Rômulo Almeida | |
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Alma mater | Universidade Federal da Bahia |
Rômulo Barreto de Almeida (Salvador, 18 de agosto de 1914 — Belo Horizonte, 23 de novembro de 1988) foi um político, economista, escritor e professor brasileiro.
Biografia
Primeiros anos e formação
Nascido em Salvador, capital baiana, no ano de 1933, bacharelou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Bahia vinculada a Universidade Federal da Bahia (UFBA).[1][2] Apesar da formação em Direito, partiu para outras áreas, passando a atuar na área de planejamento e desenvolvimento econômico.[3]
Carreira
No ano de 1941 tornou-se diretor do Departamento de Geografia e Estatística do Acre.[4] Entre os anos de 1942 e 1943, atuou como professor substituto da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas do Rio de Janeiro (FACC), instituição vinculada a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).[5][6]
No ano de 1946, atuou como assessor da Comissão de Investigação Econômica e Social da Assembleia Nacional Constituinte.[7]
Entre os anos de 1948 e 1949 - no contexto da política do Big Stick - participou de diversas subcomissões da Comissão Mista Brasil/Estados Unidos para o Desenvolvimento Econômico, conhecida como Missão Abbink, que retomou a cooperação econômica iniciada pela Missão Cooke, enviada pelo presidente Franklin D. Roosevelt durante a Segunda Guerra Mundial.[8][9] A nova comissão era liderada por John Abbink, pelo lado americano, e Otávio Gouveia de Bulhões, pelo brasileiro.[10][11][12]
No início da década de 1950, Rômulo Almeida atuou como economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) de Getúlio Vargas de orientação nacionalista e trabalhista.[13][14][15]
No início do segundo governo Vargas, em 1951, integrou o Gabinete Civil da Presidência da República, tendo sido encarregado de organizar a Assessoria Econômica da Presidência da República.[16][17] Ainda em 1951, tornou-se membro do conselho consultivo da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), função que exerceu até 1966.[18][19]
A partir de 1953, tornou-se consultor econômico da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), autoridade monetária antecessora do Banco Central do Brasil (BC); nesse mesmo ano, assumiu a presidência do Banco do Nordeste (BNB), em que idealizou, concebeu e participou da sua implementação.[20][13] Após o suicídio de Vargas, em 1954, demitiu-se do cargo.[21]
Em outubro de 1954 elegeu-se deputado federal pela Bahia, na legenda do PTB.[22] Em abril de 1955, porém, deixou a Câmara para tornar-se Secretário da Fazenda da Bahia.[6][23] Nesse mesmo ano, criou e presidiu a Comissão de Planejamento Econômico (CPE).[24][25]
No ano de 1957, criou e presidiu o Fundo de Desenvolvimento Agroindustrial da Bahia e foi nomeado vice-presidente da Rede Ferroviária Federal.[26] Reassumiu seu mandato na Câmara em julho desse mesmo ano, exercendo-o até dezembro.[23] No período de 1957 a 1959 reorganizou o Instituto de Economia e Finanças da Bahia e nesse último ano, já durante o governo de Juraci Magalhães, foi secretário para Assuntos do Nordeste em seu estado.[27] Representou também a Bahia na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).[28] Posteriormente, nomeado secretário de Economia, elaborou o projeto da Companhia de Energia Elétrica da Bahia (Coelba).[2]
Foi diretor da Companhia Ferro e Aço de Vitória e, em 1961, foi representante do Brasil junto à Comissão Internacional da Aliança para o Progresso, da qual se exoneraria em 1966.[29]
Após o golpe militar de 1964, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB).[30][31] Concorreu ao Senado pela Bahia no ano de 1978, mas foi derrotado por Lomanto Júnior, da Aliança Renovadora Nacional (ARENA).[32][33]
Com a extinção do pluripartidarismo em 29 de novembro de 1979 e a consequente reformulação partidária, vinculou-se à corrente trabalhista liderada por Leonel Brizola.[31][34][35] Quando Almeida perdeu a sigla do PTB para Ivete Vargas, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).[35] Nas eleições estaduais na Bahia em 1982, candidatou-se ao cargo de vice-governador da Bahia na chapa de Roberto Santos, mas foram derrotados por João Durval Carneiro e Edvaldo de Oliveira Flores (PDS).[36]
Atuou como professor em diversas instituições como a Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia, da Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica, do Curso de Planejamento do Departamento Administrativo do Serviço Público (Dasp) e da Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV).[18][37]
Foi diretor da Fundação Casa Popular, o primeiro órgão federal brasileiro na área de moradia, com a finalidade de centralizar a política de habitação.[6][4][38] Foi também diretor da Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga, da Empreendimentos Bahia S.A. e da Elétrico-Siderúrgica Bahia S.A., além de presidir a Consultoria de Planejamento Clan S.A.[31] Ainda atuou como membro do conselho diretor do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam).[39][31]
Presidente de honra do PMDB baiano, em 1985, foi nomeado, no início do governo José Sarney, diretor de planejamento da área industrial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).[40][41]
Notável ainda sua participação na idealização do Polo Petroquímico de Camaçari, do Porto e do Centro Industrial de Aratu, que hoje são as bases da indústria baiana e que levou o estado para a era da industrialização, bem como no planejamento e desenvolvimento de obras importantes para a Bahia, a exemplo da Chesf e a BR-116 (Rio-Bahia).[42][27] Além de que, ter participado, nos anos 1950, da criação da Petrobras.[17]
Vida pessoal
Foi casado com Francisca Aguiar Almeida, com quem teve três filhos.[31][37]
Morte
Rômulo Almeida morreu em 23 de novembro de 1988, aos 74 anos, na capital mineira de Belo Horizonte.[31][43]
Legado
Dada sua importância biográfica, foi diversas vezes homenageado em universidades, sessões políticas e instituições civis na Bahia e em Brasília.[37][44][41]
No ano de 2007, o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli batizou a Usina Termelétrica de Camaçari em homenagem de Rômulo.[37][45][46]
Trabalhos publicadas
Entre outras obras publicou:
- A experiência brasileira de planejamento, orientação e controle da economia.[47]
- Educação num país em processo inicial de desenvolvimento.[48]
- Novas medidas internacionais em prol do desenvolvimento econômico.[49]
- Petroquímica na economia nacional.[50]
- O Nordeste no Segundo Governo Vargas.[49]
- Finanças estaduais e serviços fazendários.[50]
- Pastas Rosas.[51]
Referências
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Bibliografia
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