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Carlos Lindenberg

Carlos Lindenberg

Carlos Fernando Monteiro Lindenberg (Cachoeiro de Itapemirim, 13 de janeiro de 1899 — Vitória, 6 de janeiro de 1991) foi advogado e político brasileiro, tendo conquistado participação significativa como articulador do cenário político do Estado do Espírito Santo nas décadas de 30-70.[1][2]

Além de ser um dos nomes responsáveis por fundar o Partido Social Democrático (PSD) , agremiação de âmbito estadual organizada em 1933, exerceu o cargo de deputado federal, secretário estadual da Fazenda, governador constitucional do estado do Espírito Santo , governador do estado e senador.[3]

Ao longo de sua trajetória na política capixaba, Lindenberg influenciou também a mídia nacional, adquirindo, em 1949, o jornal A Gazeta, parte do conglomerado de comunicações futuramente conhecido como Rede Gazeta de Comunicações.[4][5] Um de seus filhos, Carlos Fernando Monteiro Lindenberg Filho, escritor e empresário, comandou a Rede no Espírito Santo entre 1965 e 2001.[6]

Exerceu, por dois mandatos, o cargo de governador do estado do Espírito Santo, de 29 de março de 1947 a 31 de janeiro de 1951 e de 31 de janeiro a 10 de outubro de 1959.Mas foi como senador que encerrou a vida político-partidária, tendo sido eleito em 1966 e cumprido o mandato até 1974.

Ainda durante a década de 1970, assumiu a presidência do Conselho Administrativo da Rede Gazeta. Falece em Vitória no dia 6 de janeiro de 1991, devido a um AVC.

Educação e início de carreira

Carlos Lindenberg nasceu no município de Cachoeiro de Itapemirim, localizado no estado Espírito Santo, em 13 de janeiro de 1899. Filho do engenheiro Carlos Adolfo Lindenberg e de Bárbara Lindenberg, cresceu e administrou - durante a década de 1920 - a propriedade da família, conhecida como Fazenda Monte Líbano.[7]

Os primeiros anos escolares foram cursados em uma escola municipal da região, até o seguido por um curso preliminar realizado em Cachoeiro, no Colégio Verbo Divino. Foi nesta instituição que Lindenberg iniciou o ginásio, dando continuidade em outras duas instituições: o Ginásio Espírito- Santense em Vitória, e o internato Salesiano Santa Rosa de Niterói.[8]

Em 1921, formou-se no Rio de Janeiro, pela Faculdade Nacional de Direito, conhecida atualmente como UFRJ. Começou a atuar nas coligações políticas durante o mesmo período, a partir do momento em que passou a integrar a Reação Republicana, frente que apoiava a candidatura de Nilo Peçanha à presidência da República na época. O movimento era pro liberalismo, representando a classe média brasileira, que fazia oposição às oligarquias republicanas.[9] Após conseguir o diploma de advogado, retorna ao Espírito Santo para administrar as produções agrícolas da fazenda familiar.[10]

De volta ao Estado natal, envolveu-se na política local e ingressou como membro da Comissão de Sindicâncias no Espírito Santo em 1930. Ainda durante o mesmo ano, assumiu a presidência da Junta Nacional da Associação Comercial, função que exerceria ao longo dos próximos quatro anos.[9] Paralelo a sua trajetória política no âmbito loca, a Revolução de 1930 trouxe a posse de Getúlio Vargas , líder defendido por Carlos Lindenberg.[9]

Em 1933, surge o Partido Social Democrático (PSD), fundado por Lindenberg e outras figuras de prestígio dentre as lideranças políticas locais. Concorrendo através da legenda do PSD, o político foi eleito deputado constituinte, iniciando o mandato em 15 de novembro de 1933.[9]

A orientação do partido estava à favor do governo de Vargas, que nomeou o interventor militar João Punaro Bley para administrar o Estado do Espírito Santo. Os membros e apoiadores do PSD faziam parte de uma elite latifundiária, sobretudo as que dominavam a produção do café. Essa característica fazia com que a influência do partido incidisse tanto nas áreas urbanas quanto nas rurais.[11][9]

Em 1935, deixou o cargo na Câmara à convite do próprio Punaro Bley para assumir a Secretaria da Fazenda, chefiando a Secretaria de Agricultura um ano depois. Mesmo após o golpe do Estado Novo, que ocorreu em 1937, continuou a atuar no cargo até 1939. Embora todos os órgãos públicos e legislativos tivessem sido fechados na época, o governador do Estado permitiu que Lindenberg continuasse a carreira política.[9][12]

Referências

  1. «Senador Carlos Lindenberg - Senado Federal». www25.senado.leg.br. Consultado em 25 de outubro de 2017 
  2. Alvarenga, Jefferson Ferreira (15 de novembro de 2017). «ESPÍRITO SANTO (1930-1943): POPULISMO OU HEGEMONIA OLIGÁRQUICA?». Anais dos Encontros Internacionais UFES/PARIS-EST. 0 (0). ISSN 2237-3616 
  3. ALMEIDA, Amylton de (2010). Carlos Lindenberg: Um Estadista e seu tempo. Vitória - Espírito Santo: Arquivo Público de Espírito Santo. pp. 141–154; 159–170 
  4. GOMES, Nathalia Esteves da Silva; SOUZA, Rafael Bellan Rodrigues de. Enquadramentos de quilombolas no telejornalismo capixaba: os conflitos agrários nas lentes da TV Gazeta. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo. En: XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste, 2018.
  5. PRADO, Samuel; TEIXEIRA, Roberto. Jornal alternativo Folha Capixaba no Cenário Político de Vitória em meados do Século XXI. Vitória: Faculdade Estácio de Sá, 2014. En: XXXVII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Foz do Iguaçu
  6. «Morre, aos 85 anos, Cariê Lindenberg». www.agazeta.com.br (em português). Consultado em 6 de abril de 2021 
  7. ALMEIDA, Amylton de (2010). Carlos Lindenberg: Um Estadista de seu tempo. Vitória - Espírito Santo: Arquivo Público de Espírito Santo. pp. 5-6
  8. ALMEIDA, Amylton de (2010). Carlos Lindenberg: Um Estadista e seu tempo. Vitória - Espírito Santo: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo. pp. 5-6.
  9. 9,0 9,1 9,2 9,3 9,4 9,5 Brasil, CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do. «CARLOS FERNANDO MONTEIRO LINDENBERG | CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil». CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil. Consultado em 27 de setembro de 2018 
  10. ALMEIDA, Amylton de (2010). Carlos Lindenberg: Um Estadista e seu tempo. Vitória - Espírito Santo: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo. p. 5.
  11. ALVARENGA, Jefferson Ferreira. ESPÍRITO SANTO (1930-1943): POPULISMO OU HEGEMONIA OLIGÁRQUICA? Vitória: Anais do VI Congresso Internacional UFES/Paris-Est, 2017. pp. 10-14.
  12. Ferreira, Danilo Souza (2013). «Edith Stein síntese do século XX». Programa de Pós-Graduação em História e Departamento de História – Universidade Estadual de Maringá – UEM. Anais do VI Congresso Internacional de História. doi:10.4025/6cih.pphuem.180 
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Precedido por
Moacir Ubirajara da Silva
Governador do Espírito Santo
1947 — 1951
Sucedido por
Jones dos Santos Neves
Precedido por
Francisco Lacerda de Aguiar
Governador do Espírito Santo
1959
Sucedido por
Raul Giuberti

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