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Democracia Cristã (DC) é um partido político brasileiro de centro-direita. Foi fundado em 1995 e registrado definitivamente em 1997 com o nome Partido Social Democrata Cristão (PSDC).[1][2] Em agosto de 2017 mudou seu nome para o atual,[3] oficializado pelo TSE em maio de 2018.[4] É presidido pelo empresário José Maria Eymael, que, pelo partido, já foi candidato à presidência do Brasil em cinco eleições.[5] Em julho de 2022 o partido contava com 177.621 filiados.[6]
História
Antecedentes e fundação
No final da Segunda Guerra Mundial, Konrad Adenauer (na Alemanha) e Alcide De Gasperi (na Itália), formularam uma nova doutrina política, com o objetivo central de construir uma sociedade livre, justa e solidária. Chamaram de Democracia Cristã este novo pensamento político, ou seja, uma doutrina política democrática e fundamentada nos valores humanísticos do cristianismo: Liberdade, Justiça e Solidariedade.
No ano de 1945, inspirado nos ideais de Adenauer e De Gasperi, o professor de Direito da USP, Cesarino Júnior, juntamente com outros companheiros, entre eles Tristão de Ataíde (pseudônimo de Alceu Amoroso Lima), fundaram na Cidade de São Paulo, no Teatro Municipal, no dia 9 de julho, o Partido Democrata Cristão (PDC).
A exemplo da Europa, a Democracia Cristã expandiu-se rapidamente no Brasil e, através do PDC, ingressaram na vida pública grandes expoentes da política brasileira, como Jânio Quadros e Franco Montoro.
Em 1962, ingressou em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, na Juventude Democrata Cristã, José Maria Eymael, hoje presidente da Social Democracia Cristã, no Brasil.
Três anos depois, em 1965, o Ato Institucional nº 2 extinguiu todos os partidos políticos, inclusive o PDC, criando em seu lugar apenas dois partidos: O ARENA e o MDB.
Refundação
Em 1985, vinte anos depois, com a abertura política, novamente a Democracia Cristã é implantada no País, com a refundação do PDC.
No mesmo ano, José Maria Eymael é convocado pela Democracia Cristã para reorganizar o PDC em São Paulo e concorre à prefeitura da cidade de São Paulo pelo partido, ficando em 9º lugar. Em 1993, o partido funde-se ao PDS para formar o PPR (atual PP). Descontente com a fusão, Eymael funda o PSDC em 1995, mas seu registro definitivo só foi oficializado em 1997.
Em 1996, o PSDC fez sua estreia em eleições, tendo elegido alguns candidatos a prefeito e vereador. Em 1998, Eymael concorre pela primeira vez à presidência do Brasil, tendo como seu candidato a vice o sul-mato-grossense Josmar Oliveira Alderete. Com 171.831 votos (0,25% das intenções de voto), Eymael termina o pleito em 8º lugar. O partido elege novamente alguns prefeitos e vereadores nas eleições de 2000 a 2008.
8 anos após sua última eleição para deputado federal, Eymael volta a concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados em 2002. Recebeu apenas 8.952 votos (0,046%) e não conseguiu se eleger. Seu filho, José Carlos Selbach Eymael, teve desempenho pior: postulante a uma vaga de deputado estadual, recebeu apenas 389 votos.
Em 2006, Eymael concorre pela segunda vez à presidência do Brasil. Seu candidato a vice foi o empresário paraibano José Paulo da Silva Neto. Com 63.294 votos, ficou na sexta posição. Em um de seus programas eleitorais, criticou a ausência do então presidente e candidato à reeleição Luís Inácio Lula da Silva ao debate presidencial da Rede Globo, considerando-a um desrespeito à democracia e aos eleitores, e cunhou a expressão: "porque a cadeira está vazia".[7]
No ano de 2010, Eymael concorre à presidência da república pelo partido, obtendo 89.350 votos, ficando em 5º lugar. Seu candidato a vice foi, novamente, José Paulo da Silva Neto. Em 2012, o PSDC conquistou 8 prefeituras, mesmo número conseguido em 2008. Mais uma vez, Eymael lança-se candidato à prefeitura de São Paulo, ficando dessa vez em 11º lugar entre 12 candidatos, conquistando 5.382 votos.
Em dezembro de 2013, Eymael confirmou sua pré-candidatura à presidência do Brasil em entrevista ao portal R7.[8] Sua candidatura acabou sendo confirmada e foi a quarta vez que o ex-deputado saiu candidato ao cargo (a terceira consecutiva), agora tendo Roberto Lopes como vice em sua chapa, tendo obtido 61.250 votos (0,06% das intenções de voto). Uma novidade em seus programas foi seu famoso jingle eleitoral, usado desde 1984. Segundo Eymael, foi uma tentativa de modernizá-lo, mas a diferença foi praticamente imperceptível.[9]
Em nível estadual, lançou apenas dois candidatos a governador em chapa independente: Alexandre Silva de Magalhães (Goiás) e Eduardo Ferreira de Souza (Minas Gerais). Nos outros 24 estados e no DF, o PSDC fez parte de coligações com outros partidos: PMDB (08), PSDB (06), PSB: (03), PT (02), DEM, PDT, PP, PROS, PSD e PTdoB.
Entre os candidatos a Senador, lançou em chapas neutras: Aldo Muro Júnior, por Goiás, e José Tarcísio dos Santos, por Minas Gerais. Ao fim da eleição elegeu 2 deputados federais: Aluísio Mendes (MA) e Luiz Carlos Ramos (RJ) e 9 deputados estaduais.
Renomeação
Em 2017, o PSDC protocola um pedido de mudança de nome no TSE.[3] Em 17 de maio de 2018, o TSE homologou a mudança do nome para Democracia Cristã.[4] A mudança de nome ocorreu no contexto da crise político-econômica de 2014, visando a obtenção de melhores resultados nas eleições vindouras. A troca de nome foi uma estratégia comum na época, tendo sido usada por vários partidos para se desvincilhar de escândalos de corrupção.[3]
Em julho de 2018, Eymael teve sua pré-candidatura à presidência do Brasil oficializada.[5]Foi a quinta vez que ele disputou a presidência da República (a quarta consecutiva), e o vice em sua chapa foi o pastor Hélvio Costa. Com 41.710 votos (0,04% das intenções de voto), foi a menor votação obtida por Eymael desde sua primeira tentativa, em 1998.
Em nível estadual, repetiu 2014 e lançou apenas dois candidatos a governador, também em chapa independente: Romualdo Seno (Piauí) e o Major Costa e Silva (São Paulo). O partido fez alianças com outras legendas nos outros 24 estados e no Distrito Federal. Entre os candidatos a Senador, lançou 6 postulantes ao cargo - Compadre Luiz Adão (Paraná), Dr. Joanilson (Rio Grande do Norte) e Marcos Mauricio (Bahia) integraram coligações com outros partidos, enquanto Joaquim Saraiva, Lafayette Andrade (ambos pelo Piauí) e Machado (Rio Grande do Sul) disputaram em chapa neutra. A candidatura de Kaled ao Senado por São Paulo foi indeferida.
Elegeu apenas um deputado federal: Luiz Antônio Corrêa, pelo estado do Rio de Janeiro, além de eleger novamente 9 deputados estaduais: Jory Oeiras (Amapá), Euclério Sampaio (Espírito Santo), Rafael Gouveia (Goiás), Elizeu Nascimento, Ulysses Moraes (ambos em Mato Grosso), Cleiton Oliveira (Minas Gerais), Diana Belo (Pará), João Peixoto, Marcelo Cabeleireiro (ambos no Rio de Janeiro).
Em 2020, nas eleições municipais, o partido elegeu apenas uma prefeitura no município de Bom Princípio do Piauí (PI) e 123 vereadores.
Organização
Parlamentares atuaisNas eleiçoes de 2018, o partido elegeu apenas Luiz Antônio Corrêa (RJ) como deputado federal,[10] mas ele saiu do partido em agosto de 2019.
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Número de filiados
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Desempenho eleitoral
Legislatura | Bancada | % | ± |
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Predefinição:Ord51ª (1999–2003) | Predefinição:Ord | 0,00 | Predefinição:Ord 0 |
Predefinição:Ord52ª (2003–2007) | Predefinição:Ord | 0,19 | Predefinição:OrdPredefinição:Aumento 1 |
Predefinição:Ord53ª (2007–2011) | Predefinição:Ord | 0,00 | Predefinição:OrdPredefinição:Baixa 1 |
Predefinição:Ord54ª (2011–2015) | Predefinição:Ord | 0,00 | Predefinição:Ord 0 |
Predefinição:Ord55ª (2015–2019) | Predefinição:Ord | 0,38 | Predefinição:OrdPredefinição:Aumento 2 |
Predefinição:Ord56ª (2019–2023) | Predefinição:Ord | 0,19 | Predefinição:OrdPredefinição:Baixa 1 |
Os números das bancadas representam o início de cada legislatura, desconsiderando, por exemplo, parlamentares que tenham mudado de partido posteriormente.
Eleições estaduais
Participação e desempenho da DC nas eleições estaduais de 2018[12] | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos (6 governadores e 13 senadores).
Em negrito estão os candidatos filiados à DC durante a eleição.
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Participação e desempenho do PSDC nas eleições estaduais de 2014[12] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos (10 governadores e 5 senadores).
Em negrito estão os candidatos filiados ao PSDC durante a eleição.
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Eleições presidenciais
Ano | Imagem | Candidato(a) a Presidente | Candidato a Vice-Presidente | Coligação | Votos | Posição |
---|---|---|---|---|---|---|
1998 | José Maria Eymael (PSDC) |
Josmar Oliveira Alderete (PSDC) |
Sem coligação | 171.831 (0,25%) | 9ª | |
2006 | José Maria Eymael (PSDC) |
José Paulo da Silva Neto (PSDC) |
Sem coligação | 63.294 (0,07%) | 6ª | |
2010 | José Maria Eymael (PSDC) |
José Paulo da Silva Neto (PSDC) |
Sem coligação | 89.350 (0,09%) | 5ª | |
2014 | José Maria Eymael (PSDC) |
Roberto Lopes (PSDC) |
Sem coligação | 61.250 (0,06%) | 9ª | |
2018 | José Maria Eymael (DC) |
Hélvio Costa (DC) |
Sem coligação | 41.710 (0,04%) | 12ª | |
2022 | José Maria Eymael (DC) |
João Barbosa Bravo (DC) |
Sem coligação |
Referências
- ↑ Erro de citação: Marca
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- ↑ Erro de citação: Marca
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadasBioFGV
- ↑ 3,0 3,1 3,2 Carolina Freitas (10 de agosto de 2017). «PSDC vai ao TSE para se tornar o Democracia Cristã». Valor Econômico. Consultado em 9 de maio de 2021
- ↑ 4,0 4,1 Karla Araújo (18 de maio de 2018). «TSE autoriza mudança de nome do PSDC para 'Democracia Cristã'». O Popular. Consultado em 9 de maio de 2021
- ↑ 5,0 5,1 Gabriela Gonçalves (28 de julho de 2018). «Democracia Cristã oficializa José Maria Eymael para concorrer à Presidência da República». G1. Consultado em 9 de maio de 2021
- ↑ 6,0 6,1 Erro de citação: Marca
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadasFiliados
- ↑ Odilon Rios (24 de agosto de 2006). «Eymael diz que cadeira do presidente "está vazia"». Gazeta de Alagoas. Arquivado do original em 4 de março de 2014
- ↑ Borges, Rodolfo. "“A democracia-cristã está madura para vencer a eleição”, diz Eymael". R7. 2 de dezembro de 2013. Página acessada em 2 de dezembro de 2013.
- ↑ Garcia, Carolina. "Candidato troca jingle histórico: sai 'Ey, ey, Eymael', entra 'Ey, ey, Eymael'". Último Segundo. 2 de dezembro de 2013. Página acessada em 23 de agosto de 2014.
- ↑ 10,0 10,1 Erro de citação: Marca
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadasEleitos2018
- ↑ Câmara dos Deputados. «Bancada na Eleição (1998-2018)». Consultado em 9 de maio de 2021
- ↑ 12,0 12,1 TSE. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 9 de maio de 2021