Ryszard Kapuściński | |
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Ryszard Kapuściński | |
Nascimento | 4 de março de 1932[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Pinsk, Bielorrússia |
Morte | 23 de janeiro de 2007 (74 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Varsóvia, Polónia |
Nacionalidade | Polaco |
Ocupação | Escritor e jornalista |
Prémios | Prêmio Nike de Literatura (2005) |
Magnum opus | Ébano: febre africana |
Ryszard Kapuściński (Pinsk, Bielorrússia, 4 de março de 1932 - Varsóvia, Polónia, 23 de janeiro de 2007), licenciado em História, foi um jornalista e escritor polaco. Kapuściński é considerado um mestre do Jornalismo literário.[1][2]
Biografia
Ryszard Kapuściński nasceu em Pinsk, uma cidade das Kresy Wschodnie, que à época era polaca e atualmente faz parte da Bielorrússia.
Começou a sua carreira jornalística aos 17 anos na revista “Hoje e Amanhã”.
Em 1964 foi apontado pela Polska Agencja Prasowa (PAP, onde trabalhou de 1958 a 1981) como seu único correspondente, e nos dez anos seguintes foi "responsável" por 50 países. Durante esse período viajou pelo mundo e fez a reportagem de guerras, golpes e revoluções na África, Ásia, Europa e Américas, incluindo a "Soccer War" (conflito de 6 dias entre as Honduras e El Salvador, em 1969). Fez amizade com Che Guevara na Bolívia, Salvador Allende no Chile e Patrice Lumumba no Congo. Ao longo da sua vida presenciou 27 revoluções e golpes, esteve em 12 frentes de guerra, e foi condenado ao fuzilamento por quatro vezes.
No mundo anglófono, ele é mais conhecido pelas suas reportagens de África nas décadas de 1960 e 1970, quando testemunhou em primeira-mão o fim dos Impérios coloniais Europeus nesse continente.
A partir do início da década de 1960, Kapuściński publicou livros de elevado valor literário, habilmente caracterizados por sofisticada narrativa técnica, retratos psicológicos das personagens, abundância de metáforas e outras figuras de estilo e imagens raras que servem como meios para interpretar a percepção do mundo. O livro mais conhecido de Kapuściński, " O Imperador", trata ele próprio do declínio do anacrónico regime etíope de Haile Selassie. "Xá dos Xás", sobre a queda de Mohammad Reza Pahlavi, o último Xá da Pérsia e "Imperium", sobre os últimos dias da União Soviética, gozaram de sucesso semelhante.
Cansado da censura polaca, a partir da década de 1980, começou a colaborar com jornais e revistas internacionais, como The New York Times ou o Frankfurter Allgemeine Zeitung.
Faleceu em Varsóvia, aos 74 anos, em consequência de doença grave.
Controvérsias
Ao longo da carreira, a veracidade de algumas narrativas de Kapuściński como repórter foram contestadas e ele respondeu com a explicação de que seu trabalho era alegórico.[3] Ele costumava ter detalhes imprecisos, alegando ter testemunhado eventos nos quais não estava presente. O biógrafo de Kapuściński, Artur Domoslawski defende o seu trabalho: "Kapuściński estava experimentando jornalismo. Ele não sabia que havia cruzado a linha entre jornalismo e literatura. Ainda acho que seus livros são maravilhosos e preciosos. Mas, em última análise, eles pertencem à ficção".[4]
Prêmios
Em 1999 foi eleito no seu país como o melhor jornalista do século XX. Em 2003 recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias. Em 2004 foi galardoado na Áustria com o Prémio «Bruno Kreisky para livros políticos». Em 2005 foi doutorado “honoris causa” pela universidade catalã Ramón Llull.
- ↑ «Ryszard Kapuściński: Creative Nonfiction or Journalism?». Medium. Consultado em 9 de janeiro de 2020
- ↑ «20 livros para entender Tom Wolfe e o que foi o jornalismo literário». Superinteressante. Consultado em 9 de janeiro de 2020
- ↑ «Ryszard Kapuściński». Slate. Consultado em 9 de janeiro de 2020
- ↑ «Poland's ace reporter Ryszard Kapuściński accused of fiction-writing». The Guardian. Consultado em 9 de janeiro de 2020