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Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) é um partido político brasileiro fundado em 1990 e registrado definitivamente em 1997.[1][2] De acordo com o programa divulgado no site do partido, a principal bandeira ideológica é o "trabalhismo participativo", no qual o capital possa interagir com o trabalho e estabelecer interesses mútuos, em vez de explorar o trabalho.[3] Apesar disso, o partido apresenta-se como conservador no aspecto cultural e liberal economicamente, sendo próximo à direita e à extrema direita.[4] Em julho de 2022 o partido possuía 147.223 filiados.[5]
História
O PRTB provém de membros do extinto PTR, partido que funcionou entre 1985 e 1993, que havia se fundido com o PST, originando o PP. Esse grupo, liderado por Levy Fidelix, já havia tentado organizar o PTRB, que somente disputou as eleições de 1994. Originalmente o PRTB reivindica também o legado e ideário político de Fernando Ferrari, fundador do MTR.[2]
Durante a eleição presidencial brasileira de 1998, Fernando Collor de Mello decidiu se candidatar novamente ao cargo de presidente do Brasil pelo mesmo partido que o elegeu em 1989: o Partido da Reconstrução Nacional, atual Agir. O PRTB, formou, junto com o PRN, a coligação Renova Brasil, em apoio ao ex-presidente da República. O TSE, no entanto, impediu que sua candidatura se concretizasse, devido ao período de oito anos em que este não podia se eleger à qualquer mandato eletivo.[6]
Alagoas é o único estado em que o PRTB teve importância eleitoral, única e exclusivamente pela presença de Fernando Collor de Mello na legenda. O partido abrigou, em 2000, o ex-presidente Fernando Collor de Mello em sua legenda, onde tentou se candidatar a prefeito de São Paulo nas eleições daquele ano, tendo sua candidatura impugnada às vésperas do dia da eleição, e em 2002, para governador de Alagoas, já em situação regular. Depois de ter recuperado seus direitos políticos, o ex-presidente tentou uma candidatura ao governo em 2002, numa coligação que garantia-lhe bastante tempo no horário eleitoral, uma vez que era composta pelo PFL, PTB, PPS e PPB - o que, no entanto, não conseguiu fazê-lo vencer o governador reeleito Ronaldo Lessa. No mesmo ano, o então presidente do partido, Levy Fidelix, se candidatou ao cargo de governador do estado de São Paulo. Porém, acabou sendo derrotado.[7] Em 2004 apoiou a ex-prefeita Marta Suplicy na sua fracassada tentativa de reeleição na cidade de São Paulo.
Em 2006, Collor concorreu ao Senado, novamente pelo PRTB, sem o apoio oficial de nenhum grande partido, tendo entrado na disputa depois do início da propaganda eleitoral, substituindo o candidato anterior, Givaldi Silva (um desconhecido motorista das Organizações Arnon de Mello). Collor venceu a eleição e tomou posse em 1 de fevereiro de 2007, mesmo dia em que deixou o PRTB e ingressou no PTB.
Em 2010, o PRTB elegeu 2 deputados federais, um no estado do Rio de Janeiro, outro no Amapá - que no ano seguinte, deixaram o Partido para ingressar no novo PSD. Também em 2010, o PRTB lançou Levy Fidelix como candidato à Presidência da República sem coligação, obtendo 57.960 votos (0,06% do total) e ficando em 7º lugar. No segundo turno, Levy Fidelix declarou apoio à candidata Dilma Rousseff (PT) justificando ser necessário dar continuidade ao governo Lula.[8]
Por volta de 2011, o PRTB decide se vincular a figura de Jânio Quadros (presidente do país em 1961), afim de atrair possíveis votos dos seus admiradores.[9] Em maio de 2012, as investigações da Operação Monte Carlo da Polícia Federal mostraram que o bicheiro Carlinhos Cachoeira supostamente teria tentado comprar o PRTB ou outro partido.[10]
Em 2014, ex-filiados acusaram Levy de controlar o partido como uma extensão de sua vida particular e de ter manipulado as três últimas eleições internas.[11] O PRTB também respondia na justiça por cobrar 12 salários como multa a filiados com mandato ou cargo comissionado que se desfiliassem da sigla no exercício do cargo.[11] Nesse mesmo ano, novamente Levy foi candidato a presidente da república. Desta vez, apresentando um discurso socialmente conservador e em defesa dos valores da família, com o slogan "Endireita Brasil". Sem coligação, aumentou sua votação para 446.878 votos (0,43%) mas continuando em 7º lugar, apoiando Aécio Neves, do PSDB, no segundo turno.[12] Nas eleições estaduais, entretanto, o PRTB esteve em coligações fisiológicas, apoiando tanto candidatos de partidos da base do Governo Dilma, quanto que faziam oposição a ele.[13]
Em outubro de 2015, Cícero Almeida, o único deputado federal do PRTB, se desfiliou.[14] O PRTB pediu no TSE pela cassação do mandato por infidelidade partidária, sendo atendido apenas em novembro de 2018.[15] Nas eleições municipais de 2016, o partido elegeu 9 prefeitos e 391 vereadores pelo país.[16][17]
Na eleição presidencial de 2018 o PRTB conseguiu emplacar o general da reserva Hamilton Mourão como vice na chapa do candidato Jair Bolsonaro (então filiado ao PSL), tendo sido a quarta opção ao cargo.[18] A chapa chegou ao segundo turno e venceu a eleição com 55% dos votos válidos.[18] Outra vitória partidária foi a eleição de Carlos Almeida como vice-governador do Amazonas.[19] Entretanto, ao contrário do PSL, o PRTB não deu um salto no seu número de parlamentares, pois não elegeu deputados federais e não aumentou significativamente o número de deputados estaduais.[19] Como o PRTB não superou a nova Cláusula de barreira ao não atingir 1,5% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Deputados, passou a não ter acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.[20]
Em junho de 2019, o PRTB expulsou seus três vereadores de Recife por eles se negarem a fazer oposição ao então prefeito Geraldo Júlio (PSB).[21] Em março de 2020, o vice-governador do Amazonas se desfiliou do PRTB.[22]
Nas eleições municipais de 2020, o PRTB e o NOVO decidiram renunciar às verbas do Fundo Eleitoral, mas cerca de 230 candidatos do PRTB receberam recursos públicos por meio de outras candidaturas ou legendas.[23] O partido também apresentou a quarta maior variação percentual na quantidade de candidaturas a prefeito, com 240% de crescimento com relação a 2016;[24] mas apenas em 10 capitais houve candidatura do PRTB a prefeitura.[25] Os melhores resultados em capitais foram em Belo Horizonte (com 9,95% dos votos e a segunda colocação) e em Macapá (com 11,68% dos votos e a quarta colocação). Em Porto Alegre, um membro do PRTB ingressou com um recurso judicial contra uma irregularidade na chapa de um candidato competitivo; o recurso foi aceito pelo TRE, resultando na renúncia do candidato e beneficiando Sebastião Melo (MDB) — apoiado pelo PRTB — que acabou vencendo a eleição.[26] Já em Recife, foi o próprio candidato filiado ao PRTB, o deputado estadual Marco Aurélio, que renunciou no meio da eleição, após Jair Bolsonaro anunciar apoio a outra candidatura a prefeitura.[27] Em São Paulo, Levy Fidelix criticou o apoio que Bolsonaro deu ao candidato Celso Russomanno (do Republicanos).[28] Nacionalmente o PRTB elegeu apenas 6 prefeitos, todos em municípios pequenos,[29] além de 220 vereadores, tendo um resultado pior que em 2016.[17] Ao ter recebido apenas 0,81% dos votos válidos para prefeitos no primeiro turno, o PRTB ficou entre os partidos que podem tender a não atingir os 2,0% de votos válidos para deputados federais em 2022, esbarrando na segunda etapa da cláusula de barreira.[30]
Durante a campanha eleitoral, ocorrida em meio a pandemia de Covid-19, Levy Fidelix criticou medidas como lockdown e campanha de vacinação, além de defender que não haveria uma segunda onda de casos da doença.[31] Em 23 de abril de 2021, Levy morreu aos 69 anos, vítima de complicações da Covid-19.[32] O PRTB passou a ser presidido pela viúva de Levy, além de ter iniciado negociações para que Jair Bolsonaro se filie na sigla.[33] Uma das dificuldades na negociação é a exigência de Bolsonaro para ter o controle total dos 27 diretórios regionais.[34] O trato envolveria a mudança de nome do PRTB para Aliança 28.[35] O partido também está batalhando para que Mourão siga filiado, já que ele vem recebendo convites de partidos como PL e Republicanos para talvez ser candidato a senador pelo Rio Grande do Sul em 2022.[33]
Ideologia
O partido defendia inicialmente o trabalhismo, ideologia historicamente associada à esquerda política e a Getúlio Vargas, porém no caso do PRTB, o partido reivindica seguir a linha janista do trabalhismo, que é conservadora em sua essência.[carece de fontes]
O partido agora se define como conservador e nacionalista culturalmente e liberal economicamente. O partido também se posiciona abertamente contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o aborto, o ensino da identidade de gênero nas escolas e a legalização recreativa da cânabis; e defende a maior participação das Forças Armadas no governo e a substituição da Constituição de 1988 por uma nova.[36]
Organização
Parlamentares atuais
|
Número de filiados
|
Desempenho eleitoral
Legislatura | Bancada | % | ± |
---|---|---|---|
Predefinição:Ord50ª (1995–1999) | Predefinição:Ord | 0,00 | Predefinição:Ord![]() |
Predefinição:Ord51ª (1999–2003) | Predefinição:Ord | 0,00 | Predefinição:Ord![]() |
Predefinição:Ord52ª (2003–2007) | Predefinição:Ord | 0,00 | Predefinição:Ord![]() |
Predefinição:Ord53ª (2007–2011) | Predefinição:Ord | 0,00 | Predefinição:Ord![]() |
Predefinição:Ord54ª (2011–2015) | Predefinição:Ord | 0,38 | Predefinição:OrdPredefinição:Aumento 2 |
Predefinição:Ord55ª (2015–2019) | Predefinição:Ord | 0,19 | Predefinição:OrdPredefinição:Baixa 1 |
Predefinição:Ord56ª (2019–2023) | Predefinição:Ord | 0,00 | Predefinição:OrdPredefinição:Baixa 1 |
Os números das bancadas representam o início de cada legislatura, desconsiderando, por exemplo, parlamentares que tenham mudado de partido posteriormente.
Eleições estaduais
Participação e desempenho do PRTB nas eleições estaduais de 2018[13] | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos (5 governadores e 10 senadores).
Em negrito estão os candidatos filiados ao PRTB durante a eleição.
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Participação e desempenho do PRTB nas eleições estaduais de 2014[13] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos (7 governadores e 4 senadores).
Em negrito estão os candidatos filiados ao PRTB durante a eleição.
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Eleições presidenciais
Ano | Imagem | Candidato a Presidente | Candidato a Vice-Presidente | Coligação | Votos | Posição |
---|---|---|---|---|---|---|
2010 | ![]() |
Levy Fidelix
(PRTB) |
Luiz Eduardo Ayres Duarte
(PRTB) |
Sem coligação | 57.960 (0,06%) |
7ª |
Segundo turno: apoio à candidata vitoriosa Dilma Rousseff (PT)[8] | ||||||
2014 | ![]() |
Levy Fidelix
(PRTB) |
José Alves de Oliveira
(PRTB) |
Sem coligação | 446.878 (0,43%) |
7ª |
Segundo turno: apoio ao candidato derrotado Aécio Neves (PSDB)[12] | ||||||
2018 | ![]() |
Jair Bolsonaro
(PSL) |
Hamilton Mourão
(PRTB) |
Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos
(PSL e PRTB) |
57.797.121 (55,13%) |
1ª |
Controvérsias
Além de Levy Fidelix, o PRTB já teve membros polêmicos, involtos em controvérsias, como o ex-presidente da república Fernando Collor de Mello, que foi candidato a prefeito de São Paulo pelo partido em 2000.
O partido também é acusado de promover teorias da conspiração nas redes sociais, como teorias sobre os Illuminati, e noticias falsas. Em 2017, foi descoberto que o PRTB teria financiado o site de notícias com alinhamento político de direita Folha Política, considerado por alguns como produtor de notícias falsas, além das páginas do Facebook Movimento Contra Corrupção e TV Revolta. Segundo o partido, o que houve foi uma contratação de serviços da empresa que os administra.[38]
O partido também é acusado de ter ligações com grupos de extrema-direita, tendo quase chegado a participar de um evento organizado por estes grupos, que posteriormente foi cancelado.[39]
Referências
- ↑ Erro de citação: Marca
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inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadasRegistro
- ↑ 2,0 2,1 Erro de citação: Marca
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inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadasBioFGV
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inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadasExD
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inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadasFiliados
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