Predefinição:Info/Corrida automobilística
Resultados do Grande Prêmio da Hungria de Fórmula 1 realizado em Hungaroring em 11 de agosto de 1996. Décima segunda etapa da temporada, teve como vencedor o canadense Jacques Villeneuve, que subiu ao pódio junto a Damon Hill numa dobradinha que fez da Williams-Renault campeã mundial de construtores, com Jean Alesi em terceiro pela Benetton-Renault.[1][2]Predefinição:Nota de rodapé
Relatório da prova
Bastidores do GP
Após uma estreia impactante na Austrália e vencedor de duas corridas nesta temporada, Jacques Villeneuve enfrenta duas situações distintas: lidar com a diferença de vinte e um pontos em favor de Damon Hill na tabela do campeonato mundial e demonstrar à Williams que ele não chegou à Fórmula 1 apenas por ser filho de Gilles Villeneuve e nem que sua vitória nas 500 Milhas de Indianápolis ano passado e o subsequente título na Fórmula Indy foram obra do acaso.
Rumores quanto à adaptação do canadense ao circo da Fórmula 1 dão conta que os mecânicos de sua equipe esperavam mais de Villeneuve quanto a informá-los sobre a condição de sua Williams expondo os pontos fortes e a vulnerabilidade da máquina a cada etapa do campeonato, mas para cada êxito conseguido, o piloto sempre esbarra na falta de familiaridade com as pistas como no caso de sua corrida discreta na Alemanha logo após vencer na Grã-Bretanha há um mês.[3] Frente à realidade, até mesmo o discurso de Bernie Ecclestone sobre um favorecimento da Williams a Damon Hill perde a coerência.
Quando indagado a respeito de seu desempenho no campeonato, Jacques Villeneuve pondera que ainda têm chances de título, tal como disse em Magny-Cours ao final do mês passado durante uma sessão particular de treinos com a Williams.[4]
Sábado na Hungria
Ainda na sexta-feira o bom rendimento da Ferrari animou Michael Schumacher a falar em pole position e de fato o alemão fez o melhor tempo no sábado[5] ao superar por estreita margem as Williams de Damon Hill e Jacques Villeneuve enquanto Eddie Irvine marcou o quarto tempo e deu ao time de Maranello seu melhor fim de semana na temporada.[6] A seguir vieram Jean Alesi e Gerhard Berger, a dupla da Benetton.
Williams campeã
Num grid onde Ferrari e Williams dominaram as primeiras filas, Schumacher manteve a ponta enquanto Villeneuve saltou à vice-liderança trazendo consigo a Benetton de Alesi. Cauteloso e com o carro mais pesado, Hill caiu para o quarto lugar à frente de Irvine e Berger. Tais posições se mantiveram por dezoito voltas quando Schumacher foi para os boxes, mas antes disso o alemão esteve todo o tempo na alça de mira de Villeneuve enquanto Alesi estava a quase vinte segundos de distância bloqueando o avanço de Hill.[7]
Conforme os líderes da prova recorriam aos boxes a liderança foi entregue a Villeneuve que estava sete segundos adiante de Schumacher enquanto Alesi permaneceu à frente de Hill até que uma manobra sobre Ricardo Rosset, um retardatário, permitiu que o britânico subisse à terceira posição. Sem ninguém a impedi-lo, Hill acelerou a ponto de marcar sucessivamente a melhor volta da prova e quando estava a apenas treze segundos de Schumacher foi premiado com a vice-liderança graças à nova passagem do germânico no pit lane na metade da corrida. A essa altura a Williams chamou seus pilotos aos boxes e nisso Villeneuve e conservou-se adiante de Schumacher por cerca de quinze segundos com Hill em terceiro, mas antes que o filho de Graham Hill ultrapassasse o alemão ao descontar quase dez segundos de diferença, a Ferrari chamou seu piloto para os boxes.[7] A liderança permaneceu com Villeneuve até o momento de seu último pit stop quando a equipe demorou a trocar o pneu traseiro direito de seu carro e assim favoreceu Hill, todavia quando este voltou dos boxes o comando da prova retornou para o canadense. A esta altura a questão era saber se Villeneuve manteria os seis segundos e meio de vantagem que dispunha.
O ritmo imposto por Hill expôs claramente sua intenção de vencer, pois a sete voltas do final sua desvantagem era inferior a um segundo para desassossego de Villeneuve, que temia a ultrapassagem, e da equipe, cujo temor era um toque que eliminasse seus carros da prova. Menos sorte teve Michael Schumacher, vítima de uma nova falha mecânica, e antes dele o austríaco Gerhard Berger, novamente traído pelo motor.
Sem cometer nenhum erro, Jacques Villeneuve cruzou a linha de chegada sete décimos adiante de Damon Hill garantindo o oitavo título de construtores para a Williams na quinta dobradinha da equipe esse ano, sendo a primeira com o canadense à frente.[8] Com esta vitória a disputa pelo mundial de pilotos ficou restrita ao time de Grove e nesse ínterim a vantagem de Hill recuou para dezessete pontos, e embora Villeneuve mantenha acesa a disputa, o inglês só precisa chegar em segundo lugar nas quatro provas restantes ainda que seu companheiro de time vença todas as corridas daqui em diante.[9] No pódio o semblante do canadense era moldado por sorrisos e pela alegria de ter vencido seu primeiro confronto direto com Hill. O terceiro lugar ficou com Jean Alesi enquanto Mika Häkkinen, Olivier Panis e Rubens Barrichello completaram os pontos.