Predefinição:Info/Arquiteto Maria Helena do Rego da Costa Salema Roseta GCL (Lisboa, 23 de dezembro de 1947) é uma arquiteta e política portuguesa.
Biografia
Cresceu numa família de 7 irmãos. O seu irmão mais velho, Carlos Salema, é professor universitário no Instituto Superior Técnico.
Aluna de excelentes notas, estudou no Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho, tendo recebido o Prémio D. Dinis no ano letivo 64/65, atribuído ao aluno com melhores notas[1].
Em 1966[2], ingressou na licenciatura em Arquitetura da Escola Superior de Belas Artes da Universidade de Lisboa, pela qual se licenciou em 1971.[3] Iniciou a sua carreira junto de Nuno Portas, com quem colaborou primeiro no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, e depois no seu atelier. Colaborou também com os arquitetos Maurício de Vasconcelos e Bruno Soares, na recuperação de bairros clandestinos, e com Sebastião Formosinho Sanchez, num projeto hospitalar.
Envolvida em movimentos cívicos, inicialmente no seio da Igreja Católica, antes do 25 de abril de 1974, foi dirigente da Juventude Escolar Católica. Depois dessa experiência, em 1973, foi eleita secretária-geral do Sindicato Nacional dos Arquitectos. No mesmo ano participou no III Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro, onde interveio sobre o problema da habitação. Seria detida pela PIDE no mesmo ano.
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, aderiu ao então Partido Popular Democrático (PPD), atual Partido Social Democrata (PSD). Foi eleita deputada à Assembleia Constituinte, em 1975, e à Assembleia da República, em 1976, nas listas do PPD, pelo círculo de Lisboa, correspondendo à I legislatura.[4] Neste mesmo ano é eleita vereadora na Câmara Municipal de Lisboa.
Em 1978, quando Francisco Sá Carneiro resolve retirar o apoio ao governo presidencial de Carlos Mota Pinto, gota de água para que 37 deputados do PSD abandonem o partido, em 4 de abril de 1979 (alguns dos quais viriam a fundar a ASDI), é uma das acérrimas defensoras de Sá Carneiro. Em 1979, é uma das proponentes, no seio do partido, da formação de listas conjuntas entre o PSD, o CDS, de Diogo Freitas do Amaral, e o PPM, de Gonçalo Ribeiro Telles, participando assim na génese da formação da Aliança Democrática[5]. Foi presidente da distrital de Lisboa do PSD.[6]
Será eleita de novo deputada à Assembleia da República, nas listas da AD, em 1979, pelo círculo de Lisboa, e 1980, pelo círculo de Setúbal, correspondendo à II legislatura.[4] Entre 1982 e 1985, foi presidente da Câmara Municipal de Cascais, eleita pelo PSD, tal como o seu cunhado António Capucho, marido da sua irmã Madalena, o foi entre 2001 e 2011.
Recebeu a Medalha de Mérito do Conselho da Europa, em 1982. Dirigiu o jornal oficial do PSD, Povo Livre.
Em 1986, resolveu apoiar Mário Soares para Presidente da República, o que a levou a abandonar o PSD. Subsequentemente, integrou as listas do Partido Socialista para as eleições legislativas de 1987, sendo eleita deputada à Assembleia da República, na V legislatura, pelo círculo do Porto[4][3] e acabando por formalizar a sua adesão a este partido em 1991.
Ainda no âmbito da sua carreira profissional foi membro da equipa do Plano Diretor e Plano Estratégico de Lisboa e do Plano Estratégico da Guarda, entre 1991 e 1995; lecionou as disciplinas de Urbanismo e Cidadania e Urbanismo e Autarquias na Universidade Lusófona, entre 1995 e 1997, e foi perita da OCDE para a Sustentabilidade Urbana.
Em 1993, assumiu a gerência do Botequim, o bar de Natália Correia, situado na Graça, em Lisboa. Mais tarde, organizou o espólio da poetisa, na qualidade de testamenteira de Dórdio Guimarães, em 1999.
Em 1995 e 1999, foi novamente eleita deputada à Assembleia da República, nas listas do PS, pelo círculo de Lisboa, sendo reeleita em 2002 pelo círculo de Coimbra, correspondendo às VII, VIII e IX legislaturas.[4]
Em 1998, dinamizou o Movimento Sim pela Tolerância, no referendo pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez. Em 1999, integrou a Comissão Coordenadora do Movimento Nacional a Favor de Timor-Leste. Publicou a coletânea de textos Os dois lados do espelho, em 2001.
Presidiu ao Conselho Diretivo Nacional da Ordem dos Arquitectos, de 2001 a 2007. Em 2004, fundou o Clube de Política, Liberdade e Cidadania, bem como o MIC-Movimento de Intervenção e Cidadania, em 2006.
A 9 de junho de 2005, foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.[7]
Em rutura com o PS, de que se desfiliou em 2007[8], candidatou-se a presidente da Câmara Municipal de Lisboa, em 2007, conseguindo a eleição como vereadora, pelo Movimento Cidadãos por Lisboa. Tendo o Movimento Cidadãos por Lisboa assumido, em 2008, um acordo com o então presidente da Câmara, António Costa, foi responsável pela elaboração do Programa Local de Habitação de Lisboa. Em 2009, o movimento Cidadãos por Lisboa acabou por se coligar com o PS. Foi assim eleita vereadora no executivo de António Costa na CML, entre 2009 e 2013, com o pelouro da Habitação e do Desenvolvimento Social.
Em 2013, o movimento Cidadãos por Lisboa renovou o acordo coligatório com o PS para as eleições autárquicas desse ano, tendo conseguido eleger dois vereadores e seis deputados municipais, um dos quais Helena Roseta. Deste modo, como cabeça de lista do PS na condição de independente, a lista mais votada nas eleições autárquicas de 2013, foi eleita Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa para o mandato 2013-2017.
Foi cooptada para o Conselho Geral da Universidade do Minho em 2013, tendo renunciado ao mandato em 2014.
Face ao seu apoio a António Costa, com a eleição deste como secretário-geral do PS, integrou, em 3.º lugar, a lista do PS por Lisboa nas legislativas de 2015, tendo sido eleita deputada à Assembleia da República para a XIII legislatura (2015-2019). Exerceu, neste âmbito, as funções de coordenadora do Grupo de Trabalho para a Habitação, tendo apresentado a demissão em outubro de 2018, na sequência do adiamento da votação das propostas emanadas do grupo de trabalho relativas à matéria da habitação.
Em 2017, o movimento Cidadãos por Lisboa renovou o acordo coligatório com o PS (agora com Fernando Medina como presidente da Câmara) para as eleições autárquicas desse ano, tendo mantido igual número de vereadores (dois) e de deputados municipais (seis), um dos quais Helena Roseta, eleitos nas listas do PS. Deste modo, como cabeça de lista do PS na condição de independente, a lista mais votada nas eleições autárquicas de 2017, foi eleita Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa para o mandato 2017-2021, mandato ao qual renunciou em outubro de 2019, invocando razões pessoais.[9]
Foi comentadora na SIC Notícias.
É casada, mas separada de facto, com Pedro Roseta, com o qual tem três filhas, entre as quais se encontra a actual vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, Filipa Roseta. Tem sete netos e netas.
Referências
- ↑ Revista E n.º 2407 (15 de dezembro de 2018). Clube dos Bons Alunos, pág. 22.
- ↑ Entrevista de Maria João Seixas a Helena Roseta, Público 04.06.2001
- ↑ 3,0 3,1 Primeira parte do programa com entrevista biográfica de Carlos Cruz a Maria Helena Roseta, arquitecta e ex-deputada, sobre a sua vida pessoal, profissional e política, RTP 19.02.1992
- ↑ 4,0 4,1 4,2 4,3 Biografia no site do Parlamento
- ↑ Centro de Estudos do Pensamento Político[ligação inativa]
- ↑ Perfil de Helena Roseta no DN, 19.05.2007
- ↑ «Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Maria Helena Rego Costa Salema Roseta". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 23 de janeiro de 2019
- ↑ Helena Roseta a candidata que sempre foi independente, JN 20.06.2007
- ↑ Helena Roseta renuncia aos cargos na autarquia de Lisboa. "Vou mudar de vida", Lusa 17.10.2019