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Sociedade de consumo: mudanças entre as edições

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Uma '''sociedade de consumo''' é uma [[sociedade]] que pratica o [[consumismo]], ou seja, que incentiva a aquisição contínua de bens e serviços efémeros como forma de sustentar a produção e o [[crescimento económico]].
{{Multitag|1=mnot|2=wkf|3=rev|4=corr|5=fref|6=rec|data=junho de 2015}}
O consumo exacerbado é algo "comum" em nossa sociedade contemporânea e está ligado ao capitalismo e à política neoliberal vigente.
'''Sociedade de consumo''' é um termo utilizado para designar o tipo de [[sociedade]] que se encontra em uma etapa avançada de desenvolvimento [[Indústria|industrial]] [[Capitalismo|capitalista]], onde a elevada produção de [[bens e serviços]] aumenta consequentemente o [[consumo]] massivo.  


A SOCIEDADE DE CONSUMO E O CONSUMERISMO 
O conceito de sociedade de consumo está ligado ao de [[economia de mercado]], a qual encontra o equilíbrio entre [[Lei da oferta e da procura|oferta e demanda]], através da livre circulação de capitais, produtos e pessoas, sem [[Intervencionismo (economia)|intervenção estatal]]. Também  está ligado ao conceito de [[capitalismo]].
Pela primeira vez, em milénios de civilização, uma sociedade assenta numa proposta tão instável e subtil: a liberdade de escolher e a normalização social à mais alta escala ( a massificação dos comportamentos de consumo). É o conflito, tantas vezes despercebido, entre empresários e trabalhadores que pretendem, na esfera de produção, lucros e salários mais elevados e que, ao transferirem-se para o estatuto de consumidores, reclamam preços mais baixos, o máximo de segurança dos produtos e serviços à sua disposição, o controlo dos mecanismos de persuasão para a venda, etc.


A SOCIEDADE DE CONSUMO
Em virtude dos fatos, do ponto de vista [[antropológico]], entende-se que esses exageros característicos das sociedades de consumo são provenientes de fatores [[Sociedade|sociais]] e principalmente [[Cultura|culturais]]. Contudo, fatores históricos não podem ser descartados, uma vez que mudanças nos [[Modo de produção|modos de produção]], a partir de uma [[revolução industrial]], por exemplo, aumentaram os níveis de produção, junto aos fatores sociais.


A atmosfera da sociedade de consumo de massas pode descrever-se facilmente:
== Definição ==
A expressão Sociedade de Consumo designa uma sociedade característica do mundo desenvolvido, na qual a [[Lei da oferta e da procura|oferta geralmente excede a procura]], os produtos são normalizados e os padrões de consumo [[Cultura de massa|massificados]]. O surgimento da sociedade de consumo decorre diretamente do [[Desenvolvimento econômico|desenvolvimento industrial]] que a partir de certa altura, e pela primeira vez em milênios de [[história]], fez com que se tornasse mais difícil vender os produtos e serviços do que fabricá-los. Este excesso de oferta, aliado a uma enorme profusão de bens colocados no [[mercado]], levou ao desenvolvimento de estratégias de [[marketing]] extremamente agressivas e sedutoras e às facilidades de [[crédito]], seja das indústrias, empresas de distribuição, ou do sistema financeiro.


Aumento do consumo (hiperescolha), com diminuição dos encargos com a alimentação e as demais rúbricas que sempre modelaram o estilo de vida do homem-produtor
== Características da sociedade de consumo ==
Massificação do consumo de bens duradouros e satisfação das necessidades elementares para uma maioria populacional
As principais características da sociedade de consumo são:
Alteração profunda da concepção e da missão de empresa, pois na 1ª Revolução Industrial o sector nevrálgico de uma fábrica era a área da produção, enquanto na 2ª Revolução Industrial é o conjunto das estratégias do marketing que vão determinar o grau de competitividade e a permanência das marcas (neste momento, graças ao marketing directo, já se fala em micromarketing e geomarketing)
Há, porém, matizes neste conceito de sociedade que importa observar quando se procura entender o nosso consumo e a problemática dos direitos do consumidor:  


Portugal ainda não dispõe de um amplo mercado com característcas de dissipação e opulência, mas deixou de estar dominado exclusivamente pelos temas da subsistência e penúria. O conflito do rural (recorde-se que o paradigma alimentar português é o rural) e da sua perspectiva lógica da produção com o urbano, e a sua respectiva lógica de consumo, acontece naturalmente na generalidade das localidades portuguesas: permanecem relações de familiariedade com o mercado local, mas há, simultaneamente, relações de profunda internacionalização da economia (automóveis, electrodomésticos, material de vídeo, etc.) - é uma "modernização" a várias velocidades
* Para a maioria dos bens, a sua [[Lei da oferta e da procura|oferta excede a procura]], levando as [[Empresa|empresas]] a recorrerem a estratégias de [[marketing]] agressivas e sedutoras que induzem o [[consumidor]] a consumir, permitindo-lhes escoar a produção.
O advento da sociedade de consumo introduziu novas variáveis no velho conflito das diferenças económicas. Em primeiro lugar, porque crescimento implica abundância e a abundância equivale a um maior grau de nivelamento material e social. Em segundo lugar, o consumo de ostentação já não tem a lineariedade de trajectória que o orientou no passado. Agora, as desigualdades e os privilégios sociais nem sempre são fáceis de detectar, reproduzem-se em terrenos menos visíveis que o da satisfação das necessidades primárias
Onde se situa então esta sociedade de consumo? Tentemos radiografá-la no enunciado que se segue:


A sociedade de consumo transforma a nutrição em gastronomia, a sexualidade em erotismo, o descanso do trabalho em despesas de ócio, a compra num espectáculo permanente, a cidade em escaparate da vida quotidiana. Com efeito, o sistema industrial contemporâneo realizou o prodígio de transformar a compra numa festa, a venda numa arte e o consumo num espectáculo
* A maioria dos produtos e serviços estão normalizados, os seus métodos de fabrico baseiam-se na [[produção em série]], recorrendo-se a estratégias de marketing que permitam o escoamento permanente dos produtos e [[Setor terciário|serviços]].
As multidões de consumidores acorrem às compras com a mesma alegria com que assistem aos "shows" musicais ¿ quanto mais espectáculo, mais sociedade de consumo
O ciclo de vida dos produtos alterou-se profundamente e vive sob o "império do efémero". Durante décadas, exaltaram-se ruidosamente todas estas coisas que duravam cada vez menos: ontem o artífice cosia laboriosamente as botas de carneira, hoje a tendência é colar, como exigência da automação; amanhã o raio laser será "o primo direito" da robótica


A industrialização criou o imperativo de aglomerar multidões de mão-de-obra e a família. Esta, que sempre fora entendida como uma unidade de produção, transformou-se numa autêntica unidade de consumo. Enfim, a condição da massificação dos comportamentos de consumo teria de conduzir, como conduziu, à nuclearização da família, o que veio a permitir a sua plena integração no meio urbano e a sua exposição permanente a todas as técnicas de persuasão social
* Os padrões de consumo estão [[Cultura de massa|massificados]] e o consumo assume as características de consumo de massas.
A vertente espiritual da sociedade de consumo chama-se a cultura de massas ou terceira cultura. A rádio, o cinema, a televisão, o vídeo, a banda desenhada, a imprensa em geral, a comunicação publicitária, etc., configuram uma cultura que se consome como os produtos do fabrico en série. É uma cultura que se consome como produtos de fabrico em série. É uma cultura diferente que se opõe a, ou ignora, ou decalca, com técnicas específicas da normalização social os modelos religiosos, aristocráticos ou humanistas. É uma cultura que utiliza sofisticadas tecnologias de produção e reprodução
Como fecho de abóbada do sistema, temos a questão ideológica.  


Emergiu esta sociedade da profusão de bens e serviços postos no mercado, estimulados pelas facilidades do crédito é a sociedade dominada pela predisposição à compra.
* O consumo de alguns produtos como forma de [[Inclusão social|integração social]].<ref>http://revistas.unisinos.br/index.php/ciencias_sociais/article/viewFile/170/40</ref>


O discurso político torna-se dúplice e maleável à simultaneidade de conflito entre a satisfação individual e a resolução ds necessidades elementares. Confrontados com o agravamento ou a complexidade dos problemas dos transportes, saúde ou habitação, alimentação ou qualidade ambiental, o discurso político hesita entre a resposta aos sonhos, ritos e prestígio do indivíduo e os grandes objectivos sociais.
* Existe uma tendência para o [[consumismo]] (um tipo de consumo [[Impulsividade|impulsivo]], descontrolado, irresponsável e muitas vezes [[Irracionalidade|irracional]]). Muitas vezes até para suprir faltas e vazios


O CONSUMERISMO
== Origem ==
De acordo com artigos e pesquisas, poderíamos apontar dois momentos para a transformação da [[Capitalismo|sociedade capitalista industrial]] em uma sociedade de consumo:
* Nas últimas décadas do século XIX, combinando a unificação da [[Itália]] e sobretudo da [[Alemanha]], disparou o [[Mercado|crescimento mercantil]], [[Indústria|industrial]] e [[Ciência|técnico-científico]] ([[Segunda Revolução Industrial]]), e já com a consciência que o desenvolvimento da demanda interna permitiria o crescimento do benefício. Talvez seja mais frequente apontar como marco a aplicação da [[Linha de produção|linha de montagem]] e a fabricação de [[Automóvel|automóveis]], por [[Henry Ford]] em 1909, o que permitiu o barateamento do produto final; mas seria melhor considerá-lo um exemplo visível de um processo muito mais amplo.
* Depois, como reação a [[Grande Depressão|Depressão de 1929]], se impôs políticas baseadas nas teorias de [[John Maynard Keynes|J. M. Keynes]], que promoveram um aumento constante da demanda dos consumidores privados. Essas políticas se generalizaram no mundo capitalista de 1952 até 1977.


Dimensão do fenómeno
==  Críticas sobre a sociedade de consumo ==
=== Críticas negativas ===
Uma das críticas mais comuns sobre a sociedade de consumo é a que afirma se tratar de um tipo de sociedade que se "rendeu" frente as forças do [[Capitalismo|sistema capitalista]] e que, portanto, seus critérios e bases culturais estão submetidos as criações postas ao alcance do [[consumidor]]. Neste sentido, os consumidores finais perderiam as características de indivíduos e passariam a ser considerados uma massa de consumidores que se pode influir através de técnicas de '''marketing, inclusive chegando a criação de "falsas necessidades" entre eles.''' Do ponto de vista [[Meio ambiente|ambiental]], a sociedade de consumo se vê como insustentável, posto que implica um ''constante aumento da extração de [[Recurso natural|recursos naturais]], e do despejo de resíduos, até o ponto de ameaçar a capacidade'' de regeneração da [[natureza]] desses mesmos recursos imprescindíveis para a sobrevivência humana.


Este neologismo ainda mal assimilado entre nós (provém da palavra anglo-saxónica consumerism, tão cara ao carismático Ralph Nader) e aparece associado quer à dimensão colectiva dos interesses do consumidor, quer ao contra-poder ( ou acção de lobbying) das organizações de consumeristas face às empresas, quer à participação espontânea ou elaborada dos consumidores nas decisões socioeconómicas que os afectam, quer ainda à intervenção organizada dos poderes públicos nos terrenos legislativo, repressivo, informativo ou preventivo, para corrigir situações lesivas dos interesses dos consumidores, designadamente em ambientes onde o protagonismo do movimento de consumidores é inexpressivo ou carecido de influência.
Em [[Economia|economia internacional]], diz-se que o modelo consumista faz com que as economias dos [[Países pobres altamente endividados|países pobres]] se dediquem em satisfazer o enorme consumo das sociedades mais desenvolvidas, o que os fazem deixar de satisfazer suas próprias necessidades fundamentais, como por exemplo, a [[alimentação]] e [[saúde]] da população, pois o mercado faz com que a maioria dos recursos sejam destinados a satisfazer a quem pagar mais. Os enfoques anteriores se combinam ao mostrar que, se a maioria da população mundial alcançar um nível de consumo similar ao de [[País desenvolvido|países industrializados]], recursos de primeira ordem se esgotariam em pouco tempo, o que envolve sérios problemas econômicos, éticos e políticos.


O consumerismo, sob a forma do aparecimento de associações de consumidores, emerge da consolidação da sociedade de consumo, no final dos anos 50, designadamente nos EUA, Canadá, nalguns países da Europa do Norte e Central, Austrália, Nova Zelândia e Japão. Nos anos 60, o fenómeno do consumerismo passa a interessar as empresas e suscita a intervenção institucional, a pretexto da melhoria do funcionamento da concorrêcia e do combate às manobras proteccionistas. Hoje, ganhou projecção universal, tal como foi conhecido pela Assembleia-Geral da ONU, em 1985, ao aprovar os princípios orientadores da protecção do consumidor.
Por último, uma das maiores críticas a sociedade de consumo, vem de quem afirma que esta converte as pessoas a simples consumidores que encontram o prazer no mero consumo por si só, e não pela vontade de possuir o produto.


Uma tentativa de definição
Infelizmente, um impacto desta sociedade de consumo ao [[meio ambiente]] e a sociedade em geral é sem dúvida a rápida obsolescência dos equipamentos, causando hoje na sociedade o que conhecemos como lixo tecnológico, que também prejudica muito a natureza.


Poder-se-á definir consumerismo como a acção social dos grupos, instituições e pessoas que procuram fazer valer os direitos legítimos do consumidor, melhorar a qualidade de vida e renovar o sistema de valores sociais graças ao protagonismo cívico e político no consumo.
=== Críticas positivas ===
Para alguns defensores, a sociedade de consumo é consequência do alto desenvolvimento que chegou a determinadas sociedades e se manifesta no incremento da [[Renda|renda nacional]]. Por sua vez, possibilita que um número cada vez maior de pessoas adquiram bens cada vez mais diversificados; desta forma, facilitando o acesso a uma maior quantidade e qualidade de produtos por uma parte maior da sociedade, produzindo uma maior igualdade social.  


Grosso modo, manifesta-se através de organizações e instituições que se assumem a favor dos consumidores e que são: as associações de defesa do consumidor; os sindicatos; as cooperativas de consumo; as famílias, as organizações femininas e as donas de casa; uma constelação de grupos de interesses difusos (telespectadores, inquilinos, utentes de saúde, utentes de sangue, utilizadores de telemática...); as instituições públicas, para-públicas e os órgãos de representação mista e de diálogo produtor-consumidor. A maior parte destas organizações converge para o que se designa por movimento dos consumidores.
== Consumismo ==
{{Artigo principal|[[Consumismo]]}}
Algo comum que acontece dentro do sistema de consumo é o excesso de consumo, que se manifesta como resposta ao apelo da [[mídia]]. Pessoas comprando produtos dos mais variados tipos e funções em formas de pagamentos cada vez mais facilitadas, favorecendo o endividamento. Além de fazer com que pessoas iludidas pelas propagandas acumulem itens não prioritários as suas vidas.


As manifestações consumeristas são tão heterógenas quanto os movimentos sociais intermitentes; a pressão política e sensibilização da opinião pública para a consagração legal dos direitos do consumidor; a execução e a difusão de testes e ensaios comparativos; as iniciativas favoráveis a melhorar as condições de vida dos estratos mais desfavorecidos; os alertas para denunciar produtos perigosos ou situações atentatórias da segurança; a intervenção na política municipal de consumo, etc., etc..
Um estágio mais avançado do excesso de consumo manifesta-se em uma doença, uma anomalia no comportamento de algumas pessoas que passam a consumir compulsivamente, a Oneomania. Esta ocorre com cada vez mais frequência em pessoas que não resistem ao apelo das propagandas e consomem para se satisfazer. Logo, o consumo age como uma [[droga]], e assim como o [[alcoolismo]], a doença deve ser tratada em centros de apoio ou [[Hospital|hospitais]].


O Poliedro consumerista
{{Referências}}


A partir do momento em que se estabelece a cisão entre o produtor e o consumidor, o indivíduo vive num sistema social com normas, leis, valores e sanções que são diferentes daquelas que se aplicam ao indivíduo na sua residência. Acresce que o sistema produtivo determina não somente as condições de vida do indivíduo como produtor: também como consumidor o indivíduo é obrigado a submeter-se às leis do sistema de produção. Encarada nesta perspectiva a educação consumerista procurará explicar como funciona a sociedade do ponto de vista dos consumidores, o que pressupõe que se procure dar respostas às seguintes questões:


Porque assistimos a conflitos de interesses entre fabricantes e consumidores?
{{Esboço-sociologia}}


Porque é que os consumidores não estão, regra geral, compenetrados do seu papel na sociedade nem têm o instinto associativo como os produtores?
{{DEFAULTSORT:Sociedade Consumo}}
 
[[Categoria:Ciências sociais]]
Como dialogar com os produtores e potenciar a credibilidade da argumentação consumerista?
 
O consumerismo não se pode abstrair desta faceta da realidade

Edição atual tal como às 15h26min de 5 de agosto de 2022

Predefinição:Multitag Sociedade de consumo é um termo utilizado para designar o tipo de sociedade que se encontra em uma etapa avançada de desenvolvimento industrial capitalista, onde a elevada produção de bens e serviços aumenta consequentemente o consumo massivo.

O conceito de sociedade de consumo está ligado ao de economia de mercado, a qual encontra o equilíbrio entre oferta e demanda, através da livre circulação de capitais, produtos e pessoas, sem intervenção estatal. Também está ligado ao conceito de capitalismo.

Em virtude dos fatos, do ponto de vista antropológico, entende-se que esses exageros característicos das sociedades de consumo são provenientes de fatores sociais e principalmente culturais. Contudo, fatores históricos não podem ser descartados, uma vez que mudanças nos modos de produção, a partir de uma revolução industrial, por exemplo, aumentaram os níveis de produção, junto aos fatores sociais.

Definição

A expressão Sociedade de Consumo designa uma sociedade característica do mundo desenvolvido, na qual a oferta geralmente excede a procura, os produtos são normalizados e os padrões de consumo massificados. O surgimento da sociedade de consumo decorre diretamente do desenvolvimento industrial que a partir de certa altura, e pela primeira vez em milênios de história, fez com que se tornasse mais difícil vender os produtos e serviços do que fabricá-los. Este excesso de oferta, aliado a uma enorme profusão de bens colocados no mercado, levou ao desenvolvimento de estratégias de marketing extremamente agressivas e sedutoras e às facilidades de crédito, seja das indústrias, empresas de distribuição, ou do sistema financeiro.

Características da sociedade de consumo

As principais características da sociedade de consumo são:

  • A maioria dos produtos e serviços estão normalizados, os seus métodos de fabrico baseiam-se na produção em série, recorrendo-se a estratégias de marketing que permitam o escoamento permanente dos produtos e serviços.
  • Os padrões de consumo estão massificados e o consumo assume as características de consumo de massas.
  • Existe uma tendência para o consumismo (um tipo de consumo impulsivo, descontrolado, irresponsável e muitas vezes irracional). Muitas vezes até para suprir faltas e vazios

Origem

De acordo com artigos e pesquisas, poderíamos apontar dois momentos para a transformação da sociedade capitalista industrial em uma sociedade de consumo:

  • Nas últimas décadas do século XIX, combinando a unificação da Itália e sobretudo da Alemanha, disparou o crescimento mercantil, industrial e técnico-científico (Segunda Revolução Industrial), e já com a consciência que o desenvolvimento da demanda interna permitiria o crescimento do benefício. Talvez seja mais frequente apontar como marco a aplicação da linha de montagem e a fabricação de automóveis, por Henry Ford em 1909, o que permitiu o barateamento do produto final; mas seria melhor considerá-lo um exemplo visível de um processo muito mais amplo.
  • Depois, como reação a Depressão de 1929, se impôs políticas baseadas nas teorias de J. M. Keynes, que promoveram um aumento constante da demanda dos consumidores privados. Essas políticas se generalizaram no mundo capitalista de 1952 até 1977.

Críticas sobre a sociedade de consumo

Críticas negativas

Uma das críticas mais comuns sobre a sociedade de consumo é a que afirma se tratar de um tipo de sociedade que se "rendeu" frente as forças do sistema capitalista e que, portanto, seus critérios e bases culturais estão submetidos as criações postas ao alcance do consumidor. Neste sentido, os consumidores finais perderiam as características de indivíduos e passariam a ser considerados uma massa de consumidores que se pode influir através de técnicas de marketing, inclusive chegando a criação de "falsas necessidades" entre eles. Do ponto de vista ambiental, a sociedade de consumo se vê como insustentável, posto que implica um constante aumento da extração de recursos naturais, e do despejo de resíduos, até o ponto de ameaçar a capacidade de regeneração da natureza desses mesmos recursos imprescindíveis para a sobrevivência humana.

Em economia internacional, diz-se que o modelo consumista faz com que as economias dos países pobres se dediquem em satisfazer o enorme consumo das sociedades mais desenvolvidas, o que os fazem deixar de satisfazer suas próprias necessidades fundamentais, como por exemplo, a alimentação e saúde da população, pois o mercado faz com que a maioria dos recursos sejam destinados a satisfazer a quem pagar mais. Os enfoques anteriores se combinam ao mostrar que, se a maioria da população mundial alcançar um nível de consumo similar ao de países industrializados, recursos de primeira ordem se esgotariam em pouco tempo, o que envolve sérios problemas econômicos, éticos e políticos.

Por último, uma das maiores críticas a sociedade de consumo, vem de quem afirma que esta converte as pessoas a simples consumidores que encontram o prazer no mero consumo por si só, e não pela vontade de possuir o produto.

Infelizmente, um impacto desta sociedade de consumo ao meio ambiente e a sociedade em geral é sem dúvida a rápida obsolescência dos equipamentos, causando hoje na sociedade o que conhecemos como lixo tecnológico, que também prejudica muito a natureza.

Críticas positivas

Para alguns defensores, a sociedade de consumo é consequência do alto desenvolvimento que chegou a determinadas sociedades e se manifesta no incremento da renda nacional. Por sua vez, possibilita que um número cada vez maior de pessoas adquiram bens cada vez mais diversificados; desta forma, facilitando o acesso a uma maior quantidade e qualidade de produtos por uma parte maior da sociedade, produzindo uma maior igualdade social.

Consumismo

Ver artigo principal: Consumismo

Algo comum que acontece dentro do sistema de consumo é o excesso de consumo, que se manifesta como resposta ao apelo da mídia. Pessoas comprando produtos dos mais variados tipos e funções em formas de pagamentos cada vez mais facilitadas, favorecendo o endividamento. Além de fazer com que pessoas iludidas pelas propagandas acumulem itens não prioritários as suas vidas.

Um estágio mais avançado do excesso de consumo manifesta-se em uma doença, uma anomalia no comportamento de algumas pessoas que passam a consumir compulsivamente, a Oneomania. Esta ocorre com cada vez mais frequência em pessoas que não resistem ao apelo das propagandas e consomem para se satisfazer. Logo, o consumo age como uma droga, e assim como o alcoolismo, a doença deve ser tratada em centros de apoio ou hospitais.

Referências


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