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Engenheiros do Hawaii | |
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Arte da fase GLM da banda | |
Informação geral | |
Origem | Porto Alegre, RS |
País | Brasil |
Gênero(s) | |
Período em atividade | 1985 - 1996 1997 - 2008 |
Gravadora(s) | |
Afiliação(ões) | |
Ex-integrantes |
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Engenheiros do Hawaii foi uma banda de rock brasileira formada em 1985 na cidade de Porto Alegre por Humberto Gessinger (vocal e baixo), Carlos Stein (guitarra), Marcelo Pitz (baixo) e Carlos Maltz (bateria), que alcançou grande popularidade com suas canções líricas e críticas.
Antes de chegarem à sua formação final, a banda passou por algumas mudanças. Humberto Gessinger foi o único membro que sempre permaneceu em todas as formações da banda, até seu hiato em 2008, por motivos particulares da banda.[1][2]
História
Início
Quatro estudantes da Faculdade de Arquitetura da UFRGS - Humberto Gessinger (vocal e guitarra), Carlos Stein (guitarra), Marcelo Pitz (baixo) e Carlos Maltz (bateria) - resolveram formar uma banda para uma apresentação em um festival da faculdade, que aconteceria por protesto à paralisação de aulas. O primeiro show da banda foi em 11 de janeiro de 1985.[3] Escolheram o nome Engenheiros do Hawaii para satirizar os estudantes de engenharia que andavam com bermudas de surfista, com quem tinham uma certa rivalidade. Começaram a surgir propostas para novos shows e, depois, algumas apresentações em palcos alternativos de Porto Alegre, juntamente com uma série de shows pelo interior do Rio Grande do Sul. A banda, em menos de quatro meses de carreira, já consegue gravar duas músicas na coletânea Rock Grande do Sul (1985) com diversas bandas gaúchas, em razão de uma das bandas vencedoras do concurso adicionador à coletânea ter desistido da participação do álbum na última hora. Quando a banda seguiu com seus ensaios, durante a greve da faculdade, Carlos Stein realizou uma viagem que acabou inviabilizando sua permanência no grupo, e, tempos depois, ele passa a integrar a banda Nenhum de Nós. Meses passaram, e os Engenheiros do Hawaii gravam o seu primeiro álbum: Longe Demais das Capitais, em 1986. O norte musical do disco apontava para um som voltado à música pop, muito próximo ao ska de bandas como o The Police e Os Paralamas do Sucesso. Destacam-se as canções "Toda Forma de Poder", que foi tema das novelas Hipertensão da Rede Globo e Vitória da RecordTV. "Segurança", além de "Sopa de Letrinhas" e "Longe Demais das Capitais".
Antes de começarem as gravações do segundo disco, Marcelo Pitz deixa a banda por motivos pessoais. Com Gessinger assumindo o baixo, entra o guitarrista Augusto Licks, que havia trabalhado com Nei Lisboa, conhecido músico gaúcho. Os Engenheiros lançam o disco A Revolta dos Dândis, em 1987. A banda muda o direcionamento temático, iniciando uma trilogia baseada no rock progressivo, com discos com repetições de temas gráficos e musicais e letras em que ocorre a auto-citação. Os arranjos musicais são influenciados pelo rock dos anos 60, as letras são críticas, com ocorrência de várias antíteses, paradoxos e citações literárias de filósofos, como Albert Camus e Jean-Paul Sartre. Destaque para os hits "Infinita Highway", "Terra de Gigantes", "Refrão de Bolero" e a faixa título, dividida em duas partes. Começam os shows para grandes plateias nos centros urbanos do país, como o festival Alternativa Nativa, realizado entre 14 e 17 de julho de 1988. A partir desta data, os Engenheiros encheriam ginásios e estádios pelo Brasil afora. Porém, houve polêmicas e a banda chegou a ser acusada de elitista e fascista pelo conteúdo de suas letras. As polêmicas se intensificaram quando membros da banda se apresentaram com camisetas estampadas com a Estrela de Davi e a Suástica. O disco seguinte, Ouça o que Eu Digo: Não Ouça Ninguém, de 1988, pode ser visto como uma continuidade do anterior, tanto pelo trabalho da capa do álbum como pelo tema e estilo de suas canções. Destaque para as músicas "Somos Quem Podemos Ser", "Cidade em Chamas", "Tribos & Tribunais", a faixa-título e "Variações Sobre o Mesmo Tema", esta última uma homenagem à banda Pink Floyd, com sua estética progressiva e dividida em três partes. O álbum também marca a saída dos Engenheiros da cidade de Porto Alegre, indo morar no Rio de Janeiro. Consolidada a nova formação, os Engenheiros lançam Alívio Imediato, de 1989, quarto disco da banda e o primeiro registro ao vivo. Suas canções mostram uma retrospectiva de suas principais canções e as novas perspectivas a serem incorporadas, em especial o som mais eletrônico, presente na faixa título e na música "Nau à Deriva", ambas gravadas em estúdio e as demais gravadas ao vivo no Canecão, no Rio de Janeiro.
Mudança para o Rio de Janeiro
O disco seguinte, O Papa É Pop, de 1990 consolida a mudança de sonoridade da banda. Puxados pelo sucesso "Era um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones", regravação de uma velha canção do grupo Os Incríveis (por sua vez versão da canção "C'era un ragazzo che come me amava i Beatles e i Rolling Stones" de Gianni Morandi), e a faixa-título, o quinto disco dos Engenheiros investe no som progressivo, calçado nos solos de guitarra de Licks e em uma base mais eletrônica de teclados e bateria. Gessinger passa a assumir também o piano elétrico e começam a surgir as baladas de piano e voz da banda. São dele as canções "Anoiteceu em Porto Alegre", "O Exército de um Homem Só" (dividida em duas partes), "Pra Ser Sincero" e "Perfeita Simetria" (versão alternativa da canção "O Papa É Pop"). Em meio aos novos sucessos, uma antiga canção, "Refrão de Bolero", oriunda do segundo disco, A Revolta dos Dândis, também era bastante executada pelas rádios. Aclamados pelo público e massacrados pela crítica, os Engenheiros do Hawaii consagram-se no Rock in Rio II, arrancando elogios do jornal americano The New York Times, apesar de ignorados pela Folha de S. Paulo. O ano de 1991 marca o lançamento do sexto disco, Várias Variáveis, que completa a trilogia iniciada no segundo e terceiro discos da banda. Há redução dos efeitos eletrônicos e a retomada de um som mais rock 'n' roll, mas não repete o mesmo sucesso do anterior, mesmo tendo a canção "Herdeiro da Pampa Pobre", regravação de um antigo sucesso de Gaúcho da Fronteira, bastante executada nas rádios. Este é um dos discos que contém as melhores letras do grupo, porém, o som não é o forte do álbum, sendo o mesmo questionado até hoje pelo próprio Gessinger. Pode-se dizer que foi um disco seminal, pois canções como "Piano Bar", "Muros & Grades" e "Ando Só", em regravações em outros discos, estabeleceram-se como algumas das melhores da banda.
No ano seguinte, 1992, é lançado o sétimo disco, Gessinger, Licks & Maltz, ou GLM, inspirado no famoso logotipo ELP de Emerson, Lake & Palmer. O som continua mesclando elementos de MPB e rock progressivo, com destaque para as canções "Ninguém = Ninguém", "A Conquista do Espaço", "Pose (Anos 90)" e "Parabólica", canção que Gessinger fez em homenagem a sua filha Clara, nascida em fevereiro do mesmo ano. O oitavo disco dos Engenheiros é o semi-acústico Filmes de Guerra, Canções de Amor, de 1993, gravado ao vivo na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. A banda considerava este disco como acústico, pois condicionava tal formato à ausência de bateria e às guitarras semi-acústicas. Na época não existia a febre de acústicos gravados pelos grandes nomes nacionais, o que denota o caráter visionário da banda. O disco foi gravado ao vivo por uma decisão da banda de gravar um álbum ao vivo a cada três álbuns, uma ideia da banda Rush, que faz o mesmo. Com guitarras acústicas, percussão, piano, acordeão e participação da Orquestra Sinfônica Brasileira em três faixas, regida por Wagner Tiso, as velhas canções – como "Muros & Grades", "O Exército de um Homem Só" e "Crônica" – e novas composições – como "Mapas do Acaso" e "Quanto Vale a Vida?", ganharam arranjos que apontavam para o blues, a música tradicionalista e a erudita, ressaltando a excelente qualidade das letras dos Engenheiros do Hawaii. A banda chegou a participar, ainda no mesmo ano, do festival Hollywood Rock Brasil, junto com os brasileiros do Biquini Cavadão, De Falla, Dr. Sin e Midnight Blues Band. Entretanto não foram bem recepcionados e receberam muitas vaias. Eles se apresentaram no mesmo dia de L7 e Nirvana. O ano de 1993 marca também a primeira excursão dos Engenheiros pelo Japão e Estados Unidos. Porém, no final deste mesmo ano, discussões e rixas internas acabaram por resultar na saída do guitarrista Augusto Licks. Inicia-se uma longa disputa jurídica pela marca "Engenheiros do Hawaii", tendo Gessinger e Maltz finalmente ficado com o nome da banda.
Tempos de tempestade e Gessinger Trio
O passo seguinte foi remontar os Engenheiros, com a entrada do guitarrista Ricardo Horn. Posteriormente, também ingressam na banda: Paolo Casarin (acordeom e teclados) e o guitarrista Fernando Deluqui (ex-RPM). Após dois anos sem gravar, os Engenheiros lançam em 1995 o álbum Simples de Coração. O som é mais pesado, com climas regionais gaúchos dados pelo acordeão de Casarin. Destaque para as canções "A Promessa", "A Perigo", "Lance de Dados", "Ilex Paraguariensis" e "Simples de Coração". Havia ainda a canção "O Castelo dos Destinos Cruzados", em que o baterista Maltz assume os vocais. O disco Simples de Coração também teve uma versão em inglês, que não chegou às vendas. Os fãs mais assíduos têm apenas as MP3s. Paralelamente às gravações do Simples de Coração, Gessinger monta o trio "33 de Espadas", para tocar música instrumental. Ao fim da turnê de Simples de Coração, a banda passou por uma grave crise, pois a formação "quinteto" era temporária. Longe do sucesso de outros tempos, os Engenheiros começam a pensar em seguir outros caminhos. O "33 de espadas" faz sua estréia já com a formação que viria a se chamar "Humberto Gessinger Trio", tendo Luciano Granja na guitarra e Adal Fonseca na bateria. O grupo lançou o disco, também intitulado "Humberto Gessinger Trio" (HG3), em 1996. O clima enxuto do disco, basicamente com bateria, baixo e guitarra, lembra os primeiros trabalhos de Gessinger, como exemplificam as canções "Vida Real", "Freud Flintstone", "De Fé" e "O Preço". Paralelo a esse fato, Carlos Maltz envolve-se numa trilha mística e resolve abandonar os Engenheiros. A partir daí, o baterista monta o grupo "A Irmandade". Durante a turnê do Humberto Gessinger Trio, há uma constante troca de nomes da banda. Os shows que deveriam ser anunciados como HG3 ainda eram apresentados como Engenheiros do Hawaii.
A verdade é que para um produtor anunciar um show dos Engenheiros do Hawaii, banda nacionalmente conhecida era muito mais fácil e rentável que apresentar como Humberto Gessinger Trio, nome absolutamente desconhecido. Reconhecendo que era inviável seguir com o nome da nova banda, Gessinger volta a admitir-se como um Engenheiro do Hawaii. Para que haja alguma diferença entre o HG3 e o "novo" Engenheiros do Hawaii, ele convida Lúcio Dorfmann a assumir os teclados do grupo, configurando um novo som ao grupo, bem próximo ao pop que predominava no mercado musical da época. O disco Minuano, de 1997, marca a volta dos Engenheiros do Hawaii com este nome. O álbum mescla influências regionalistas, tecnologia e conta com arranjos de violino que lembram o folk, tornando este o disco mais leve e com a sonoridade mais vaga da banda. Emplaca o sucesso "A Montanha", além de outras belas canções como "Nuvem", "Faz Parte" e "Alucinação", uma cover para uma antiga canção de Belchior. O disco ainda marcou a saída dos Engenheiros do Hawaii da BMG. A saída se deu com o lançamento de um box em formato de lata, intitulado Infinita Highway, contendo o relançamento de todos os dez discos da banda até então. Todos foram remasterizados, com exceção dos dois últimos (Simples de Coração e Minuano foram gravados já para o formato CD). ¡Tchau Radar!, de 1999, marca a entrada dos Engenheiros para a Universal Music Group e exibe uma maior maturidade do grupo, onde as influências musicais da banda ficam mais evidentes (folk rock, rock'n roll dos anos 60, rock progressivo e MPB) com belas composições de Gessinger, como "Eu Que Não Amo Você", "Seguir Viagem" e "3 X 4" além de duas covers: "Negro Amor" ("It's All Over Now Baby Blue", de Bob Dylan) e "Cruzada" (de Tavinho Moura e Marcio Borges), esta contando com arranjos de orquestra, como é comum em várias faixas do álbum.
Nova fase
Da turnê de ¡Tchau Radar!, surgiu o terceiro disco ao vivo da banda, e o décimo segundo de sua carreira: 10.000 Destinos. Novamente, Gessinger repassa o repertório consagrado da banda em novas versões divididas em um set acústico e um elétrico e conta com a participação de Paulo Ricardo, cantando "Rádio Pirata" do RPM, e do gaiteiro Renato Borghetti nas canções "Refrão de um Bolero" e "Toda Forma de Poder". Como faixas-bônus, gravadas em estúdio, acompanham as inéditas "Números" e "Novos Horizontes", além da regravação de "Quando o Carnaval Chegar", de Chico Buarque. Alguns meses após a apresentação no Rock in Rio III (2001), Lúcio, Adal e Luciano saem da banda e montam outro grupo, Massa Crítica, mudando novamente a formação dos Engenheiros. Lúcio, Adal e Luciano são substituídos por Paulinho Galvão (guitarra), Bernardo Fonseca (baixo) e Gláucio Ayala (bateria). Gessinger volta a tocar guitarra, após 14 anos responsável pelo contrabaixo dos Engenheiros. Com essa nova formação eles regravam algumas músicas da banda e lançam uma re-edição de seu último disco, agora intitulado 10.001 Destinos. Duplo, traz as mesmas faixas do disco precursor, e novas versões de estúdio das canções "Novos Horizontes", "Freud Flinstone", "Nunca Se Sabe", "Eu Que Não Amo Você", "A Perigo", "Concreto e Asfalto" e "Sem você".
Começava com esta formação, seguindo novamente o mercado musical (quando bandas mais pesadas começaram a ter mais espaço), de som mais limpo e pesado. Isso se confirma em 2002, com o lançamento do disco Surfando Karmas & DNA, disco que consolida a nova fase da banda, e que tem a participação especial do ex-Engenheiros Carlos Maltz na faixa "E-stória". São destaques do disco a faixa título e as canções "Terceira do Plural", "Esportes Radicais", "Ritos de Passagem" e "Nunca Mais". Há influência do punk rock e pop rock nas novas canções. O disco seguinte, Dançando no Campo Minado, de 2003, mantém a regra: sonoridade muito similar ao seu antecessor com músicas curtas, guitarras pesadas e poesia crítica de Gessinger denunciando os males da globalização, da desilusão política e ideológica e da guerra, nas canções "Fusão a Frio", "Dançando no Campo Minado", "Dom Quixote" e "Segunda Feira Blues" (partes I e II, esta última novamente com a participação de Carlos Maltz), porém, convivendo com um certo otimismo na parte mais emotiva da vida. Emplaca nas rádios a canção Até o Fim.
Acústico MTV e Acústico Novos Horizontes
Em 2004, os Engenheiros do Hawaii lançaram o CD e DVD Acústico MTV. O acústico tem as participações especiais dos músicos Humberto Barros (órgão Hammond) e Fernando Aranha (violões). Este último já havia feito uma participação especial no disco anterior. O disco se diferencia dos demais por não trazer participações especiais, apenas "fraternais": Clara Gessinger, filha de Humberto, divide os vocais com o pai na canção Pose (executada com parte da letra cortada) e Carlos Maltz, co-fundador e ex-baterista dos Engenheiros, que canta junto com Gessinger a canção Depois de Nós, de sua autoria. Além dos grandes sucessos, como Infinita Highway, Somos Quem Podemos Ser e O Papa É Pop e das canções recentes, como Surfando Karmas & DNA e Até o Fim, o disco traz as canções O Preço e Vida Real, ambas do álbum Humberto Gessinger Trio. Por fim, acrescentam-se ainda as canções inéditas "Armas Químicas e Poemas" e "Outras Frequências". Durante a turnê do Acústico, Paulinho Galvão deixa a banda e seu posto é assumido por Fernando Aranha. Nos teclados, por sua vez, o jovem Pedro Augusto assume o lugar de Humberto Barros, que já fazia parte da banda de apoio do Kid Abelha.
O novo disco, Novos Horizontes, foi gravado nos dias 30 e 31 de maio de 2007, em São Paulo, no Citibank Hall, e foi lançado em agosto de 2007 com nove faixas inéditas, além de nove regravações. O disco quebrou a sequência de a cada 3 discos em estúdio, ser gravado um "ao vivo". Também foi palco de novas experiências para Gessinger, como a viola caipira que usa em algumas músicas do álbum. Segundo ele, "se tivesse que rever todas as obras dos Engenheiros do Hawaii, Novos Horizontes é o que não mexeria em nada". Destaque maior para as faixas inéditas "Guantánamo", "Coração Blindado", "No Meio de Tudo, Você" e "Quebra-Cabeça". No fim de 2007, o então baixista Bernardo Fonseca sai da banda e Humberto Gessinger assume o baixo. Desde então a banda voltou a utilizar guitarras em seus shows. No ano de 2008, após shows pelo Brasil inteiro, a banda termina a turnê acústica, começada em 23 de julho de 2004 com o lançamento do Acústico MTV.
Atividades interrompidas
Junto com a turnê terminam, pelo menos temporariamente, as atividades d'os Engenheiros do Hawaii. O vocalista e líder da banda, Humberto Gessinger, declarou no site oficial da banda que os planos de retorno da banda são somente no ano de 2017. Lembrando que já é a quinta vez que Gessinger adia o retorno dos Engenheiros. Entre 2008 e 2012 Gessinger se dedicou ao Pouca Vogal, parceria com Duca Leindecker, vocalista do Cidadão Quem. Juntos eles cantavam novas baladas e grandes sucessos de suas bandas. Gessinger atualmente se dedica à sua carreira solo, que começou em 2013 com o lançamento do CD Insular, e continuou com o CD/DVD Insular ao vivo em 2014. No ano de 2016 ele começa uma nova turnê denominada "Louco Pra Ficar Legal", trecho da música "Pra ficar legal", de 2002. Também lançou 5 livros: Meu Pequeno Gremista e Pra Ser Sincero - 123 Variações Sobre Um Mesmo Tema no final de 2009, Mapas do Acaso - 45 Variações Sobre Um Mesmo Tema em fevereiro de 2011, Nas Entrelinhas do Horizonte em abril de 2012 e Seis Segundos de Atenção em agosto de 2013.
2017, 30 anos de A Revolta dos Dândis
No fim do ano de 2016 pairou no ar a expectativa de uma reunião da tão aclamada formação clássica GL&M, para a comemoração dos 30 anos do disco mais cultuado pelos fãs e até mesmo pelo Humberto Gessinger, Augusto Licks e Carlos Maltz: A revolta dos Dândis. Licks é totalmente avesso a aparições públicas, mas em 2015 criou um workshop intitulado "Do Quarto Para o Mundo", onde já visitou algumas capitais, e a grande surpresa foi subir no palco da cantora Tsubasa Imamura para uma participação em "Pra Ser Sincero, Gessinger / Licks" mais de 20 anos depois do último show com os Engenheiros. Já Carlos Maltz passou por um momento difícil no final deste mesmo ano, pois passou por um procedimento para tratar em aneurisma na aorta. Gessinger ficou mantendo os fãs de Carlos atualizados com notas em seu perfil do Facebook e Twitter, um fato que quase passou despercebido. Licks, então, entrou em contato com o ex-companheiro de banda. Até onde se sabe, foi a primeira vez que os dois se falaram desde a saída turbulenta de Licks dos Engenheiros, que segundo o próprio Maltz, foi uma das melhores coisas que lhe aconteceu neste momento tão difícil. Juntando tudo isso, surgiram rumores de que a tão aguardada reunião aconteceria. Infelizmente não aconteceu, sendo pouco provável que a marca Engenheiros do Hawaii volte a estar novamente em um show, seja com GL&M ou com outra formação, até mesmo porque a carreira solo de Humberto Gessinger é super bem sucedida, sucesso de público e crítica, um dos poucos artistas que consegue se manter com um público fiel e longe dos grandes holofotes da indústria de hoje em dia.
Um adendo sobre A Revolta dos Dândis: nessa fase da banda, a influência do filósofo existencialista francês Jean-Paul Sartre foi muito presente. Na canção “Infinita highway”, que mudou definitivamente a trajetória dos Engenheiros, por exemplo, há trechos como “a dúvida é o preço da pureza”, uma frase da obra O Muro, de Sartre. Esta música permite induzir a presença de uma temática existencial. Além da citação de O Muro em “Infinita highway”, Sartre é mencionado em “Guardas da fronteira” (“Acontece que eu não tenho escolha / Por isso mesmo é que eu sou livre / Não sou eu o mentiroso / Foi Sartre quem escreveu o livro”)[4]. O próprio Humberto Gessinger, líder da banda Engenheiros do Hawaii, afirma que "Infinita Highway" coloca sobre uma base musical progressiva reflexões existencialistas inspiradas por Sartre.[5] O segundo disco da banda, A Revolta dos Dândis, um dos mais aclamados pela crítica nacional, também é o que mais deixa transparecer as preferências de Humberto por Sartre. Ao mesmo tempo, o grupo foi acusado de elitista e fascista devido ao conteúdo de suas letras. Em resposta, Gessinger afirmou que o povo brasileiro entende tanto de existencialismo como de boxe, sendo os dois produtos de consumo. Entre as faixas que mais nitidamente evidenciam a filosofia existencial estão: Infinita Highway, Terra de Gigantes, Refrão de Bolero e a faixa que dá nome ao álbum, A Revolta dos Dândis.[6][7]
Assim, do mesmo modo estão presentes no trabalho dos Engenheiros do Hawaii a filosofia de Camus, Nietzsche e Sartre; a linguagem social dos livros de Ferreira Gullar, John Fante, Arthur Rimbaud e George Orwell; bem como os aspectos regionais e nacionais, característicos das obras de Moacyr Scliar, Carlos Drummond de Andrade e Josué Guimarães[7].
Quando surgiu a banda Engenheiros do Hawaii, Gessinger utilizou-se de um experimentalismo de sons herdados da Bossa-Nova, Jovem Guarda, Tropicalismo e do Rock Progressivo, do qual ainda traz como marca em suas composições o conceitualismo, isto é, um engajamento em torno de um tema[7].
Integrantes
Linha do tempo
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Última formação
- Humberto Gessinger: vocal, baixo, guitarra, violão, bandolim, viola caipira, acordeão, midi pedalboard, harmônica e piano (1985 - 1996; 1997 - 2008)
- Fernando Aranha: guitarra e violão (2004 - 2008)
- Pedro Augusto: teclados (2005 - 2008)
- Gláucio Ayala: bateria, vocal de apoio (2001 - 2008)
Ex-integrantes
- Carlos Stein: guitarra (1985)
- Marcelo Pitz: baixo (1985 - 1987)
- Carlos Maltz: bateria, percussão e vocais (1985 - 1996)
- Augusto Licks: guitarra, harmônica, violão, teclados e midi pedalboard (1987 - 1994)
- Ricardo Horn: guitarra (1994 - 1996)
- Fernando Deluqui: guitarra e violão (1995 - 1996)
- Paulo Casarin: teclados e acordeão (1995 - 1996)
- Luciano Granja: guitarra (1997 - 2001)
- Adal Fonseca: bateria (1997 - 2001)
- Lucio Dorfman: teclados (1997 - 2001)
- Paulinho Galvão: guitarra (2001 - 2005)
- Bernardo Fonseca: baixo (2001 - 2007)
Discografia
Álbuns de estúdio
- 1986 - Longe Demais das Capitais (RCA através do selo RCA-Victor)
- 1987 - A Revolta dos Dândis (RCA através do selo Plug)
- 1988 - Ouça o que Eu Digo, Não Ouça Ninguém (BMG através do selo Plug)
- 1990 - O Papa É Pop (BMG através do selo RCA-Victor)
- 1991 - Várias Variáveis (BMG através do selo RCA-Victor)
- 1992 - Gessinger, Licks & Maltz (BMG através do selo RCA-Victor)
- 1995 - Simples de Coração (BMG através do selo RCA-Victor)
- 1997 - Minuano (BMG através do selo Ariola)
- 1999 - ¡Tchau Radar! (Universal através do selo Mercury)
- 2002 - Surfando Karmas & DNA (Universal através do selo Mercury)
- 2003 - Dançando no Campo Minado (Universal através do selo Mercury)
Álbuns ao vivo
- 1989 - Alívio Imediato (BMG através do selo RCA-Victor)
- 1993 - Filmes de Guerra, Canções de Amor (BMG através do selo RCA-Victor)
- 2000 - 10.000 Destinos ao Vivo (Universal através do selo Mercury)
- 2004 - Acústico MTV (Universal através do selo Mercury)
- 2007 - Acústico: Novos Horizontes (Universal através do selo Mercury)
Singles
Ano | Single | Álbum |
---|---|---|
1986 | "Toda Forma de Poder" | Longe Demais das Capitais |
"Segurança" | ||
1987 | "A Revolta dos Dândis I" | A Revolta dos Dândis |
"Infinita Highway" | ||
"Refrão de Bolero" | ||
"Terra de Gigantes" | ||
1988 | "Ouça o Que Eu Digo: Não Ouça Ninguém" | Ouça o Que Eu Digo: Não Ouça Ninguém |
"Somos Quem Podemos Ser" | ||
1989 | "Alívio Imediato" | Alívio Imediato |
"Nau à Deriva" | ||
1990 | "O Papa É Pop" | O Papa É Pop |
"Era Um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones" | ||
"Pra Ser Sincero" | ||
"O Exército de Um Homem Só" | ||
1991 | "Herdeiro da Pampa Pobre" | Várias Variáveis |
"Muros e Grades" | ||
"Piano Bar" | ||
"Ando Só" | ||
1992 | "Ninguém = Ninguém" | Gessinger, Licks & Maltz |
"Parabólica" | ||
"Até Quando Você Vai Ficar" | ||
1993 | "Realidade Virtual" | Filmes de Guerra, Canções de Amor |
"Quanto Vale a Vida?" | ||
"Crônica" (versão acústica) | ||
1995 | "A Promessa" | Simples de Coração |
"Simples de Coração" | ||
1997 | "A Montanha" | Minuano |
"Alucinação" | ||
1999 | "Eu Que Não Amo Você" | Tchau Radar! |
2000 | "Números" | 10.000 Destinos ao Vivo |
2002 | "3ª do Plural" | Surfando Karmas & DNA |
2003 | "Até o Fim" | Dançando no Campo Minado |
2004 | "Vida Real" | Acústico MTV: Engenheiros do Hawaii |
Coletâneas
- 1985 - Rock Grande do Sul (RCA-Victor)
Videografia
Álbuns de vídeo
- 1993 - Filmes de Guerra, Canções de Amor (VHS; relançado em DVD em 2002)
- 1996 - Clip Zoom (VHS; relançado em DVD em 2002)
- 2000 - 10.000 Destinos ao Vivo (VHS; relançado em DVD em 2001)
- 2004 - Acústico MTV: Engenheiros do Hawaii
- 2007 - Acústico Novos Horizontes
Ano | Vídeo | Álbum |
---|---|---|
1985 | Sopa de Letrinhas | Rock Grande do Sul |
1986 | Toda Forma de Poder | Longe Demais das Capitais |
1987 | Terra de Gigantes | A Revolta dos Dândis |
A Revolta dos Dândis I | ||
Filmes de Guerra, Canções de Amor | ||
1988 | Ouça O Que Eu Digo: Não Ouça Ninguém | Ouça o Que Eu Digo: Não Ouça Ninguém |
Somos Quem Podemos Ser | ||
1989 | Alívio Imediato | Alívio Imediato |
1990 | Era um Garoto que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones | O Papa É Pop |
O Papa É Pop | ||
1991 | O Exército de Um Homem Só I | |
Refrão de Bolero (ao vivo) | A Revolta dos Dândis | |
Herdeiro da Pampa Pobre | Várias Variáveis | |
Piano Bar (ao vivo) | ||
1992 | Parabólica | Gessinger, Licks & Maltz |
Ninguém = Ninguém | ||
1993 | Até Quando Você Vai Ficar? | |
1995 | A Promessa | Simples de Coração |
A Perigo | ||
1997 | A Montanha | Minuano |
Alucinação | ||
1999 | Eu que Não Amo Você | Tchau Radar! |
Negro Amor | ||
2002 | 3º do Plural | Surfando Karmas & DNA |
Surfando Karmas & DNA | ||
2003 | Até o Fim | Dançando no Campo Minado |
Na Veia |
Ver também
Referências
- ↑ «Engenheiros do Hawaii anunciam pausa por tempo indeterminado». Cifra club. 22 de julho de 2008. Consultado em 16 de abril de 2014
- ↑ «Novo projeto de Humberto Gessinger vai se chamar 'Pouca Vogal', diz site». G1. 26 de julho de 2008. Consultado em 30 de agosto de 2022
- ↑ Melissa Mattos (n.d.). «História» (em português). Consultado em 31 de agosto de 2022. Arquivado do original em 22 de dezembro de 2009
- ↑ Predefinição:Harvnb
- ↑ «Humberto Gessinger fala sobre a letra de "Infinita Highway" para Zero Hora». GaúchaZH. 21 de maio de 2013. Consultado em 31 de agosto de 2022
- ↑ Predefinição:Harvnb
- ↑ 7,0 7,1 7,2 Predefinição:Harvnb
Bibliografia
- Gessinger, Humberto (2009). Pra Ser Sincero: 123 Variações sobre um Mesmo Tema. Caxias do Sul: Belas Letras. ISBN 978-8560174454
- Lucchese, Alexandre (2016). Infinita Highway: Uma Carona com os Engenheiros do Hawaii. Caxias do Sul: Belas Letras. ISBN 978-8581742915
- Mazocco, Fabrício; Remaso, Sílvia (2019). Contrapontos: Uma Biografia de Augusto Licks. Caxias do Sul: Belas Letras. ISBN 978-8581744728
- Mori, Rafael Cava (2014). «Ciência, Filosofia e Arte: 1.000 Destinos Cruzados em "Lance de dados", de Humberto Gessinger» (PDF). Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Revista Brasileira de Estudos da Canção (n. 5, jan-jun 2014): pp. 1-15. ISSN 2238-1198. Consultado em 31 de agosto de 2022
- Gomes, Vanessa de Lima; Camatti, Tassiara Baldissera (2009). «Análise Semiótica da Obra Dom Quixote: Música e Literatura» (PDF). Curitiba: XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Intercom Júnior – Estudos Interdisciplinares da Comunicação (n. 1, 4 a 7 de setembro de 2009). Consultado em 31 de agosto de 2022
- Franz, Jaqueline Pricila dos Reis (2007). Mapas do Acaso : As Canções de Humberto Gessinger sob a Ótica Contemporânea. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Ligações externas
- «Humberto Gessinger» (em português). Página oficial do cantor, compositor e multi-instrumentista.
- «pouca vogal» (em português). Página oficial da dupla gaúcha que tocava canções próprias e, também, dos Engenheiros do Hawaii e da banda Cidadão Quem.