Em 2000, Minas Gerais apresentava população total de 17.891.494 habitantes, sendo 8.851.587 homens e 9.039.907 mulheres. Em 2007, o estado conta com 20.595.499 habitantes, mais que o estado de Nova York, nos Estados Unidos. Como todos os demais estados da região sudeste do Brasil, apresenta alta taxa de urbanização, que se acelerou em um crescimento explosivo entre os anos 1960 e 80, o causou distorções com relação ao acesso universal à infraestrutura urbana. A cidade mais populosa é a Capital Belo Horizonte, com 2,502 milhões de habitantes no entorno da cidade e quase 5 milhões em sua região metropolitana, que é a terceira em tamanho e importância no país e uma das maiores Metrópoles da América do Sul. As outras cidades mais populosas do estado são Uberlândia, com 662.362 habitantes, Contagem, com 648.766 habitantes (esta última faz parte da região metropolitana de Belo Horizonte) e Juiz de Fora com 555.284 habitantes. Além destas, em Minas Gerais existem outras 28 cidades com mais de cem mil habitantes, entre elas: Montes Claros com 394.350, Ipatinga com 257.245 habitantes, Poços de Caldas com 163.677 habitantes , Pouso Alegre com 143.846 habitantes, Varginha com 132.353 habitantes e Itabira com 117.634 habitantes, esta última muito famosa por ser considerada a terra de Drummond, um dos maiores poetas do Brasil.
Distribuição da população
Predefinição:Crescimento populacional do Censo do Brasil
Como todos os demais estados da região Sudeste do Brasil, Minas Gerais apresenta alta taxa de urbanização, que se acelerou em um crescimento explosivo entre os anos 1960 e 1980. Esse fenômeno causou distorções com relação ao acesso universal à infraestrutura urbana. As regiões mais densamente povoadas são a Metalúrgica (Central), Campo das Vertentes, Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba, Zona da Mata e Sul. As menores taxas de ocupação populacional encontram-se no Norte do estado.
Belo Horizonte é também o município mais populoso do estado, com pouco mais de 2,4 milhões de habitantes, e outras 3 com mais de meio milhão de habitantes, Uberlândia, a segunda do estado com mais de 619 mil habitantes no Triângulo Mineiro, Contagem com mais de 613 mil habitantes na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e Juiz de Fora, com 517 mil habitantes na Zona da Mata.[1] Em relação às demais capitais brasileiras, sua distância máxima (até Boa Vista) não passa de 3.118 km, e em relação aos municípios mineiros não vai além de 865 km (Formoso). Sua localização faz com que por meio dela ou em suas cercanias passem rodovias federais muito importantes para a interligação nacional, como as rodovias BR-040, BR-262, BR-381, dentre outras. Predefinição:Cidades mais populosas de Minas Gerais
Religião
A forte religiosidade católica dos colonos portugueses ainda predomina entre a população mineira, que tem uma das maiores porcentagens de seguidores do catolicismo no Brasil. As religiões evangélicas estão em forte crescimento, ao lado de minorias como ateus e espíritas. De acordo com dados obtidos durante o censo de 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população mineira era composta por 78,70% de católicos, 13,61% de protestantes, 4,60% sem religião e 1,59% de espíritas.[2]
Eleitores
O estado possui 13.175.268[3] eleitores, o segundo maior colégio eleitoral do país, apenas atrás de São Paulo.
Composição étnica
Predefinição:Etnias de Minas Gerais
Um estudo genético realizado com pessoas de Belo Horizonte revelou que a ancestralidade dos belo-horizontinos é 66% europeia, 32% africana e 2% indígena. Por outro lado, na localidade de Marinhos, habitada principalmente por quilombolas , a ancestralidade é 59% africana, 37% europeia e 4% indígena (para aqueles cuja família vive na localidade desde o início do século XX, a ancestralidade africana sobe para 81%).[4] De maneira geral, os mineiros apresentam muito baixo grau de ancestralidade indígena, enquanto a ancestralidade europeia (principalmente portuguesa) e africana predominam. Isto se deve ao fato de que a população indígena foi exterminada, ao mesmo tempo que chegavam à região contingentes enormes de escravos africanos e colonos portugueses, diluindo a contribuição indígena na população. Em relação ao componente europeu (português), apesar de ter sido numericamente inferior ao componente africano, o primeiro acabou por predominar, devido às altas taxas de mortalidade e baixos índices de reprodução entre os escravos. A própria imigração de italianos e outros europeus para Minas Gerais no final do século XIX contribuiu para aumentar o grau de ancestralidade europeia.[5]
Vários outros estudos genéticos já foram feitos contemplando diferentes grupos raciais e geográficos de Minas Gerais. De maneira geral, todos os estudos concluem que a população de Minas Gerais é intensamente miscigenada, sendo a ancestralidade europeia alta, seguida pela africana e, menos importante, a indígena.
De acordo com um estudo genético, os mineiros portadores de anemia falciforme têm, no geral, ancestralidades europeia e africana significativas, não obstante a anemia falciforme ser uma doença mais presente na África. 13,8% dos mineiros portadores de anemia falciforme testados tinham mais de 85% de ancestralidade europeia e 11,05% dos portadores de anemia falciforme tinham mais de 85% de ancestralidade africana. A maioria deles, 73,37%, apresentou níveis intermediários de mistura (entre 15 e 85%).[6] Isso também acontece em quase todas as regiões do Brasil, segundo outros estudos. [7][8][9] [10]
Diferentes estudos genéticos estimando a contribuição africana, europeia e ameríndia em Minas Gerais. | |||
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Origem da amostra | Africana | Europeia | Ameríndia |
Bambuí (todas as cores/"raças")[11] | 9,60% | 83,80% | 5,40% |
Bambuí (todas as cores/"raças")[12] | 14,70% | 78,50% | 6,70% |
Ouro Preto (todas as cores/"raças")[13] | 33,3% | 50,3% | 16,4 |
Ouro Preto (brancos)[13] | 18,0% | 70,4% | 11,6% |
Ouro Preto (morenos claros)[13] | 31,4% | 52,1% | 16,4% |
Ouro Preto (morenos escuros)[13] | 47,6% | 33,6% | 18,8% |
Ouro Preto (negros)[13] | 67,1% | 16,6% | 16,4% |
Minas Gerais (portadores de anemia falciforme)[6] | 47,3% | 39,7% | 13,0% |
Minas Gerais (não portadores de anemia falciforme)[6] | 33,8% | 57,7% | 3,5% |
Queixadinha, Caraí (brancos)[14] | 32,0% | ? | ? |
Queixadinha, Caraí (pardos)[14] | 44,0% | ? | ? |
Queixadinha, Caraí (pretos)[14] | 51% | ? | ? |
Minas Gerais (brancos)[15] | 16,1% | 70,8% | 13,1 |
Minas Gerais (cores/"raças" não especificadas)[16] | 28,9% | 59,2% | 11,9% |
Montes Claros (cores/"raças" não especificadas)[17] | 39,0% | 52,0% | 9,0% |
Manhuaçu (cores/"raças" não especificadas)[17] | 19,0% | 73,0% | 8,0% |
Belo Horizonte (cores/"raças" não especificadas)[18] | 32,0% | 66% | 2,0% |
Marinhos, Brumadinho (comunidade habitada principalmente por quilombolas) [4][19][5] | 59,0% | 37,0% | 3,7% |
Povoamento
Em relação ao século XVIII, o historiador britânico Kenneth Maxwell escrevera que a sociedade mineira compunha um complicado mosaico de grupos e raças, de novos imigrantes brancos e de segunda e terceira gerações de americanos natos, de novos escravos e de escravos nascidos em cativeiros"(…)[21]
Atualmente, a maior parte da população mineira é descendente de colonos portugueses originários do Norte de Portugal (particularmente do Minho)[22] e de escravos africanos, sobretudo sudaneses e bantos, vindos sobretudo durante a época da mineração, no século XVIII.[23] A contribuição de mamelucos e indígenas também foi fundamental.[24] O final do século XIX foi marcado por uma expressiva imigração de italianos.[25]
Indígenas
Os povos indígenas contribuíram de forma significativa para a formação do povo mineiro. Antes da colonização, havia mais de cem grupos ameríndios em Minas Gerais. A grande maioria foi dizimada ao longo dos séculos pelo contato com a escravidão e doenças trazidas pelos colonos. É notório que a maior parte das expedições bandeirantes que desbravaram Minas Gerais era formada por índios e mamelucos.[26] Atualmente os povo indígenas residentes em Minas Gerais são os Xacriabá, Maxakali, Krenak, Pataxó, Caxixó, Aranã, Mukurim, Pankararu e Xukuru-Kariri. A população indígena de Minas Gerais, à época do descobrimento do Brasil em 1500, girava em torno de 100000 pessoas, de acordo com estimativa feita por John Hemming. [27]
Bandeirantes
A região das Minas Gerais foi desbravada pelos bandeirantes paulistas no século XVII. As entradas eram iniciativas que visavam a procura de novas fontes de riqueza, em razão da grande pobreza que era a capitania de São Vicente. As bandeiras começaram ainda no século XVI, época em que as principais vítimas eram os indígenas, que eram laçados e obrigados a trabalhar como escravos. Em meados do século XVII, o número de indígenas já estava muito reduzido, então os paulistas partiram em buscar de novas riquezas, encontrando pedras preciosas na região das Minas. Os bandeirantes tiveram o monopólio das minas de ouro até o início do século XVIII, quando eclodiu a Guerra dos Emboabas e acabaram por perdê-la.
Vindos em grandes expedições, os paulistas fundaram vários povoados que existem até hoje, tal como Sabará, Mariana e Ouro Preto.
Portugueses
Os descendentes de portugueses formam grande parte da população mineira. Os primeiros portugueses chegaram à região das Minas Gerais ainda no século XVII, porém só chegariam em grande número no século XVIII. Com o fim da Guerra dos Emboabas, os portugueses passaram a monopolizar as minas de ouro, o que atraiu pessoas de todos os cantos da colônia e principalmente de Portugal. As notícias sobre as riquezas encontradas no Brasil se alastraram por Portugal, trazendo um enorme contingente de lusitanos para a região das Minas.
A região do Minho, situada ao Norte de Portugal, estava sofrendo uma crise de superpopulação e desemprego. Isso contribuiu para que a maior parte dos portugueses que chegaram em Minas Gerais fossem minhotos.[28] Apesar de pouco estudada, a imigração de minhotos para as Minas Gerais no século XVIII foi um dos maiores fenômenos migratórios da História. Além do Minho, vieram colonos da Beira Alta, Alto Trás-os-Montes, dos Açores, etc.
No século XVIII, havia portugueses de diversos segmentos em Minas Gerais: desde os ricos mineradores escravagistas, passando por comerciantes e chegando em mendigos miseráveis. O processo de miscigenação em Minas Gerais foi intenso: os portugueses mais pobres rapidamente se misturavam com mulheres negras e mestiças. Os homens de famílias mais ricas se casavam com mulheres portuguesas ou com brasileiras brancas de origem portuguesa. Todavia, havia um crescente número de mulatos, filhos de pai português e mãe africana.
No final do século XIX houve uma considerável chegada de novos imigrantes de Portugal. [29]
Africanos
Os descendentes de africanos são muitos no estado. A escravidão africana em Minas Gerais acompanhou o processo da mineração e a sua decadência. No início do ciclo do ouro, tentou-se usar da mão de obra livre, mas o trabalho árduo passou a afastar as pessoas e, então, o escravo africano passou a ser largamente trazido para a região. Os negros mineiros vieram sobretudo da Costa da Mina (importados da Bahia) ou diretamente de Angola, sobretudo durante o século XVIII, pertencentes a diversas etnias. Um escravo tinha média de vida de sete anos trabalhando na mineração, o que obrigava os colonos a trazer cada vez mais africanos, que passaram a compor a maioria da população mineira no século XVIII.[23]
Por ser uma sociedade urbana, nas Minas Gerais colonial, ao contrário do Nordeste, os escravos possuíam mais chances de mudança de status social. Muitos escravos (chamados escravo de ganho) faziam trabalho remunerado, como de sapateiro, alfaiate, etc, e assim, conseguiam dinheiro para comprar sua carta de alforria. Além disso, também havia o contrabando de ouro e diamante, o que podia proporcionar ao escravo uma maior ascensão social, embora fossem casos raros.
A miscigenação também contribuiu para uma maior ascensão social dos descendentes de escravos. Muitos mulatos eram educados e trabalhavam com remuneração.
A escravidão africana em Minas Gerais entrou em decadência junto com a mineração, no final do século XVIII, todavia, voltou a crescer com o desenvolvimento da agricultura e pecuária, no século XIX. Em 1870, mesmo depois do fim do tráfico de escravos, ainda havia 300 mil escravos em Minas.
Italianos
A imigração italiana em Minas Gerais durou menos de dez anos, mas foi o suficiente para trazer cerca de setenta mil italianos para o estado. [30] Os primeiros italianos chegaram ao estado na década de 1880, e rumaram para o Sul de Minas, para Juiz de Fora e São João del-Rei, para trabalharem nas colheitas de café. Em Minas Gerais só começaram a chegar em maior número no ano de 1892, quando o governo de Minas criou uma lei que favorecia a entrada desses imigrantes. Entre 1892 e 1897, o governo fez alguns contratos que trouxeram milhares de italianos para o estado. De fato, Minas Gerais recebeu o terceiro maior contingente de italianos no Brasil, atrás apenas de São Paulo e Rio Grande do Sul.
População italiana em Minas Gerais[31] | |
---|---|
Ano | Número |
1920 | 42.943 |
1940 | 18.819 |
1950 | 11.704 |
1970 | 5.227 |
Ao contrário do que aconteceu em São Paulo, os italianos em Minas Gerais não vieram para trabalhar exclusivamente nos cafezais, pois foram atraídos principalmente para ocuparem colônias agrícolas, semelhantes àquelas criadas no Sul do Brasil. Mas em Minas Gerais, os italianos rapidamente saíram dessas colônias e passaram a se dedicar a outras atividades.
Em Belo Horizonte, os primeiros italianos chegaram para trabalhar na construção da nova capital, em 1897. Nos arredores de Belo Horizonte foram criadas três colônias agrícolas: Barreiros, Carlos Prates e Américo Werneck. Ali foram assentadas famílias italianas, com o intuito de trabalharem na agricultura para abastecer a cidade com alimentos. Com o crescimento da cidade, essas colônias foram engolidas e urbanizadas e muitos italianos passaram a se dedicar à fabricação de tijolos, enquanto outros se tornaram industriais e comerciantes.
A imigração italiana foi de fundamental importância para o desenvolvimento do sul de Minas Gerais. Atraídos para trabalhar nas fazendas de café após o fim da escravidão, os italianos fincaram raízes em diversos municípios, como Varginha, Ouro Fino, Monte Sião, Lavras, Andradas, Poços de Caldas, São João del-Rei, Juiz de Fora, Leopoldina, etc. Hoje os descendentes dos imigrantes italianos formam grande parte da população em diversas localidades do Sul de Minas. Muitos passaram a se envolver com a produção de café, onde vários se tornaram ricos fazendeiros.
Os italianos em Minas Gerais eram largamente originários da Emília-Romanha, do Vêneto, da Calábria e Campânia. Estima-se que cerca de dois milhões de mineiros sejam descendentes de italianos.
Espanhóis
Depois dos italianos, foram os espanhóis o grupo de imigrantes que chegou em maior número em Minas Gerais no final do século XIX. Trabalharam sobretudo nos núcleos coloniais nos arredores de Belo Horizonte.[29]
Alemães
Embora de forma discreta, houve uma significativa imigração alemã em Minas Gerais. Em algumas cidades mineiras, a presença dos imigrantes alemães foi fundamental para seu desenvolvimento.
Em 1856, chegaram 2.091 alemães em Teófilo Otoni, no Nordeste de Minas. Foram trabalhar na construção de uma ferrovia e, posteriormente, receberam lotes de terras. Em 1858, outros 1.193 imigrantes alemães chegaram em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira. Em Oliveira, no Oeste do estado, eles vieram com intenções extrativistas na região do distrito de Morro do Ferro. Em Monte Verde, distrito de Camanducaia divisa com São Paulo, há uma grande influência alemã, nos traços étnicos, arquitetura enxaimel, nos festejos e etc.
Além dos alemães, outros germânicos como suíços e austríacos também chegaram ao Estado, mas em número reduzido.
Sírio-libaneses
A imigração de povos árabes para Minas Gerais se fez notar no início do século XX. Embora chamados de turcos, eram provenientes da Síria e Líbano e, segundo o censo de 1920, 8.684 sírio-libaneses viviam em Minas. Dedicados em sua imensa maioria ao comércio, os árabes chegaram a monopolizar o comércio de várias cidades do interior de Minas Gerais, como Divinópolis, Três Corações e Oliveira.[32] Em cidades grandes, como Belo Horizonte e Juiz de Fora, também participaram ativamente no comércio.
Tanto sírios quanto libaneses logo se fizeram parte do coração de cada cidade por onde passaram,dotados de grande espírito empreendedor,em sua maioria,começaram como mascates e cresceram economicamente,se tornando varejistas e industriais. Não é possível se falar das cidades mineiras sem citar essa corrente migratória,que muito contribuiu para o desenvolvimento industrial do estado de Minas Gerais. Em qualquer cidade do estado existe a presença de um turco,muito comunicativos são respeitados e admirados por todos. Na cidade de Juiz de Fora,a presença de libaneses é muito forte,como se pode perceber no centro comercial,especialmente na rua Marechal Deodoro.
Japoneses
Os japoneses vieram de várias partes de São Paulo e do Paraná para Minas Gerais no início do século XX, em especial nas cidades do sul do estado e de Belo Horizonte. De acordo com o Censo 2000, Minas Gerais tem a terceira maior colônia japonesa do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Paraná.[carece de fontes]
Referências
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