Predefinição:Info/Partido político O Partido Social-Democrata da Alemanha (em alemão: Sozialdemokratische Partei Deutschlands, SPD) é um partido politico alemão. O SPD é um dos partidos dominadores da cena política alemã, tem uma história centenária. É o segundo partido alemão mais antigo ainda em funcionamento, tendo completado em 2015 cento e quarenta anos de existência. Foi impiedosamente perseguido durante o Terceiro Reich (1933-1945) e na antiga Alemanha Oriental foi obrigado pelas forças de ocupação soviéticas a se fundir com os comunistas. É filiado à Aliança Progressista. Eleitoralmente forte junto à população alemã de confissão luterana e nas regiões norte e leste da Alemanha. Seu maior rival é a CDU, o partido democrata-cristão alemão.
Historia
Inícios
Oficialmente, nasceu no ano de 1875, sob o nome de Partido Socialista dos Trabalhadores da Alemanha (em alemão: Sozialistische Arbeiterpartei Deutschlands, SAP). Contudo, devido ao facto de resultar da fusão de duas organizações, a sua história pode recuar alguns anos.
Em 1863 emergia na Alemanha a social-democracia. Nesse ano, Ferdinand Lassalle (1825-1864)[1] fundava o Allgemeiner Deutscher Arbeiterverein (ADAV, Associação Geral dos Trabalhadores Alemães), em Leipzig.
A 7 de agosto de 1869, August Bebel e Wilhelm Liebknecht fundaram o SDAP (Partido Operário Social-Democrata), em Eisenach, com a meta de abolir o Estado de classes e implantar um "Estado livre popular".
Em 1875, estes dois grupos, ADAV e SDAP, viriam a juntar-se, formando o Partido Socialista dos Trabalhadores da Alemanha (em alemão: Sozialistische Arbeiterpartei Deutschlands, SAP).
Em 1890, o partido transformou-se para Partido Social Democrata da Alemanha (SPD). Era um partido de orientação marxista, revolucionário, anticlerical e pacifista.[2] O partido viria a manter uma orientação marxista até final dos anos 50 do Século XX.
Karl Marx era crítico às ideias de Lassalle que surgiam no programa de unificação dos partidos em 1875 durante o Congresso de Gotha (cujo principal autor foi o marxista Liebknecht), principalmente sobre a "lei de bronze do salário" e a subvenção estatal a que o partido se submetia; no mesmo ano, escreveu suas glosas marginais ao programa do partido,[3] no qual considerava um retrocesso recorrer a ideias, segundo ele, já ultrapassadas na teoria. Mesmo com suas diferenças ideológicas, Marx não foi contra a unificação dos partidos por considerar que "Cada passo do movimento real é mais importante que uma dúzia de programas". Sua Crítica ao Programa de Gotha só viria a público quinze anos mais tarde, ao ser publicada por Friedrich Engels em 1891 na Die Neue Zeit.
O ano de 1878 marcou o início de uma fase atribulada na vida das organizações políticas sociais-democratas. Otto von Bismarck, Chanceler da Alemanha, conservador, aproveita duas tentativas de assassinato contra o Guilherme II da Alemanha para eliminar adversários; na sequência destes atentados, faz aprovar diversas leis "anti-socialistas", apesar de nunca se ter provado qualquer ligação destes com os acontecimentos. Até 1890 a clandestinidade é o campo onde se movem os activistas partidários de esquerda.
Por essa altura, o SPD conseguira atrair a simpatia de um vasto número de apoiantes; nas eleições desse ano é o partido mais votado, com 19,7% dos votos; em 1912 esses números aumentam para os 34,8%. Entre esta data e os anos 30 o SPD estará ligado a importantes mudanças sócio-políticas no país. A 12 de novembro de 1918, o Governo revolucionário social democrata aprovou o direito de voto das mulheres; em Novembro desse mesmo ano um militante do partido, Friedrich Ebert, é eleito primeiro presidente da República de Weimar.
A ascensão dos nazis na Alemanha trouxe grandes perturbações; o SPD foi das únicas vozes que se levantou contra o totalitarismo hitleriano e sofreu as consequências dessa atitude. Muitos dos seus membros foram presos, torturados e mortos. Nos cerca de 12 anos compreendidos entre 1933 e 1945, a história do partido e da social-democracia caracterizou-se pela emigração, clandestinidade e resistência. Depois da guerra, o SPD surgiu com um papel de primeira grandeza na reconstrução do país e a sua linha de actuação, claramente oposta à dos comunistas, começa a esboçar o seu posicionamento futuro. À sua frente estão líderes de grande capacidade, marcantes na sua História; entre eles, destacam-se homens como Kurt Schumacher (o secretário-geral),[4] Egon Franke, Erich Ollenhauer, Fritz Heine.
Pós-guerra
Em 1946, a ruptura com o Leste foi inevitável após os comunistas, no Poder, terem ordenado a prisão de cerca de cinco mil membros do SPD. Outros militantes do partido acabaram por se juntar aos seus camaradas do Ocidente, onde participaram activamente no processo de criação e desenvolvimento da República Federal da Alemanha. Nas primeiras eleições para o Bundestag (o novo Parlamento da República), o SPD consegue 29,2 % dos votos; é o maior partido da oposição, exercendo essa função de forma construtiva.
A partir de 1959, depois de alguns anos em que a Alemanha viveu um período de grave agitação social (registando-se um importante levantamento operário em 1953), ao adoptar o chamado Programa Godesberg,[1] o partido "abre-se ao povo", dirigindo-se a uma camada mais vasta do eleitorado, incluindo grupos cristãos; a orientação socialista e socializante era posta de parte e a social-democracia era agora a palavra de ordem. O partido aceitou a economia de mercado, embora defendesse uma intervenção do Estado para manter a ordem e o bem-estar geral.
Em 1969, a política conservadora cristalizara. Pela primeira vez na história da República Federal, o SPD ganhou as eleições; Willy Brandt é nomeado chanceler, cargo que ocupará até 1974, altura em que é substituído pelo também social-democrata Helmut Schmidt. As políticas seguidas por estes dois chanceleres, num compromisso entre a economia de mercado e o Estado-providência, dinamizaram o país; a Alemanha modernizou-se e tornou-se um modelo seguido por outras nações.
De 1982 em diante, a Alemanha virou à direita. O SPD voltou à oposição e conheceu uma fase de relativo apagamento, emergindo algumas disputas e sucedendo-se os líderes. A reunificação da Alemanha após a queda do muro de Berlim em 1989 levou à fundação, a 7 de outubro (logo, ainda na ilegalidade), do Partido Social Democrata na moribunda República Democrática Alemã. A união dos partidos dos dois lados da Alemanha será entusiasticamente saudada por Willy Brandt e conduzida pelo novo líder Björn Engholm. Depois de vários anos em combate político contra os governos da União Democrata-Cristã (CDU) de Helmut Kohl, o SPD, com Gerhard Schröder, chegou ao Governo.
Ficou no poder de 1918 a 1920, de 1928 a 1930, de 1969 a 1982 e de 1998 a 2005. O actual presidente é Sigmar Gabriel.
Elegeu três presidentes da Alemanha: Friedrich Ebert (1919-1925), Gustav Heinemann (1969-1974) e Johannes Rau (1999-2004).
Resultados Eleitorais
Eleições legislativas
Eleições europeias
Eleições regionais
Baden-Württemberg
Baixa Saxônia
Baviera
Berlim
Brandemburgo
Bremen
Hamburgo
Hesse
Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental
Renânia do Norte-Vestfália
Renânia-Palatinado
Sarre
Saxónia
Saxónia-Anhalt
Schleswig-Holstein
Turíngia
Candidatos do SPD
- Candidatos à Chancelaria Federal da Alemanha
- 1949 - Kurt Schumacher
- 1953 - Erich Ollenhauer
- 1957 - Erich Ollenhauer
- 1961 - Willy Brandt
- 1965 - Willy Brandt
- 1969 - Willy Brandt
- 1972 - Willy Brandt
- 1976 - Helmut Schmidt
- 1980 - Helmut Schmidt
- 1983 - Hans-Jochen Vogel
- 1987 - Johannes Rau
- 1990 - Oskar Lafontaine
- 1994 - Rudolf Scharping
- 1998 - Gerhard Schröder
- 2002 - Gerhard Schröder
- 2005 - Gerhard Schröder
- 2009 - Frank-Walter Steinmeier
- 2013 - Peer Steinbrück
- 2017 - Martin Schulz
- 2021 - Olaf Scholz
Presidentes do SPD
- Desde 1946
- 1946-1952 - Kurt Schumacher
- 1952-1963 - Erich Ollenhauer
- 1963-1987 - Willy Brandt
- 1987-1991 - Hans-Jochen Vogel
- 1991-1993 - Björn Engholm
- 1993-1993 - Johannes Rau
- 1993-1995 - Rudolf Scharping
- 1995-1999 - Oskar Lafontaine
- 1999-2004 - Gerhard Schröder
- 2004-2005 - Franz Müntefering
- 2005-2006 - Mathias Platzeck
- 2006-2008 - Kurt Beck
- 2008-2009 - Franz Müntefering
- 2009-2017 - Sigmar Gabriel
- 2017-2018 - Martin Schulz
- 2018-2018 - Olaf Scholz
- 2018-2019 - Andrea Nahles
- 2019-2019 - Malu Dreyer
- 2019-2019 - Thorsten Schäfer-Gümbel
- 2019-2019 - Manuela Schwesig
- 2019-atualidade - Saskia Esken
- 2019-atualidade - Norbert-Walter Borjans
Referências
- ↑ 1,0 1,1 «Die SPD versteht sich als Programmpartei. Hier findest du unsere Grundsätze.». Sozialdemokratische Partei Deutschlands (SPD) (em Deutsch). Consultado em 23 de maio de 2021
- ↑ Welle (www.dw.com), Deutsche. «1869: Fundação do Partido Social Democrata dos Trabalhadores | DW | 07.08.2013». DW.COM (em português). Consultado em 23 de maio de 2021
- ↑ 1883., Marx, Karl, 1818 -; 1938-, Löwy, Michael, (2012). Crítica do programa de Gotha. São Paulo: Boitempo. ISBN 9788575591895. OCLC 798936243
- ↑ «1895: Nasce o líder social-democrata alemão Kurt Schumacher» (em português). Consultado em 23 de maio de 2021
Ligações externas
- Sítio oficial (em alemão)
- ANTONIO INÁCIO ANDRIOLI: Da esquerda para o "centro"?