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Queluzito

Queluzito
  Município do Brasil  
Hino
Gentílico queluzitano
Localização
Localização de Queluzito em Minas Gerais
Localização de Queluzito em Minas Gerais
Queluzito está localizado em: Brasil
Queluzito
Localização de Queluzito no Brasil
Mapa de Queluzito
Coordenadas 20° 44' 24" S 43° 53' 02" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes Conselheiro Lafaiete, São Brás do Suaçuí, Entre Rios de Minas, Casa Grande, Cristiano Otoni
Distância até a capital Não disponível
História
Fundação 31 de dezembro de 1962 (61 anos)
Administração
Prefeito(a) Danilo Albuberque (PP, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [2] 153,038 km²
População total (Censo IBGE/2010[3]) 1 866 hab.
Densidade 12,2 hab./km²
Clima Tropical de altitude, temperado (Cwa)
Altitude 964 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 36424-000 a 36425-999[1]
Indicadores
IDH (PNUD/2000) 0,730 alto
PIB (IBGE/2008[4]) R$ 18 996,682 mil
PIB per capita (IBGE/2008[4]) R$ 10 061,80
Sítio www.queluzito.mg.gov.br (Prefeitura)
www.camaraqueluzito.mg.gov.br (Câmara)

Queluzito é um município brasileiro do estado de Minas Gerais, situado a 964 metros de altitude. Sua população, segundo o censo do IBGE realizado em 2010, é de 1.861 habitantes (densidade demográfica de 12,12 hab/km²), sendo estimada em 1.943 habitantes em 2020. Apresenta 47.9% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 32.3% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 47.9% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). [5]

História

A fase pré-colonial do município é marcada por dados obtidos como resultado de avaliações em três sítios arqueológicos (Campo Belo I, II e III), identificados pela equipe do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, confirmando a presença de assentamentos indígenas na região nesse período, tendo em vista suas datações que os inserem entre os anos de 1050 ± 105 a 1570 ± 40 AD. A caracterização cultural dos materiais evidenciada nesses antigos assentamentos tem permitido associar esses vestígios com a denominada Tradição Aratu-Sapucaí, comumente relacionada com produção material de grupos pertencentes ao tronco linguístico Macro-Jê. [6]

A partir do século XVIII, muitos povoados foram surgindo em decorrência das expedições dos bandeirantes pelo Caminho Novo da Estrada Real, cuja construção recebeu um forte apoio do então Governador Artur de Sá e Meneses. Assim, várias fazendas foram erguidas, servindo de entreposto em meio à abundante Mata Atlântica local, descrita e documentada por importantes exploradores, como pelo botânico francês Auguste de Saint-Hilaire, o médico alemão Georg Heinrich von Langsdorff, além de outros viajantes europeus a serviço das cortes imperiais que percorreram a região com propósitos científicos em diversas épocas.[7] [8] [9]

O povoado onde se iniciou a história da cidade foi fundado na primeira metade do século XVIII, recebendo como primeiro nome Santo Amaro do Camapuã, documentado no Livro de Tombo da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre dos Carijós. Foi Amaro Ribeiro quem edificou a primeira capela na região, dedicada a Santo Amaro, cuja construção iniciou-se em 1726. A capela de Santo Amaro tem seu primeiro registro datado de 7 de janeiro de 1742, embora, na história oficial do atual município de Queluzito conste que o término da obra ocorrera em 12 de março de 1738. Seus livros de registros paroquiais revelam que os primeiros habitantes da região eram portugueses, que vieram explorar ouro nos riachos Camapuã e Brumado. O relatório do Termo da Villa Real de Queluz (1830) reporta que no local havia apenas cinco fogos (casas). O crescimento do entorno da capela de Santo Amaro só ocorreu nas primeiras décadas do século XIX, quando a região passou a se dedicar ao abastecimento agropastoril, sendo que parte considerável de sua produção era vendida para São João Del Rei. Esse crescimento comercial intenso resultou na elevação de povoado a freguesia de Santo Amaro de Camapuã, em 1838. [10]

Geograficamente como um braço da Serra da Mantiqueira, a Serra do Camapuã, cujo nome significa, em tupi-guarani, seios erguidos, está localizada no que constituía, inicialmente, a divisa entre as comarcas de Ouro Preto e Rio das Mortes. Em 1790, quando da elevação do Arraial dos Carijós a Vila de Queluz, a serra ficou subordinada a essa última, que foi integrada à comarca do Rio das Mortes. Desde então, até 1833, todo o seu território ficou circunscrito a essa comarca. Nessa última data, a Vila de Queluz foi reincorporada à de Ouro Preto, onde os terrenos dispostos ao sopé de sua vertente leste passaram a fazer parte da comarca de Ouro Preto e os da oeste ficaram sob a jurisdição do Rio das Mortes. Essa instabilidade revela que Santo Amaro do Camapuã assentava-se em uma região limítrofe, de passagem obrigatória para quem desejasse transitar entre São João Del Rei e Vila Rica. [10]

Os primeiros povoadores da localidade foram o Inconfidente José da Costa Oliveira, bisavô do jurista, advogado e diplomata Lafayette Rodrigues Pereira, e o português José da Costa Oliveira. Os Vieiras, os Costa, os Pacheco de Lima e os Ferreira de Souza, famílias portuguesas oriundas da região do Minho, compuseram os primeiros extratos familiares na região. [10]

Em 31 de dezembro de 1943, o então Distrito de Santo Amaro (constituído pelas Lei Provincial nº 907, de 08-06-1858 e Lei Estadual nº 2, de 14-09-1891, subordinado à Vila de Queluz) recebeu a denominação de Queluzito, sendo elevado à categoria de cidade em 1962. O nome Queluzito é originário da palavra queluzita, uma rocha metamórfica complexa, composta de espessartita, rodonita, rodocrosita e quartzo, abundante na região.[11]

Geografia

Exemplar da espécie Chrysophyllum imperiale cultivado em área particular de reflorestamento na cidade. Esse espécie está classificada como "ameaçada de extinção" pela Lista Vermelha da IUCN.

Conforme a classificação geográfica mais moderna (2017) do IBGE, Queluzito é um município da Região Geográfica Imediata de Conselheiro Lafaiete, na Região Geográfica Intermediária de Barbacena.[12]

O município se insere em um prolongamento da Serra da Mantiqueira. A topografia da região é acidentada, com vales estreitos e úmidos, e relevo variando de fortemente ondulado a montanhoso, distribuídos como 85% montanhoso, 17% ondulado e 3% plano. A região é drenada pela bacia hidrográfica do Rio Paraopeba. [13]

Dados obtidos no período compreendido entre 2015-2016 do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, desenvolvido pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), reportam que o município possui 14,0% (3934,00 ha de fisionomia vegetal original) de remanescente caracterizado como floresta estacional semidecidual, com condições edafoclimáticas potencialmente apropriadas para o reflorestamento de áreas degradadas e recuperação de nascentes e matas ciliares empregando espécies nativas raras, agregando valor genético estratégico à região e impulsionando uma crescente economia agroflorestal sustentável. [14]

O cultivo de araucária (Araucaria angustifolia), guapeba-preta (Chrysophyllum imperiale), ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus) e jequitibá-rosa (Cariniana legalis), dentre outras espécies, pode contribuir com o equilíbrio ecológico, mantendo a diversificada avifauna local protegida. A extensa zona rural possui potencial para o cultivo de madeiras de corte, em substituição à pecuária, assim como o potencial para atividades econômicas com baixas emissões de carbono ser elevado, como o ecoturismo, devido a diversas pequenas cachoeiras que podem ser visitadas na região, como a Cachoeira do Maciel. Uma das denominações de localidade na zona rural da cidade é conhecida como "serra dos caixetas", nome referendado graças à abundância, no passado, da árvore caixeta (Tabebuia cassinoides), espécie ameaçada de extinção no Brasil. [15]

A fragmentação de hábitats tem agravado esta situação, levando à diminuição da ocorrência de várias espécies animais nos remanescentes de vegetação da região. Aves de maior porte, como alguns jacus (Penelope spp.) e mutuns (Crax spp.), estão entre as espécies mais afetadas pela fragmentação dessas áreas verdes, ainda que a presença de periquitos (Brotogeris ssp.) seja frequentemente observada na região. [16]

Queluzito, dentre os atrativos históricos, geográficos e culturais, faz parte do Circuito Turístico Villas e Fazendas de Minas Gerais, criado em 2001, a partir da associação de oito municípios com identidades culturais, sociais e econômicas semelhantes, todos próximos às históricas Congonhas e Ouro Preto, configurando-se como exemplo de turismo sustentável. Em termos culturais, destacam-se a Congada, a Festa do Produtor Rural, as Folias de Reis e Folia de São Sebastião, e as celebrações religiosas. [17]

Avifauna

As espécies de aves comumente observadas no município pertencem às famílias Anatidae (Amazonetta brasiliensis ~ "ananaí"), Cracidae (Penelope obscura ~ "jacuguaçu"), Phalacrocoracidae (Nannopterum brasilianus ~ "biguá"), Ardeidae (Butorides striata ~ "socozinho", Ardea alba ~ "garça-branca"; Syrigma silibatrix ~ "maria-faceira"), Threskiornithidae (Mesembrinibis cayennensis ~ "coró-coró", Theristicus caudatus ~ "curicaca"). [18]

Ver também

Referências

  1. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
  2. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  3. «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  4. 4,0 4,1 «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  5. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/queluzito/panorama  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  6. Porto, Cecília B. Araújo (24 de julho de 2012). «OS CARIJÓ DA ANTIGA COMARCA DE VILA RICA: CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS, ETNO-HISTÓRICAS E ARQUEOLÓGICAS» (PDF). XVIII Encontro Regional da ANPUH-MG. Consultado em 06 de outubro de 2020  line feed character character in |titulo= at position 42 (ajuda); Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  7. Brandão, Maria das Gracas Lins; Zanetti, Naiara do Nascimento Santiago; Oliveira, Gabriela Rodrigues Ramos de; Silva, Andressa Kamila de Souza; Goulart, Lorena de Oliveira; Oliveira, Mariana Amorim de; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Santos, Aparecida Celia Paula dos; Salimenha, Maria de Fátima (2008). «Plantas medicinais da Estrada Real.» (em português). ISSN 1983-3687. Consultado em 6 de outubro de 2020 
  8. PAULA, S. F.; CASTRO, P. T. A. (20 de agosto de 2018). «Geotouristic Opportunities of the Caminho dos Diamantes (Estrada Real - MG): a Journey Described Through the Perspective of the Naturalist Travelers». Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ (2): 647–653. ISSN 0101-9759. doi:10.11137/2018_2_647_653. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  9. Beringuier, Philippe; Saadi, Allaoua (16 de julho de 2010). «Quels paysages dans les images produites autour de l'itinéraire touristique Estrada Real (Minas Gerais, Brésil) ?». Confins. Revue franco-brésilienne de géographie / Revista franco-brasilera de geografia (em français) (9). ISSN 1958-9212. doi:10.4000/confins.6428. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  10. 10,0 10,1 10,2 Chagas, Gabriel Afonso Vieira (27 de março de 2018). «Estratégia de família: casamentos endogâmicos em grupos familiares do entorno da Serra do Camapuã (1750-1890)». Consultado em 6 de outubro de 2020 
  11. Cordeiro, Maryelle Joelma (12 de dezembro de 2018). «Litotoponímia mineira». Consultado em 5 de outubro de 2020 
  12. «Divisões Regionais do Brasil | IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 15 de junho de 2022 
  13. «Mapeamento e monitoramento de processos erosivos a partir de imagens Ikonos: Um estudo de caso da área urbana do Município de». scholar.googleusercontent.com. Consultado em 6 de outubro de 2020 
  14. «Mapas SOS Mata Atlântica». mapas.sosma.org.br. Consultado em 6 de outubro de 2020 
  15. «Centro Nacional de Conservação da Flora - CNCFlora». cncflora.jbrj.gov.br. Consultado em 5 de outubro de 2020 
  16. «Olaria MG» (em português). Consultado em 6 de outubro de 2020 
  17. «Cidade de Queluzito MG - MinasGeraisMG.Net». minasgeraismg.net. Consultado em 6 de outubro de 2020 
  18. «Espécies em Queluzito/MG | Wiki Aves - A Enciclopédia das Aves do Brasil». www.wikiaves.com.br. Consultado em 29 de outubro de 2020 

Ligações externas

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