22 de agosto de 2018 cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. |
Predefinição:Info/Localidade de Angola Cuanza Sul é uma das 18 províncias de Angola, localizada na região central do país. Sua capital está na cidade e município de Sumbe.
Segundo as projeções populacionais de 2018, elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística, conta com uma população de 2 109 999 habitantes e área territorial de 55 660 km² (4.7 % da área total do país[1]), sendo a quinta província mais populosa de Angola.[2][3]
A província é dividida administrativamente em 12 municípios e 32 comunas, sendo constituída pelos municípios de Amboim, Cassongue, Cela, Conda, Ebo, Libolo, Mussende, Porto Amboim, Quilenda, Quibala, Seles e Sumbe.
História
A povoação desta província iniciou-se na foz do rio Cambongo-Negunza, em 1769, por decreto de Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, governador-geral de Angola, que ordenava a construção de um forte-presídio denominado Novo Redondo. O rio Cambongo-Negunza recebeu o seu nome em homenagem ao então soba local Negunza Cabolo.
Ora ficando sob influência administrativa do distrito de Benguela, ora ficando sob responsabilidade administrativa dos distritos de Luanda e Cuanza, o Cuanza Sul ficou à margem do desenvolvimento da colônia até o início do século XX.
Em 15 de setembro de 1917 o governo colonial decide por dividir o distrito de Cuanza em distrito de Cuanza Norte (sede em Golungo Alto) e distrito de Cuanza Sul (sede em Porto Amboim).[4]
No ano de 1955 a sede distrital foi transferida de Porto Amboim para a cidade de Sumbe.
Geografia
Limita-se a norte e nordeste pelos rios Longa e Cuanza, com as províncias de Luanda, Cuanza Norte e Malange; ao sul com a província de Benguela; ao sudeste com as províncias do Bié e Huambo, e; ao oeste com o Oceano Atlântico.
Relevo
Nesta província encontram-se os Montes Luvili, as Serras da Sanga e Bimbe, os Subaltiplanos e Altiplanos do Congolo e Mombolo, as Escarpas Amboim-Seles, as Escarpas do Libolo,[5] o Subplanalto Libolo-Seles[5] e o Planalto do Amboim (ou planalto da Gabela),[5] este último uma região algodoeira[6] e cafeeira importantíssima.[7]
Clima
Segundo a classificação climática de Köppen-Geiger, no populoso litoral cuanza-sulenho prevalece o clima semiárido quente (BSh). Já na região de Munenga predomina o clima tropical de savana (Aw/As), enquanto que nas regiões de Ebo e Cassongue o clima oceânico (Cwa/Cwb).[8]
Demografia
Os maiores grupos étnicos presentes na província são os ambundos, ao norte, falantes do quimbundo, e; os ovimbundos, ao sul, falantes do umbundo. A principal língua falada é o português.[9]
Economia
As actividades econômicas mais importantes do Cuanza Sul estão ligadas ao seu forte setor agropecuário, principalmente o de lavouras permanentes. A industrialização está vocacionada para a transformação dos produtos agrícolas produzidos na própria província.
Agropecuária e extrativismo
As culturas permanentes mais relevantes são as do café,[10] da palmeira do dendém, da banana, dos citrinos, além de hortofrutícolas, como a goiaba.[11]
Já a lavoura temporária têm como destaque a cana-de-açúcar e o algodão, nas proximidades do litoral, e; o milho, trigo, batata, soja, arroz e girassol na região sub-planáltica.[11]
Existe a criação de gado bovino para corte e leite nas zonas média e alta do planalto, e no litoral, aproveitando os imensos campos naturais.[11]
A pesca extrativa marítima é um forte setor na baía do Quissonde e na faixa litorânea de Sumbe; enquanto que a pesca fluvial é praticada principalmente no Libolo e no Mussende.[11]
Indústria e mineração
É no subsetor agroindustrial em que se encontram as principais plantas industriais do Cuanza Sul. São vocacionadas basicamente para o beneficiamento do leite e da carne bovina. Existem ainda plantas agroindustriais relevantes para o beneficiamento mínimo do café e do arroz.[11]
Outra atividade que tem forte presença agroindustrial é o de extração madeireira, com movelarias, serrarias e marcenarias. Sua presença é registrada nos municípios de Seles, Libolo e Amboim, onde existem grandes quantidades de eucaliptos, pinheiros e gravilhas.[11]
Já a atividade mineral de cunho industrial registra massa salarial na extração de diamantes, calcário, areia e seixo.[12]
Ainda registram-se as atividades industriais de fabricação de bebidas, de estalagem e reparos de embarcações, e de massa salarial e de tributos relevantes advindos da geração hidroelétrica na Central Hidroelétrica de Laúca, na Central Hidroelétrica de Capanda e na Central Hidroelétrica de Caculo Cabaça.
Comércio e serviços
O setor comercial concentra-se no centros atacadistas de Sumbe e Porto Amboim, de importância estritamente regional, para fornecer alimentos e itens básicos para a província.[13]
Em matéria de serviços, o setor logístico têm grande destaque no escoamento de produtos pelo Porto do Cuanza Sul, em Porto Amboim.
Cultura e lazer
A província é famosa pelas suas pinturas rupestres da época do Neolítico e de ruínas de antigas fortificações, como a Fortaleza do Amboim, o Fortim do Quicombo, o Forte da Quibala e a Fortaleza de Calulu.[14]
Referências
- ↑ António, João. O micro-crédito como ferramenta para o relançamento da cultura do café na região agrícola do Libolo e Amboim. Universidade Técnica de Lisboa, 2008.
- ↑ Erro de citação: Marca
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- ↑ «Governo de Angola - INE - Resultados Definitivos Recenseamento da População (2014) - Page 89» (PDF). Consultado em 19 de setembro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 6 de maio de 2016
- ↑ Cuanza Sul - um nome derivado da divisão do distrito colonial do Cuanza. 31 de maio de 2013.
- ↑ 5,0 5,1 5,2 Diniz, A. Castanheira.; Aguiar, F. de Barros.. Zonagem Agro-Ecológica de Angola: estudo cobrindo 200 000 Km2 do território. Lisboa - Porto: Instituto da Cooperação Portuguesa; Fundação Portugal-África; Fundo da EFTA para o Desenvolvimento Industrial em Portugal. 1998.
- ↑ Rede Angola (31 de outubro de 2015). «Porto de águas profundas de Porto Amboim avança em 2017». Consultado em 20 de março de 2021
- ↑ O Caminho-de-Ferro em Angola. Info Angola. [s/d].
- ↑ Clima: Cuanza Sul. Climage-data.org. 2019.
- ↑ Costa, R. J.. Colonialismo e gênero entre os Ovimbundu: relações de poder no Bailundo (1880-1930). Brasília: Universidade de Brasília, 2014.
- ↑ Bernardo, Cláudio Nobre; Henriques, Pedro Damião de Sousa; Carvalho, Maria Leonor da Silva. Estudo da produção, transformação e comercialização do café no município de Amboim, Cuanza Sul. Évora: Editora da Universidade de Évora, 2013.
- ↑ 11,0 11,1 11,2 11,3 11,4 11,5 Cuanza Sul é certeza na produção agrícola. Jornal de Angola. 1 de agosto de 2016.
- ↑ Cuanza-Sul: Fábrica de calcário vai proporcionar 50 postos de trabalho. Mining.com. 1 de abril de 2014.
- ↑ Cuanza Sul: Comércio licencia 190 operadores em um mês. Portal Angop. 8 de dezembro de 2018.
- ↑ «Cuanza Sul – Guia Turismo de Angola». guiaturismoangola.com. Consultado em 13 de novembro de 2016