Dib Lutfi | |
---|---|
Dib Lutfi (Marília, 22 de setembro de 1936 - Rio de Janeiro, 26 de outubro de 2016) foi um diretor de fotografia e cinegrafista do cinema brasileiro[1][2][3].
Biografia
Mudou-se para o Rio de Janeiro no fim da adolescência. Em 1959, começou a trabalhar como câmera na TV Rio. Seu primeiro contato com o cinema se deu com o curta-metragem "O Menino da Calça Branca" (1961), ao ser chamado pelo diretor e irmão Sérgio Ricardo para render o então diretor de fotografia Ruy Santos, que precisou deixar as filmagens. No ano seguinte, em 1962, Dib participou de um seminário promovido pelo Itamaraty com o sueco Arne Sucksdorff, com quem trabalharia em seguida como assistente de câmera no longa-metragem "Fábula - Meu Lar é Copacabana" (1964).[4].
Foi um dos responsáveis pela consolidação da estética do Cinema Novo, representada pelo lema "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", pois seu talento com os movimentos de câmera passou a ser plenamente reconhecido pelos pares, principalmente depois do seu primeiro longa-metragem como diretor de fotografia, "Esse Mundo É Meu" (1963), também do irmão Sérgio Ricardo. Em seguida, foi cinegrafista nos filmes "O Desafio" (Paulo César Saraceni, 1964) e "A Falecida" (Leon Hirszman, 1965). Trabalhou com diretores como Nelson Pereira dos Santos (em Fome de Amor, de 1968, e Azyllo Muito Louco, de 1969, ambos premiados com o Candango de melhor fotografia no Festival de Brasília), Arnaldo Jabor (Opinião Pública, de 1967, O Casamento, de 1975, e Tudo Bem, de 1978, este também premiado em Brasília), e Ruy Guerra (Os Deuses e os Mortos, 1970, igualmente premiado em Brasília). A sua habilidade com a câmera na mão chamou a atenção de Glauber Rocha, que o convidou para operar a câmera de Terra em Transe (1967)[5].
Trabalhou ainda nos filmes "ABC do amor" (1966), de Eduardo Coutinho; "Edu, coração de ouro" (1967), "Feminices" (2004) e "Carreiras" (2005), de Domingos Oliveira; "Os herdeiros" (1970), "Quando o carnaval chegar" (1972) e "Joana Francesa" (1973), de Carlos Diegues; "Como era gostoso o meu francês" (1970), de Nelson Pereira dos Santos; "A lira do delírio" (1973), de Walter Lima Jr.; "Pra Frente, Brasil" (1981), de Roberto Farias; "Harmada", de Maurice Capovilla; "Vida e obra de Ramiro Miguez" (2002), de Alvarina Souza Silva; e "500 almas" (2004), de Joel Pizzini.
Foi seis vezes premiado no Festival de Brasília e quatro vezes pelo Instituto Nacional de Cinema. Em 2002, recebeu o Prêmio ABC de Cinematografia pelo conjunto da sua obra[6]
Aposentado, Dib Lutfi viveu no Retiro dos Artistas até sua morte em 26 de outubro de 2016, vítima de pneumonia, decorrente de complicações provocadas pelo mal de Alzheimer [7].
Referências
- ↑ Dib Lutfi, diretor de fotografia do Cinema Novo, morre aos 80 anos Portal G1 - acessado em 27 de outubro de 2016
- ↑ Dib Lutfi. FilmeB
- ↑ Os Iluminados Arquivado em 20 de abril de 2016, no Wayback Machine.. Academia Brasileira de Cinema
- ↑ Dib Lutfi: O povo através da narrativa fotográfica. A Nova Democravia nº 8, abril de 2003
- ↑ Dib Lutfi. Jornal da manhã, 24 de fevereiro de 2011
- ↑ Prêmio ABC 2002. Associação Brasileira de Cinematografia
- ↑ Morre Dib Lutfi, a 'câmera na mão' dos principais filmes do Cinema Novo. O Globo, 27 de outubro de 2016