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Arnaldo Jabor

Predefinição:Info/Escritor Arnaldo Jabor (Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1940São Paulo, 15 de fevereiro de 2022) foi um cineasta, roteirista, diretor de cinema e TV, produtor cinematográfico, dramaturgo, crítico, jornalista e escritor brasileiro.

Biografia

Filho de Salomão Jabor Sobrinho, um oficial da Aeronáutica, e Diva Hess, uma dona de casa,[1] Arnaldo nasceu numa família de classe média. Seu pai descendia por linha paterna de libaneses, mas sua ascendência era bastante diversa, com ancestrais portugueses e alemães. Era ligado por parentesco de afinidade ao crítico literário Agrippino Grieco, cujo filho primogênito Donatello era casado com sua tia paterna Diva Jabor.[2]


Formado no ambiente do Cinema Novo, participou da segunda fase do movimento, que buscava analisar a realidade nacional, inspirando-se no neorrealismo italiano e na nouvelle vague francesa. Seu primeiro longa metragem foi o inovador documentário Opinião Pública (1967), uma espécie de mosaico sobre como o brasileiro olha sua própria realidade.

Arnaldo Jabor, 1972. Arquivo Nacional.

No início dos anos 70, com o recrudescimento da repressão política e da censura, os antigos autores cinemanovistas procuram caminhos metafóricos, alegóricos, para driblar a ação do governo e poder expor suas propostas. Jabor faz o mesmo com Pindorama (1970). Mas aqui o excesso de barroquismo e de radicalismo contra o cinema clássico comprometem a qualidade da obra, como o próprio Jabor admitiria mais tarde.

Seu próximo filme o redime completamente e se converte num dos grandes sucessos de bilheteria do cinema brasileiro: Toda Nudez Será Castigada (1973), adaptado da peça homônima de Nelson Rodrigues, possui um enfoque mais humano, mas ainda assim não poupa implacáveis críticas à hipocrisia da moral burguesa e de seus costumes, na história do envolvimento da prostituta Geni (Darlene Glória, no papel que lhe valeu o Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim) com o viúvo Herculano (Paulo Porto).

O filme seguinte, dessa vez adaptado de um romance de Nelson, é ainda mais forte nas suas investidas contra as deformidades comportamentais e sexuais da sociedade: O Casamento (1975), último filme da atriz Adriana Prieto, também foi bem recebido por crítica e público e rendeu a atriz Camila Amado o Kikito de ouro de melhor atriz coadjuvante. Com Tudo Bem (1978), inicia a chamada "Trilogia do Apartamento"; talvez seu filme mais célebre, investiga, num tom de forte sátira e ironia, as contradições da sociedade brasileira já vitimada pelo fracasso do milagre econômico, isso no espaço restrito de um apartamento de classe média. A obra ganhou o prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília e proporcionou a Paulo Gracindo e Fernanda Montenegro, entre outros, grandes desempenhos.

A película seguinte se dedica mais a uma análise intimista e sexual: Eu Te Amo (1980), obra que consagrou Paulo César Pereio e Sônia Braga no cinema, concentrando-se nas crises amorosas e existenciais de um homem e uma mulher.

O próximo filme, Eu Sei que Vou Te Amar, com os jovens Fernanda Torres (ganhadora do prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes na ocasião) e Thales Pan Chacon na pele de um casal em crise, guarda semelhanças de forma e conteúdo com Eu Te Amo. Ambos os filmes se consagraram como grandes sucessos de bilheteria.

No início da década de 1990, com o fim do fomento estatal para a produção cinematográfica nacional no governo Collor,[3] Jabor foi obrigado a procurar novos rumos e encontrou na imprensa o seu ganha-pão. Estreou como colunista de O Globo no final de 1995 e mais tarde foi para a Rede Globo, atuando como colunista em vários telejornais da casa, como Jornal Nacional, Jornal da Globo, Bom Dia Brasil, Jornal Hoje, Fantástico e também na Rádio CBN, levando para TV e rádio o estilo irônico com que comenta os fatos da atualidade brasileira. Seus dois últimos livros Amor É prosa, Sexo É poesia (Editora Objetiva, 2004) e Pornopolítica (Editora Objetiva, 2006) se tornaram best-sellers instantâneos.

Abordando os mais variados temas (cinema, artes, sexualidade, política nacional e internacional, economia, amor, filosofia, preconceito), suas intervenções "apimentadas" na televisão e em suas colunas lhe renderam admiradores[4] e muitos críticos.[5]

Diversos textos que circulam pela internet são falsamente assinados por Arnaldo Jabor. No dia 3 de novembro de 2009, o próprio autor escreveu uma coluna negando essas autorias e fazendo uma crítica sobre o assunto, reclamando que a era digital não era para ele.[6] E no jornal O Sul, escreveu na sua coluna "A paranoia está batendo", em 5 de outubro de 2011, que iPhones e outros aparelhos modernos lhe deixam com sentimento de solidão, por escrever para uma pessoa e nem saber onde ela está.

Morte

Jabor veio a falecer no dia 15 de fevereiro de 2022, aos 81 anos de idade, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde tratava complicações de um acidente vascular cerebral sofrido dois meses antes.[7]

Filmografia

Prêmios e nomeações

Livros

Referências

  1. «Os dois pedaços de mim». Blogs Estadão. O Estado de São Paulo. 6 de dezembro de 2011 
  2. Arnaldo Jabor. «Agrippino Grieco atacou burros e pavões». 20 de agosto de 1996. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  3. Rosana Elisa Catelli, Shirley Pereira Cardoso (15 de março de 2009). «O cinema brasileiro contemporâneo: retomada e diversidade». Revista Universitária do Audiovisual. Universidade Federal de São Carlos 
  4. Nassif, Luís (10 de setembro de 2013). «O espanto de Jabor ante o mundo novo». GGN. Consultado em 15 de outubro de 2015 
  5. Costa júnior, Irapuan (29 de dezembro de 2013). «Arnaldo Jabor é um revoltado a favor que posa de crítico da esquerda». Jornal Opção. Consultado em 15 de outubro de 2015. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  6. «O tempo» 
  7. «Morre Arnaldo Jabor, jornalista e cineasta do cinema novo, aos 81 anos». Folha de S.Paulo. Grupo Folha. 15 de fevereiro de 2022. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 

Ligações externas

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