Sérgio de Azevedo | |
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Sérgio da Silva Freire de Azevedo (Lisboa, 29 de Março de 1936 — 5 de Março de 2006) foi um empresário e produtor teatral português.
Biografia
Sérgio de Azevedo nasceu em 29 de Março de 1936, em Lisboa.[carece de fontes]
Os seus projectos inovadores e dinâmicos destacaram-no e levaram a crítica especializada a considerar publicamente Sérgio de Azevedo como o grande responsável pela renovação do Teatro de Revista.[carece de fontes] É considerado um dos maiores empresários teatrais de sempre em Portugal.
Casou-se quatro vezes resultando dessas mesmas uniões, quatro filhas e dois filhos.
Em 1961 viaja para o Brasil, onde produziu e apresentou o programa "Canções de Tony Silva" que esteve no ar dezoito meses.
Regressa a Lisboa, sete anos depois, e decide entrar no teatro como empresário. Em 1971 começa a dirigir o Teatro ABC, um dos grandiosos teatros da "Broadway" Portuguesa, o Parque Mayer.
Entre 1971 e 2005 produziu 32 espectáculos de variados géneros. Destacam-se "Põe-te na Bicha" (também no Coliseu do Porto), "Oh da Guarda", "P'ra Trás Mija a Burra" e o musical "Annie". Empresariou igualmente peças de géneros Infantil, Vanguarda, Comédia, Farsa e Opereta.
Em 1974, após a saída do Parque Mayer e conseguinte retirada do teatro, Azevedo idealizou e concretizou, no Campo Grande, o Café Concerto "Frou-Frou", mais tarde considerada a melhor sala nocturna da Península Ibérica, do qual empreendimento viria a ser espoliado após a revolução de 25 de Abril.
A crítica especializada considerou Sérgio de Azevedo como o grande responsável pela renovação do Teatro de Revista em Portugal e pelo melhor musical de sempre apresentado no país ("Annie"). Foi destacada pelos Estados Unidos da América como a melhor produção realizada no estrangeiro. Realça-se o facto de ser um espectáculo que foi apresentado em 46 países e premiado com 10 Tony Awards.
“É o Fim da Macacada” foi um marco importantíssimo na renovação da revista à portuguesa. Em 1972, é premiado como Espectáculo do Ano pela Casa da Imprensa.
“Tudo a Nu” foi considerado pela crítica o melhor espectáculo de revista dos anos de 1973/74.
“Uma no Cravo outra na Ditadura”, foi a revista que entre os anos 70 e 90 apresentou o melhor elenco de cabeças de cartaz (Ivone Silva, Aida Baptista, Tonicha, Nicolau Breyner, José Morais e Castro, Fernando Tordo), assim como um grupo de autores conceituados (José Carlos Ary dos Santos, Bernardo Santareno, César de Oliveira, Rogério Bracinha, Thilo Krasmann, novamente Fernando Tordo, Nuno Nazareth Fernandes).
“Põe-te na Bicha” foi o maior sucesso financeiro da Revista à Portuguesa dos últimos 40 anos. Com uma densidade ocupacional de 900 mil espectadores.
“Crazy Horse”, produzido pelo empresário no seu Café Concerto "Frou-Frou", foi considerado o espectáculo de nu artístico mais bonito apresentado em Portugal. Integraram-no bailarinas de dez nacionalidades.
“Dzi Croquetes” foi o primeiro grupo de Travesti apresentado em Portugal após a abolição da censura. Um grandioso espectáculo composto por treze brasileiros, dos quais fazia parte Ney Matogrosso. Posteriormente, o grupo obteve um assinalável êxito em Paris.
Ressuscita a opereta em Portugal com a produção de “A Invasão” levada à cena no Teatro da Trindade.
Em 2003, publicou o primeiro volume do livro Histórias de Teatro e Outras Paralelas, um relato de uma parte da sua vida ligada ao teatro.[1][2]
Completa o segundo volume, ainda por editar, pouco antes de falecer.
Em 2005, produziu uma última peça, a tragicomédia Esta Noite Choveu Prata de Pedro Bloch, protagonizada por Nicolau Breyner e encenada por Jô Soares. Este trabalho esteve em digressão pelo país e marcou o regresso do actor português aos palcos após um hiato de 20 anos.[3][4]
Sérgio de Azevedo faleceu em 5 de Março de 2006, em Lisboa, aos 69 anos de idade, vítima de doença prolongada.[4][1][5]
Em 2007, recebeu da Câmara Municipal de Lisboa, a título póstumo, a Medalha de Mérito Municipal, no seu Grau Prata, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Teatro (27 de Março), a par de Deolinda Rodrigues, Octávio de Matos e Artur Garcia.[6]
Teatro
Teatro de Revista
- “Dura Lex Sed Lex”
- “É o fim da Macacada”
- “Pró menino e pra menina”
- “Tudo a Nu”
- “Tudo a Nu com parra Nova” – também no Teatro Sá da Bandeira, Porto
- “Uma no Cravo outra na Ditadura”
- “P'ra trás mija a Burra!”
- “Afinal como é” - também no Teatro Sá da Bandeira, Porto
- “Em águas de Bacalhau” - também no Teatro Sá da Bandeira, Porto
- “Cada cor seu paladar”
- “Oh da Guarda!”
- “Põe-te na Bicha” – também no Coliseu do Porto
- “Direita Volver” - também no Coliseu do Porto
Musicais
- “Crazy Horse”
Comédia
- “Risolucionário”
Farsa
- “A Vida é boa”
Teatro Infantil
- “ABCzinho”
- “Cavaleiro sem Medo”
- “Batatinha e Casacão”
Musicais
- “Annie”
- “A Severa” – também no Coliseu do Porto
Opereta
- “A Invasão”
Digressões
- "Esta Noite Choveu Prata" - Estreia no Centro Cultural Olga Cadaval, passando pelo Casino do Estoril e pelo país
Referências
- ↑ 1,0 1,1 Agência Lusa (7 de março de 2006). «Sérgio de Azevedo : Vida dedicada ao teatro». Diário de Notícias. Consultado em 3 de março de 2008. Arquivado do original em 7 de março de 2006
- ↑ Azevedo, Sérgio de (2003). Histórias de teatro e outras paralelas. 1. Porto: Multisaber. OCLC 834932199. Consultado em 16 de setembro de 2017
- ↑ «Digressão de Nicolau arranca no Seixal». Correio da Manhã. 29 de março de 2005. Consultado em 16 de setembro de 2017
- ↑ 4,0 4,1 «Sérgio de Azevedo». Câmara Municipal de Lisboa. Arquivado do original em 11 de junho de 2007
- ↑ «Morreu Sérgio de Azevedo». Correio da Manhã. 6 de março de 2006. Consultado em 16 de setembro de 2017
- ↑ «Dia Mundial do Teatro : Medalhas de Mérito Municipal para vultos do Teatro». Câmara Municipal de Lisboa. 26 de março de 2007. Arquivado do original em 5 de maio de 2007
Ligações externas
- «Sérgio Azevedo». no Centro de Estudos de Teatro & Tiago Certal
- «Sérgio de Azevedo». no Centro de Estudos de Teatro & Tiago Certal
- «Sérgio de Azevedo : Vida dedicada ao teatro». no Diário de Notícias. [ligação inativa] (Versão arquivada)