O Sul de Minas Gerais é a porção ao sul de Minas Gerais, correspondendo, na divisão do IBGE, à Mesorregião do Sul e Sudoeste de Minas.
Esta região apresenta grandes altitudes e um clima ameno, fortemente influenciado pela Serra da Mantiqueira. A economia é altamente agrícola, com destaque para as plantações de café, apesar de estar se tornando um importante polo nacional de desenvolvimento tecnológico e industrial.
Algumas cidades da região recentemente estão sofrendo intensa industrialização, como Varginha, Pouso Alegre, Extrema, Poços de Caldas, Itajubá, Paraisópolis e Ouro Fino. A cidade de Santa Rita do Sapucaí se destaca por possuir industrias de alta tecnologia, sendo um polo nacional nas áreas de eletrônica, telecomunicações, computação e biomédica.
O Sul de Minas também é referência na produção de café. O relevo e o clima favorável tem feito da região referência mundial em qualidade da bebida com destaques para os municípios de Pedralva e Carmo de Minas na região da Serra da Mantiqueira, e Três Pontas, onde fica a maior concentração do plantio.
A região também possui importantes destinos turísticos mineiros, como Poços de Caldas, Monte Verde e São Lourenço.
História
O povoamento do Sul de Minas se iniciou entre o final do século XVII e início do século XVIII, com a chegada de pessoas vindas das vilas paulistas. Após o fim da Guerra dos Emboabas, além dos paulistas perderem o comando das jazidas de ouro, muitos deles acabaram por migrar para o Sul de Minas. Esta região, durante o ciclo do ouro, foi uma das principais regiões que produziam alimentos para as vilas mineradoras e sua primeira vila foi Campanha, criada em 1789, ano em que ocorreu a Inconfidência Mineira.
Em 1764, o então Governador de Minas Gerais, Luís Diogo Lobo da Silva, anexa a região à margem esquerda dos rios Grande e Sapucaí, então pertencente à Capitania de São Paulo, à Capitania de Minas Gerais.
No final do século XVIII e início do século XIX, com o fim da mineração, a região Sul de Minas sofreu com as consequências. Os descendentes dos colonizadores paulistas que ali habitavam deixaram a região, pois o fim do ciclo do ouro impactou a economia dependente do fornecimento de alimento para as jazidas, e eles retornam à Capitania de São Paulo, se fixando nas regiões de Campinas, Piracicaba, Itu e do Vale do Paraíba, aonde prosperava o cultivo da cana-de-açúcar. Ao mesmo tempo, muitos migrantes vindos das decantes vilas mineradoras, como Vila Rica, Mariana, Sabará e São João del-Rei, se fixam no Sul de Minas, se dedicando à agropecuária.
O desenvolvimento da região começa a se acelerar, principalmente após a Independência do Brasil, devido à policultura, de gêneros como café, cana-de-açúcar, arroz, milho, feijão e algodão. Houve criação de muitas vilas, como Baependi (1814), Jacuí (1814), Lavras (1831), Pouso Alegre (1831), Aiuruoca (1834), Oliveira (1839), Três Pontas (1841), Campo Belo (1848), São Sebastião do Paraíso (1870) e Poços de Caldas (1888).
Durante a República Velha, a região contribuiu com a política estadual, sendo berço dos Presidentes da República Venceslau Brás e Delfim Moreira e dos governadores mineiros Francisco Antônio de Sales, Júlio Bueno Brandão, Silviano Brandão, Venceslau Brás e Delfim Moreira. Também durante esse período, o Sul de Minas recebe imigrantes italianos.[1]
População
Segundo a estimativa populacional de 2017, a região contava naquele ano com 17 municípios cuja população era superior a 30 mil habitantes.[2]
Referências
- ↑ MOURA, Antônio de Paiva (25 de dezembro de 2002). «O Sul de Minas na história das Gerais». As Minas Gerais. Consultado em 20 de dezembro de 2021
- ↑ «Estimativas populacionais para os municípios e para as Unidades da Federação brasileiros em 01.07.2017» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 21 de março de 2018