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Jonas Savimbi

Jonas Malheiro Savimbi
Jonas Malheiro Savimbi
Líder da UNITA
Período 1966 a 2002
Sucessor(a) António Sebastião Dembo (interino)
Dados pessoais
Nascimento 3 de agosto de 1934[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Munhango, Bié, África Ocidental Portuguesa
Morte 22 de fevereiro de 2002 (67 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Lucusse, Moxico, Angola
Nacionalidade Angola Angolano
Serviço militar
Lealdade Predefinição:Flagicon image FNLA (1964–66)
Predefinição:Flagicon image UNITA (1966–2002)
Anos de serviço 1964–2002
Graduação General
Conflitos Guerra de Independência de Angola
Guerra Civil Angolana

Jonas Malheiro Savimbi (Munhango, Bié, 03 de Agosto de 1934Lucusse, Moxico, 22 de Fevereiro de 2002) foi um político e guerrilheiro angolano e líder da UNITA durante mais de trinta anos.

Durante a luta pela independência e a guerra civil teve, em diferentes fases, o apoio dos governos dos Estados Unidos da América, da República Popular da China,[1] do regime do Apartheid da África do Sul, de Israel,[2] de vários líderes Africanos (Félix Houphouët-Boigny da Costa do Marfim, Mobutu Sese Seko do Zaire,[3][4] do rei Hassan II de Marrocos e Kenneth Kaunda da Zâmbia) e mercenários de Portugal, Israel, África do Sul e França,[2] Savimbi passou grande parte de sua vida a lutar primeiro contra a ocupação colonial portuguesa e, depois da independência de Angola, contra o governo Angolano que era apoiado, em termos militares e outros, pela então União Soviética e Cuba.

Nascimento e estudos

Savimbi nasceu a 3 de Agosto de 1934, em Munhango, uma pequena localidade na província Bié, de pais originários de Chilesso, na mesma província, pertencentes ao grupo bieno da etnia ovimbunda.[5] O pai de Savimbi era funcionário do Caminho de Ferro de Benguela e também pastor da Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA).

Jonas Savimbi passou a sua juventude em Chilesso, onde frequentou o ensino primário e parte do ensino secundário em escolas da IECA. Como naquele tempo os diplomas das escolas protestantes não eram reconhecidos, repetiu a parte secundária no Huambo, numa escola católica mantida pela ordem dos Maristas. A seguir ganhou uma bolsa de estudos providenciada pela IECA nos Estados Unidos da América para concluir o ensino secundário e estudar medicina em Portugal.

Em Lisboa concluiu de facto o ensino secundário, com a excepção da matéria "Organização Política Nacional", obrigatória durante o Salazarismo, não chegando por isso a iniciar os estudos universitários. Entretanto tinha tomado contacto com um grupo de estudantes angolanos que, em Lisboa, propagavam em segredo a descolonização e discutiam a fundação de uma organização de luta anticolonial.Predefinição:Nota de rodapé

Perante a ameaça de uma repressão por parte da PIDE, a polícia política do regime, Jonas Savimbi refugiou-se na Suíça, valendo-se de contactos obtidos por intermédio da IECA que, inclusive, lhe conseguiu uma segunda bolsa. Como a Suíça reconheceu os seus estudos secundários como completos, iniciou os estudos em ciências sociais e políticas, em Lausana e Genebra, obtendo provavelmente um diploma nestas matérias.Predefinição:Nota de rodapé

Savimbi aproveitou a sua estadia na Suíça para aperfeiçoar o seu domínio do inglês e do francês, línguas que chegou a falar fluentemente.

Trajetória política

Na sequência da Revolução dos Cravos que derrubou a ditadura de Marcello Caetano (após a morte de Salazar em 1970), Portugal anunciou em Predefinição:DataExt a sua intenção de abdicar das suas colónias. Em Angola, os três movimentos anticoloniais iniciaram de imediato entre eles uma luta pela conquista do poder. Embora a UNITA fosse à partida o movimento mais fraco, Jonas Savimbi decidiu lançar-se na corrida, confiando na sua base social e nos seus apoios externos.[carece de fontes?]

Numa fase inicial, as forças da FNLA e da UNITA, apoiadas principalmente pelo Zaire e pela África do Sul, obtiveram uma clara vantagem sobre o MPLA que teve apenas um certo apoio da parte de militares portugueses "reconvertidos". A situação mudou radicalmente quando Cuba decidiu intervir militarmente a favor do MPLA, com o suporte logístico da União Soviética. Na data marcada para a independência, a Predefinição:DataExt, o MPLA dominava a capital e a parte setentrional de Angola, declarou a independência em Luanda sendo imediatamente reconhecido a nível internacional.[6]

Face a esta constelação, Jonas Savimbi fez uma aliança com a FNLA; juntos, os dois movimentos declararam, na mesma data, a independência de Angola no Huambo e formaram um governo alternativo com sede nesta cidade. Porém, as forças conjuntas do MPLA e de Cuba conquistaram rapidamente a parte maior da metade austral de Angola. O governo FNLA/UNITA, que não havia sido reconhecido por nenhum país, dissolveu-se rapidamente. A FNLA retirou-se por completo do território angolano e desistiu de qualquer oposição armada contra o MPLA. Em contrapartida, Jonas Savimbi decidiu não abandonar a luta e, a partir de bases no Leste e Sudeste de Angola, começou de imediato uma guerra de guerrilha contra do governo do MPLA - desencadeando assim uma guerra civil que só terminaria com a sua morte.

Protagonista da Guerra Civil

Ronald Reagan e Jonas Savimbi na Casa Branca.

Em 1992, aquando das primeiras eleições (legislativas e presidenciais) em Angola, Savimbi participou, sendo o seu partido, a UNITA, derrotado nas eleições legislativas. Ao não aceitar o resultado das mesmas, optou novamente pelo caminho da guerra, perpetuando a guerra civil. Quanto à eleição presidencial, a segunda volta não se realizou devido ao recomeço do conflito armado.

Em 1994, a UNITA assinou os acordos de paz de Lusaca, depois de meses de negociações, e aceitou desmobilizar as suas forças, mas não as desarmou, com o objectivo de conseguir a reconciliação nacional. O processo de paz prolongou-se durante quatro anos, marcado por acusações e adiamentos. Nesse período, muitos membros da UNITA deslocaram-se para Luanda e integraram o Governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN) e para constituir uma bancada minoritária na Assembleia Nacional. Estas e outras dissidências internas acabaram por separar o braço armado do braço politico surgindo dessa forma a UNITA renovada, onde Jonas Savimbi não se sentia representado, rompendo com os acordos de paz e retornando, novamente, ao caminho da guerra.

Foi morto em combate a Predefinição:DataExt, perto de Lucusse na província do Moxico, após uma longa perseguição efectuada pelas Forças Armadas Angolanas. Foi substituído no comando do partido e da autoproclamada República Popular Democrática de Angola por António Sebastião Dembo.[7]

Legado

Os filhos exilados do guerrilheiro processaram na justiça francesa a fabricante do videogame Call of Duty por representá-lo como um "bárbaro".[8]

Por ter lutado contra o colonialismo português liderando um dos movimento de libertação nacional, Jonas Savimbi é tido como uma das maiores personalidade de Angola.[9][10]

Ver também

Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Jonas Savimbi

Predefinição:Notas

Referências

  1. «Angola: Don't Simplify History, Says Savimbi's Biographer». allAfrica.com (em English). 25 de junho de 2002. Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  2. 2,0 2,1 Angola: A Country Study
  3. Blaine Harden, Africa: Dispatches from a Fragile Continent, p. 51
  4. Sean Kelly, America's Tyrant: The CIA and Mobutu of Zaire, p. 4
  5. Ver John Marcum, The Angolan Revolution, vol. I, The anatomy of an explosion (1950-1962), Cambridge/Mass. & Londres, 1969, p. 244
  6. Franz-Wilhelm Heimer, O processo de descolonização em Angola: Ensaio de sociologia política, Lisboa: Regra do Jogo, 1979
  7. Cahoon, Ben. Angola. World Statesmen. 2019.
  8. «Savimbi em Call Of Duty como "bárbaro"». Voice of America. 14 de janeiro de 2016. Consultado em 2 de outubro de 2019 
  9. magazine, Le Point (14 de janeiro de 2016). «Jeu vidéo: Jonas Savimbi dans "Call of Duty", la justice française saisie». Le Point (em français). Consultado em 19 de fevereiro de 2021 
  10. ANP/AFP (21 de fevereiro de 2012). «Angola's Savimbi still haunts 10 years on». Angola's Savimbi still haunts 10 years on. Radio Netherlands Worldwide. Consultado em 3 de junho de 2018 

Bibliografia

  • Fred Bridgeland, Jonas Savimbi: Uma chave para África, Lisboa: Perspectivas & Realidades, 1988
  • William Minter (ed.), Operation Timber: Pages from the Savimbi dossier, Trenton/NJ: Africa World Press, 1988
  • João Paulo Guerra, Savimbi - Vida e Morte, Lisboa: Bertrand, 2002
  • Emídio Fernando, Jonas Savimbi: Do lado errado da história, Lisboa: D. Quixote, 2012
  • Peter Polack, Guerrilla Warfare; Kings of Revolution, Casemate, ISBN 9781612006758.

Ligações externas

Predefinição:Esboço-político-AGO

Predefinição:NF

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