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Município do Brasil | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | turuçuense | ||
Localização | |||
Localização de Turuçu no Rio Grande do Sul | |||
Localização de Turuçu no Brasil | |||
Mapa de Turuçu | |||
Coordenadas | |||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Rio Grande do Sul | ||
Municípios limítrofes | Pelotas, São Lourenço do Sul | ||
Distância até a capital | 178 km | ||
História | |||
Fundação | 22 de outubro de 1997 (27 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Ivan Eduardo Scherdien[1] (PP, 2021 – 2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [2] | 254,933 km² | ||
População total (Censo IBGE/2010[3]) | 3 522 hab. | ||
Densidade | 13,8 hab./km² | ||
Clima | Subtropical (Cfa) | ||
Altitude | 30 m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2000[4]) | 0,759 — alto | ||
PIB (IBGE/2008[5]) | R$ 42 467,204 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2008[5]) | R$ 10 680,89 |
Turuçu é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul, localizado na metade sul deste. Conta atualmente com uma população de 3522 habitantes.
História
Podemos dividir a história de Turuçu em dois períodos, pré 1900 e pós 1900. Não há muitos dados relativos ao primeiro período devido a escassa documentação e, mesmo ao início do segundo período recorre-se às memórias dos habitantes mais idosos; com relação aos fatos e acontecimentos das últimas décadas são mais fáceis de comprovar documentalmente.
Pré 1900
Comprova-se que nas terras do atual município houve presença indígena no passado, pois foram encontrados por alguns colonos pedaços de cerâmicas, pedras para acender fogo, machadinhas e pontas de flechas. Os principais povos indígenas do Rio Grande do Sul eram os guaranis, pampeanos e gês. Os poucos objetos encontrados é devido a estes povos serem seminômades, não se fixando à terra, o que permitiria maiores depósitos de materiais. No livro de Ester J. B. Gutierrez (Negros, Charqueadas e Olarias), há referências de que a região do município, bem como os nomes Arroio Grande e Arroio Corrientes, já eram conhecidos em 1758. Por um curto período (1783-1788) as terras do atual município foram destinadas à Estância da Real Feitoria do Linho Cânhamo.
Pós 1900
Até 3 de maio de 1982, data da criação do município de Capão do Leão, que era o 4° distrito de Pelotas, a Vila Arthur Lange fazia parte integrante do 6° distrito, Santa Silvana; a partir deste momento a Vila Arthur Lange passou a ser o 4° distrito, abrangendo a área atual do município mais partes da colônia Santa Silvana e Cerrito Alegre, estendendo-se até o Arroio Contagem.
Por muitos anos foi conhecida simplesmente por Vila Arthur Lange ou Vila Lange e, dentre os principais motivos para a emancipação estão: o crescimento populacional, impulso da economia local e grande distância do município de Pelotas, localizada aproximadamente a 30 quilômetros do pequeno município. O plebiscito de 22 de outubro de 1995 deu votação favorável a emancipação política do distrito.
Geografia
O município estende-se entre os 30°22'45" e 31º35'40" de latitude sul e, de 52º00' a 52º17'10" de longitude oeste. Tomando a Prefeitura como ponto de referência para a cidade, este situa-se na latitude de 31º25'07" sul e a uma longitude de 52º10'28" oeste. Limita-se a sul e oeste com o município de Pelotas, ao norte com São Lourenço do Sul e a leste com a Lagoa dos Patos. A sede é cortada pela BR-116, uma das principais rotas de acesso do norte ao sul do estado e do Brasil ao Uruguai e Argentina. Sua população estimada em 2004 era de 3.889 habitantes, esta sofreu um decréscimo em virtude do fechamento da Empresa Arthur Lange, à população economicamente ativa viu-se obrigada a migrar para cidades mais promissoras.
Relevo
O relevo do município varia entre plano e moderadamente ondulado. A área entre a Lagoa dos Patos e a BR-116 caracteriza-se por ser uma região plana, apresentando leves ondulações, as coxilhas; a oeste da BR-116 o terreno passa de plano a moderadamente ondulado, indicando uma transição gradual em direção a Serra dos Tapes porção sul da Serras de Sudeste. A sede municipal está a aproximadamente 30 metros acima do nível do mar e o ponto culminante do município localiza-se na colônia Picada Flor, com altitude estimada em cerca de 193 metros, deste ponto é possível avistar a sede do município e a cidade de Pelotas.
Hidrografia
É um município que faz parte da bacia hidrográfica do rio Camaquã, seus principais cursos de água são o Arroio Turuçu e o Arroio Corrientes. O Arroio Turuçu tem sua nascente próximo a cidade de Canguçu, deste provêm a água distribuída a população urbana pelo sistema de abastecimento, as águas deste são procuradas pelos habitantes no verão para banhos de rio. O Arroio Corrientes caracteriza-se pelo rápido crescimento de suas águas em caso de chuvas, já ocorrendo das águas passarem sobre a ponte. No município há vários córregos e arroios de pequeno porte; além disso, há grandes barragens para a cultura orizícola. Turuçu também é banhado pelas águas da Lagoa dos Patos.
Clima
O clima característico é o subtropical úmido ou temperado, representado pela Classificação climática de Köppen-Geiger como Cfa. As chuvas são bem distribuídas durante o ano, sendo a precipitação anual média de aproximadamente 1.400 mm. Os ventos predominantes são de nordeste e sudoeste, mais intensos de agosto a janeiro. A temperatura média anual é de 17,7 °C; os invernos são frescos, com ocorrências de geadas e nevoeiros. As temperaturas mínimas ficam próximas de 0 °C. Os verões são tépidos, com temperaturas máximas ocasionalmente próximas dos 40 °C.
Rodovias e estradas
O município é cortado de norte a sul pela BR 116, atravessando sua área urbana, este é o acesso mais rápido para pessoas oriundas das cidades de Pelotas e São Lourenço do Sul. O interior possui uma extensa rede de estradas de terra, possibilitando a interligação das diversas regiões do município e ligando Turuçu ao município de Arroio do Padre e ao interior dos municípios de Pelotas e São Lourenço do Sul. Na área urbana está em andamento o processo de pavimentação das ruas.
Distância das principais cidades [6]
- Arroio do Padre: 28 km;
- Pelotas: 46 km;
- Porto Alegre: 212 km;
- Rio Grande: 100 km;
- São Lourenço do Sul: 25 km.
Divisão do município
O município de Turuçu encontra-se dividido, basicamente, em duas unidades distintas, mas, interdependentes, a zona urbana e a zona rural. A Vila Fetter, por ser um núcleo de pequenas dimensões e situar-se na área rural, inclui-se entre as subdivisões da zona rural.
Zona urbana
- Sub-divisões: Centro, bairro Arroio Grande e loteamento Neldo Ramm
A área urbana abrange uma faixa com cerca de cinco quilômetros de extensão ao longo da BR-116, tendo uma largura aproximada de um quilômetro; caracteriza-se por ser relativamente plana, com aclives pouco acentuados. A rede de abastecimento de água, bem como, o processo de pavimentação das ruas são melhorias advindas com a emancipação. Atualmente encontram-se em processo de regularização os terrenos urbanos, que em sua maioria foram ocupados na forma de posse. De diversas etnias, oriundos dos municípios vizinhos e até de mais longe, as pessoas vieram para a Vila Arthur Lange (atual Turuçu) em busca de emprego no curtume que nas décadas de 60 a 80 estava em franco desenvolvimento. Assim, o processo inicial de ocupação do local fez com que a cidade evoluísse para uma forma alongada, ocupando as margens da antiga estrada estadual e próximo a empresa; atualmente algumas parcelas tomam formas mais semelhantes a quadras é o caso da área no entorno do ginásio e do loteamento Neldo Ramm.
Zona rural
- Sub-divisões: Colônias: Azevedo, São Domingos, Picada Flor, Picada Palmeira, Feitoria, São João, São José, Santa Clara, Santana, Corrientes e Vila Fetter
Também comumente chamado de colônia. A presença de pessoas na área rural é anterior a presença na área urbana, possivelmente datando do final do século XIX e início do século XX. Em sua maioria são descendentes de imigrantes pomeranos que se assentaram na região. Ainda pode ser ouvido em conversas o uso do dialeto pomerano, tradição trazida por imigrantes que vieram da antiga Pomerânia, na região do Mar Báltico, entre as atuais Alemanha e Polônia. A zona rural apresenta uma quantidade significativa de propriedades com áreas inferiores a cinco hectares, explorados pela mão-de-obra familiar. As áreas mais planas são ocupadas por grandes propriedades e conforme a declividade do terreno se acentua estas diminuem de tamanho. Partindo da Lagoa dos Patos em direção ao interior, as propriedades decrescem, bem como ocorre a mudança de culturas, passamos do arroz, soja e pecuária de corte, para o fumo, pecuária leiteira e milho e, depois, fruticultura, fumo, cultivos e criações que ocupam pequenas dimensões.
Economia
Turuçu é, em âmbito nacional, reconhecida como a "Capital nacional da pimenta vermelha", levando-se em consideração o expressivo número de produtores desta iguaria que havia concentrados nesta região a alguns anos atrás. Hoje o número de produtores de pimenta se restringe a pouco mais de 20. Turuçu também já contou com o Curtume Arthur Lange, tradicionalmente responsável pela maior parte dos rendimentos de operários e trabalhadores assalariados da zona central. Atualmente, o curtume encontra-se fechado e com várias dívidas com fornecedores e antigos empregados. Hoje no local do antigo curtume encontra-se a prefeitura municipal, junto com suas secretarias, exceto as secretarias municipais de agricultura, obras, urbanismo e trânsito e a secretaria municipal de saúde, saneamento, meio ambiente e assistência social. Chegou também em Turuçu a indústria cafeeira do Café 35, além de uma cervejaria, a Brasserie 35. Hoje a principal produção alimentícia é o morango, ou "eiaber" como se diz em pomerano, o produto é responsável por grande parte da fonte de renda municipal, segundo a APM(Associação dos Produtores de Morango).
Setor primário
O setor agropecuário responde por grande parte dos impostos municipais. As culturas do arroz, milho, soja e tabaco são as mais expressivas. Infelizmente, o tabaco vem ocupando cada vez mais o espaço destinado as culturas alimentícias, uma vez que estas não apresentam grande valorização no mercado. Também são expressivos os criatórios de bovinos de corte e de leite e, a avicultura de corte. Na área do extrativismo ocorre a exploração das madeiras de acácia, eucalipto e pinus.
Setor secundário
Neste setor destacam-se as agroindústrias[7] que surgiram após a emancipação política. Estas unidades são de produção familiar, produzindo os mais variados produtos que a imaginação e a tradição permitem criar, na verdade o que ocorreu foi a adaptação da produção para a família para o mercado. Há, também, na área urbana uma barraca de couros, duas empresas que investem na confecção de artigos em couro e uma agroindústria de médio porte.
Setor terciário
No setor terciário destacam-se os estabelecimentos comerciais, em sua maioria geridos pelo proprietário e sua família. Ressalta-se a qualidade do atendimento nos locais. Como nem todas mercadorias são ofertadas nos estabelecimentos do município, as pessoas recorrem as cidades vizinhas.
Cultura
Destacam-se na cultura do município as festas promovidas tanto pela prefeitura como pelas comunidades religiosas e por particulares. Uma característica marcante de todos municípios gaúchos, também se faz presente em Turuçu, o chimarrão, visível o ano todo nas casas e ruas. Em reconhecimento a comunidade negra, há pouco tempo institui-se uma comunidade quilombola em Turuçu, esta recebeu o nome de Quilombo da Mutuca[8] e fica na colônia São José.
Festas populares
O município é também conhecido por promover duas festas anuais em comemoração ao cultivo de morango e pimenta. Trata-se da OktoberFemorango e Festa da pimenta, realizadas em outubro e abril, respectivamente. A tradição iniciou-se logo após a conquista da autonomia municipal do local, em meados dos anos 90, e desde então vem sendo realizada com grande repercussão na mídia local, ano após ano. Antecedendo estes eventos há os bailes de escolha das soberanas das festas. Outras festas que atraem a atenção são as festas das comunidades religiosas, são festividades pela passagem de seus aniversários. Nesses eventos ocorrem diversas atividades, como tiro ao alvo, torneios de pife e schafskopf (jogo de cartas alemão), pescaria, além do baile e das apresentações de corais. E, como não poderia deixar de ser, o povo turuçuense mantêm suas tradições e é apegado as suas raízes, a Semana Farroupilha de Turuçu é festejada e bastante concorrida. Ocorrendo diariamente comemorações em virtude da data. Ao longo do ano ocorrem gineteadas e torneios de laço, mostrando que a convivência entre o moderno e o tradicional é possível.
Turismo
Na área do turismo e patrimônio histórico, cabe destaque para a sede da prefeitura, localizada às margens da BR-116; para a Comunidade Evangélica de Confissão Luterana Bom Pastor e para a Igreja São José Operário; ao belo orquidário pertencente a srª Diva Lange, nora do fundador da empresa, Arthur Lange, com várias espécies de orquídeas e diversas outras de flores; o prédio mais antigo da escola Dr. Urbano Garcia que ainda está em uso. O desenvolvimento futuro do turismo no município, pode se dar com a exploração do turismo rural e a viabilidade de acesso a Lagoa dos Patos, que no momento depende da boa vontade dos proprietários em cujas terras é necessário passar.
Política
A diversidade de partidos é uma característica do atual modelo político brasileiro, o mesmo reflete-se em Turuçu, onde temos representantes e filiados aos seguintes partidos políticos: DEM, PDT, MDB, PP, PSDB, PT e PTB. Porém há uma prevalência do DEM e MDB.
Curiosidades e fatos marcantes
- Edmar Scherdien, também conhecido pelo apodo Chico, foi o primeiro prefeito do município;
- Selmira Milech Fehrenbach foi a primeira prefeita eleita;
- Em 28 de janeiro de 2009, Turuçu e cidades vizinhas passaram por uma das maiores chuvaradas já vistas pelos moradores, resultando em centenas de desalojados[9].
- A ardência da pimenta é medida pela Escala de Scoville. A pimenta dedo-de-moça (5 a 15 mil Scoville) é fraca se comparada a Naga Jolokia (superior a 800 mil Scoville).
- Turuçu, em sua primeira tentativa de emancipação, quatro anos antes, submete-se ao plebescito com o nome de Vila Lange, curtume existente até hoje na cidade e principal fonte econômica, até hoje. Na ocasião o "não" foi o vencedor. Quatro anos após, em nova tentativa, o sim venceu mas o nome sugerido, então, foi Turuçu. Ou seja, a cidade poderia se chamar Vila Lange e não Turuçu.
Referências
- ↑ Prefeito e vereadores de Turuçu tomam posse; veja lista de eleitos em g1.globo.com
- ↑ IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
- ↑ «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008
- ↑ 5,0 5,1 «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ http://maps.google.com.br/maps?ct=reset Distâncias aproximadas com base no Googlemaps
- ↑ http://www.vidaagranel.com/cooper_turucu.php Site de comercialização de produtos orgânicos e coloniais falando sobre a COOPERTURUÇU
- ↑ http://www.diariopopular.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?id=6¬icia=14057 Notícia do Diário Popular de 19 de fevereiro de 2010 com o título "Comunidades quilombolas gaúchas recebem certificados"
- ↑ http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&action=noticias§ion=Geral&id=2387334 Boletim: A situação na zona sul do Estado
Ligações externas
- «Página da Prefeitura Municipal»
- «Página da Câmara de Vereadores»
- «Turuçu no WikiMapia»
- «Turuçu no RS Virtual»
- Secretaria do Turismo do Rio Grande do Sul