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Pélope

Pélope ou Pélops é um personagem da mitologia grega, filho de Tântalo e Dione[1][2] ou de Tântalo e Eurianassa.[3]

Família

Tântalo, seu pai, era filho de Zeus e Plota,[1][4] filha de Himas.[4] Dione, sua mãe, era filha do titã Atlas.[2]

Banquete de Tântalo

Pélope e Hipodâmia.

Pélope foi morto por seu pai, Tántalo, que esquartejou seu corpo e ofereceu-o aos deuses olímpicos, desejoso de granjear seus favores. A deusa Deméter, profundamente deprimida pelo rapto de sua filha Perséfone, por Hades, aceitou a oferenda e comeu o ombro esquerdo da vítima, mas os demais deuses condenaram a atitude de Tântalo, e trouxeram Pélope de volta à vida, restaurando seu ombro com uma peça de marfim fabricada por Hefesto. E para compensar a perda que sofrera, tornaram sua aparência mais bela do que era antes de ser morto. Isso despertou a luxúria de Poseidon, que levou o jovem para o Olimpo, tornando-o seu jovem aprendiz.

Pélope e Hipodâmia

Casamento de Pélope e Hipodâmia num mosaico romano

Mais tarde, Pélope retornou ao mundo dos humanos, onde enamorou-se de Hipodâmia, pedindo-a em casamento ao seu pai, Enomau, rei de Olímpia, que já havia matado trinta anteriores pretendentes, porque uma profecia o alertara de que haveria de ser morto por seu genro (Em outra versão, o motivo decorre de uma secreta paixão incestuosa que ele nutria pela filha).

Como condição para concordar com o casamento, Enomau exigiu que Pélope o vencesse numa corrida de carros. O rei possuía excelentes cavalos, além de um auriga experiente, Mírtilo, e fora desse jeito que se livrara dos pretendentes anteriores. Sabendo-se em desvantagem, Pélope procurou seu ex-amante, Poseidon, a quem pediu ajuda, recordando-lhe os momentos de prazer que lhe proporcionara. A lenda diz que, em memória dos "doces regalos de Afrodite" que vivera com o rapaz, o deus se dispôs a ajudá-lo, cedendo-lhe um carro puxado por cavalos alados. Ainda assim, Pélope achou prudente aliciar Mirtilo, para que o ajudasse a vencer a corrida, prometendo-lhe a metade do reino que viria a herdar.

Caia minha maldição sobre sua cabeça, Pélope, e sobre todos da sua estirpe! Possam a desonra e a traição perseguí-lo eternamente e levá-lo à morte, assim como você me tirou a vida. Recaia minha maldição sobre você e sua família por todo o sempre!.

—Maldição de Mirtilo.

E assim foi. Tendo sabotado uma peça do carro de Enomau, o auriga provocou um acidente do qual escapou ileso, mas resultou na morte do rei. Ocorre que o traidor não usufruiu o prêmio que lhe fora prometido, isso porque ele também desejava Hipodâmia e, na véspera da corrida, tentara violá-la. A donzela contou o que ocorrera ao noivo, que fingiu nada saber até o final da corrida, quando então matou Mírtilo, com suas próprias mãos.

Agonizando, o auriga lançou sobre o casal uma maldição que haveria de produzir resultados trágicos na família de Pélope. A maldição também viria a atingir seus filhos e descendentes: Agamenon, Egisto, Menelau e Orestes.

Rei do Peloponeso

Durante o governo de Pélope, seu reino dominou todo a península do sul da Grécia, que passou a se denominar Peloponeso.

Ele teve um filho, Crisipo, com uma ninfa, Danaïs, a quem ele amava mais do que aos seus filhos legítimos.[3] Laio, o tebano, desejando Crisipo o levou, mas dois filhos de Pélope com Hipodâmia, Atreu e Tiestes, recuperaram Crisipo.[3] Hipodâmia convenceu os filhos a matarem Crisipo, porque ele poderia ser um sucessor no trono, mas eles se recusaram.[3] De noite, porém, Hipodâmia feriu mortalmente Crisipo com a espada de Laio, Crisipo, porém, ainda viveu para contar a Pélope que ele fora morto por Hipodâmia, que foi banida.[3]

Em outra versão lendária, por causa do suicídio de Crisipo, seqüestrado por Laio, Pélope lançou sobre o príncipe tebano e sua descendência a chamada "Maldição dos Labdácidas", que deu origem às tragédias de Laio, Édipo, Jocasta e Antígona (teatralizadas por Sófocles).

Referências

  1. 1,0 1,1 Higino, Fabulae, LXXXII, Tântalo
  2. 2,0 2,1 Higino, Fabulae, LXXXIII, Tântalo
  3. 3,0 3,1 3,2 3,3 3,4 Dositeu, Descendentes de Pélope, citado por Pseudo-Plutarco, Parallela Minora, 33
  4. 4,0 4,1 Higino, Fabulae, CLV, Filhos de Jove

Bibliografia

  • Bowder, Diana, Quem foi quem na Grécia Antiga, São Paulo: Art Editora/Círculo do Livro S/A, s/d
  • Burkert, Walter, Pelops at Olympia: University of California Press, 1983.
  • Baker, George, Deuses e Heróis - O Romance da Mitologia Grega, São Paulo: Editora Brasiliense, 1960

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