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Paripiranga

Paripiranga
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Paripiranga
Bandeira
Brasão de armas de Paripiranga
Brasão de armas
Hino
Gentílico paripiranguense
Localização
Localização de Paripiranga na Bahia
Localização de Paripiranga na Bahia
Paripiranga está localizado em: Brasil
Paripiranga
Localização de Paripiranga no Brasil
Mapa de Paripiranga
Coordenadas 10° 41' 16" S 37° 51' 43" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Pinhão (SE), Simão Dias (SE), Poço Verde (SE), Adustina e Coronel João Sá
Distância até a capital 366 km
História
Fundação 1 de maio de 1886 (138 anos)
Administração
Prefeito(a) Justino Neto (PROS, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 435,698 km²
População total (IBGE/2018[2]) 28 956 hab.
Densidade 66,5 hab./km²
Clima Tropical semi-árido
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 48430-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,577 baixo
PIB (IBGE/2016[4]) R$ 283 646 mil
PIB per capita (IBGE/2016[4]) R$ 9 461,18
Sítio paripiranga.ba.gov.br (Prefeitura)

Paripiranga é um município do estado da Bahia, no Brasil.

Situa-se à altitude de 430 metros. Sua população estimada pelo IBGE em 2018 era de 28 956 habitantes, distribuídos em 289 km² de área.

Limites e coordenadas

O município de Paripiranga localiza-se na Zona Fisiográfica do Nordeste, ficando totalmente incluído no Polígono das Secas. Limita com os municípios de Adustina, Fátima, Jeremoabo, Simão Dias e Poço Verde, os dois últimos do estado de Sergipe. A sede municipal possui as seguintes coordenadas geográficas: 100 41' 02" de latitude Sul e 37° 51' 54" de longitude W. Gr. rumo da capital do estado em direção à sede municipal, da qual dista em linha reta 250 quilômetros, N.N.E.

Clima e aspectos naturais

O clima do município é quente e seco no verão; e frio agradável no inverno. A temperatura da sede municipal apresentou, em 1956, as seguintes graduações: máxima - trinta (30º) graus centígrados, mínima - dezoito (18º) graus centígrados, média - 24 °C.

O município apresenta a topografia acidentada com algumas elevações; é banhado pelo rio Vaza-Barris e por outros cursos de água de menor expressão.

O revestimento florístico do município é rico, revelando a existência de madeiras de lei, destacando-se pau d'arco, jacarandá, pau-ferro e notando-se também as seguintes plantas medicinais: gengibre, jurubeba, purga de batata, catuaba, quina, capeba, mastruço, malva, erva de Santa Luzia, quebra-pedra, ipecacuanha, fedegoso, cássia, angico, barbatimão e outras.

A fauna é peculiar à maioria dos municípios do Nordeste Brasileiro.

De origem mineral, existem jazidas exploradas de pedra para construção, manganês e pedra calcária e não exploradas de cristal de rocha.

Topônimo

O nome primitivo da localidade onde se originou o município era "Malhada Vermelha" (proveniente da abundância de terrenos argilosos com a denominação local de "selão"), depois mudado para "Patrocínio do Coité", havendo ligação desse nome com a existência, na extrema oriental do município, de grande exemplar de uma árvore denominada "coité". Finalmente, por força do Decreto Estadual 7.341, de 30 de março de 1931, passou o município a denominar-se "Paripiranga", que, segundo alguns, vem do tupi e significa "terra vermelha"[carece de fontes?], nome primitivo do lugar; segundo outra versão, significa "pari vermelho", pela junção dos vocábulos tupis pari (espécie de armadilha de pesca)[5] e pyranga (vermelho),[6] donde viria também "Ipiranga"[carece de fontes?], o antigo nome do Rio Vaza-Barris.

História

Com a instalação do Governo-Geral do Brasil na cidade do Salvador, para esse fim criada em 1549, os primeiros colonos portugueses foram se estabelecendo nas terras adjacentes da Baía de Todos-os-Santos, que, além de fértil, oferecia a segurança desejada aos constantes ataques dos índios tupinambás, senhores da gleba, os quais eram considerados de índole belicosa e feroz, vivendo em contínua hostilidade com os seus irmãos de outras tribos.

Já no primeiro século da colonização portuguesa do Brasil, o abastado fazendeiro e intrépido bandeirante Garcia Dias d'Ávila levou os seus currais muito além de Açu da Torre (Enseada do Tatuapara) e obteve enormes sesmarias que o tornaram o mais opulento proprietário territorial do Brasil.

Profundamente divergiam os índios do interior baiano daqueles que assentavam os seus arraiais às ribas do oceano. De tipo mais baixo, tez mais acobreada, menos aptos talvez à civilização europeia, com língua considerada mais rude pelos colonizadores portugueses e pelos índios tupis do litoral, como a onomástica no-lo atesta, constituíam o que se tem convencionado chamar de tapuias.

Com a chegada dos portugueses, foi-lhes declarada guerra aberta, cuja intensidade diminuiu com a vinda dos padres da Companhia de Jesus, em missão de catequese, ministrando, aos gentios, a doutrina cristã, o que contribuiu de modo significativo para lhes domar a índole guerreira, chamando-os à grei cristã, possibilitando, destarte, a penetração luso-tupi no interior.

Há incerteza quanto à tribo que ocupava a região onde hoje está localizado o município de Paripiranga. Tupinambás não o eram, certamente, porquanto estes estavam localizados no baixo Irapiranga (Rio Vaza-Barris), em terras férteis e não tinham necessidade nem lhes servia estabelecerem-se no agreste. Na vasta região circunscrita pelos rios São Francisco, Jacurici e Itapicuru, algumas tribos mantinham seus aldeamentos. Sabemos que, na região de Jeremoabo, havia as tribos mungurus e ceriacás, quase sempre em pé de guerra, a ponto de o governador-geral dom João Lancastre, em 1697, ameaçar o chefe dos muncurus de mandar decapitá-las se a sua gente não sustasse os ataques reiterados contra os cariacás e, na região de Euclides da Cunha, contra a tribo dos caimbés.

Nada se pode adiantar de positivo quanto aos índios que habitavam as terras onde atualmente está situado o município de Paripiranga. É, no entanto, tradição corrente, que ali existiu uma tribo denominada "vermelhos", havendo quem admita pertencesse ela à família dos tapuias.

A primeira penetração portuguesa no território ocorreu no século XVII, quando colonos portugueses se fixaram no município, fazendo nascer a povoação de Malhada Vermelha, cujo nome foi, mais tarde, mudado para Patrocínio do Coité, hoje cidade de Paripiranga.

Nos seus primórdios, a povoação de Malhada Vermelha foi premiada pelo cidadão José Antônio de Menezes, que construiu uma capela sob a invocação de Nossa Senhora do Patrocínio, filiada à Freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do Boqueirão. A dita capela foi elevada à categoria de freguesia pela Lei Provincial nº 1.168, de 22 de maio de 1871, com o nome de Nossa Senhora do Patrocínio do Coité.

Foi o Arraial de Patrocínio de Coité elevado à categoria de vila pela Lei Provincial nº 2.553, de 1 de maio de 1886, que criou o município de Patrocínio de Coité, com território desmembrado do de Bom Conselho (atual Cicero Dantas), que se instalou a 1 de fevereiro de 1888. Pelo Decreto Estadual nº 7.341, de 30 de março de 1931, o município teve o seu nome mudado para Paripiranga.

Os decretos estaduais nºs 7.455, de 23 de julho de 1931 e 7.479, de 8 de julho do mesmo ano, anexaram a Paripiranga o município de Cícero Dantas, sendo ai criada a subprefeitura do mesmo nome. O município de Cícero Dantas foi restabelecido pelo Decreto Estadual nº 8.447, de 27 de maio de 1933, ficando o município de Paripiranga constituído de dois distritos: Paripiranga e Adustina, cuja composição administrativa foi ratificada de acordo com a Lei nº 62-8, de 30 de dezembro de 1953. Recentemente, o distrito de Adustina ganhou autonomia administrativa e elevou-se à categoria de cidade.

Foi primeiro intendente o padre Vicente Valentim da Cunha e compunha a primeira câmara os seguintes vereadores: João Cardoso dos Santos (presidente), Alexandre José Ribeiro, Ludgero de Sousa Rocha, Joaquim Norberto de Santana, Deocleciano Maynart de Oliveira e João Antônio dos Anjos (Compilação da Inspetoria Regional de Estatística por José de Almeida Costa; Chefe da Agência Municipal de Estatística - Antunes Santa Rosa Carvalho).

Política

Esta é uma lista de prefeitos e vice-prefeitos de Paripiranga:

Nome Partido Início do mandato Fim do mandato Observações
João Cardoso dos Santos P. Liberal fevereiro de 1888 1890 Presidente do Conselho
Capitão Pedro Rabello de Moraes Peba 16.07.1890 1890 Intendente nomeado
Capitão Victor Marcolino de Menezes Cabau 1890 ——— Intendente nomeado
Vicente Valentim da Cunha,
Padre Valentim
Cabau 1891 1894 Intendente eleito
Coronel Joaquim de Mattos Carregosa Cabau ____ ___ Intendente em 1896
Theotonio Teles de Carvalho Peba 1899 1903 Eleito em 1899
Coronel Joaquim de Matos Carregosa Cabau 1904 1907 Intendente eleito
Antônio Olavo Santos Lima,
Olavo
Cabau 1908 1911 Intendente eleito
Major Justino José das Virgens Peba 1912 1915 Intendente eleito
Coronel João Carregosa da Trindade Peba 1916 1919 Intendente nomeado
Coronel Joaquim de Matos Carregosa Cabau 1920 1923 Nomeado em 1920 e eleito em 1922
Coronel Manoel de Matos Santa Rosa Cabau 1924 1925 Intendente eleito
Deocleciano da Fraga Dias Peba 1926 1927 Intendente eleito
Jônathas Lima de Menezes Peba 1928 1931 Intendente eleito
Coronel João Carregosa da Trindade Peba 1931 1933 Intendente nomeado
Ismael Quirino da Trindade PSD-BA 1933 1946 Intendente nomeado em 1933 e eleito 1936
Jônathas Lima de Menezes PSD 1946 05/1947 Prefeito nomeado
Rosvaldo Carvalho PSD 05/1947 01/1948 Prefeito nomeado
Jônathas Lima de Menezes PSD 1948 1950 Prefeito eleito
Jerônimo Evangelista de Carvalho UDN 1951 1954 Prefeito eleito
Francisco Dias Trindade UDN 1955 1956 Prefeito eleito
Antônio Dias Trindade UDN 1957 1958 Assumiu por vacância
João Vitorino de Meneses PSD 1959 1963 Prefeito eleito
Pedro Rabelo de Matos UDN-ARENA 1963 1967 Prefeito eleito
João Vitorino de Meneses ARENA 1967 1971 Prefeito eleito
Raimundo de Sales e Silva ARENA 1971 1972 Prefeito eleito
João Vitorino de Meneses ARENA 1973 1976 Prefeito eleito
Clarival Dantas e Trindade,
Vavá
ARENA-PDS 1977 1982 Prefeito eleito
José Menezes de Carvalho,
Zé Menezes
PDS 1983 31 de dezembro de 1988 Prefeito eleito
Clarival Dantas e Trindade,
Vavá
PFL 1 de janeiro de 1989 31 de dezembro de 1992 Prefeito eleito
José Vieira Sobrinho,
Zé de Nezinho
PFL 1 de janeiro de 1993 31 de dezembro de 1996 Prefeito eleito
José Bonfim Carregosa Leal 1 de janeiro de 1993 31 de dezembro de 1996 Vice-prefeito eleito
José Menezes de Carvalho,
Zé Menezes
PTB 1 de janeiro de 1997 31 de dezembro de 2000 Prefeito eleito
Ismael Gregório dos Reis 1 de janeiro de 1997 31 de dezembro de 2000 Vice-prefeito eleito
Carlos Alberto Andrade de Oliveira,
Carlinhos
PFL 1 de janeiro de 2001 31 de dezembro de 2004 Prefeito eleito
Carlos Alberto Andrade de Oliveira,
Carlinhos
PFL 1 de janeiro de 2005 31 de dezembro de 2008 Prefeito reeleito
Wanilda de Oliveira Aquino Trindade PSC 1 de janeiro de 2005 31 de dezembro de 2008 Vice-prefeito eleito
George Roberto Ribeiro Nascimento,
George
DEM 1 de janeiro de 2009 31 de dezembro de 2012 Prefeito eleito
Marco Antonio Menezes de Carvalho DEM 1 de janeiro de 2009 31 de dezembro de 2012 Vice-prefeito eleito
George Roberto Ribeiro Nascimento,
George
PSD 1 de janeiro de 2013 31 de dezembro de 2016 Prefeito reeleito
Maria Andrade de Oliveira,
Dona Maria
DEM 1 de janeiro de 2013 31 de dezembro de 2016 Vice-prefeita eleita
Justino das Virgens Neto,
Justino Neto
PV 1 de janeiro de 2017 Atual Prefeito Eleito
Marcelo Ricardo de Sales Rabelo,
Marcelo de Geonilda
PT 1 de janeiro de 2017 Atual Vice-prefeito eleito
Justino das Virgens Neto (Justino Neto). PROS 1 de janeiro de 2021 Atual Prefeito eleito.
Marcelo Ricardo de Sales Rabelo (Marcelo de Geonilda) PT 01/01/2021 Atual Vice-prefeito.
  • Presidentes da Câmara de Vereadores: Ednaldo Santos Silva (1998-1999); Antonio José de Souza - PFL (2004); Paulo de Jesus Santana (2007), Marcos Antônio Menezes de Carvalho - PFL (2008-2009); Ubirajara Dias Rabelo Andrade (2009-2010); Jerônimo Evangelista de Carvalho Neto - PP (2011-2012); Marco Antônio de Menezes Carvalho - PSD (2013-2014 e 2015-2016); José Aloísio das Virgens (2017-2018 e 2019-2020); José Wilson de Santana (2021-2022).

Distância rodoviária dos principais centros urbanos

Capital Federal - 1974 km; Capital do Estado - 366 km; cidades vizinhas de Cícero Dantas - 66 quilômetros; Jeremoabo - 125 quilômetros; Simão Dias - nove quilômetros; Poço Verde - 48 quilômetros e Aracaju - 110 quilômetros.

Cultos religiosos

O município é sede da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, subordinada à diocese de Paulo Afonso. Há algumas igrejas protestantes e comunidades de culto espírita e afro-brasileiro, mas de menor expressão.

As principais celebrações religiosas são: Natal - com a tradicional "Missa do Galo".

São João - Queimam-se fogos de artifícios e à porta dos lares são queimadas fogueiras e são servidos aos visitantes canjica de milho verde, milho assado, licores, principalmente o de jenipapo, doces, etc.

São Pedro - assemelha-se à de São João, havendo, no entanto, uma grande festa de cunho secular, realizada três dias seguidos, ao final do mês de junho à início de julho. Tendo bandas conhecidas nacionalmente como atração para os moradores e visitantes do município.

Festa da Padroeira, Nossa Senhora do Patrocínio - realizada em novembro, consta de missa festiva e procissão que, à tarde, percorre as ruas da cidade e recolhe-se à Igreja Matriz, onde os fiéis recebem a bênção do Santíssimo Sacramento.

Justiça

Pela Lei Provincial nº 2.553, que o criou, o município ficou como termo da comarca de Jeremoabo, desta passando para termo da de Bom Conselho, pelo Ato Estadual de 16 de maio de 1890.

O Decreto Estadual nº 1.351, de 8 de janeiro de 1914, transferiu provisoriamente para o termo de Patrocínio do Coité a sede da comarca de Bom Conselho, que retomou ao seu lugar primitivo pela Lei Estadual nº 1.119, de 21 de agosto de 1915, passando Patrocínio do Coité, em virtude dessa mesma lei, a termo da Comarca de Jeremoabo.

Pelo Decreto Estadual nº 6.145, de 8 de abril de 1929, Patrocínio do Coité passou a ser sede provisória da Comarca de Jeremoabo, que retomou ao lugar primitivo pelo Decreto Estadual nº 6.527, de 11 de outubro do mesmo ano.

A Lei Estadual nº 2.225, de 14 de setembro de 1929, transferiu para a comarca de Bom Conselho o termo de Patrocínio do Coité. Já com a denominação de Paripiranga, o termo foi transferido desta última para a comarca de Jeremoabo, pelo Decreto Estadual nº 7.481, de 8 de julho de 1931. Desmembrada desta, foi a comarca de Paripiranga criada pelo Decreto-lei Estadual nº 141, de 31 de dezembro de 1943.

Referências

  1. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. «estimativa_ibge_2018.xls». agenciadenoticias.ibge.gov.br. Consultado em 4 de maio de 2019 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 23 de agosto de 2013 
  4. 4,0 4,1 «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010 à 2016». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 4 de maio de 2019 
  5. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 271.
  6. NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. 3ª edição. São Paulo. Global. 2005. 463 p.

Bibliografia

  • Enciclopédia dos municípios brasileiros. Volume XXI Bahia (M – Z).
  • Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Rio de Janeiro: 1958.
  • LIMA, Eratóstenes Fraga. Livro: História e Estórias de Paripiranga, Paulo Afonso: Fonte Viva, 2004.
  • George, vice-prefeita e vereadores tomam posse na Câmara

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