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Algarismos arábicos

Predefinição:Sistemas numéricos Algarismos arábicos ou indo-arábicos[1][2] são os dez dígitos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, criados com base no sistema numérico Indo-arábico,[3] o sistema mais comum para a representação simbólica de números no mundo atual.

O primeiro zero verdadeiro foi desenvolvido por matemáticos antigos do subcontinente indiano. Algarismos arábicos são usados para representar números neste sistema numeral indo-arábico,[3] em que uma sequência de dígitos, como "975", é lida como um único número. Este sistema foi adotado por matemáticos persas e árabes na Índia e repassado para outros povos ao longo do tempo. Há alguma evidência que sugere que os números na sua forma atual foram desenvolvidos a partir de letras árabes nas regiões ocidentais do mundo árabe.[4]

A forma atual dos numerais foi desenvolvida no Norte da África, de maneira distinta dos numerais arábicos indianos e orientais. Foi na cidade norte-africana de Bugia que o estudioso italiano Fibonacci encontrou pela primeira vez os algarismos; seu trabalho foi crucial para torná-los conhecidos em toda a Europa. A utilização de algarismos arábicos foi levada ao resto do mundo através do comércio e colonialismo europeu.

História

Numeração utilizada no manuscrito Bakhshali, datado entre o Predefinição:-séc e Predefinição:DC
Numeração brahmi (linha inferior), na Índia, no século I

A maioria dos historiadores coincide em afirmar que teve a sua origem na Índia (de fato, no árabe, este sistema de numeração é chamado de "números indianos", أرقام هندية, arqam hindiyyah), e expandiu-se pelo mundo árabe e daí, via Alandalus, pelo resto da Europa. Este sistema de numeração chegou ao Oriente Médio por volta de 670.

A primeira inscrição universalmente aceita que contém o uso do "0" é registrada pela primeira vez no século IX, em uma inscrição em Gualior na Índia Central, datada de 870. Por esta altura, a utilização do zero já atingira a Pérsia, tendo este sido mencionado por al-Khwarizmi nas suas descrições dos numerais hindus. Existem numerosos documentos indianos, a partir do século VI, em placas de cobre, que contêm o mesmo símbolo para o zero.[5]

O matemático persa Alcuarismi escreveu o livro "A respeito dos cálculos com os números da Índia" por volta de 825 e, por volta de 830 o matemático árabe Alquindi escreveu "O uso dos números da Índia" (Ketab fi Isti'mal al-'Adad al-Hindi) em quatro volumes. O seu trabalho foi muito importante na difusão do sistema no Oriente Médio e no Ocidente.[6]

No século X, matemáticos do Oriente Médio estenderam o sistema de numeração decimal para incluir frações, como se registra em um tratado do matemático sírio Predefinição:Ilc em 952-953. A notação do ponto decimal foi introduzida por Sinde ibne Ali, que também escreveu o mais antigo tratado em algarismos indo-arábicos.

Difusão na Europa

Na literatura ocidental, as primeiras menções destes algarismos encontram-se no Codex Virgilianus de 976.[7] Por volta do século X começou a surgir, no Magrebe e no al-Andalus, uma variante ocidental dos algarismos árabes, chamada ghubar ("areia de mesa" ou "pó de mesa"), que são a origem direta dos modernos algarismos arábicos ocidentais utilizados em todo o mundo.[8]

A partir de 980 Gerberto de Aurillac (que seria mais tarde o papa Silvestre II), fez uso do seu ofício papal para difundir o conhecimento do sistema na Europa. Silvestre II estudou em Barcelona durante a sua juventude. No século XII, traduções para o latim da obra de al-Khwarizmi (778 (?) - 846) sobre os numerais indianos (Kitab al-Jabr wa-l-Muqabala) apresentaram a notação posicional decimal para o Mundo Ocidental.

Fibonacci, um matemático italiano que estudara em Bugia (Argélia), contribuiu para a difusão pela Europa do sistema arábico com o seu livro Liber Abaci, publicado em 1202. Contudo, não foi senão até a invenção da imprensa em 1450, quando este sistema de numeração começou a ser empregue de modo generalizado na Europa; por volta do século XV, são já usados amplamente. Na Rússia, pela sua vez, os números arábicos substituíram os cirílicos por volta de 1700, quando foram introduzidos pelo czar Predefinição:Lknb.[10][11]

Zero

O "zero" foi introduzido posteriormente e a sua correta notação foi de extrema importância histórica, pois a cadência decimal usada pelos números indo-arábicos impunha a sua representação gráfica. Esta representação teria sido historicamente demorada por corresponder à casa vazia do ábaco.

Ver também

Referências

  1. Schipp, Bernhard; Krämer, Walter (2008), Statistical Inference, Econometric Analysis and Matrix Algebra: Festschrift in Honour of Götz Trenkler, ISBN 9783790821208, Springer, p. 387 
  2. Lumpkin, Beatrice; Strong, Dorothy (1995), Multicultural science and math connections: middle school projects and activities, ISBN 9780825126598, Walch Publishing, p. 118 
  3. 3,0 3,1 Bulliet, Richard; Crossley, Pamela; Headrick,, Daniel; Hirsch, Steven; Johnson, Lyman (2010). The Earth and Its Peoples: A Global History, Volume 1. [S.l.]: Cengage Learning. p. 192. ISBN 1439084742. Indian mathematicians invented the concept of zero and developed the "Arabic" numerals and system of place-value notation used in most parts of the world today 
  4. On the Origin of Arabic Numerals - A. Boucenna - Université Ferhat Abbas Setif Predefinição:Fr icon
  5. Kaplan, Robert. (2000). The Nothing That Is: A Natural History of Zero, Oxford: Oxford University Press
  6. «The MacTutor History of Mathematics archive». Consultado em 26 de agosto de 2012. Arquivado do original em 6 de julho de 2015 
  7. Mathorigins.com
  8. Gandz, Solomon (novembro de 1931), «The Origin of the Ghubār Numerals, or the Arabian Abacus and the Articuli», Isis, 16 (2): 393–424, doi:10.1086/346615 
  9. Regulae Abaci, l'autre intitulé: De numeris, sont la même chose que l'Abacus. [1] Regulae abaci [2].
  10. «The Hindu-Arabic Numerals. David Eugene Smith and Louis Charles Karpinski, (1911)». Consultado em 24 de fevereiro de 2009. Arquivado do original em 9 de abril de 2016 
  11. Number Words and Number Symbols - A Cultural Hystory of Numbers. Karl Menninger. ISBN 0-486-27096-3 [3].

Ligações externas

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