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Pepe (futebolista brasileiro)

Predefinição:Info/Treinador José Macia, mais conhecido como Pepe (Santos, 25 de fevereiro de 1935)[1][2][3], é um ex-futebolista e ex-técnico brasileiro.

Como jogador, atuou como ponta-esquerda e é considerado um dos maiores ídolos da história do Santos FC, único clube onde atuou.[1] É o vice-artilheiro da história do clube, com 403 gols[4][2][5], atrás apenas de Pelé, que marcou 1.091 gols.[6]

Maior vencedor de Campeonatos Paulistas, com 13 títulos conquistados (11 como jogador do Santos, um como técnico do Santos e um como técnico da Internacional de Limeira)[7], é também o maior vencedor de Campeonatos Brasileiros, com sete títulos conquistados – seis como jogador do Santos e um como técnico do São Paulo FC.[1]

Ganhou duas Copas do Mundo pela Seleção Brasileira: em 1958 e 1962.[1][8]

Carreira

Infância

Pepe veio ao mundo em uma segunda-feira de Carnaval[9][8], em sua própria residência, na rua João Pessoa, 255, às 20 horas, no Centro de Santos[10] – mesma rua, na época chamada de Rua do Rosário, em que o Alvinegro da Vila tinha sido fundado 23 anos antes.[1]

Recebeu o nome do pai, José Macia, porém era para ser registrado como José Macia Filho, mas por um erro ficou com o nome exatamente igual ao do pai.[8] A família era originária da Espanha e lá José é conhecido como “Pepe”. Seu pai era chamado assim, e na infância nosso craque era tratado de Pepinho.[8] Ao passar dos anos, ficou conhecido também pelo apelido do pai.[1]

Aos sete anos de idade, em 1942, Pepinho se mudou com a família para a cidade vizinha de São Vicente.[3] Com seu irmão, Mário, começou a praticar futebol nas equipes do bairro onde morava, o Comercial FC e o Mota Lima[11].[1]

Aos 16 anos Pepe jogava no infantil do São Vicente AC quando Cobrinha, o goleiro do time, que também defendia o infantil do Santos, o convidou para realizar um teste no Alvinegro. No dia 4 de maio de 1951 Pepe pisou pela primeira vez no gramado de Vila Belmiro, e foi aprovado pelo técnico Salu.[1][10]

Jogador do Santos FC

Entre os anos de 1952 e 1953 Pepe já estava sob o comando do treinador Lula, nos juvenis do Peixe. E em 1954, aos 19 anos, teve sua primeira chance na equipe principal. Estreou no dia 23 de maio, em partida diante do Fluminense, no Pacaembu, pelo Torneio Rio-São Paulo. A equipe santista perdeu por 2 a 1, e Pepe entrou no segundo tempo no lugar de Boca, que já havia entrado no lugar de Del Vecchio.[1][12][8]

Seu primeiro grande momento como atleta profissional foi no Campeonato Paulista de 1955. Na última partida do certame, Pepe marcou o gol do triunfo[11] diante do Taubaté, na Vila Belmiro, e com a vitória o Santos sagrou-se Campeão Paulista pela segunda vez, exatamente 20 anos depois do nascimento do seu jovem ponta-esquerda.[1][3]

Com 403 gols marcados em 741 partidas, Pepe é o segundo maior artilheiro da história do Santos.[13] Em 15 anos de clube (1954 a 1969), ganhou o apelido de "Canhão da Vila", por seu fortíssimo chute de esquerda.[11] A bola chegava a atingir uma velocidade de 122km/h.[14][15]

Mesmo jogando com artilheiros natos como Pelé e Coutinho, conseguiu marcar muitos gols com a camisa do Santos. Além de Pelé, apenas dois jogadores marcaram mais gols que Pepe por um único clube: Roberto Dinamite, pelo Vasco da Gama, marcou 620 gols, e Zico, pelo Flamengo, que marcou 500 gols.[4]

Um dos pontos fortes de Pepe eram suas cobranças de falta. Exímio cobrador, ficou conhecido por derrubar seus adversários que se arriscavam formando barreiras. Na Taça Intercontinental de 1963 contra o Milan, marcou duas vezes em tiros livres no segundo jogo da decisão.

Na chuvosa noite de quarta-feira, dia 5 de dezembro de 1962, o Santos sagrou-se campeão paulista pela sétima vez ao golear a equipe do São Paulo por 5 a 2, no Pacaembu. Neste jogo, Pepe completava 500 jogos com a camisa do Peixe.[13]

No dia 21 de setembro de 1967, Pepe conquistou o Prêmio Belfort Duarte, um reconhecimento pela sua extrema esportividade.[3] A medalha de prata era conferida ao jogador profissional que passasse dez anos, e no mínimo 200 partidas, sem ser expulso de campo. Pepe conseguiu mais do que isso. Ele acumulou um total de 790 partidas, sendo 750 pelo Santos e 40 pela Seleção sem deixar o campo por um ato punitivo.[4][16]

Foi titular absoluto da ponta-esquerda santista até 1965, quando chegou aos 30 anos. A partir dessa data, até 1969, ano em que encerrou a carreira, passou a revezar a titularidade com o jovem Abel, contratado do América do Rio de Janeiro, e, desde 1966, com Edu, oriundo das categorias de base do Santos.[1]

A última vez em que Pepe jogou pelo Santos foi no estádio Urbano Caldeira, em 19 de março de 1969, uma quarta-feira, pelo Campeonato Paulista. Pepe substituiu o atacante Douglas na vitória diante do América de São José do Rio Preto por 2 a 1, com dois gols de Edu.[17]

Em 3 de maio de 1969, diante de um público de 22.810 espectadores, deu adeus à carreira de jogador ao se despedir do torcedor santista com uma volta olímpica no gramado de Vila Belmiro antes da partida entre Santos e Palmeiras, vencida pelo visitante por 1 a 0. Nesse dia histórico, em que se despediu da torcida sem atuar, Pepe foi homenageado pela diretoria santista ao receber do presidente Athié Jorge Coury uma placa alusiva à sua passagem pelo clube[8], onde estava escrito: “Muito obrigado do Santos, da torcida e de todos os esportistas do Brasil”.[1]

Como atleta do Santos, Pepe conquistou 25 títulos oficiais, sendo 11 Campeonatos Paulistas, seis Campeonatos Brasileiros, duas Taças Libertadores da América, dois Mundiais Interclubes e quatro Torneios Rio-São Paulo, tornando-se o jogador com mais títulos por um único clube.[12] E isso sem contar os inúmeros torneios conquistados pelo mundo.[1]

Seleção Nacional

Retrato sob a guarda do Arquivo Nacional (Brasil).

Sua primeira oportunidade com a “amarelinha”, ocorreu no dia 8 de julho de 1956, quando o Brasil enfrentou a Argentina pela Taça Atlântico e empatou em 0 a 0.[1][8]

Pepe era para ser o titular da Seleção Brasileira nas campanhas de 1958 e 1962[18], mas por duas vezes sofreu contusões às vésperas da Copa do Mundo[1][11] e foi substituído por Zagallo. Da primeira vez, sofreu uma pancada no tornozelo num amistoso na Itália. Na segunda, teve uma torção no joelho num jogo amistoso no Morumbi.

Considera o empate por 1 a 1 no amistoso entre Brasil e Inglaterra, em 1963, no Wembley sua partida mais memorável, onde conseguiu fazer seu gol de falta em Gordon Banks.[8]

Realizou 40 jogos pela Seleção Brasileira e marcou 22 gols[4][11][8], com média de 0,55 gols por partida.[1] Além das duas Copa do Mundo, venceu a Taça do Atlântico (1956, 1960), Copa Roca (1957, 1963), Taça Bernardo O’Higgins (1961) e Taça Oswaldo Cruz (1958, 1961, 1962).[8][3]

Números como jogador

  • Maior vencedor do Campeonato Paulista com 13 títulos conquistados (11 como jogador do Santos, 1 como técnico do Santos e 1 como técnico da Inter de Limeira.
  • Maior vencedor do Campeonato Brasileiro com 7 títulos conquistados (6 como jogador do Santos e 1 como técnico do São Paulo).
  • Segundo jogador que mais atuou com a camisa do Santos com 750 jogos.
  • Segundo maior artilheiro do Santos com 405 gols.
  • Quarto maior artilheiro dos clubes brasileiros ficando atrás de Pelé com 1091, Roberto Dinamite com 620 e Zico com 500 gols.
  • Vigésimo terceiro maior artilheiro da Seleção Brasileira de Futebol com 22 gols.
  • Décimo quinto maior artilheiro da história do Torneio Rio-São Paulo.
  • Jogador que mais venceu títulos com a camisa do Santos com 27 títulos oficiais, um a mais do que Pelé.

Artilharias

Técnico

Pepe possui uma longa carreira como treinador iniciada em 1969 nas categorias de base do Santos. Pouco tempo depois foi promovido a auxiliar técnico da equipe principal, e em 1972 assumiu o comando técnico da equipe principal pela primeira vez. Em 1973 dirigiu a grande equipe que conquistou o título paulista[8], o seu primeiro como treinador e o último da carreira do Rei Pelé. Como treinador, teve cinco passagens pelo Santos. Dirigiu o Alvinegro em 371 partidas, sendo o terceiro técnico que mais comandou a equipe praiana.[1]

Em sua passagem pelo banco de reservas do São Paulo dirigiu o time em 45 oportunidades, obtendo a marca de 22 vitórias, 16 empates e sete derrotas. Pelo Tricolor, ele foi campeão brasileiro de 1986. Em 1987, Pepe foi demitido depois da eliminação precoce do Tricolor da Libertadores. O time do Morumbi ficou atrás de Colo Colo, Guarani e Cobreloa.[2]

Além do Paulista de 1973, os títulos mais importantes de Pepe foram o Campeonato Brasileiro de 1986, pelo São Paulo e, no mesmo ano, o Campeonato Paulista pela Internacional de Limeira.[1][11]

Quando treinou o Al-Ahli, do Catar, entre 2003 e 2005, Pepe orientou o espanhol Pep Guardiola.[1][8]

Também comandou os clubes Paulista, Atlético Mineiro, São José-SP, Náutico, Al-Sadd, Fortaleza, Boavista, Seleção Peruana, Verdy Kawasaki, Predefinição:Futebol Portuguesa, Guarani, Atlético Paranaense, Coritiba, Criciúma, Portuguesa Santista e Ponte Preta.

Biografia

Em 2012 lançou um livro de memórias, com o título “Bombas de Alegria, meio século de memórias do Canhão da Vila” (Realejo Edições)[11], no qual conta histórias curiosas do futebol. Sua biografia foi lançada em 2015, escrita por Gisa Macia, sua filha, formada em jornalismo.[1]

Homenagens

Em 2021, foi criado o "Prêmio Pepe", que escolheu o gol mais bonito do Paulistão 2021.[7]

Vida Pessoal

Casado com a Dona Nélia, teve quatro filhos: Alexandre Macia ("Pepinho"), Clô, Gisa e Rafael.[9]

Títulos

Como jogador

Santos
Seleção Brasileira

Como técnico

Santos
Fortaleza
São Paulo
Inter de Limeira
Verdy Kawasaki
Atlético Paranaense

Prêmios individuais

Referências

  1. 1,00 1,01 1,02 1,03 1,04 1,05 1,06 1,07 1,08 1,09 1,10 1,11 1,12 1,13 1,14 1,15 1,16 1,17 1,18 1,19 «Pepe faz 85 anos!». Santos Futebol Clube (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  2. 2,0 2,1 2,2 «Pepe - Que fim levou?». Terceiro Tempo. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  3. 3,0 3,1 3,2 3,3 3,4 «O mais santista de todos os santistas». Santos Futebol Clube (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  4. 4,0 4,1 4,2 4,3 4,4 «Pepe, a disciplina premiada». Santos Futebol Clube (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  5. «Milton Neves - Pepe, 86: veja verdadeiras relíquias da carreira do "Canhão da Vila"». blogmiltonneves.uol.com.br (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  6. «Ídolos – Santos Futebol Clube» 
  7. 7,0 7,1 «Prêmio Pepe escolherá o gol mais bonito do Paulistão 2021». ge (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  8. 8,00 8,01 8,02 8,03 8,04 8,05 8,06 8,07 8,08 8,09 8,10 8,11 «#TBTdaAmarelinha: Pepe, o Canhão da Vila». Confederação Brasileira de Futebol (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  9. 9,0 9,1 GuerrizeSantos, Por Cássio Lyra e Natasha; SP. «Com muita saúde, Pepe, o Canhão da Vila, comemora 80 anos em família». globoesporte.com (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  10. 10,0 10,1 «Memória: O jovem José Macia realizava os primeiros testes na Vila Belmiro». Santos Futebol Clube (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  11. 11,0 11,1 11,2 11,3 11,4 11,5 11,6 «Especial Copa de 58 - UOL Esporte». www.uol.com.br. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  12. 12,0 12,1 «Há 66 anos, Pepe fazia sua estreia com a camisa do Santos - Gazeta Esportiva». www.gazetaesportiva.com. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  13. 13,0 13,1 «O Primeiro Tricampeonato do Peixe». Santos Futebol Clube (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  14. «Aos 85 anos, Pepe, o 'Canhão da Vila', moderniza sua marca e lança nova linha de produtos na web». Terra (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  15. «Ídolo do Santos, Pepe expande a sua marca e 'abandona' apelido de Canhão; entenda». Lance! (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  16. 16,0 16,1 «Memória: Por carreira sem expulsões, Pepe recebia o diploma Belfort Duarte». Santos Futebol Clube (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  17. «O último jogo de Pepe». Santos Futebol Clube (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  18. «Remanescentes da seleção campeã mundial em 1958». www.bol.uol.com.br (em português). Consultado em 16 de fevereiro de 2022 

Ligações externas

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Predefinição:São Paulo Futebol Clube - Campeonato Brasileiro 1986

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