIRECIONAMENTO Predefinição:Fim
Descendência
Da sua esposa, a infanta Leonor de Aragão (1402-1455), teve nove filhos.
A rainha tornar-se-ia regente do reino até Afonso V atingir a maioridade, o que gerou controvérsia no reino,Predefinição:Harvref pois a opinião pública considerava os infantes D. Pedro, D. Henrique e D. João mais capazes para a regência. D. Leonor manteve-se regente até 1439, assinando os atos régios como «a triste rainha», e nesse ano foi substituída pelo infante D. Pedro e afastada da corte. Exilou-se em Espanha e morreu em Toledo. Deste casamento nasceram:
- D. João de Portugal (1429-?), morreu jovem;
- D. Filipa de Portugal (1430-1441), «morreu em idade de onze annos de pestenença em Lisboa»[8]
- D. Afonso V de Portugal (1432-1481), sucessor do pai no trono português;
- D. Maria de Portugal (1432);
- D. Fernando de Portugal, Duque de Viseu (1433-1470), pai do rei D. Manuel I de Portugal;
- D. Leonor de Portugal (1434-1467), casou com Frederico III, Sacro Imperador Romano-Germânico, mãe do imperador Maximiliano I;
- D. Duarte de Portugal (1435);
- D. Catarina de Portugal (1436-1463);
- D. Joana de Portugal (1439-1475), casou com o rei Henrique IV de Castela e foi mãe de Joana a Beltraneja ou a Excelente Senhora.
Legado
Foi no seu reinado que Gil Eanes dobrou o cabo Bojador, um importante marco na exploração marítima.
Antes de ser rei, teve funções governativas e encarregou Fernão Lopes de escrever as crónicas dos rei de Portugal.
Deixou duas importantes obras literárias: Leal Conselheiro e Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela.
Deixou em testamento a regência à rainha que estava grávida de Joana. A rainha governou por alguns meses sozinha, depois em conjunto com o infante Pedro e em 1439, exilou-se em Toledo.Predefinição:Harvref
Os seus filhos acabaram por crescer sem os pais. Afonso foi o sucessor de Duarte, Fernando foi o pai da rainha Leonor e do rei Manuel. Uma das filhas de Duarte, Leonor foi a primeira imperatriz portuguesa do Sacro Império, como tal Duarte é o avô do imperador Maximiliano I e este é o avô paterno do imperador Carlos V.
Referências
- ↑ O Leal Souvenir de Jan van Eyck, por Clemente Baeta, 2016
- ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 O Portal da História
- ↑ Erro de citação: Marca
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadasM1
- ↑ [https://run.unl.pt/bitstream/10362/33289/1/LivroDD_reduzido.pdf D. Duarte e a sua época: Arte, Cultura, poder e espiritualidade, coordenação de Catarina Fernandes Barreira e Miguel Metelo de Seixas. IEM - Instituto de Estudos Medievais Universidade Nova de Lisboa, CLEGH - Centro Lusíada de Estudos Genealógicos, Heráldicos e Históricos, Universidade Lusíada de Lisboa, Lisboa, 2014.]
- ↑ Erro de citação: Marca
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadasMat
- ↑ Erro de citação: Marca
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadasM2
- ↑ Ruy de Pina, Cronica d'el-rei dom Duarte, capitulo III
- ↑ Ruy de Pina, Cronica d'el-rei dom Duarte, cap. XLIV;
Bibliografia
- Luís Miguel Duarte, D. Duarte. Requiem por um rei triste. Círculo de Leitores, 2005.
- Humberto Baquero Moreno, A Batalha de Alfarrobeira. Antecedentes e significado histórico. 2 Vols. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1979, disponível em https://archive.org/details/bub_gb_Ad6SHXBOlbAC (consultado em 21 de Fevereiro de 2018).
- Marques, António (1980). História de Portugal 8.ª ed. Lisboa: Palas Editores.
- Saraiva, José (1993). História de Portugal. Mem Martins: Publicações Europa-América.
- Mattoso, José (1993). História de Portugal — A Monarquia Feudal. 2.º volume. [S.l.]: Círculo de Leitores. ISBN 972-42-0636-X.
Ver também
Ligações externas
- «Chronica de El-Rei D. Duarte, Rui de Pina (1440-1522), Porto: Renascença Portuguesa, 1914, na Biblioteca Nacional Digital» (em português)
- O curto reinado de D. Duarte, Aconteceu - Biografia de D. Duarte (Extrato de programa), por António Silva, Rtp, 2006
- D. Duarte e a sua época. Arte, cultura, poder e espiritualidade, Lisboa, por Miguel Metelo de Seixas e Catarina Fernandes Barreira, Instituto de Estudos Medievais / Centro Lusíada de Estudos Genealógicos e Heráldicos, Lisboa, 2014
Duarte I de Portugal Casa de Avis Ramo da Casa de Borgonha 31 de outubro de 1391 – 9 de setembro de 1438 | ||
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Precedido por João I |
Rei de Portugal e Algarve 14 de agosto de 1433 – 9 de setembro de 1438 |
Sucedido por Afonso V |